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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Idade dos Metais.


 Artefatos em metal produzidos na Antigüidade.    Esse último período da Pré-Historia demarca o conjunto de transformações que dão início ao aparecimento das primeiras civilizações da Antigüidade. Nessa época os primeiros utensílios formados pelo manuseio de ligas metálicas deram lugar aos instrumentos feitos de pedra. Os primeiros materiais utilizados foram o cobre e o bronze. Tempos depois foram dominadas as técnicas de fundição do ferro.   Por volta de 3000 a.C., o bronze era produzido no Egito e na Mesopotâmia. Tempos mais tarde o mesmo material passou a ser manuseado em régios da Península Ibérica. Na Ásia Menor, por volta de 1500 a.C., o ferro começou a ser fundido. Devido a sua difícil obtenção, o uso desse minério se propagou lentamente. A sua maior resistência foi de grande importância para que os materiais de guerra fossem adotados. A fabricação de armas de ferro possibilitou, até mesmo, a supremacia de alguns povos do período.   Com o manuseio dos metais, um novo tipo de ocupação surgia: o artesanato. Ao logo do tempo, essa nova atividade se estabeleceu juntamente com os primeiros centros urbanos da Antigüidade. As comunidades agrícolas auto-suficientes transformam-se em cidades, realizando a chamada Revolução Urbana. De acordo com alguns estudos, os primeiros centros urbanos surgiram na parte sul da Mesopotâmia, onde posteriormente surgiu a civilização sumeriana.   O desenvolvimento de sociedades complexas acabou exigindo uma nova configuração política. A autoridade familiar e patriarcal já se mostrava insuficiente para controlar os diferentes e amplos grupos sociais das cidades. Foi então que o Estado surgiu como uma instituição política responsável por definir as ações a serem empreendidas em favor das populações citadinas. As obras públicas, a regulamentação do comércio e a organização das atividades agrícolas passaram a ser geridas pelos poderes estatais.
Artefatos em metal produzidos na Antigüidade.

Esse último período da Pré-Historia demarca o conjunto de transformações que dão início ao aparecimento das primeiras civilizações da Antigüidade. Nessa época os primeiros utensílios formados pelo manuseio de ligas metálicas deram lugar aos instrumentos feitos de pedra. Os primeiros materiais utilizados foram o cobre e o bronze. Tempos depois foram dominadas as técnicas de fundição do ferro.

Por volta de 3000 a.C., o bronze era produzido no Egito e na Mesopotâmia. Tempos mais tarde o mesmo material passou a ser manuseado em régios da Península Ibérica. Na Ásia Menor, por volta de 1500 a.C., o ferro começou a ser fundido. Devido a sua difícil obtenção, o uso desse minério se propagou lentamente. A sua maior resistência foi de grande importância para que os materiais de guerra fossem adotados. A fabricação de armas de ferro possibilitou, até mesmo, a supremacia de alguns povos do período.

Com o manuseio dos metais, um novo tipo de ocupação surgia: o artesanato. Ao logo do tempo, essa nova atividade se estabeleceu juntamente com os primeiros centros urbanos da Antigüidade. As comunidades agrícolas auto-suficientes transformam-se em cidades, realizando a chamada Revolução Urbana. De acordo com alguns estudos, os primeiros centros urbanos surgiram na parte sul da Mesopotâmia, onde posteriormente surgiu a civilização sumeriana.

O desenvolvimento de sociedades complexas acabou exigindo uma nova configuração política. A autoridade familiar e patriarcal já se mostrava insuficiente para controlar os diferentes e amplos grupos sociais das cidades. Foi então que o Estado surgiu como uma instituição política responsável por definir as ações a serem empreendidas em favor das populações citadinas. As obras públicas, a regulamentação do comércio e a organização das atividades agrícolas passaram a ser geridas pelos poderes estatais.

Período Paleolítico


 Uma pintura rupestre do Período Paleolítico.    O Período Paleolítico é a parcela de tempo que compreende desde as origens do homem até 8000 A.C.. Dentro desse período ainda existem duas subdivisões: o Paleolítico Inferior (5000.000 – 30.000 A.C.) e o Paleolítico Superior (30.000 – 8.000 A.C.). Em ambos os períodos, a falta de uma ampla documentação dificulta a obtenção de informações mais específicas sobre os primeiros grupos humanos que ocuparam o globo terrestre.   Sabe-se que as temperaturas da Terra eram bem menores, o que obrigava as populações hominídeas a viverem dentro de cavernas. O falta das técnicas de cultivo agrícola e a não criação de animais limitavam as atividades subsistentes à pesca, a caça e a coleta de frutos. Tais práticas impediam a sedentarização dos primeiros grupos humanos, que se deslocavam constantemente.   O desenvolvimento físico e intelectual dos hominídeos concedeu-lhes a oportunidade de transformação de seu modo de vida. Uma das mais significativas descobertas dessa época foi o domínio sobre o fogo. Segundo alguns pesquisadores, os primeiros grupos a utilizarem este tipo de artifício se encontravam na porção oriental do continente africano. Essa descoberta ofereceu maior autonomia do homem em relação à Natureza ao complexificar os hábitos alimentares e aquecer sua morada.   Além disso, o uso de madeira, pedras, marfim e ossos possibilitaram a fabricação dos primeiros instrumentos domésticos e de caça. O uso de lascas de pedra se tornou bastante recorrente, fazendo do Período Paleolítico também conhecido como “Idade da Pedra Lascada”. No período Paleolítico Superior, o clima terrestre sofreu uma grande transformação que causou diversas geadas na porção norte do continente europeu.   Nessa mesma época, ocorreram vários deslocamentos humanos que ampliaram as regiões de ocupação humana pelo mundo. Depois desse período de glaciações, o Homo sapiens moderno realizava a caça de animais de grande porte (renas e mamutes) através da invenção de diferentes armadilhas. Além disso, as primeiras pinturas rupestres representavam cenas cotidianas e animais da época.
Uma pintura rupestre do Período Paleolítico.

O Período Paleolítico é a parcela de tempo que compreende desde as origens do homem até 8000 A.C.. Dentro desse período ainda existem duas subdivisões: o Paleolítico Inferior (5000.000 – 30.000 A.C.) e o Paleolítico Superior (30.000 – 8.000 A.C.). Em ambos os períodos, a falta de uma ampla documentação dificulta a obtenção de informações mais específicas sobre os primeiros grupos humanos que ocuparam o globo terrestre.

Sabe-se que as temperaturas da Terra eram bem menores, o que obrigava as populações hominídeas a viverem dentro de cavernas. O falta das técnicas de cultivo agrícola e a não criação de animais limitavam as atividades subsistentes à pesca, a caça e a coleta de frutos. Tais práticas impediam a sedentarização dos primeiros grupos humanos, que se deslocavam constantemente.

O desenvolvimento físico e intelectual dos hominídeos concedeu-lhes a oportunidade de transformação de seu modo de vida. Uma das mais significativas descobertas dessa época foi o domínio sobre o fogo. Segundo alguns pesquisadores, os primeiros grupos a utilizarem este tipo de artifício se encontravam na porção oriental do continente africano. Essa descoberta ofereceu maior autonomia do homem em relação à Natureza ao complexificar os hábitos alimentares e aquecer sua morada.

Além disso, o uso de madeira, pedras, marfim e ossos possibilitaram a fabricação dos primeiros instrumentos domésticos e de caça. O uso de lascas de pedra se tornou bastante recorrente, fazendo do Período Paleolítico também conhecido como “Idade da Pedra Lascada”. No período Paleolítico Superior, o clima terrestre sofreu uma grande transformação que causou diversas geadas na porção norte do continente europeu.

Nessa mesma época, ocorreram vários deslocamentos humanos que ampliaram as regiões de ocupação humana pelo mundo. Depois desse período de glaciações, o Homo sapiens moderno realizava a caça de animais de grande porte (renas e mamutes) através da invenção de diferentes armadilhas. Além disso, as primeiras pinturas rupestres representavam cenas cotidianas e animais da época.

Evolucionismo.


 Teoria da Evolução    Entende-se por evolução a adaptação dos seres vivos às alterações ocorridas no meio ambiente. Esta adaptação foi bastante discutida no século XVIII, pois acreditavam numa doutrina chamada fixismo. Esta dizia que as espécies eram criadas pelo Ser Divino assim como são sob forma imutável não podendo assim evoluir.  Apesar de Jean-Baptiste Lamarck apresentar a primeira teoria a fim de explicar o evolucionismo, foi Charles Darwin, no século XIX, quem provocou inúmeras discussões e indecisões a cerca do fixismo, fazendo com que admitissem as transformações ocorridas nos seres vivos por causa das alterações do meio ambiente que acontecem constantemente.  Os fósseis, a partir deste período, tornaram-se importantíssimos para o estudo evolucionista, já que podem comprovar a evolução de inúmeras espécies de seres vivos apresentando organismos simples de um determinado período que aparece em outro com características mais complexas, mostrando as alterações ocorridas ao longo do tempo.  Na medida em que o evolucionismo se espalhava, vários cientistas tentavam explicar este processo, o que originou inúmeras teorias, onde se destacava o Lamarckismo e o Darwinismo.  Por causa da evolução, os seres vivos foram ganhando novas características e herdando outras, e estas transformações que ocorrem ao longo do tempo são estudadas pela genética que procura respostas acerca da origem das características e da transmissão para outras gerações. Descobriu-se que as transformações (mutações) que acontecem no DNA originam as alterações nas características dos seres vivos. Novas características, porém, surgem quando ocorrem variações isoladas no DNA, criando uma recombinação genética.
Teoria da Evolução

Entende-se por evolução a adaptação dos seres vivos às alterações ocorridas no meio ambiente. Esta adaptação foi bastante discutida no século XVIII, pois acreditavam numa doutrina chamada fixismo. Esta dizia que as espécies eram criadas pelo Ser Divino assim como são sob forma imutável não podendo assim evoluir.
Apesar de Jean-Baptiste Lamarck apresentar a primeira teoria a fim de explicar o evolucionismo, foi Charles Darwin, no século XIX, quem provocou inúmeras discussões e indecisões a cerca do fixismo, fazendo com que admitissem as transformações ocorridas nos seres vivos por causa das alterações do meio ambiente que acontecem constantemente.
Os fósseis, a partir deste período, tornaram-se importantíssimos para o estudo evolucionista, já que podem comprovar a evolução de inúmeras espécies de seres vivos apresentando organismos simples de um determinado período que aparece em outro com características mais complexas, mostrando as alterações ocorridas ao longo do tempo.
Na medida em que o evolucionismo se espalhava, vários cientistas tentavam explicar este processo, o que originou inúmeras teorias, onde se destacava o Lamarckismo e o Darwinismo.
Por causa da evolução, os seres vivos foram ganhando novas características e herdando outras, e estas transformações que ocorrem ao longo do tempo são estudadas pela genética que procura respostas acerca da origem das características e da transmissão para outras gerações. Descobriu-se que as transformações (mutações) que acontecem no DNA originam as alterações nas características dos seres vivos. Novas características, porém, surgem quando ocorrem variações isoladas no DNA, criando uma recombinação genética.

Criacionismo


 Criacionismo: uma explicação do mundo encontrada em diferentes civilizações.    A origem do homem e do mundo são duas questões que ocuparam a mente do homem nas mais diversas culturas e tempos históricos. Afinal de contas, a nossa existência e a das coisas que nos rodeiam se deram de que maneira? De fato, essa é uma questão complexa e, por isso, ganhou uma gama de respostas que não poderiam ser simplesmente comportadas em um único texto. Entretanto, podemos dar especial destaque sobre os princípios e implicações da chamada teoria criacionista.   Conceitualmente, o criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Sem dúvida, essa teoria ganhou espaço em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu muito antes que o discurso científico viesse a tratar dessa mesma questão. Nos mais diferentes contextos culturais, temos a elaboração de um mito criacionista capaz de nos revelar interessantes concepções sobre a civilização que o produziu.   Entre os egípcios havia a crença de que antes do mundo surgir existiam somente as trevas e a chamada “água primordial” (o que faz clara referência ao Rio Nilo). A partir dessa água primordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes responsáveis pela criação dos ares, das terras e do céu. Na mitologia grega, o criacionismo seria fruto dos filhos gerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da união de Urano (céu) e Gaia (terra) que o mundo teria surgido.   Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo Ocidental foi instituída pelas religiões judaico-cristãs. O chamado criacionismo bíblico relata que Deus teria feito a terra em sete dias. No primeiro dia teria construído o universo e a Terra. No segundo e no terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os primeiros seres vivos e a separação do dia e da noite. No sexto e último dia, surgiram os demais animais e o homem.   Com o surgimento da teoria evolutiva, muitos passam a criticar sistematicamente as teorias criacionistas e passaram a considerá-las uma espécie de pensamento falso. Em contrapartida, muitos criacionistas passaram a advogar em defesa do Neocriacionismo, teoria onde a vida teria sido atribuída por um ser superior que abriu portas para que todo o processo evolutivo acontecesse. A partir dessas disputas, vemos ciência e religião se colocarem em campos de forte oposição.   Entretanto, podemos colocar as duas terias em grau de importância equivalente ao admitirmos que ciência e religião possuem grande importância no interior de muitas culturas. Dessa maneira, antes de detrair alguma destas teorias, seria interessante encará-las como formas de interpretação distintas do mundo, sem necessariamente colocar em disputa o alcance de uma verdade absoluta. Pautadas em princípios distintos, criação e evolução podem coexistir no campo de debates desse assunto milenar.
Criacionismo: uma explicação do mundo encontrada em diferentes civilizações.

A origem do homem e do mundo são duas questões que ocuparam a mente do homem nas mais diversas culturas e tempos históricos. Afinal de contas, a nossa existência e a das coisas que nos rodeiam se deram de que maneira? De fato, essa é uma questão complexa e, por isso, ganhou uma gama de respostas que não poderiam ser simplesmente comportadas em um único texto. Entretanto, podemos dar especial destaque sobre os princípios e implicações da chamada teoria criacionista.

Conceitualmente, o criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Sem dúvida, essa teoria ganhou espaço em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu muito antes que o discurso científico viesse a tratar dessa mesma questão. Nos mais diferentes contextos culturais, temos a elaboração de um mito criacionista capaz de nos revelar interessantes concepções sobre a civilização que o produziu.

Entre os egípcios havia a crença de que antes do mundo surgir existiam somente as trevas e a chamada “água primordial” (o que faz clara referência ao Rio Nilo). A partir dessa água primordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes responsáveis pela criação dos ares, das terras e do céu. Na mitologia grega, o criacionismo seria fruto dos filhos gerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da união de Urano (céu) e Gaia (terra) que o mundo teria surgido.

Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo Ocidental foi instituída pelas religiões judaico-cristãs. O chamado criacionismo bíblico relata que Deus teria feito a terra em sete dias. No primeiro dia teria construído o universo e a Terra. No segundo e no terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os primeiros seres vivos e a separação do dia e da noite. No sexto e último dia, surgiram os demais animais e o homem.

Com o surgimento da teoria evolutiva, muitos passam a criticar sistematicamente as teorias criacionistas e passaram a considerá-las uma espécie de pensamento falso. Em contrapartida, muitos criacionistas passaram a advogar em defesa do Neocriacionismo, teoria onde a vida teria sido atribuída por um ser superior que abriu portas para que todo o processo evolutivo acontecesse. A partir dessas disputas, vemos ciência e religião se colocarem em campos de forte oposição.

Entretanto, podemos colocar as duas terias em grau de importância equivalente ao admitirmos que ciência e religião possuem grande importância no interior de muitas culturas. Dessa maneira, antes de detrair alguma destas teorias, seria interessante encará-las como formas de interpretação distintas do mundo, sem necessariamente colocar em disputa o alcance de uma verdade absoluta. Pautadas em princípios distintos, criação e evolução podem coexistir no campo de debates desse assunto milenar.

A Evolução do Homem


 Os diversos estágios conhecidos do processo evolutivo que deu origem à espécie humana.    De acordo com diversas pesquisas cientificas, o aparecimento dos primeiros ancestrais do homem surgiu a cerca de 3,5 – 4 milhões de anos atrás. Os primeiros hominídeos pertenciam ao gênero Australopithecus e se diferenciavam dos demais primatas por conta de sua postura ereta, locomoção bípede e uma arcada mais próxima da atual espécie humana. Apesar de ser considerado o primeiro ancestral humano, não existe um estudo conclusivo sobre a escala evolutiva.  Segundo alguns estudos, os sucessores do Australopithecus foram os Homo habilis (2,4 milhões de anos) e o Homo erectus, o qual haveria surgido há aproximadamente 1,8 milhões de anos atrás. O seu maxilar apresentaria uma consistência maior e seus dentes seriam mais largos. Além disso, tinha uma caixa craniana de maior porte e uma postura mais ereta. Segundo consta, este teria habitado regiões diversas da África e da Ásia como o Java, China, Etiópia e Tanzânia.  A partir do processo evolutivo sofrido por esse último espécime, haveria surgido o chamado Homo sapiens, uma espécie da qual descenderia o Homo neanderthalensis. Este integrante do processo evolutivo humano teria vivido entre 230 e 30 mil anos atrás. De acordo com os estudos a seu respeito, o neanderthalensis produzia armas e utensílios com maior sofisticação e realizavam rituais funerários simples. Durante algum tempo, teria vivido juntamente como o Homo sapiens moderno.  Este último corresponde a nossa espécie e teria surgido no planeta há cerca de 150 mil anos atrás. De acordo com os estudos sobre esse último estágio da escala evolutiva, o Homo sapiens moderno teve a incrível capacidade de se espalhar em outras regiões do mundo em um relativo curto espaço de tempo. Aproveitando das conquistas consolidadas por seus ancestrais, teve a capacidade de desenvolver a linguagem, dominar o fogo e construir instrumentos diversos.  Com a interrupção desse processo, dava-se início a outros processos que empreenderiam a formação de manifestações e organizações sociais mais completas. Depois disso, ocorreriam as transformações que encerrariam o extenso Período Paleolítico, que termina em 8000 a.C.. Logo em seguida, ocorreria o desenvolvimento do Período Neolítico (8000 a.C. – 5000 a.C.) e a Idade dos Metais, que vai de 5000 a.C. até o surgimento da escrita, que encerra a Pré-história.
Os diversos estágios conhecidos do processo evolutivo que deu origem à espécie humana.

De acordo com diversas pesquisas cientificas, o aparecimento dos primeiros ancestrais do homem surgiu a cerca de 3,5 – 4 milhões de anos atrás. Os primeiros hominídeos pertenciam ao gênero Australopithecus e se diferenciavam dos demais primatas por conta de sua postura ereta, locomoção bípede e uma arcada mais próxima da atual espécie humana. Apesar de ser considerado o primeiro ancestral humano, não existe um estudo conclusivo sobre a escala evolutiva.

Segundo alguns estudos, os sucessores do Australopithecus foram os Homo habilis (2,4 milhões de anos) e o Homo erectus, o qual haveria surgido há aproximadamente 1,8 milhões de anos atrás. O seu maxilar apresentaria uma consistência maior e seus dentes seriam mais largos. Além disso, tinha uma caixa craniana de maior porte e uma postura mais ereta. Segundo consta, este teria habitado regiões diversas da África e da Ásia como o Java, China, Etiópia e Tanzânia.

A partir do processo evolutivo sofrido por esse último espécime, haveria surgido o chamado Homo sapiens, uma espécie da qual descenderia o Homo neanderthalensis. Este integrante do processo evolutivo humano teria vivido entre 230 e 30 mil anos atrás. De acordo com os estudos a seu respeito, o neanderthalensis produzia armas e utensílios com maior sofisticação e realizavam rituais funerários simples. Durante algum tempo, teria vivido juntamente como o Homo sapiens moderno.

Este último corresponde a nossa espécie e teria surgido no planeta há cerca de 150 mil anos atrás. De acordo com os estudos sobre esse último estágio da escala evolutiva, o Homo sapiens moderno teve a incrível capacidade de se espalhar em outras regiões do mundo em um relativo curto espaço de tempo. Aproveitando das conquistas consolidadas por seus ancestrais, teve a capacidade de desenvolver a linguagem, dominar o fogo e construir instrumentos diversos.

Com a interrupção desse processo, dava-se início a outros processos que empreenderiam a formação de manifestações e organizações sociais mais completas. Depois disso, ocorreriam as transformações que encerrariam o extenso Período Paleolítico, que termina em 8000 a.C.. Logo em seguida, ocorreria o desenvolvimento do Período Neolítico (8000 a.C. – 5000 a.C.) e a Idade dos Metais, que vai de 5000 a.C. até o surgimento da escrita, que encerra a Pré-história.

A Guerra Fria.



Socialismo x Capitalismo: o conflito central que marcou o desenvolvimento da Guerra Fria.

Encerrada a Segunda Guerra Mundial, observamos que o colapso do totalitarismo abriu portas para que Estados Unidos e União Soviética tomassem frente à reorganização do cenário político internacional. Uma primeira demonstração da cisão entre esses dois blocos apareceu na própria ocupação da Alemanha, quando os dois países citados disputaram palmo a palmo o território germânico. Com a construção do muro de Berlim, presenciamos a materialização dessa disputa.

Mais do que duas nações, Estados Unidos e União Soviética representaram o antagonismo entre dois modos de organização da sociedade, da economia e das relações políticas. Sendo assim, a chamada “guerra fria” simbolizou o enfrentamento dessas duas ideologias fomentadas pelo suporte ideológico dos valores de ordem socialista e capitalista. Além disso, devemos destacar que a “guerra fria” ganhou esse nome por não ter havido um confronto direto entre soviéticos e norte-americanos.

Na verdade, ao longo dessa época, a Guerra Fria se desenvolveu através de ações governamentais pelos líderes de cada bloco, cada um interessado em expor a hegemonia do sistema que representava. Desse modo, filmes, cartazes, textos e outras manifestações foram vistos como um modo de propagandear a visão de mundo de cada um dos blocos. Apesar de significativas, tais manifestações culturais não encerraram a questão do desenvolvimento da guerra fria.

Visando manter a hegemonia em suas áreas de interesse, os envolvidos na Guerra Fria montaram grandes planos de ajuda financeira para auxiliar as nações que sofreram os efeitos e perdas decorrentes da Segunda Guerra Mundial. Entre os norte-americanos, o Plano Marshall determinou o envio de dinheiro para nações da Europa Ocidental e do Continente Americano. Já na União Soviética, o Comecon estabelecia os mesmos objetivos com os países integrados ao socialismo.

Além de tais recursos, os blocos desse sistema bipolar se envolveram em questões políticas que estavam relacionadas à expansão e à retração do capitalismo ou do socialismo ao redor do mundo. Sendo assim, a Guerra Fria foi marcada pela intervenção ou o auxílio militar de exércitos que defendiam o interesse ideológico do bloco que representavam. A Guerra da Coreia, a Revolução Chinesa, a Guerra do Vietnã e a própria Revolução Cubana expuseram a ação capitalista e socialista em tal situação.

Nessas situações de conflito indireto, acontecia paralelamente uma corrida tecnológica e armamentista que também demarcou o auge dessa disputa. O desenvolvimento de armas nucleares, o anúncio de novas tecnologias de destruição, o aprimoramento de armamento militar, a ampliação de exércitos e até a exploração espacial figuravam nesse outro braço da disputa dos blocos. Sendo assim, a Guerra Fria determinou o gasto de quantias exorbitantes.

Por volta da década de 1970, observamos que essa tensão passou a se enfraquecer com a assinatura de acordos que estabeleciam a distensão da corrida armamentista. Logo em seguida, o colapso da economia soviética determinou a realização de mudanças estruturais na economia da grande nação socialista. Ao fim da década de 1980, a crise do socialismo soviético e a queda do Muro de Berlim demarcaram historicamente a desintegração do bloco socialista e o fim da Guerra Fria.

Guerra dos Seis Dias.


Moshe Dayan, líder das forças israelenses na Guerra dos Seis Dias

Logo após a formação do Estado de Israel, os palestinos passaram a sofrer com as tensões e disputas recorrentes a esse complicado processo de ocupação territorial. Mediante o aval das grandes potências econômicas e bélicas do mundo, os israelenses obtiveram o privilégio de controlar parte do território palestino. Dessa maneira, desde 1949, a região da Palestina se transformou em um cenário onde as hostilidades e conflitos entre judeus e árabes se tornaram bastante comuns.

Impossibilitados de fazer frente ao amplo apoio internacional angariado pelo novo Estado judeu, os palestinos criaram um movimento que reivindicava a criação de um Estado Palestino. O Al Fatah, teve entre seus principais articuladores a classe média palestina que foi obrigada a se retirar da região por conta do clima de intensa disputa e guerra. O termo fatah, que em árabe significa “guerra santa” ou “luta armada” também faz referência às iniciais do Movimento para a Libertação da Palestina.

Liderado por Yasser Arafat (1929 – 2004), o Al Fatah ampliou seu número de filiados e se mostrou uma ameaça contra as pretensões expansionistas dos israelenses. Utilizando de táticas terroristas, os palestinos questionavam a hegemonia judaica na região. Essa situação conflituosa piorou quando, em 1966, a Síria resolveu apoiar os palestinos. Buscando reprimir a mobilização dos povos árabes, as forças aéreas de Israel realizaram um ataque à Jordânia, em 1967.

Após a investida israelense, o Egito colocou suas Forças Armadas prontas para o combate. Em maio daquele mesmo ano, a Jordânia e a Síria estabeleceram um Acordo de Defesa Mútua com o governo egípcio. Em resposta, Israel promoveu um ataque surpresa às forças egípcias. A tática surpreendeu os egípcios, que foram rendidos em menos de uma semana. Nesse mesmo conflito, a superioridade militar israelense subjugou as tropas jordanianas e sírias. No fim da guerra, Israel conseguiu ampliar seus territórios ao conquistar a Península do Sinai (repatriada ao Egito, em 1982), a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.

Guerra de Troia.


 O Cavalo de Troia A guerra de Troia, luta entre gregos e troianos, foi narrada por Homero na sua obra Ilíada. Até que ponto podemos acreditar na história da guerra de Troia narrada por Homero? Sabemos que Homero não foi contemporâneo ao conflito, ou seja, não presenciou a guerra. Ele escreveu a Ilíada mais de 400 anos depois dos combates, baseando-se nos relatos orais da sociedade em que viveu.  Estudos arqueológicos, antigos (do século XIX) e recentes (de 1993), confirmaram a existência da cidade de Troia: “Já no final do século 19, pesquisas conduzidas na Turquia levaram à descoberta de Tróia. A existência da cidade estava, então, comprovada. E, recentemente, novas escavações permitiram mais revelações” (ARANHA, 2005, p. 23). Segundo o arqueólogo Manfred Korfmann, “esqueletos humanos, inscrições de cerâmica e as próprias muralhas da cidade comprovam que Tróia foi atacada diversas vezes em um curto período de tempo, vindo a sucumbir completamente” (KORFMANN apud ARANHA, 2005, p. 23).  Comprovada a existência da cidade de Troia, que se encontrava nas redondezas da atual Istambul, na Turquia, podemos inferir que a guerra existiu. Porém, ao lermos a obra Ilíada, percebemos com clareza que os relatos não são fidedignos com o que aconteceu na cidade. Homero escreveu em sua obra, “como era típico da cultura grega da época, relatos históricos com narrativas míticas. Mas a história que ele conta é verossímil, apesar de ser muito difícil separar o joio do trigo” (MARSHALL apud ARANHA, 2005, p. 23).     Feitas essas considerações sobre a guerra de Troia, podemos analisar o evento com um olhar que confirma a verdade da guerra e que separa o real do fantástico, do imaginário.  Segundo Homero, os conflitos entre gregos e troianos tiveram início por causa de algumas desventuras amorosas. Helena, esposa do rei espartano Menelau, foi raptada por Páris, filho do soberano de Troia. Páris havia se apaixonado por Helena, quando visitara a Grécia; a paixão foi tão intensa que o troiano levou Helena raptada para Troia.  A coragem de Páris provocou uma ira enorme em Menelau, que havia ficado sem sua esposa Helena. Rapidamente, Menelau e seu irmão Agamêmnon, rei de Micenas, reuniram todos os guerreiros espartanos e micênicos e partiram rumo a Troia para resgatar Helena.  Depois de dez anos de duro cerco, os gregos conseguiram adentrar a cidade de Troia. Segundo os relatos de Homero, os gregos construíram um enorme cavalo de madeira e o deixaram às portas da cidade. Os troianos aceitaram o presente, achando que se tratava de uma proposta de paz dos gregos.  Após ter aceitado o presente, os troianos colocaram o cavalo de madeira dentro da cidade. Porém, não sabiam que no interior do cavalo estavam escondidos soldados gregos. Aquela noite foi entendida pelos troianos como um momento de paz. Por esse motivo, festejaram e beberam bastante. No momento em que os troianos foram dormir, os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e abriram os portões da cidade para o exército grego, que invadiu, saqueou e dominou Troia, decretando o fim de mais de dez anos de cerco à cidade.  A história da guerra de Troia, com o cavalo de madeira grego, dado como “presente” aos troianos, deu origem ao dito popular “presente de grego”, um presente falso, com outras intenções.  _____________________________________________________________________________________ ARANHA, Carla. ‘Gregos X Troianos: Uma luta de homens e deuses’. In: Revista Aventuras na História – Guerras da Antiguidade. Século 20 a.C. – Século 16. Edição 3, Janeiro, 2005, p. 23 e 24. Coleção: Grandes Guerras.
O Cavalo de Troia
A guerra de Troia, luta entre gregos e troianos, foi narrada por Homero na sua obra Ilíada. Até que ponto podemos acreditar na história da guerra de Troia narrada por Homero? Sabemos que Homero não foi contemporâneo ao conflito, ou seja, não presenciou a guerra. Ele escreveu a Ilíada mais de 400 anos depois dos combates, baseando-se nos relatos orais da sociedade em que viveu.
Estudos arqueológicos, antigos (do século XIX) e recentes (de 1993), confirmaram a existência da cidade de Troia: “Já no final do século 19, pesquisas conduzidas na Turquia levaram à descoberta de Tróia. A existência da cidade estava, então, comprovada. E, recentemente, novas escavações permitiram mais revelações” (ARANHA, 2005, p. 23). Segundo o arqueólogo Manfred Korfmann, “esqueletos humanos, inscrições de cerâmica e as próprias muralhas da cidade comprovam que Tróia foi atacada diversas vezes em um curto período de tempo, vindo a sucumbir completamente” (KORFMANN apud ARANHA, 2005, p. 23).
Comprovada a existência da cidade de Troia, que se encontrava nas redondezas da atual Istambul, na Turquia, podemos inferir que a guerra existiu. Porém, ao lermos a obra Ilíada, percebemos com clareza que os relatos não são fidedignos com o que aconteceu na cidade. Homero escreveu em sua obra, “como era típico da cultura grega da época, relatos históricos com narrativas míticas. Mas a história que ele conta é verossímil, apesar de ser muito difícil separar o joio do trigo” (MARSHALL apud ARANHA, 2005, p. 23).   
Feitas essas considerações sobre a guerra de Troia, podemos analisar o evento com um olhar que confirma a verdade da guerra e que separa o real do fantástico, do imaginário.
Segundo Homero, os conflitos entre gregos e troianos tiveram início por causa de algumas desventuras amorosas. Helena, esposa do rei espartano Menelau, foi raptada por Páris, filho do soberano de Troia. Páris havia se apaixonado por Helena, quando visitara a Grécia; a paixão foi tão intensa que o troiano levou Helena raptada para Troia.
A coragem de Páris provocou uma ira enorme em Menelau, que havia ficado sem sua esposa Helena. Rapidamente, Menelau e seu irmão Agamêmnon, rei de Micenas, reuniram todos os guerreiros espartanos e micênicos e partiram rumo a Troia para resgatar Helena.
Depois de dez anos de duro cerco, os gregos conseguiram adentrar a cidade de Troia. Segundo os relatos de Homero, os gregos construíram um enorme cavalo de madeira e o deixaram às portas da cidade. Os troianos aceitaram o presente, achando que se tratava de uma proposta de paz dos gregos.
Após ter aceitado o presente, os troianos colocaram o cavalo de madeira dentro da cidade. Porém, não sabiam que no interior do cavalo estavam escondidos soldados gregos. Aquela noite foi entendida pelos troianos como um momento de paz. Por esse motivo, festejaram e beberam bastante. No momento em que os troianos foram dormir, os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e abriram os portões da cidade para o exército grego, que invadiu, saqueou e dominou Troia, decretando o fim de mais de dez anos de cerco à cidade.
A história da guerra de Troia, com o cavalo de madeira grego, dado como “presente” aos troianos, deu origem ao dito popular “presente de grego”, um presente falso, com outras intenções.
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ARANHA, Carla. ‘Gregos X Troianos: Uma luta de homens e deuses’. In: Revista Aventuras na História – Guerras da Antiguidade. Século 20 a.C. – Século 16. Edição 3, Janeiro, 2005, p. 23 e 24. Coleção: Grandes Guerras.

As fontes históricas


 O trabalho do historiador com as fontes sofreu grandes mudanças ao longo do tempo.    Quando observamos a organização do tempo e das informações históricas em um livro didático, mal pensamos sobre todo o processo que envolveu a fabricação daquele material disponível para estudo. O passado, enquanto objeto de estudo, não está devidamente organizado e analisado em todas as suas dimensões. Para que seja possível conhecê-lo, o historiador tem que sair em busca dos vestígios que possam fornecer informações e respostas ao seu exercício de investigação.  Sob tal aspecto, notamos que o historiador deve estar à procura constante e regular de fontes que viabilizem o seu contato com as experiências que já se consumaram ao longo do tempo. Fora desse tipo de ação, a pesquisa histórica fica sujeita à produção de suposições e julgamentos que fogem ao compromisso do historiador em conferir voz ao tempo que ele observa e pesquisa. Sendo assim, as fontes históricas aparecem como elementos de suma importância em tal caminhada.  Ao contrário do que possa parecer, o reconhecimento e uso de uma determinada fonte histórica não é naturalmente realizado por aqueles que se colocam em busca do passado. Dependendo dos interesses e influências que marcam a trajetória do historiador, notamos que as fontes históricas podem ser empregadas ou não em seu trabalho. Desse modo, entendemos que nenhum historiador terá a capacidade ou disposição de esgotar o uso de todas as possíveis fontes relacionadas a um determinado evento ou tema.  Durante muito tempo, os historiadores acreditavam que o passado não poderia ser reconhecido para fora das fontes escritas oficiais. Tal critério, que perdurou até o século XIX, chegou a determinar que o tempo em que a escrita não fora dominada pelo homem ou as sociedades que não dominavam tal técnica não poderiam ter o seu passado escrito. Sendo assim, o trabalho de vários historiadores esteve preso aos documentos ou fontes escritas.  No século passado, a ação de outros historiadores e o desenvolvimento de novas formas de estudo foi gradativamente revelando que o conjunto de fontes a serem trabalhadas pelo historiador pode muito bem extrapolar o mundo letrado. A partir de então, fontes de natureza, visual, oral e sonora foram incorporadas ao conjunto de compreensão do passado. Com isso, observamos que determinados temas históricos tiveram a sua discussão renovada e ampliada para outros patamares.  Logicamente, não podemos deixar de frisar que o uso de diferentes fontes empreendeu o reconhecimento de novos desafios ao ofício do historiador. Em contrapartida, ofereceu ao historiador e ao público interessado uma oportunidade de renovar e determinar o crescimento da produção técnica, científica e didática sobre o assunto. De fato, o século XX foi marcado por um volume de publicações de temas históricos nunca antes observados em qualquer outro tempo.
O trabalho do historiador com as fontes sofreu grandes mudanças ao longo do tempo.

Quando observamos a organização do tempo e das informações históricas em um livro didático, mal pensamos sobre todo o processo que envolveu a fabricação daquele material disponível para estudo. O passado, enquanto objeto de estudo, não está devidamente organizado e analisado em todas as suas dimensões. Para que seja possível conhecê-lo, o historiador tem que sair em busca dos vestígios que possam fornecer informações e respostas ao seu exercício de investigação.
Sob tal aspecto, notamos que o historiador deve estar à procura constante e regular de fontes que viabilizem o seu contato com as experiências que já se consumaram ao longo do tempo. Fora desse tipo de ação, a pesquisa histórica fica sujeita à produção de suposições e julgamentos que fogem ao compromisso do historiador em conferir voz ao tempo que ele observa e pesquisa. Sendo assim, as fontes históricas aparecem como elementos de suma importância em tal caminhada.
Ao contrário do que possa parecer, o reconhecimento e uso de uma determinada fonte histórica não é naturalmente realizado por aqueles que se colocam em busca do passado. Dependendo dos interesses e influências que marcam a trajetória do historiador, notamos que as fontes históricas podem ser empregadas ou não em seu trabalho. Desse modo, entendemos que nenhum historiador terá a capacidade ou disposição de esgotar o uso de todas as possíveis fontes relacionadas a um determinado evento ou tema.
Durante muito tempo, os historiadores acreditavam que o passado não poderia ser reconhecido para fora das fontes escritas oficiais. Tal critério, que perdurou até o século XIX, chegou a determinar que o tempo em que a escrita não fora dominada pelo homem ou as sociedades que não dominavam tal técnica não poderiam ter o seu passado escrito. Sendo assim, o trabalho de vários historiadores esteve preso aos documentos ou fontes escritas.
No século passado, a ação de outros historiadores e o desenvolvimento de novas formas de estudo foi gradativamente revelando que o conjunto de fontes a serem trabalhadas pelo historiador pode muito bem extrapolar o mundo letrado. A partir de então, fontes de natureza, visual, oral e sonora foram incorporadas ao conjunto de compreensão do passado. Com isso, observamos que determinados temas históricos tiveram a sua discussão renovada e ampliada para outros patamares.
Logicamente, não podemos deixar de frisar que o uso de diferentes fontes empreendeu o reconhecimento de novos desafios ao ofício do historiador. Em contrapartida, ofereceu ao historiador e ao público interessado uma oportunidade de renovar e determinar o crescimento da produção técnica, científica e didática sobre o assunto. De fato, o século XX foi marcado por um volume de publicações de temas históricos nunca antes observados em qualquer outro tempo.

Período Neolítico.


A Revolução Neolítica marcou o desenvolvimento da agricultura entre os povos pré-históricos.

Há 20 mil anos, as sociedades coletoras da Antigüidade tinham acumulado uma ampla bagagem material. Os homens pré-históricos já distinguiam os tipos de animais e plantas a serem consumidos pelas comunidades. Novos instrumentos passaram a ser construídos e o trabalho de transformação das pedras ganhou maior sofisticação. As primeiras manifestações religiosas começaram a se desenvolver juntamente com a criação das primeiras divindades.

No desenrolar de milênios as comunidades neolíticas sofreram uma importante mudança. Há cerca de 12 mil anos, a agricultura surgiu e foi sendo disseminada por toda Europa nos 6 mil anos próximos. O domínio de técnicas agrícolas estabeleceu um novo padrão de vida calcado na disponibilidade regular de alimentos. Os grupos nômades passaram a se fixar em regiões com terras férteis disponíveis e construíram as primeiras moradias a partir do barro, pedra e madeira. Ao mesmo tempo, a domesticação de animais começou a ser praticada.

Segundo algumas especulações científicas, as primeiras comunidades a viverem da agricultura e do pastoreio surgiram na região do Crescente Fértil. Fixada nas extensões de terra entre o Rio Nilo e os rios Tigre e Eufrates, essa região foi o possível local de origem dessas mudanças que designaram a chamada Revolução Neolítica. No Crescente Fértil, pequenas famílias formavam clãs que, com seu incremento populacional, formaram as primeiras tribos da região. Sem contarem com um líder político, as decisões eram tomadas coletivamente.

Posteriormente, essas primeiras tribos passaram a ser comandadas por um patriarca. Liderando a população tribal, o patriarca garantia a organização das colheitas e garantia a proteção da aldeia contra o possível ataque de outros povos. As colheitas eram preparadas com a força de trabalho de todos os indivíduos. A divisão social do trabalho era inexistente. A economia possuía um caráter eminentemente subsistente, impossibilitando o acúmulo de excedentes.

As técnicas agrícolas desenvolvidas foram se tornando mais complexas. O domínio sobre os períodos de chuva e estiagem, as técnicas de irrigação e o invento do arado-semeador aumentaram significativamente a produção agrícola. Com isso, as populações aumentaram e as primeiras trocas comerciais começaram a surgir a partir dos excedentes gerados pelas melhores colheitas. Com isso, as primeiras diferenciações sócio-econômicas surgiam no interior dessas sociedades.

Esparta e Atenas


 Sólon (Atenas) e Licurgo (Esparta): diferentes ideias políticas no Mundo Grego    Ao estudarmos a Grécia Antiga, temos uma falsa impressão sobre a organização dessa civilização clássica. Em geral, os livros didáticos falam repetidamente sobre as características da Grécia como se tratassem de um povo dotado de características comuns. No entanto, ao conhecermos sua organização política descentralizada, acabamos tendo fortes indícios de que, dentro do “mundo grego”, existiam povos com diferentes costumes e tradições.  Nesse sentido, a comparação entre as cidades-Estado de Esparta e Atenas nos oferece um quadro de contrastes muito interessante; dessa forma, podemos entender a diversidade cultural encontrada dentro desse território. As formas de concepção do mundo, os papéis desempenhados pelos sujeitos sociais, as instituições políticas, valores e tradições desses dois povos são de grande utilidade para que possamos, assim, apagar a impressão de que existe um povo grego marcado pela mesma cultura.  No que diz respeito às instituições políticas, depois da adoção dos regimes monárquico e aristocrático, em Atenas criou-se uma forma de governo democrática. Mesmo sendo considerado um “governo do povo”, aqueles que participavam da democracia ateniense correspondiam a menos de 20% da população. Já em Esparta, as questões políticas eram de obrigação de um conjunto de 28 homens, maiores de 60 anos, que formavam a Gerúsia. Além disso, existiam dois reis, que formavam a chamada Diarquia. As funções desses reis eram ligadas às questões religiosas e militares.  O papel desempenhado por homens e mulheres nas sociedades ateniense e espartana também tinha suas especificidades. Em Esparta, as mulheres recebiam uma rigorosa educação física e psicológica. Além disso, elas participavam das reuniões públicas, disputavam competições esportivas e administravam o patrimônio familiar. Em contrapartida, a cultura ateniense restringia suas mulheres ao mundo doméstico. A docilidade e a submissão ao pai e ao marido eram valores repassados às mulheres atenienses.  A questão educacional nas duas cidades também apresentava diferenças entre si. As instituições atenienses se preocupavam em desenvolver um equilíbrio entre mente e corpo. Dessa forma, a educação buscava conciliar a saúde física e o debate filosófico. Já em Esparta, dada sua intensa tradição militarista, privilegiava-se o treinamento do corpo. Os jovens espartanos aprendiam a escrever aquilo que era estritamente necessário. Dessa forma, o cidadão espartano deveria ser forte e resistente, um indivíduo apto para as batalhas militares.  Com toda certeza, não poderíamos julgar quais dessas duas diferentes culturas do mundo clássico foi mais “desenvolvida” ou “sofisticada”. Nem mesmo poderíamos concluir que os atenienses eram simples antíteses dos espartanos. As diferenças entre as experiências vividas por Atenas e Esparta podem nos explicar tantos contrastes. Dessa forma, as comparações aqui desenvolvidas apenas nos dão uma amostra da riqueza dos costumes, tradições e histórias que envolveram as cidades-Estado do Mundo Grego.
Sólon (Atenas) e Licurgo (Esparta): diferentes ideias políticas no Mundo Grego

Ao estudarmos a Grécia Antiga, temos uma falsa impressão sobre a organização dessa civilização clássica. Em geral, os livros didáticos falam repetidamente sobre as características da Grécia como se tratassem de um povo dotado de características comuns. No entanto, ao conhecermos sua organização política descentralizada, acabamos tendo fortes indícios de que, dentro do “mundo grego”, existiam povos com diferentes costumes e tradições.

Nesse sentido, a comparação entre as cidades-Estado de Esparta e Atenas nos oferece um quadro de contrastes muito interessante; dessa forma, podemos entender a diversidade cultural encontrada dentro desse território. As formas de concepção do mundo, os papéis desempenhados pelos sujeitos sociais, as instituições políticas, valores e tradições desses dois povos são de grande utilidade para que possamos, assim, apagar a impressão de que existe um povo grego marcado pela mesma cultura.

No que diz respeito às instituições políticas, depois da adoção dos regimes monárquico e aristocrático, em Atenas criou-se uma forma de governo democrática. Mesmo sendo considerado um “governo do povo”, aqueles que participavam da democracia ateniense correspondiam a menos de 20% da população. Já em Esparta, as questões políticas eram de obrigação de um conjunto de 28 homens, maiores de 60 anos, que formavam a Gerúsia. Além disso, existiam dois reis, que formavam a chamada Diarquia. As funções desses reis eram ligadas às questões religiosas e militares.

O papel desempenhado por homens e mulheres nas sociedades ateniense e espartana também tinha suas especificidades. Em Esparta, as mulheres recebiam uma rigorosa educação física e psicológica. Além disso, elas participavam das reuniões públicas, disputavam competições esportivas e administravam o patrimônio familiar. Em contrapartida, a cultura ateniense restringia suas mulheres ao mundo doméstico. A docilidade e a submissão ao pai e ao marido eram valores repassados às mulheres atenienses.

A questão educacional nas duas cidades também apresentava diferenças entre si. As instituições atenienses se preocupavam em desenvolver um equilíbrio entre mente e corpo. Dessa forma, a educação buscava conciliar a saúde física e o debate filosófico. Já em Esparta, dada sua intensa tradição militarista, privilegiava-se o treinamento do corpo. Os jovens espartanos aprendiam a escrever aquilo que era estritamente necessário. Dessa forma, o cidadão espartano deveria ser forte e resistente, um indivíduo apto para as batalhas militares.

Com toda certeza, não poderíamos julgar quais dessas duas diferentes culturas do mundo clássico foi mais “desenvolvida” ou “sofisticada”. Nem mesmo poderíamos concluir que os atenienses eram simples antíteses dos espartanos. As diferenças entre as experiências vividas por Atenas e Esparta podem nos explicar tantos contrastes. Dessa forma, as comparações aqui desenvolvidas apenas nos dão uma amostra da riqueza dos costumes, tradições e histórias que envolveram as cidades-Estado do Mundo Grego.

Guerra da Bósnia


 Guerra da Bósnia, fruto da intolerância política e o ódio étnico-religioso.    Alvo de disputas de longa data, a Região dos Bálcãs sofre ainda hoje com os conflitos e guerras que se originam na diversidade étnica, cultural e religiosa daquela região. No ano de 1929, a criação do Estado Iugoslavo colocou esse conjunto de nações unidas sobre a égide do governo repressor de Alexandre I.   Com a intervenção do expansionismo nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, os croatas conseguiram criar um estado independente naquela região. Com o declínio do regime nazista e o processo de polarização política observado no pós-Segunda Guerra, os comunistas e monarquistas entraram em choque. Desse conflito, temos a realização do processo de reorganização da Iugoslávia.   Sob a liderança do general Broz Tito, esse novo Estado conduziu um governo personalista onde práticas ditatoriais e ações de natureza aparentemente socialista fizeram seu governo perdurar até o início dos anos 80. Com sua morte, vários movimentos nacionalistas exigiram a construção de diversas repúblicas independentes na região balcânica.   Em 1989, o presidente sérvio Slobodan Milosevic passou a defender a reintegração política dos territórios da Eslovênia e da Croácia à Iugoslávia. Além disso, o dirigente sérvio desejava anular o processo de independência que fez, desde 1960, o Kosovo uma região independente. No fim da década de 1990, a queda do regime socialista potencializou ainda mais os movimentos favoráveis ao separatismo. A independência da Croácia e da Eslovênia, em 1991, foi logo retaliada por tropas sérvias. Em abril de 1992, o governo sérvio criou a República Federal da Iugoslávia, formada pela Sérvia, Montenegro e a porção muçulmana do Kosovo.   Entre 1992 e 1995, a repressão iugoslava contra os separatistas sagrou um período de extrema violência e perseguição étnico-religiosa contra bósnios muçulmanos e croatas. Essa situação conflituosa acabou quando o Acordo de Paz de Dayton estabeleceu os limites da soberania territorial sérvia. Em 1997, Milosevic tornou-se presidente da nova República da Iugoslávia.   No ano subseqüente, um grupo de origem albanesa passou a controlar parte do território kosovar buscando desanexá-lo do domínio iugoslavo. As tropas da Iugoslávia realizaram um verdadeiro massacre contra os separatistas. Em meio a essas constantes lutas, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) resolveu impor uma forte ofensiva militar contra os sérvios para que, dessa forma, encerrasse o estado de guerra na região.   Em 2000, novas eleições poderiam transformar os destinos da região dos Bálcãs. Muitos apostavam que a saída de Milosevic do poder seria um importante passo para que os conflitos territoriais fossem resolvidos de maneira pacífica. No entanto, após alegação de fraude, o Parlamento sérvio decidiu preservar o mandato de Slobodan Milosevic. Insatisfeitos com tal manobra política, milhares de sérvios exigiram o fim do governo Slobodan.   No ano de 2001, Milosevic foi preso acusado de má administração dos recursos públicos e prática de crimes de guerra. Julgado e condenado pelo Tribunal Internacional de Haia, Milosevic faleceu na cadeia, em março de 2006. Em 2003, a Iugoslávia se transformou em Sérvia e Montenegro. Três anos depois, no plebiscito de maio de 2006, a população montenegrina decidiu tornar-se independente da Sérvia.   Ainda hoje, o Kosovo é uma região de disputas políticas. Algumas nações, como a Rússia e a atual Sérvia, alegam que a independência kosovar se mostra uma grande ameaça à preservação territorial russa ou serviria de incentivo a outros focos de tensão separatista da Europa.
Guerra da Bósnia, fruto da intolerância política e o ódio étnico-religioso.

Alvo de disputas de longa data, a Região dos Bálcãs sofre ainda hoje com os conflitos e guerras que se originam na diversidade étnica, cultural e religiosa daquela região. No ano de 1929, a criação do Estado Iugoslavo colocou esse conjunto de nações unidas sobre a égide do governo repressor de Alexandre I.

Com a intervenção do expansionismo nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, os croatas conseguiram criar um estado independente naquela região. Com o declínio do regime nazista e o processo de polarização política observado no pós-Segunda Guerra, os comunistas e monarquistas entraram em choque. Desse conflito, temos a realização do processo de reorganização da Iugoslávia.

Sob a liderança do general Broz Tito, esse novo Estado conduziu um governo personalista onde práticas ditatoriais e ações de natureza aparentemente socialista fizeram seu governo perdurar até o início dos anos 80. Com sua morte, vários movimentos nacionalistas exigiram a construção de diversas repúblicas independentes na região balcânica.

Em 1989, o presidente sérvio Slobodan Milosevic passou a defender a reintegração política dos territórios da Eslovênia e da Croácia à Iugoslávia. Além disso, o dirigente sérvio desejava anular o processo de independência que fez, desde 1960, o Kosovo uma região independente. No fim da década de 1990, a queda do regime socialista potencializou ainda mais os movimentos favoráveis ao separatismo. A independência da Croácia e da Eslovênia, em 1991, foi logo retaliada por tropas sérvias. Em abril de 1992, o governo sérvio criou a República Federal da Iugoslávia, formada pela Sérvia, Montenegro e a porção muçulmana do Kosovo.

Entre 1992 e 1995, a repressão iugoslava contra os separatistas sagrou um período de extrema violência e perseguição étnico-religiosa contra bósnios muçulmanos e croatas. Essa situação conflituosa acabou quando o Acordo de Paz de Dayton estabeleceu os limites da soberania territorial sérvia. Em 1997, Milosevic tornou-se presidente da nova República da Iugoslávia.

No ano subseqüente, um grupo de origem albanesa passou a controlar parte do território kosovar buscando desanexá-lo do domínio iugoslavo. As tropas da Iugoslávia realizaram um verdadeiro massacre contra os separatistas. Em meio a essas constantes lutas, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) resolveu impor uma forte ofensiva militar contra os sérvios para que, dessa forma, encerrasse o estado de guerra na região.

Em 2000, novas eleições poderiam transformar os destinos da região dos Bálcãs. Muitos apostavam que a saída de Milosevic do poder seria um importante passo para que os conflitos territoriais fossem resolvidos de maneira pacífica. No entanto, após alegação de fraude, o Parlamento sérvio decidiu preservar o mandato de Slobodan Milosevic. Insatisfeitos com tal manobra política, milhares de sérvios exigiram o fim do governo Slobodan.

No ano de 2001, Milosevic foi preso acusado de má administração dos recursos públicos e prática de crimes de guerra. Julgado e condenado pelo Tribunal Internacional de Haia, Milosevic faleceu na cadeia, em março de 2006. Em 2003, a Iugoslávia se transformou em Sérvia e Montenegro. Três anos depois, no plebiscito de maio de 2006, a população montenegrina decidiu tornar-se independente da Sérvia.

Ainda hoje, o Kosovo é uma região de disputas políticas. Algumas nações, como a Rússia e a atual Sérvia, alegam que a independência kosovar se mostra uma grande ameaça à preservação territorial russa ou serviria de incentivo a outros focos de tensão separatista da Europa.

Guerras Mundiais (História).


Na seção Guerras Mundiais, os leitores poderão fazer uma emocionante viagem pelo tempo e pela história, desde visitas ao mundo antigo (Antiguidade oriental e Antiguidade clássica), passando pela Idade Média, ancorando nos portos europeus durante a Idade Moderna e embarcando com portugueses, espanhóis, franceses e ingleses rumo ao “Novo Mundo”, até chegar à América. Continuando, percorreremos a Idade Contemporânea e finalizaremos nossa viagem nos dias atuais.
Nesta seção, é possível percorrer mais de cinco mil anos de história para compreender aspectos e características fundamentais dos nossos antepassados e para perceber que as guerras e os conflitos entre os seres humanos existem desde o período que o homem começou a se sociabilizar, ou seja, a conviver em sociedade.
Nossos leitores terão a oportunidade de conhecer mais sobre o surgimento dos primeiros exércitos, das táticas e das estratégias de guerras, do desenvolvimento dos armamentos e dos instrumentos de guerra, desde o machado de pedra na pré-história até os armamentos químicos, biológicos e nucleares dos séculos XX e XXI.
Iremos perpassar, em nossa viagem, pelas guerras e conflitos da antiga Mesopotâmia, do Egito antigo, da Grécia antiga (onde veremos aspectos e características da Guerra de Troia e da Guerra do Peloponeso) e da civilização Romana (onde nos depararemos com as Guerras Púnicas e com a expansão e conquistas do Império Romano).
Durante a Idade Média, a viagem continua pela Guerra dos Cem Anos e pelos conflitos por posses de terras. Na Idade Contemporânea percorreremos os caminhos dos revolucionários franceses no ano de 1789 até às conquistas napoleônicas. No século XIX, daremos ênfase ao Imperialismo e ao Neocolonialismo europeu e ao domínio da Ásia e da África.
A partir do século XX, as histórias das guerras começaram a ter mudanças significativas, pois as guerras passaram a ser mais letais, com a introdução de novas tecnologias bélicas. Dentro desse contexto, analisaremos a Primeira Guerra Mundial, posteriormente a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, as descolonizações africanas e asiáticas, os conflitos no Oriente Médio e a chamada “Primavera dos povos árabes”, que está acontecendo nos dias atuais.

Tratado de Tordesilhas




 Tordesilhas: o tratado que garantiu as pretensões coloniais portuguesas.  Em 1492, o navegador genovês Cristóvão Colombo realizou uma das maiores descobertas realizadas no período das grandes navegações. Financiado pelos recursos da Coroa Espanhola, esse navegador anunciou a descoberta de terras a oeste. Tal feito acabou inserindo o reino espanhol no processo de expansão marítimo-comercial que, desde o início daquele século, já havia propiciado significativas conquistas para o Império Português ao longo de todo século XV.  Com a ascensão dos espanhóis na exploração de novas terras, o clima de disputa com os portugueses se acirrou. Para que um conflito de maiores proporções fosse evitado, o papa Alexandre VI foi convocado para negociar os limites de exploração colonial entre essas duas potências europeias. Inicialmente, Portugal buscava garantir seu monopólio na costa africana e a Espanha preocupava-se em legitimar a exploração nas terras localizadas a oeste.  No ano de 1493, o papa então anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns historiadores, essa mudança de ideia era um forte indício de que os portugueses tinham conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos espanhóis. Séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de ideia dos lusitanos.  Buscando evitar o desgaste de um conflito militar, os espanhóis aceitaram a revisão dos acordos com uma nova intermediação do papa. Com isso, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494. Nesse novo acerto ficava estabelecida a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil.  Pouco tempo depois, as determinações desse tratado seriam questionadas pelas outras nações europeias que iniciavam seu processo de expansão marítima. Diversos monarcas não aceitavam o fato de a divisão ter se restringido aos países ibéricos. Os franceses, por exemplo, passaram a organizar expedições marítimas para o Brasil em sinal do não reconhecimento do tratado. As nações que protestaram contra, na verdade, reivindicavam o princípio de posse útil da terra para legitimar a exploração colonial.  Mediante tal proposta, os portugueses se viram forçados a intensificar os mecanismos de controle e dominação sobre seus territórios. A partir de 1530, Portugal enviou Martinho Afonso para as terras brasileiras, com o objetivo de fundar o primeiro centro de exploração colonial. Em contrapartida, expedições inglesas e francesas buscaram terras na região norte do continente americano.
Tordesilhas: o tratado que garantiu as pretensões coloniais portuguesas.

Em 1492, o navegador genovês Cristóvão Colombo realizou uma das maiores descobertas realizadas no período das grandes navegações. Financiado pelos recursos da Coroa Espanhola, esse navegador anunciou a descoberta de terras a oeste. Tal feito acabou inserindo o reino espanhol no processo de expansão marítimo-comercial que, desde o início daquele século, já havia propiciado significativas conquistas para o Império Português ao longo de todo século XV.

Com a ascensão dos espanhóis na exploração de novas terras, o clima de disputa com os portugueses se acirrou. Para que um conflito de maiores proporções fosse evitado, o papa Alexandre VI foi convocado para negociar os limites de exploração colonial entre essas duas potências europeias. Inicialmente, Portugal buscava garantir seu monopólio na costa africana e a Espanha preocupava-se em legitimar a exploração nas terras localizadas a oeste.

No ano de 1493, o papa então anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns historiadores, essa mudança de ideia era um forte indício de que os portugueses tinham conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos espanhóis. Séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de ideia dos lusitanos.

Buscando evitar o desgaste de um conflito militar, os espanhóis aceitaram a revisão dos acordos com uma nova intermediação do papa. Com isso, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494. Nesse novo acerto ficava estabelecida a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil.

Pouco tempo depois, as determinações desse tratado seriam questionadas pelas outras nações europeias que iniciavam seu processo de expansão marítima. Diversos monarcas não aceitavam o fato de a divisão ter se restringido aos países ibéricos. Os franceses, por exemplo, passaram a organizar expedições marítimas para o Brasil em sinal do não reconhecimento do tratado. As nações que protestaram contra, na verdade, reivindicavam o princípio de posse útil da terra para legitimar a exploração colonial.

Mediante tal proposta, os portugueses se viram forçados a intensificar os mecanismos de controle e dominação sobre seus territórios. A partir de 1530, Portugal enviou Martinho Afonso para as terras brasileiras, com o objetivo de fundar o primeiro centro de exploração colonial. Em contrapartida, expedições inglesas e francesas buscaram terras na região norte do continente americano.

domingo, 9 de junho de 2013

Movimento operário no século XIX.


 Movimento operário no século XIX: à esquerda, o anarquista Bakunin; e à direita, o comunista Marx Com a aceleração da industrialização, a crescente concentração de capital e a formação de grandes monopólios no século XIX, diversos países europeus (como a Inglaterra, a França e a Alemanha) se destacaram com o fortalecimento de suas economias. A industrialização trouxe consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim, uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na Europa.  A partir da ascensão do sistema capitalista (industrialização, formação de mercados, bancos, comércios), ocorreu a ascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, os trabalhadores das indústrias capitalistas. Consequentemente, surgiram as relações sociais entre donos das fábricas (exploradores) e trabalhadores das fábricas (explorados) que permearam o dia a dia das indústrias.  Dessas relações nem um pouco amistosas entre capitalistas e trabalhadores surgiram na Inglaterra dois movimentos, os ludistas e os cartistas, que tinham um objetivo em comum: encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos operários, principalmente o desemprego (decorrente da introdução nas fábricas de máquinas que substituíram diversas forças de trabalho humana). Tanto ludistas quanto cartistas reivindicavam, através de ações (como a quebra de maquinarias das indústrias), o retorno ao emprego dos trabalhadores desempregados.  Outra forma de reivindicação operária que não surtiu tanto efeito foi a tentativa de alcançar melhores condições de trabalho solicitando-as ao governo. Geralmente o poder público não atendia a essas reivindicações, pois o próprio governo era dono de indústrias.  Com o decorrer das décadas, o capitalismo foi agregando novas feições, a sociedade passou por crescentes transformações e, assim, os operários necessitavam articular novas formas de lutar por suas causas. Dessa maneira, surgiram os movimentos socialistas, a partir da organização dos trabalhadores.  Os principais movimentos socialistas que surgiram no século XIX foram o anarquismo e o comunismo. Segundo as ideias anarquistas, os operários somente iriam melhorar as condições de vida se o Estado e todas as formas de poder fossem extintas. Daí, temos as seguintes observações, tanto o anarquismo quanto o comunismo pautavam suas metas em transformações sociais profundas, não solicitavam somente mudanças nas relações entre patrões e trabalhadores.  Os anarquistas acreditavam que toda forma de exploração dos seres humanos teria um fim a partir do momento em que a sociedade se organizasse sem autoridade, sem gestores, sem escola, sem polícia, ou seja, sem quaisquer outras instituições estatais.  Para os comunistas, a situação de exploração capitalista acabaria somente quando os operários assumissem o poder estatal, ou seja, o controle do Estado. A partir daí, então, criariam novos valores sociais para aumentar a qualidade de vida da sociedade, acabando, dessa maneira, com a exploração capitalista.  O movimento operário se consolidou e se organizou fundamentalmente no século XIX. A luta trabalhadora havia apenas começado.
Movimento operário no século XIX: à esquerda, o anarquista Bakunin; e à direita, o comunista Marx
Com a aceleração da industrialização, a crescente concentração de capital e a formação de grandes monopólios no século XIX, diversos países europeus (como a Inglaterra, a França e a Alemanha) se destacaram com o fortalecimento de suas economias. A industrialização trouxe consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim, uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na Europa.
A partir da ascensão do sistema capitalista (industrialização, formação de mercados, bancos, comércios), ocorreu a ascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, os trabalhadores das indústrias capitalistas. Consequentemente, surgiram as relações sociais entre donos das fábricas (exploradores) e trabalhadores das fábricas (explorados) que permearam o dia a dia das indústrias.
Dessas relações nem um pouco amistosas entre capitalistas e trabalhadores surgiram na Inglaterra dois movimentos, os ludistas e os cartistas, que tinham um objetivo em comum: encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos operários, principalmente o desemprego (decorrente da introdução nas fábricas de máquinas que substituíram diversas forças de trabalho humana). Tanto ludistas quanto cartistas reivindicavam, através de ações (como a quebra de maquinarias das indústrias), o retorno ao emprego dos trabalhadores desempregados.
Outra forma de reivindicação operária que não surtiu tanto efeito foi a tentativa de alcançar melhores condições de trabalho solicitando-as ao governo. Geralmente o poder público não atendia a essas reivindicações, pois o próprio governo era dono de indústrias.
Com o decorrer das décadas, o capitalismo foi agregando novas feições, a sociedade passou por crescentes transformações e, assim, os operários necessitavam articular novas formas de lutar por suas causas. Dessa maneira, surgiram os movimentos socialistas, a partir da organização dos trabalhadores.
Os principais movimentos socialistas que surgiram no século XIX foram o anarquismo e o comunismo. Segundo as ideias anarquistas, os operários somente iriam melhorar as condições de vida se o Estado e todas as formas de poder fossem extintas. Daí, temos as seguintes observações, tanto o anarquismo quanto o comunismo pautavam suas metas em transformações sociais profundas, não solicitavam somente mudanças nas relações entre patrões e trabalhadores.
Os anarquistas acreditavam que toda forma de exploração dos seres humanos teria um fim a partir do momento em que a sociedade se organizasse sem autoridade, sem gestores, sem escola, sem polícia, ou seja, sem quaisquer outras instituições estatais.
Para os comunistas, a situação de exploração capitalista acabaria somente quando os operários assumissem o poder estatal, ou seja, o controle do Estado. A partir daí, então, criariam novos valores sociais para aumentar a qualidade de vida da sociedade, acabando, dessa maneira, com a exploração capitalista.
O movimento operário se consolidou e se organizou fundamentalmente no século XIX. A luta trabalhadora havia apenas começado.

Cartismo.


William Lovett: um dos mais expressivos líderes do movimento cartista.

A Revolução Industrial foi responsável por um nível de desenvolvimento material nunca antes observado em nenhum outro tipo de sistema econômico. Entretanto, seus altos índices de desenvolvimento foram sustentados por uma exploração da força de trabalho que afetou diretamente a classe operária. Entre os séculos XVIII e XIX as condições de vida dos operários eram terríveis, sendo que muitos deles trabalhavam por longas jornadas e não tinham nenhum tipo de amparo ou garantia.

Essa situação de miséria e exploração foi inicialmente percebida na Inglaterra, país em que as primeiras indústrias adotaram essa forma de uso da mão-de-obra operária. Não por acaso, foi no mesmo “berço da revolução industrial” que as primeiras ações reivindicatórias do operariado ganharam força. Nas primeiras décadas do século XIX, temos vários relatos sobre protestos onde o operariado britânico buscava superar as dificuldades e problemas que assolavam seu cotidiano.

Nos anos de 1830, um movimento de trabalhadores começou a se organizar com o intuito de exigir melhores condições de vida, o aumento dos salários e a diminuição da carga horária. Para tanto, passaram a defender uma ampliação do direito ao voto para a escolha dos representantes parlamentares. Tal reivindicação teve maior expressão a partir de 1832, quando a “Reform Act” ampliou o direito ao voto para os homens adultos de classe média; e os pequenos e médios proprietários de terra.

O afastamento dos trabalhadores no processo eleitoral britânico motivou muitos deles a participar do movimento cartista. A primeira expressiva ação tomada pelo cartismo se deu graças à atuação de William Lovett e Feargus O’Connor que, em 1838, ofereceram ao Parlamento Britânico uma petição conhecida como “Carta do Povo”. No documento, defendiam a criação do voto secreto, igualdade de direitos eleitorais, abolição do voto censitário e remuneração dos parlamentares.

No ano de 1848, a luta do cartismo ganhou novo fôlego com a preparação de uma grande manifestação operária. Estimando a mobilização de aproximadamente 500 mil trabalhadores, os líderes cartistas esperavam finalmente pressionar o Parlamento no sentido de atender suas principais demandas. Contudo, a manifestação agendada para o dia 10 de abril daquele ano, acabou tendo um volume insatisfatório por causa de uma grande tempestade que tomou conta da capital britânica.

Apesar de seus planos frustrados, o cartismo teve grande importância para que as questões e problemas da classe trabalhadora ganhassem maior presença política. Logo depois de sua existência, diversas leis trabalhistas foram criadas no intuito de combater a exploração da força de trabalho e mediar as relações entre os operários e a burguesia industrial.

Fábricas e o tempo do relógio.


Fábricas e o tempo do relógio   Nas sociedades industriais, o “tempo é dinheiro” Com a acentuação da industrialização propiciada pela Segunda Fase da Revolução Industrial, no século XIX, e a inserção de novas tecnologias no meio social (trem a vapor, barco a vapor, automóvel, telefone, entre outros), os países europeus (principalmente a Inglaterra, a França e a Alemanha) tiveram uma modificação em suas paisagens urbanas com a inserção de um número cada vez maior de fábricas e operários, juntamente com o rápido crescimento das cidades. As transformações aconteceram na esfera urbana e no cotidiano das cidades. As fábricas trouxeram uma nova maneira de usar o tempo: o chamado “tempo das fábricas”, isto é, o tempo do relógio, das horas, permeado pelas relações de produção nas fábricas, onde prevaleceu o tempo do trabalho, da alimentação e do descanso. Antes do surgimento das fábricas, as pessoas não conviviam com o tempo normatizado do relógio; e as orientações temporais eram realizadas pelas observações naturais (pelo Sol e estações do ano). Portanto, com o surgimento das fábricas, e a partir da necessidade de controlar o tempo da produção de mercadorias, o controle social do tempo passou a ser efetivado para regular o trabalho dos operários nas fábricas. Foi assim que surgiu o “tempo do relógio”. O tempo da sociedade foi regularizado com a divisão dos dias em 24 quatros partes iguais. A nova concepção de tempo foi confirmada e efetivada primeiramente nas cidades. Dessa maneira, com o desenvolvimento urbano, permitiu-se o controle do uso do tempo, ou seja, com as práticas comerciais, a organização da vida passou a ser ritmada pelas horas.    Com isso, o relógio consolidou-se como forma de organizar e regular o tempo. Contudo, em algumas sociedades prevaleceu o tempo da igreja, guiado pelo sino, pela oração e pela calma e longa duração; ao contrário do tempo laico, prevalecente nas sociedades industriais, onde o tempo é organizado matematicamente pelo relógio e movimentado pelos negócios industriais e comerciais. A partir de então surgiram as expressões: “Tempo é dinheiro”, “O tempo é precioso” e “É preciso ganhar tempo”. O relógio passou a ser o elo entre o tempo e a sociedade industrial. Além disso, regulou a vida privada e pública das populações inseridas nesse processo.
Nas sociedades industriais, o “tempo é dinheiro”
Com a acentuação da industrialização propiciada pela Segunda Fase da Revolução Industrial, no século XIX, e a inserção de novas tecnologias no meio social (trem a vapor, barco a vapor, automóvel, telefone, entre outros), os países europeus (principalmente a Inglaterra, a França e a Alemanha) tiveram uma modificação em suas paisagens urbanas com a inserção de um número cada vez maior de fábricas e operários, juntamente com o rápido crescimento das cidades.
As transformações aconteceram na esfera urbana e no cotidiano das cidades. As fábricas trouxeram uma nova maneira de usar o tempo: o chamado “tempo das fábricas”, isto é, o tempo do relógio, das horas, permeado pelas relações de produção nas fábricas, onde prevaleceu o tempo do trabalho, da alimentação e do descanso.
Antes do surgimento das fábricas, as pessoas não conviviam com o tempo normatizado do relógio; e as orientações temporais eram realizadas pelas observações naturais (pelo Sol e estações do ano).
Portanto, com o surgimento das fábricas, e a partir da necessidade de controlar o tempo da produção de mercadorias, o controle social do tempo passou a ser efetivado para regular o trabalho dos operários nas fábricas. Foi assim que surgiu o “tempo do relógio”.
O tempo da sociedade foi regularizado com a divisão dos dias em 24 quatros partes iguais. A nova concepção de tempo foi confirmada e efetivada primeiramente nas cidades. Dessa maneira, com o desenvolvimento urbano, permitiu-se o controle do uso do tempo, ou seja, com as práticas comerciais, a organização da vida passou a ser ritmada pelas horas.   
Com isso, o relógio consolidou-se como forma de organizar e regular o tempo. Contudo, em algumas sociedades prevaleceu o tempo da igreja, guiado pelo sino, pela oração e pela calma e longa duração; ao contrário do tempo laico, prevalecente nas sociedades industriais, onde o tempo é organizado matematicamente pelo relógio e movimentado pelos negócios industriais e comerciais. A partir de então surgiram as expressões: “Tempo é dinheiro”, “O tempo é precioso” e “É preciso ganhar tempo”.
O relógio passou a ser o elo entre o tempo e a sociedade industrial. Além disso, regulou a vida privada e pública das populações inseridas nesse processo.

Transformações no mundo do trabalho.


 À esquerda, Frederick Taylor; e à direita, Henry Ford. Ao fundo, a linha de montagem na fábrica de automóvel Ford No final do século XIX e início do século XX, a indústria fabril estava em ascensão. No entanto, os proprietários dessas indústrias precisavam racionalizar sua linha de produção. Para isso, deveriam controlar com mais afinco o tempo dos operários durante o trabalho, no sentido de otimizar esse tempo, com o qual o trabalhador produziria mais produtos, no mesmo tempo trabalhado. Outra questão que necessitou de mudança foi a redução nos custos da produção, no intuito de aumentar o lucro dos capitalistas.  A partir de então, os proprietários das indústrias passaram a pesquisar novos métodos para aplicar nas linhas de produção, almejando alcançar a racionalização da produção de mercadorias para a obtenção de maiores lucros.  Ainda no século XIX, o engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915) estudou cautelosamente os serviços prestados pelos trabalhadores nas fábricas. A partir desses estudos, Taylor propôs um novo método nas linhas de produção: em vez de um trabalhador desempenhar várias funções na produção de mercadorias, ele implantou a divisão do trabalho, em que cada operário desempenharia uma única e repetitiva tarefa.  Com a ascensão do método de divisão de trabalho nas fábricas, desenvolvido por Taylor, que passaria a ser chamado de taylorismo, grandes proprietários de indústrias passaram a implantar esse método em suas fábricas. A fábrica de automóveis de Henry Ford (1863-1947) foi uma das primeiras a executar o taylorismo através das linhas de montagem.  As linhas de montagem da fábrica Ford de automóveis consistia em uma esteira em movimento: vários operários se encontravam distribuídos em diversas partes da esteira. Assim, a produção seria executada com o veículo deslocando-se pela esteira. Em cada parte da produção teria um trabalhador para exercer uma função específica, por exemplo: um determinado trabalhador ficaria somente responsável por montar as rodas do carro. Essas linhas de montagem ficaram conhecidas como modo de produção fordista, que prevaleceu até a década de 1970, aumentando a produção durante o mesmo tempo de trabalho dos operários.    De acordo com Henry Ford, as indústrias economizariam no processo de montagem de suas mercadorias, para conseguir vendê-los a preços menores. Os operários, dentro da lógica de montagem fordista, exerceriam trabalhos cada vez mais mecanizados, não necessitariam de tanta qualificação para desempenhar os serviços nas fábricas, e, consequentemente, teriam seus salários reduzidos em relação a sua menor qualificação.
À esquerda, Frederick Taylor; e à direita, Henry Ford. Ao fundo, a linha de montagem na fábrica de automóvel Ford
No final do século XIX e início do século XX, a indústria fabril estava em ascensão. No entanto, os proprietários dessas indústrias precisavam racionalizar sua linha de produção. Para isso, deveriam controlar com mais afinco o tempo dos operários durante o trabalho, no sentido de otimizar esse tempo, com o qual o trabalhador produziria mais produtos, no mesmo tempo trabalhado. Outra questão que necessitou de mudança foi a redução nos custos da produção, no intuito de aumentar o lucro dos capitalistas.
A partir de então, os proprietários das indústrias passaram a pesquisar novos métodos para aplicar nas linhas de produção, almejando alcançar a racionalização da produção de mercadorias para a obtenção de maiores lucros.
Ainda no século XIX, o engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915) estudou cautelosamente os serviços prestados pelos trabalhadores nas fábricas. A partir desses estudos, Taylor propôs um novo método nas linhas de produção: em vez de um trabalhador desempenhar várias funções na produção de mercadorias, ele implantou a divisão do trabalho, em que cada operário desempenharia uma única e repetitiva tarefa.
Com a ascensão do método de divisão de trabalho nas fábricas, desenvolvido por Taylor, que passaria a ser chamado de taylorismo, grandes proprietários de indústrias passaram a implantar esse método em suas fábricas. A fábrica de automóveis de Henry Ford (1863-1947) foi uma das primeiras a executar o taylorismo através das linhas de montagem.
As linhas de montagem da fábrica Ford de automóveis consistia em uma esteira em movimento: vários operários se encontravam distribuídos em diversas partes da esteira. Assim, a produção seria executada com o veículo deslocando-se pela esteira. Em cada parte da produção teria um trabalhador para exercer uma função específica, por exemplo: um determinado trabalhador ficaria somente responsável por montar as rodas do carro. Essas linhas de montagem ficaram conhecidas como modo de produção fordista, que prevaleceu até a década de 1970, aumentando a produção durante o mesmo tempo de trabalho dos operários.  
De acordo com Henry Ford, as indústrias economizariam no processo de montagem de suas mercadorias, para conseguir vendê-los a preços menores. Os operários, dentro da lógica de montagem fordista, exerceriam trabalhos cada vez mais mecanizados, não necessitariam de tanta qualificação para desempenhar os serviços nas fábricas, e, consequentemente, teriam seus salários reduzidos em relação a sua menor qualificação.

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