segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Como a vida de Nikola Tesla pode inspirar a sua.

"Deixe o futuro dizer a verdade e avaliar cada um de acordo com seu trabalho. O presente é deles; o futuro, pelo qual eu realmente trabalhei, é meu"

"Deixe o futuro dizer a verdade e avaliar cada um de acordo com seu trabalho. O presente é deles; o futuro, pelo qual eu realmente trabalhei, é meu"   (Redação/Wikimedia Commons)   Brilhantismo é uma das marcas da genialidade. Mas ele acaba sendo ofuscado quando não temos conta de uma qualidade tão importante quanto, senão maior: o equilíbrio. Nikola Tesla é possivelmente o exemplo mais eloquente disso.  Não resta dúvida de que se tratava de um dos mais visionários inventores de que já se teve notícia. Tinha uma compreensão refinada dos fenômenos físicos que o levava a conceber aparatos tecnológicos que estavam muito adiante de seu tempo e que, hoje sabemos, são absolutamente viáveis. Não era uma questão de imaginação. Tesla compreendia a natureza e sabia, de antemão, o que podia ser realizado. Nesse sentido, como ele mesmo, de forma muito amarga, declarou, seu proceder era muito diferente do de seu principal rival, Thomas Edison.  Contudo, Tesla nunca teve suficiente equilíbrio para separar o que estava ao alcance no momento e o que só poderia vir com o futuro. Seu desenvolvimento inicial da corrente alternada – que hoje sustenta a nossa civilização ávida por energia elétrica, algo que não pode de modo algum ser menosprezado – só chegou a termo porque resultou de um equilíbrio entre a defesa da corrente contínua por Edison, de um lado, e sua apaixonada convicção a respeito de seu próprio sistema, financiado pelo poderoso magnata George Westinghouse. Ironicamente, foi a presença de Edison do outro lado da gangorra que fez com que a atitude em geral desequilibrada de Tesla produzisse um resultado concreto. O inventor sérvio-americano nunca teve postura contemporizadora, mas o sistema como um todo estava em equilíbrio.  Uma vez vencida a “guerra das correntes”, o resto da carreira de Tesla – diferentemente da de Edison – se resumiu a ideias. Algumas até demonstradas, mas nenhuma efetivamente concretizada. Por quê? Provavelmente porque faltou a capacidade de “ler” as situações e planejar com inteligência a evolução de seus conceitos rumo à aplicação prática. Em resumo, faltou equilíbrio.  Tesla sempre foi afoito e tinha uma postura megalomaníaca – provavelmente fruto do conhecimento, nunca muito saudável, de que ele era de fato genial. Convencido disso, não sabia temperar suas próprias ideias, fazer a distinção entre o que sabia e o que achava, entre o que era possível e o que era provável. Faltou equilíbrio. Não adianta ser a mente mais poderosa da face da Terra se você não entende que o mundo lá fora não é feito de gênios, nem é para gênios (ainda bem!).  O contraste entre o que o mundo lhe oferecia e o que ele acreditava incutiu a noção de que Tesla foi um gênio incompreendido, que poderia ter realizado muito mais se houvesse outros visionários a apoiá-lo. Submeto a essa noção a crítica de que foi justamente Tesla quem não soube moldar o mundo às suas ideias. Note que Edison teve o mesmo ponto de partida, senão pior: situação de pouco dinheiro, com o agravante de não ter tido nenhum tipo de educação formal, enquanto Tesla estudou, pelo menos por um tempo, como manda o figurino. Mas o que o primeiro teve e o segundo não foi um plano de ação que o permitisse ir construindo aos poucos, de forma sustentável e segura, sua visão.  Ambos realizaram notáveis transformações na sociedade. Mas certamente Tesla não teria conseguido emplacar sozinho o conceito de corrente alternada, se antes Edison não tivesse demonstrado que ter eletricidade distribuída em lares e nas ruas era importante e desejável. Tesla era o gênio, Edison o realizador. Juntos, teriam sido imbatíveis. Quis o destino que se tornassem rapidamente rivais amargos. E, entre o realizador e o gênio incompreendido, todos sabemos quem o mundo escolhe.  É razão para reflexão: estamos tendo equilíbrio em nossos projetos de vida? Cada peça faz parte de um plano mais amplo? Todas elas se encaixam com exatidão ou, pelo menos, parecem caminhar na direção de construir um único quadro? Ou, em vez disso, queremos montar o quebra-cabeça todo de uma vez, encaminhar todos nossos objetivos o mais rápido possível, se possível num passe de mágica, e crescer explosivamente, seja em termos financeiros, pessoais, seja profissionais? Essa segunda abordagem está quase certamente fadada ao fracasso, salvo por um golpe de sorte que acontece uma vez a cada milhão de anos. Para não contar com probabilidades tão baixa de sucesso, temos de ter equilíbrio. Saber que nossa trajetória sempre será feita de vitórias e derrotas, e que ambas têm seu valor no nosso eterno aprendizado em busca de uma vida feliz, plena e repleta de realizações.    Fonte: Super Interessante
(Redação/Wikimedia Commons)

Brilhantismo é uma das marcas da genialidade. Mas ele acaba sendo ofuscado quando não temos conta de uma qualidade tão importante quanto, senão maior: o equilíbrio. Nikola Tesla é possivelmente o exemplo mais eloquente disso.
Não resta dúvida de que se tratava de um dos mais visionários inventores de que já se teve notícia. Tinha uma compreensão refinada dos fenômenos físicos que o levava a conceber aparatos tecnológicos que estavam muito adiante de seu tempo e que, hoje sabemos, são absolutamente viáveis. Não era uma questão de imaginação. Tesla compreendia a natureza e sabia, de antemão, o que podia ser realizado. Nesse sentido, como ele mesmo, de forma muito amarga, declarou, seu proceder era muito diferente do de seu principal rival, Thomas Edison.
Contudo, Tesla nunca teve suficiente equilíbrio para separar o que estava ao alcance no momento e o que só poderia vir com o futuro. Seu desenvolvimento inicial da corrente alternada – que hoje sustenta a nossa civilização ávida por energia elétrica, algo que não pode de modo algum ser menosprezado – só chegou a termo porque resultou de um equilíbrio entre a defesa da corrente contínua por Edison, de um lado, e sua apaixonada convicção a respeito de seu próprio sistema, financiado pelo poderoso magnata George Westinghouse. Ironicamente, foi a presença de Edison do outro lado da gangorra que fez com que a atitude em geral desequilibrada de Tesla produzisse um resultado concreto. O inventor sérvio-americano nunca teve postura contemporizadora, mas o sistema como um todo estava em equilíbrio.
Uma vez vencida a “guerra das correntes”, o resto da carreira de Tesla – diferentemente da de Edison – se resumiu a ideias. Algumas até demonstradas, mas nenhuma efetivamente concretizada. Por quê? Provavelmente porque faltou a capacidade de “ler” as situações e planejar com inteligência a evolução de seus conceitos rumo à aplicação prática. Em resumo, faltou equilíbrio.
Tesla sempre foi afoito e tinha uma postura megalomaníaca – provavelmente fruto do conhecimento, nunca muito saudável, de que ele era de fato genial. Convencido disso, não sabia temperar suas próprias ideias, fazer a distinção entre o que sabia e o que achava, entre o que era possível e o que era provável. Faltou equilíbrio. Não adianta ser a mente mais poderosa da face da Terra se você não entende que o mundo lá fora não é feito de gênios, nem é para gênios (ainda bem!).
O contraste entre o que o mundo lhe oferecia e o que ele acreditava incutiu a noção de que Tesla foi um gênio incompreendido, que poderia ter realizado muito mais se houvesse outros visionários a apoiá-lo. Submeto a essa noção a crítica de que foi justamente Tesla quem não soube moldar o mundo às suas ideias. Note que Edison teve o mesmo ponto de partida, senão pior: situação de pouco dinheiro, com o agravante de não ter tido nenhum tipo de educação formal, enquanto Tesla estudou, pelo menos por um tempo, como manda o figurino. Mas o que o primeiro teve e o segundo não foi um plano de ação que o permitisse ir construindo aos poucos, de forma sustentável e segura, sua visão.
Ambos realizaram notáveis transformações na sociedade. Mas certamente Tesla não teria conseguido emplacar sozinho o conceito de corrente alternada, se antes Edison não tivesse demonstrado que ter eletricidade distribuída em lares e nas ruas era importante e desejável. Tesla era o gênio, Edison o realizador. Juntos, teriam sido imbatíveis. Quis o destino que se tornassem rapidamente rivais amargos. E, entre o realizador e o gênio incompreendido, todos sabemos quem o mundo escolhe.
É razão para reflexão: estamos tendo equilíbrio em nossos projetos de vida? Cada peça faz parte de um plano mais amplo? Todas elas se encaixam com exatidão ou, pelo menos, parecem caminhar na direção de construir um único quadro? Ou, em vez disso, queremos montar o quebra-cabeça todo de uma vez, encaminhar todos nossos objetivos o mais rápido possível, se possível num passe de mágica, e crescer explosivamente, seja em termos financeiros, pessoais, seja profissionais? Essa segunda abordagem está quase certamente fadada ao fracasso, salvo por um golpe de sorte que acontece uma vez a cada milhão de anos. Para não contar com probabilidades tão baixa de sucesso, temos de ter equilíbrio. Saber que nossa trajetória sempre será feita de vitórias e derrotas, e que ambas têm seu valor no nosso eterno aprendizado em busca de uma vida feliz, plena e repleta de realizações.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Nikola Tesla

O excêntrico inventor nascido na Sérvia que tornaria a distribuição de energia elétrica viável em longas distâncias.

O excêntrico inventor nascido na Sérvia que tornaria a distribuição de energia elétrica viável em longas distâncias.     Dizem que a genialidade costuma morar muito perto da loucura. Não há evidência conclusiva, mas o preceito certamente se aplicava a Nikola Tesla.  Seu feito mais concreto, entre tantos, foi ter desbancado o sistema de corrente direta (DC) de distribuição de eletricidade advogado por Thomas Edison com a corrente alternada (AC), que sairia vencedora na disputa de padrão, viabilizando o fornecimento de energia proveniente de fontes remotas – seria extremamente complicado, por exemplo, levar energia de Itaipu para a costa brasileira se não fosse a corrente alternada.  “Seu nome se tornou sinônimo de magia nos mundos intelectual, científico, social e de engenharia, e ele foi reconhecido como um inventor e descobridor de grandeza sem paralelo”, disse James J. O’Neill, amigo e biógrafo de Tesla.  Sérvio de nascimento, foi nos Estados Unidos que ele desenvolveu suas ideias mais fabulosas. Seu primeiro emprego no país foi justamente sob o comando de Edison. E foi lá que nasceram os desentendimentos entre ambos que levaram à “guerra das correntes”.  Em 1885, Tesla disse a Edison que podia redesenhar seus motores e geradores ineficientes, melhorando o desempenho. O patrão teria respondido: “Há 50 mil dólares nisso para você – se conseguir”. A empresa nem tinha um montante desses (equivalente a US$ 1,2 milhão de hoje), mas Tesla levou a sério. Quando concluiu o trabalho e foi cobrar, o chefe disse que estava brincando. “Tesla, você não entende nosso humor americano.” Deu um aumento a ele e tocou a vida. O sérvio ficou fulo e pediu demissão.  Ao sair, desenvolveu o sistema de corrente alternada e se emparceirou com George Westinghouse para popularizá-lo. E foi aí que o empregado superou o patrão. Edison mais tarde admitiria que seu único erro na carreira foi ter favorecido o sistema DC, em vez do AC.  VISÃO ALÉM DO ALCANCE  Se para Edison a genialidade era 99% transpiração e 1% inspiração, para Tesla era o contrário. Hábil com a ciência por trás dos fenômenos, ele dependia menos da prática para produzir invenções. Por isso, até ganhou a fama de futurista.  O inventor desenvolveu meios de transmitir eletricidade sem fio a dispositivos, pensou num veículo aéreo movido a propulsão iônica e foi precursor do rádio e da robótica, entre outros feitos.  Flertando igualmente com a loucura, tinha obsessão pelo número 3 e vivia recluso boa parte do tempo. Os relatos dão toda a pinta de que ele sofria de distúrbio obsessivo-compulsivo, o que certamente contribuiu para sua fama de “cientista maluco”. Ele viveu os últimos dez anos de sua vida num quarto de hotel em Nova York. Morreu em 1943, aos 86 anos.  Fonte: Super Interessante

Dizem que a genialidade costuma morar muito perto da loucura. Não há evidência conclusiva, mas o preceito certamente se aplicava a Nikola Tesla.
Seu feito mais concreto, entre tantos, foi ter desbancado o sistema de corrente direta (DC) de distribuição de eletricidade advogado por Thomas Edison com a corrente alternada (AC), que sairia vencedora na disputa de padrão, viabilizando o fornecimento de energia proveniente de fontes remotas – seria extremamente complicado, por exemplo, levar energia de Itaipu para a costa brasileira se não fosse a corrente alternada.
“Seu nome se tornou sinônimo de magia nos mundos intelectual, científico, social e de engenharia, e ele foi reconhecido como um inventor e descobridor de grandeza sem paralelo”, disse James J. O’Neill, amigo e biógrafo de Tesla.
Sérvio de nascimento, foi nos Estados Unidos que ele desenvolveu suas ideias mais fabulosas. Seu primeiro emprego no país foi justamente sob o comando de Edison. E foi lá que nasceram os desentendimentos entre ambos que levaram à “guerra das correntes”.
Em 1885, Tesla disse a Edison que podia redesenhar seus motores e geradores ineficientes, melhorando o desempenho. O patrão teria respondido: “Há 50 mil dólares nisso para você – se conseguir”. A empresa nem tinha um montante desses (equivalente a US$ 1,2 milhão de hoje), mas Tesla levou a sério. Quando concluiu o trabalho e foi cobrar, o chefe disse que estava brincando. “Tesla, você não entende nosso humor americano.” Deu um aumento a ele e tocou a vida. O sérvio ficou fulo e pediu demissão.
Ao sair, desenvolveu o sistema de corrente alternada e se emparceirou com George Westinghouse para popularizá-lo. E foi aí que o empregado superou o patrão. Edison mais tarde admitiria que seu único erro na carreira foi ter favorecido o sistema DC, em vez do AC.
VISÃO ALÉM DO ALCANCE
Se para Edison a genialidade era 99% transpiração e 1% inspiração, para Tesla era o contrário. Hábil com a ciência por trás dos fenômenos, ele dependia menos da prática para produzir invenções. Por isso, até ganhou a fama de futurista.
O inventor desenvolveu meios de transmitir eletricidade sem fio a dispositivos, pensou num veículo aéreo movido a propulsão iônica e foi precursor do rádio e da robótica, entre outros feitos.
Flertando igualmente com a loucura, tinha obsessão pelo número 3 e vivia recluso boa parte do tempo. Os relatos dão toda a pinta de que ele sofria de distúrbio obsessivo-compulsivo, o que certamente contribuiu para sua fama de “cientista maluco”. Ele viveu os últimos dez anos de sua vida num quarto de hotel em Nova York. Morreu em 1943, aos 86 anos.

Por que o espaço é escuro se o Sol está iluminando o vácuo?

Sendo que, quando eu acendo a luz do meu quarto, tudo que está lá dentro se ilumina?

Sendo que, quando eu acendo a luz do meu quarto, tudo que está lá dentro se ilumina?     Porque no vácuo o Sol não tem nada para iluminar.  Para explicar, imagine que, em vez de luz, a estrela emite bolinhas minúsculas. Isso não é tão distante da realidade, já que a luz visível e todas as demais formas de radiação eletromagnética são compostas de fótons, partículas do modelo padrão.  O seu olho só vê coisas quando essas bolinhas entram pela pupila e atingem a retina, ativando as células fotorreceptores (cones e bastonetes) que existem no fundo do globo ocular.  Se você for um astronauta no espaço aberto, olhando para o Sol – não faça isso –, ele evidentemente estará emitindo bolinhas em todas as direções. Mas você só verá as bolinhas que estiverem entrando nos seus olhos. As bolinhas que ele emite para cima, para baixo ou para os lados não serão visíveis.  Agora mude a situação. Imagine que você está em um quarto e escuro e acende a luz. Ainda há fótons que trafegam diretamente da lâmpada no teto para os seus olhos. Mas também há fótons que batem na parede e só então alcançam sua visão. Fótons que refletem nos objetos e chegam a você. Fótons que refletem no seu próprio corpo e depois penetram na sua pupila.  Como o quarto é forrado se superfícies, ele se acende completamente conforme as coisas que estão dentro dele dispersam os raios de luz que incidem sobre elas.  No espaço, os únicos objetos são planetas, e eles de fato são acesos pelo Sol. É por isso que nós somos capazes de observá-los aqui da Terra: eles refletem a luz da estrela na nossa direção. Mas o vácuo não é alguma coisa para refletir luz na nossa direção.

Porque no vácuo o Sol não tem nada para iluminar.
Para explicar, imagine que, em vez de luz, a estrela emite bolinhas minúsculas. Isso não é tão distante da realidade, já que a luz visível e todas as demais formas de radiação eletromagnética são compostas de fótons, partículas do modelo padrão.
O seu olho só vê coisas quando essas bolinhas entram pela pupila e atingem a retina, ativando as células fotorreceptores (cones e bastonetes) que existem no fundo do globo ocular.
Se você for um astronauta no espaço aberto, olhando para o Sol – não faça isso , ele evidentemente estará emitindo bolinhas em todas as direções. Mas você só verá as bolinhas que estiverem entrando nos seus olhos. As bolinhas que ele emite para cima, para baixo ou para os lados não serão visíveis.
Agora mude a situação. Imagine que você está em um quarto e escuro e acende a luz. Ainda há fótons que trafegam diretamente da lâmpada no teto para os seus olhos. Mas também há fótons que batem na parede e só então alcançam sua visão. Fótons que refletem nos objetos e chegam a você. Fótons que refletem no seu próprio corpo e depois penetram na sua pupila.
Como o quarto é forrado se superfícies, ele se acende completamente conforme as coisas que estão dentro dele dispersam os raios de luz que incidem sobre elas.
No espaço, os únicos objetos são planetas, e eles de fato são acesos pelo Sol. É por isso que nós somos capazes de observá-los aqui da Terra: eles refletem a luz da estrela na nossa direção. Mas o vácuo não é alguma coisa para refletir luz na nossa direção.

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