domingo, 29 de janeiro de 2017

Os Tipos de Nuvens.

Conheçam os mais variados tipos de formações de nuvens...
- Cirrus(CI): aspecto delicado, sedoso ou fibroso, cor branca brilhante. - Cirrocumulus(CC): delgadas, compostas de elementos muito pequenos em forma de grânulos e rugas. Indicam base de corrente de jato e turbulência. - Cirrostratus(CS): véu transparente, fino e esbranquiçado, sem ocultar o sol ou a lua, apresentam o fenômeno de halo (fotometeoro). - Altostratus (AS): camadas cinzentas ou azuladas, muitas vezes associadas a altocumulus; compostas de gotículas superesfriadas e cristais de gelo; não formam halo, encbrem o sol; precipitação leve e contínua. - Altocumulus (AC): banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, tendo geralmente sombras próprias. Constituem o chamado "céu encarneirado". - Stratus (St): muito baixas, em camadas uniformes e suaves, cor cinza; coladas à superfície é o nevoeiro; apresenta topo uniforme (ar estável) e produz chuvisco (garoa). Quando se apresentam fracionadas são chamadas fractostratus (FS). - Stratocumulus (SC): lençol contínuo ou descontínuo, de cor cinza ou esbranquiçada, tendo sempre partes escuras. Quando em vôo, há turbulência dentro da nuvem. - Nimbostratus (NS): aspecto amorfo, base difusa e baixa, muito espessa, escura ou cinzenta; produz precipitação intermitente e mais ou menos intensa. - Cumulus (Cu): contornos bem definidos, assemelham-se a couve -flor; máxima freqüencia sobre a terra de dia e sobre a água de noite. Podem ser orográficas ou térmicas (convectivas); apresentam precipitação em forma de pancadas; correntes convectivas. Quando se apresentam fraccionadas são chamadas fractocumulus (FC). As muito desenvolvidas são chamadas cumulus congestus. - Cumulonimbus (CB): nuvem de trovoada; base entre 700 e 1.500 m, com topos chegando a 24 e 35 km de altura, sendo a média entre 9 e 12 km; são formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo. Caracterizadas pela "bigorna": o topo apresenta expansão horizontal devido aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro, e é formado por cristais de gelo, sendo nuvens do tipo Cirrostratos (CS).

- Cirrus(CI): aspecto delicado, sedoso ou fibroso, cor branca brilhante.

- Cirrocumulus(CC): delgadas, compostas de elementos muito pequenos em forma de grânulos e rugas. Indicam base de corrente de jato e turbulência.

- Cirrostratus(CS): véu transparente, fino e esbranquiçado, sem ocultar o sol ou a lua, apresentam o fenômeno de halo (fotometeoro).

- Altostratus (AS): camadas cinzentas ou azuladas, muitas vezes associadas a altocumulus; compostas de gotículas superesfriadas e cristais de gelo; não formam halo, encbrem o sol; precipitação leve e contínua.

- Altocumulus (AC): banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, tendo geralmente sombras próprias. Constituem o chamado "céu encarneirado".

- Stratus (St): muito baixas, em camadas uniformes e suaves, cor cinza; coladas à superfície é o nevoeiro; apresenta topo uniforme (ar estável) e produz chuvisco (garoa). Quando se apresentam fracionadas são chamadas fractostratus (FS).

- Stratocumulus (SC): lençol contínuo ou descontínuo, de cor cinza ou esbranquiçada, tendo sempre partes escuras. Quando em vôo, há turbulência dentro da nuvem.

- Nimbostratus (NS): aspecto amorfo, base difusa e baixa, muito espessa, escura ou cinzenta; produz precipitação intermitente e mais ou menos intensa.

- Cumulus (Cu): contornos bem definidos, assemelham-se a couve -flor; máxima freqüencia sobre a terra de dia e sobre a água de noite. Podem ser orográficas ou térmicas (convectivas); apresentam precipitação em forma de pancadas; correntes convectivas. Quando se apresentam fraccionadas são chamadas fractocumulus (FC). As muito desenvolvidas são chamadas cumulus congestus.

- Cumulonimbus (CB): nuvem de trovoada; base entre 700 e 1.500 m, com topos chegando a 24 e 35 km de altura, sendo a média entre 9 e 12 km; são formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo. Caracterizadas pela "bigorna": o topo apresenta expansão horizontal devido aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro, e é formado por cristais de gelo, sendo nuvens do tipo Cirrostratos (CS).

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

NASA ajudará a construir nanossatélite brasileiro.

 As bolhas de plasma ionosférico impactam os sistemas de comunicação e de navegação, mas ainda não são bem compreendidas.[Imagem: Inpe] Bolhas de plasma ionosféricas  A NASA, agência espacial norte-americana, vai financiar o desenvolvimento de um nanossatélite para estudos de bolhas de plasma na ionosfera, que podem ter impacto nos sistemas de comunicação e navegação do planeta.  A missão Sport (Scintilation Prediction Observations Research Task ou Observações de Previsão de Cintilação) é uma parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) com o Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA.  O nanossatélite, um cubesat de aproximadamente seis quilogramas, levará instrumentos para estudar a formação de bolhas de plasma ionosféricas, que são as principais fontes de reflexões de radar na região equatorial. A missão investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma.  Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélite com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.  Nanossatélite Sport  Os instrumentos a bordo do satélite serão desenvolvidos pela NASA e por universidades dos Estados Unidos, com a participação de pesquisadores brasileiros. Já a plataforma deverá ser semelhante à do Itasat, nanossatélite universitário construído em parceria pelo ITA, Inpe e universidades brasileiras.  O lançamento será feito a partir da Estação Espacial Internacional. O cronograma prevê o início do projeto em março de 2017, sendo que o lançamento e comissionamento do satélite deverão ocorrer entre novembro de 2018 e março de 2019, com uma vida útil de um ano.   O nanossatélite deverá utilizar a mesma plataforma que o ITASAT-1. [Imagem: ITA] No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Inpe, em São José dos Campos (SP), serão feitos a montagem e os ensaios necessários para o lançamento do nanossatélite. A responsabilidade pela operação em órbita será do Centro de Controle de Satélites (CCS) do Inpe e estações brasileiras.  O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do Inpe fará o processamento, armazenamento e distribuição dos dados científicos da missão - as informações da rede de sensores de solo do Embrace na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), combinadas com os dados obtidos pelo cubesat, conferem características pioneiras à missão.  Transcendendo problemas  "A importância do nanossatélite transcende a sua aplicação científica e tecnológica, que por si só já seria suficientemente importante pela sua originalidade em combinar dados obtidos no espaço com dados obtidos pela rede de sensores do Inpe/Embrace em solo sobre a ionosfera na região da anomalia magnética.  "Esta região, devido à formação das bolhas de plasma cujas origens esta missão buscará entender, acarreta problemas de comunicação e navegação, o que dá também à missão características práticas tanto para o setor civil quanto para o de defesa", explicou o coordenador do Projeto Nanosat, Otávio Durão.  Na avaliação de Durão, essa cooperação no setor espacial pode representar o reinício de uma parceria com os EUA na área, que "em passado recente foi prejudicada por problemas na participação brasileira na construção da Estação Espacial Internacional, o maior empreendimento do mundo no setor, reunindo 16 países" - o Brasil nunca cumpriu sua parte na colaboração.
As bolhas de plasma ionosférico impactam os sistemas de comunicação e de navegação, mas ainda não são bem compreendidas.[Imagem: Inpe]
Bolhas de plasma ionosféricas
A NASA, agência espacial norte-americana, vai financiar o desenvolvimento de um nanossatélite para estudos de bolhas de plasma na ionosfera, que podem ter impacto nos sistemas de comunicação e navegação do planeta.
A missão Sport (Scintilation Prediction Observations Research Task ou Observações de Previsão de Cintilação) é uma parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) com o Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA.
O nanossatélite, um cubesat de aproximadamente seis quilogramas, levará instrumentos para estudar a formação de bolhas de plasma ionosféricas, que são as principais fontes de reflexões de radar na região equatorial. A missão investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma.
Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélite com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.
Nanossatélite Sport
Os instrumentos a bordo do satélite serão desenvolvidos pela NASA e por universidades dos Estados Unidos, com a participação de pesquisadores brasileiros. Já a plataforma deverá ser semelhante à do Itasat, nanossatélite universitário construído em parceria pelo ITA, Inpe e universidades brasileiras.
O lançamento será feito a partir da Estação Espacial Internacional. O cronograma prevê o início do projeto em março de 2017, sendo que o lançamento e comissionamento do satélite deverão ocorrer entre novembro de 2018 e março de 2019, com uma vida útil de um ano.
 As bolhas de plasma ionosférico impactam os sistemas de comunicação e de navegação, mas ainda não são bem compreendidas.[Imagem: Inpe] Bolhas de plasma ionosféricas  A NASA, agência espacial norte-americana, vai financiar o desenvolvimento de um nanossatélite para estudos de bolhas de plasma na ionosfera, que podem ter impacto nos sistemas de comunicação e navegação do planeta.  A missão Sport (Scintilation Prediction Observations Research Task ou Observações de Previsão de Cintilação) é uma parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) com o Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA.  O nanossatélite, um cubesat de aproximadamente seis quilogramas, levará instrumentos para estudar a formação de bolhas de plasma ionosféricas, que são as principais fontes de reflexões de radar na região equatorial. A missão investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma.  Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélite com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.  Nanossatélite Sport  Os instrumentos a bordo do satélite serão desenvolvidos pela NASA e por universidades dos Estados Unidos, com a participação de pesquisadores brasileiros. Já a plataforma deverá ser semelhante à do Itasat, nanossatélite universitário construído em parceria pelo ITA, Inpe e universidades brasileiras.  O lançamento será feito a partir da Estação Espacial Internacional. O cronograma prevê o início do projeto em março de 2017, sendo que o lançamento e comissionamento do satélite deverão ocorrer entre novembro de 2018 e março de 2019, com uma vida útil de um ano.   O nanossatélite deverá utilizar a mesma plataforma que o ITASAT-1. [Imagem: ITA] No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Inpe, em São José dos Campos (SP), serão feitos a montagem e os ensaios necessários para o lançamento do nanossatélite. A responsabilidade pela operação em órbita será do Centro de Controle de Satélites (CCS) do Inpe e estações brasileiras.  O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do Inpe fará o processamento, armazenamento e distribuição dos dados científicos da missão - as informações da rede de sensores de solo do Embrace na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), combinadas com os dados obtidos pelo cubesat, conferem características pioneiras à missão.  Transcendendo problemas  "A importância do nanossatélite transcende a sua aplicação científica e tecnológica, que por si só já seria suficientemente importante pela sua originalidade em combinar dados obtidos no espaço com dados obtidos pela rede de sensores do Inpe/Embrace em solo sobre a ionosfera na região da anomalia magnética.  "Esta região, devido à formação das bolhas de plasma cujas origens esta missão buscará entender, acarreta problemas de comunicação e navegação, o que dá também à missão características práticas tanto para o setor civil quanto para o de defesa", explicou o coordenador do Projeto Nanosat, Otávio Durão.  Na avaliação de Durão, essa cooperação no setor espacial pode representar o reinício de uma parceria com os EUA na área, que "em passado recente foi prejudicada por problemas na participação brasileira na construção da Estação Espacial Internacional, o maior empreendimento do mundo no setor, reunindo 16 países" - o Brasil nunca cumpriu sua parte na colaboração.
O nanossatélite deverá utilizar a mesma plataforma que o ITASAT-1. [Imagem: ITA]
No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Inpe, em São José dos Campos (SP), serão feitos a montagem e os ensaios necessários para o lançamento do nanossatélite. A responsabilidade pela operação em órbita será do Centro de Controle de Satélites (CCS) do Inpe e estações brasileiras.
O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do Inpe fará o processamento, armazenamento e distribuição dos dados científicos da missão - as informações da rede de sensores de solo do Embrace na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), combinadas com os dados obtidos pelo cubesat, conferem características pioneiras à missão.
Transcendendo problemas
"A importância do nanossatélite transcende a sua aplicação científica e tecnológica, que por si só já seria suficientemente importante pela sua originalidade em combinar dados obtidos no espaço com dados obtidos pela rede de sensores do Inpe/Embrace em solo sobre a ionosfera na região da anomalia magnética.
"Esta região, devido à formação das bolhas de plasma cujas origens esta missão buscará entender, acarreta problemas de comunicação e navegação, o que dá também à missão características práticas tanto para o setor civil quanto para o de defesa", explicou o coordenador do Projeto Nanosat, Otávio Durão.
Na avaliação de Durão, essa cooperação no setor espacial pode representar o reinício de uma parceria com os EUA na área, que "em passado recente foi prejudicada por problemas na participação brasileira na construção da Estação Espacial Internacional, o maior empreendimento do mundo no setor, reunindo 16 países" - o Brasil nunca cumpriu sua parte na colaboração.

FONTE: INPE

Turbina inovadora gera energia barata com ondas do mar.

 O protótipo para testes tem 42 metros de comprimento e 80 toneladas. [Imagem: Opera/Luis Angel Gomez] Energia das ondas  Começou, no litoral da Espanha, o teste de mais uma tecnologia objetivando gerar eletricidade limpa e sustentável explorando as ondas do mar.  O projeto Opera, financiado pela União Europeia, lançou ao mar o primeiro protótipo do gerador Marmok, um novo tipo de gerador cujas turbinas podem gerar até 30 kW cada uma. O segundo protótipo deverá ser ancorado no mesmo local em 2017.  O dispositivo é descrito por seus idealizadores como um "absorvedor pontual" baseado no princípio da coluna de água oscilante - a força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar.  Trata-se de uma grande boia flutuante, com 5 metros de diâmetro, 42 metros de comprimento e 80 toneladas de peso. A boia, que acomoda duas turbinas com capacidade nominal de 30 kW, fica quase inteiramente submersa.   A força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar. [Imagem: Opera/Divulgação] As ondas capturadas criam uma coluna de água dentro da estrutura central da boia, estrutura esta que se move como um pistão pelo movimento de ida e volta das ondas, comprimindo e descomprimindo o ar em uma câmara na parte superior do dispositivo.  O ar é então expelido pelo topo, onde é aproveitado por uma ou mais turbinas, cuja rotação aciona o gerador de eletricidade.  "Este projeto colaborativo europeu de demonstração da energia das ondas irá produzir dados importantes, que permitirão a próxima fase de comercialização da produção de energia a partir do oceano," disse Lars Johanning, da Universidade de Exeter e principal pesquisador do projeto.   O projeto vai aproveitar os sistemas de amarração compartilhados usados há muito tempo nas fazendas de aquicultura, onde reduzem os custos de ancoragem em quase 50%. [Imagem: Opera/Divulgação] A propósito, um dos grandes argumentos da equipe é que este dispositivo deverá produzir eletricidade a um custo muito baixo - eventualmente o menor custo dentre os vários projetos de geração de energia no mar atualmente em testes na Europa, envolvendo exploração das ondas, das marés e das correntes oceânicas.  A grande diferença é que trata-se de um projeto público, com dados compartilhados entre pesquisadores de várias universidades, enquanto a maioria dos outros testes são empreendimentos privados, o que torna virtualmente impossível dispor de dados confiáveis que permitam comparar as diversas tecnologias e traçar planos de longo prazo para a geração sustentável de energia.   As turbinas ficam na horizontal, acima da coluna d'água, facilitando muito a manutenção. [Imagem: Opera/Divulgação] No geral, o projeto Opera pretende desenvolver tecnologias que permitam uma redução de 50% nos custos operacionais em mar aberto, acelerando assim o estabelecimento de padrões internacionais e reduzindo as incertezas tecnológicas e os riscos técnicos e empresariais para adoção da tecnologia em larga escala.    Fonte: Universidade de Madrid
O protótipo para testes tem 42 metros de comprimento e 80 toneladas. [Imagem: Opera/Luis Angel Gomez]
Energia das ondas
Começou, no litoral da Espanha, o teste de mais uma tecnologia objetivando gerar eletricidade limpa e sustentável explorando as ondas do mar.
O projeto Opera, financiado pela União Europeia, lançou ao mar o primeiro protótipo do gerador Marmok, um novo tipo de gerador cujas turbinas podem gerar até 30 kW cada uma. O segundo protótipo deverá ser ancorado no mesmo local em 2017.
O dispositivo é descrito por seus idealizadores como um "absorvedor pontual" baseado no princípio da coluna de água oscilante - a força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar.
Trata-se de uma grande boia flutuante, com 5 metros de diâmetro, 42 metros de comprimento e 80 toneladas de peso. A boia, que acomoda duas turbinas com capacidade nominal de 30 kW, fica quase inteiramente submersa.
 O protótipo para testes tem 42 metros de comprimento e 80 toneladas. [Imagem: Opera/Luis Angel Gomez] Energia das ondas  Começou, no litoral da Espanha, o teste de mais uma tecnologia objetivando gerar eletricidade limpa e sustentável explorando as ondas do mar.  O projeto Opera, financiado pela União Europeia, lançou ao mar o primeiro protótipo do gerador Marmok, um novo tipo de gerador cujas turbinas podem gerar até 30 kW cada uma. O segundo protótipo deverá ser ancorado no mesmo local em 2017.  O dispositivo é descrito por seus idealizadores como um "absorvedor pontual" baseado no princípio da coluna de água oscilante - a força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar.  Trata-se de uma grande boia flutuante, com 5 metros de diâmetro, 42 metros de comprimento e 80 toneladas de peso. A boia, que acomoda duas turbinas com capacidade nominal de 30 kW, fica quase inteiramente submersa.   A força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar. [Imagem: Opera/Divulgação] As ondas capturadas criam uma coluna de água dentro da estrutura central da boia, estrutura esta que se move como um pistão pelo movimento de ida e volta das ondas, comprimindo e descomprimindo o ar em uma câmara na parte superior do dispositivo.  O ar é então expelido pelo topo, onde é aproveitado por uma ou mais turbinas, cuja rotação aciona o gerador de eletricidade.  "Este projeto colaborativo europeu de demonstração da energia das ondas irá produzir dados importantes, que permitirão a próxima fase de comercialização da produção de energia a partir do oceano," disse Lars Johanning, da Universidade de Exeter e principal pesquisador do projeto.   O projeto vai aproveitar os sistemas de amarração compartilhados usados há muito tempo nas fazendas de aquicultura, onde reduzem os custos de ancoragem em quase 50%. [Imagem: Opera/Divulgação] A propósito, um dos grandes argumentos da equipe é que este dispositivo deverá produzir eletricidade a um custo muito baixo - eventualmente o menor custo dentre os vários projetos de geração de energia no mar atualmente em testes na Europa, envolvendo exploração das ondas, das marés e das correntes oceânicas.  A grande diferença é que trata-se de um projeto público, com dados compartilhados entre pesquisadores de várias universidades, enquanto a maioria dos outros testes são empreendimentos privados, o que torna virtualmente impossível dispor de dados confiáveis que permitam comparar as diversas tecnologias e traçar planos de longo prazo para a geração sustentável de energia.   As turbinas ficam na horizontal, acima da coluna d'água, facilitando muito a manutenção. [Imagem: Opera/Divulgação] No geral, o projeto Opera pretende desenvolver tecnologias que permitam uma redução de 50% nos custos operacionais em mar aberto, acelerando assim o estabelecimento de padrões internacionais e reduzindo as incertezas tecnológicas e os riscos técnicos e empresariais para adoção da tecnologia em larga escala.    Fonte: Universidade de Madrid
A força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar. [Imagem: Opera/Divulgação]
As ondas capturadas criam uma coluna de água dentro da estrutura central da boia, estrutura esta que se move como um pistão pelo movimento de ida e volta das ondas, comprimindo e descomprimindo o ar em uma câmara na parte superior do dispositivo.
O ar é então expelido pelo topo, onde é aproveitado por uma ou mais turbinas, cuja rotação aciona o gerador de eletricidade.
"Este projeto colaborativo europeu de demonstração da energia das ondas irá produzir dados importantes, que permitirão a próxima fase de comercialização da produção de energia a partir do oceano," disse Lars Johanning, da Universidade de Exeter e principal pesquisador do projeto.
 O protótipo para testes tem 42 metros de comprimento e 80 toneladas. [Imagem: Opera/Luis Angel Gomez] Energia das ondas  Começou, no litoral da Espanha, o teste de mais uma tecnologia objetivando gerar eletricidade limpa e sustentável explorando as ondas do mar.  O projeto Opera, financiado pela União Europeia, lançou ao mar o primeiro protótipo do gerador Marmok, um novo tipo de gerador cujas turbinas podem gerar até 30 kW cada uma. O segundo protótipo deverá ser ancorado no mesmo local em 2017.  O dispositivo é descrito por seus idealizadores como um "absorvedor pontual" baseado no princípio da coluna de água oscilante - a força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar.  Trata-se de uma grande boia flutuante, com 5 metros de diâmetro, 42 metros de comprimento e 80 toneladas de peso. A boia, que acomoda duas turbinas com capacidade nominal de 30 kW, fica quase inteiramente submersa.   A força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar. [Imagem: Opera/Divulgação] As ondas capturadas criam uma coluna de água dentro da estrutura central da boia, estrutura esta que se move como um pistão pelo movimento de ida e volta das ondas, comprimindo e descomprimindo o ar em uma câmara na parte superior do dispositivo.  O ar é então expelido pelo topo, onde é aproveitado por uma ou mais turbinas, cuja rotação aciona o gerador de eletricidade.  "Este projeto colaborativo europeu de demonstração da energia das ondas irá produzir dados importantes, que permitirão a próxima fase de comercialização da produção de energia a partir do oceano," disse Lars Johanning, da Universidade de Exeter e principal pesquisador do projeto.   O projeto vai aproveitar os sistemas de amarração compartilhados usados há muito tempo nas fazendas de aquicultura, onde reduzem os custos de ancoragem em quase 50%. [Imagem: Opera/Divulgação] A propósito, um dos grandes argumentos da equipe é que este dispositivo deverá produzir eletricidade a um custo muito baixo - eventualmente o menor custo dentre os vários projetos de geração de energia no mar atualmente em testes na Europa, envolvendo exploração das ondas, das marés e das correntes oceânicas.  A grande diferença é que trata-se de um projeto público, com dados compartilhados entre pesquisadores de várias universidades, enquanto a maioria dos outros testes são empreendimentos privados, o que torna virtualmente impossível dispor de dados confiáveis que permitam comparar as diversas tecnologias e traçar planos de longo prazo para a geração sustentável de energia.   As turbinas ficam na horizontal, acima da coluna d'água, facilitando muito a manutenção. [Imagem: Opera/Divulgação] No geral, o projeto Opera pretende desenvolver tecnologias que permitam uma redução de 50% nos custos operacionais em mar aberto, acelerando assim o estabelecimento de padrões internacionais e reduzindo as incertezas tecnológicas e os riscos técnicos e empresariais para adoção da tecnologia em larga escala.    Fonte: Universidade de Madrid
O projeto vai aproveitar os sistemas de amarração compartilhados usados há muito tempo nas fazendas de aquicultura, onde reduzem os custos de ancoragem em quase 50%. [Imagem: Opera/Divulgação]
A propósito, um dos grandes argumentos da equipe é que este dispositivo deverá produzir eletricidade a um custo muito baixo - eventualmente o menor custo dentre os vários projetos de geração de energia no mar atualmente em testes na Europa, envolvendo exploração das ondas, das marés e das correntes oceânicas.
A grande diferença é que trata-se de um projeto público, com dados compartilhados entre pesquisadores de várias universidades, enquanto a maioria dos outros testes são empreendimentos privados, o que torna virtualmente impossível dispor de dados confiáveis que permitam comparar as diversas tecnologias e traçar planos de longo prazo para a geração sustentável de energia.
 O protótipo para testes tem 42 metros de comprimento e 80 toneladas. [Imagem: Opera/Luis Angel Gomez] Energia das ondas  Começou, no litoral da Espanha, o teste de mais uma tecnologia objetivando gerar eletricidade limpa e sustentável explorando as ondas do mar.  O projeto Opera, financiado pela União Europeia, lançou ao mar o primeiro protótipo do gerador Marmok, um novo tipo de gerador cujas turbinas podem gerar até 30 kW cada uma. O segundo protótipo deverá ser ancorado no mesmo local em 2017.  O dispositivo é descrito por seus idealizadores como um "absorvedor pontual" baseado no princípio da coluna de água oscilante - a força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar.  Trata-se de uma grande boia flutuante, com 5 metros de diâmetro, 42 metros de comprimento e 80 toneladas de peso. A boia, que acomoda duas turbinas com capacidade nominal de 30 kW, fica quase inteiramente submersa.   A força vem das ondas do mar, mas as turbinas são giradas por ar. [Imagem: Opera/Divulgação] As ondas capturadas criam uma coluna de água dentro da estrutura central da boia, estrutura esta que se move como um pistão pelo movimento de ida e volta das ondas, comprimindo e descomprimindo o ar em uma câmara na parte superior do dispositivo.  O ar é então expelido pelo topo, onde é aproveitado por uma ou mais turbinas, cuja rotação aciona o gerador de eletricidade.  "Este projeto colaborativo europeu de demonstração da energia das ondas irá produzir dados importantes, que permitirão a próxima fase de comercialização da produção de energia a partir do oceano," disse Lars Johanning, da Universidade de Exeter e principal pesquisador do projeto.   O projeto vai aproveitar os sistemas de amarração compartilhados usados há muito tempo nas fazendas de aquicultura, onde reduzem os custos de ancoragem em quase 50%. [Imagem: Opera/Divulgação] A propósito, um dos grandes argumentos da equipe é que este dispositivo deverá produzir eletricidade a um custo muito baixo - eventualmente o menor custo dentre os vários projetos de geração de energia no mar atualmente em testes na Europa, envolvendo exploração das ondas, das marés e das correntes oceânicas.  A grande diferença é que trata-se de um projeto público, com dados compartilhados entre pesquisadores de várias universidades, enquanto a maioria dos outros testes são empreendimentos privados, o que torna virtualmente impossível dispor de dados confiáveis que permitam comparar as diversas tecnologias e traçar planos de longo prazo para a geração sustentável de energia.   As turbinas ficam na horizontal, acima da coluna d'água, facilitando muito a manutenção. [Imagem: Opera/Divulgação] No geral, o projeto Opera pretende desenvolver tecnologias que permitam uma redução de 50% nos custos operacionais em mar aberto, acelerando assim o estabelecimento de padrões internacionais e reduzindo as incertezas tecnológicas e os riscos técnicos e empresariais para adoção da tecnologia em larga escala.    Fonte: Universidade de Madrid
As turbinas ficam na horizontal, acima da coluna d'água, facilitando muito a manutenção. [Imagem: Opera/Divulgação]
No geral, o projeto Opera pretende desenvolver tecnologias que permitam uma redução de 50% nos custos operacionais em mar aberto, acelerando assim o estabelecimento de padrões internacionais e reduzindo as incertezas tecnológicas e os riscos técnicos e empresariais para adoção da tecnologia em larga escala.

Fonte: Universidade de Madrid

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Porque necessitamos de referenciais geodésicos

A importância da Geodésia e da mudança de datum para "todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados"
A importância da Geodésia e da mudança de datum para "todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados"  Tradicionalmente costumamos ouvir a definição de que a geodésia é a ciência que estuda a forma e a dimensão da Terra. Definição essa que logo remete o nosso pensamento a um patamar científico e distante do nosso dia-a-dia. Vinculado a este ideário está também a noção dos referencias geodésicos; tema que a grande maioria de profissionais, ao se confrontarem, ficam apreensivos, e muitos chegam a pensar que o rigor com que se trata esse tema em todos os seus aspectos, é uma necessidade somente para cientistas. Esse rigor tem uma razão de ser; por um lado existe a necessidade de manter-se a confiabilidade dos dados para embasamento de estudos diversos, controlando-se a propagação de erros; por outro há uma certa evolução decorrente do próprio refinamento dos sistemas geodésicos – a disponibilidade de dados precisos conduz a melhores soluções, que rompem antigas barreiras, e as novas questões demandarão outros dados com maior qualidade. Tome-se, por exemplo, a aplicação do GPS na navegação: no princípio ficamos maravilhados com a facilidade de obtermos a posição com uma centena de metros, atualmente isso passou a ser normal e corriqueiro e vislumbramos soluções que demandam sistemas diferenciais, mais precisos, e que literalmente levam barcos a atracarem em pontos específicos, adicionando mais segurança à operação e imprimindo maior eficiência no embarque de veículos, por exemplo. Como poderíamos fazê-lo sem contar com um referencial geodésico único e preciso. A geodésia moderna não consiste unicamente em uma ciência, de interesse do cientista que estuda a forma e dimensão da Terra. Ela é uma ciência que continua a fomentar várias outras, com preciosos dados, mas modernamente, e cada vez mais, ela procura suprir uma necessidade prática e básica da sociedade: conhecer a localização de recursos, de rotas que a eles conduzem, e delinear possessões territoriais entre os países vizinhos, entre Estados, Municípios e propriedades imóveis. Necessidades cuja origem se perdem no tempo. A resposta para elas residem nos levantamentos e mapas, há milênios; os quais apoiam-se em referenciais geodésicos.  Este apoio é proporcionado com os marcos, os quais possuem valores de posição (latitude, longitude e altitude) determinados com adequada precisão, protegidos por leis específicas como qualquer patrimônio público e que materializam o referencial geodésico para todos. A construção e gestão do sistema são próprias da União e definidas na Constituição. Temos marcos que materializam valores mais acurados, destinados a estudos científicos, à manutenção do sistema, etc, e menos acurados empregados para levantamentos locais (numa projeção topográfica ou não). Aqui podemos fazer uma ressalva e lembrar que o termo topográfico, não é sinônimo de baixa precisão, e sim do tipo de projeção e da área de abrangência do sistema de coordenadas; basta lembrar que os levantamentos topográficos empregados em locações industriais que têm rigor milimétrico. Verifica-se, o uso do termo topográfico para classificar os equipamentos que operam no método DGPS porque atingem precisões tipicamente na casa do metro. Eles não são topográficos, são geodésicos, determinam coordenadas geodésicas. Se prevalecer este raciocínio deveríamos chamar também os equipamentos GPS RTK (Real Time Kinematics) de topográficos, pois esses equipamentos que operam principalmente com observações de fase da portadora e conduzem a precisões centimétricas, possuem funções para gerar um plano topográfico, disponibilizando coordenadas nesta projeção. Retornando à questão dos referenciais, podemos ficar certos que daqui por diante a sociedade estará cada vez mais dependente deles, vide GPS, GLONASS e GALILEO. Acho oportuno citar aqui, mais uma vez, um trecho de Parkinson, In Global Positioning System: Teory and Applications. Progress in astronautics and aeronautics (1996): "… Pode-se imaginar o mundo do século XXI recoberto por uma expansão do sistema GPS interligado por comunicação móvel digital nos quais aviões e outros veículos viajam através de "túneis virtuais", vias imaginárias através do espaço, que são continuamente otimizadas para o clima, o tráfego e outras condições. Veículos robóticos realizam todo tipo de funções de construções, transportes, minerações e movimentos de terra, trabalhando dia e noite sem necessidade de descanso. Navegadores pessoais de baixo custo serão tão comuns como calculadoras de mão e todo telefone celular e comunicador pessoal incluirá um navegador GPS. …"  Esse cenário não está longe, pelo contrário, a tecnologia para as várias situações já esta aí. Podem ser adquiridos com GPS embarcado: carros; relógio de pulso; celulares; tratores de terraplenagem, entre outros. As estações de operação contínua já existem no Brasil e estão evoluindo. Agora perguntamos: face a esse quadro, o que poderá ocorrer se não tivermos os recursos, as rotas, os limites, os projetos e demais informações espaciais, adequadamente vinculadas a um referencial geodésico consistente, rigorosamente administrado por um Órgão gestor e respeitado pelos usuários? Certa vez, quando cursava o primeiro grau, a professora demonstrou uma experiência com a classe: disse uma frase para um aluno num extremo da classe e pediu que ele repetisse ao aluno seguinte e esse para o próximo, chegando finalmente ao outro extremo da classe. O último aluno repetiu aquilo que ouviu em voz alta para toda a classe. Para surpresa de todos as duas frases eram diferentes. Semelhante situação perceberemos em levantamentos e mapeamentos apoiados em pontos geodésicos não oficiais e naqueles que não respeitem as normas. O impacto disso já sentimos nos dias de hoje, em obras de engenharia e nos GIS, somente para citar dois exemplos. O Sistema Geodésico Brasileiro está passando por uma transformação, teremos um novo Datum, alinhado com as necessidades contemporâneas. O IBGE, Órgão gestor, vem conduzindo estudos e realizando debates por todo o País, é uma necessidade e uma evolução. Todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados devemos acompanhar e manter-nos informados, mas sobretudo devemos respeitar suas diretrizes e normalizações.   Fonte: MUNDO GEO
Tradicionalmente costumamos ouvir a definição de que a geodésia é a ciência que estuda a forma e a dimensão da Terra. Definição essa que logo remete o nosso pensamento a um patamar científico e distante do nosso dia-a-dia. Vinculado a este ideário está também a noção dos referencias geodésicos; tema que a grande maioria de profissionais, ao se confrontarem, ficam apreensivos, e muitos chegam a pensar que o rigor com que se trata esse tema em todos os seus aspectos, é uma necessidade somente para cientistas.
Esse rigor tem uma razão de ser; por um lado existe a necessidade de manter-se a confiabilidade dos dados para embasamento de estudos diversos, controlando-se a propagação de erros; por outro há uma certa evolução decorrente do próprio refinamento dos sistemas geodésicos – a disponibilidade de dados precisos conduz a melhores soluções, que rompem antigas barreiras, e as novas questões demandarão outros dados com maior qualidade.
Tome-se, por exemplo, a aplicação do GPS na navegação: no princípio ficamos maravilhados com a facilidade de obtermos a posição com uma centena de metros, atualmente isso passou a ser normal e corriqueiro e vislumbramos soluções que demandam sistemas diferenciais, mais precisos, e que literalmente levam barcos a atracarem em pontos específicos, adicionando mais segurança à operação e imprimindo maior eficiência no embarque de veículos, por exemplo. Como poderíamos fazê-lo sem contar com um referencial geodésico único e preciso.

A geodésia moderna não consiste unicamente em uma ciência, de interesse do cientista que estuda a forma e dimensão da Terra. Ela é uma ciência que continua a fomentar várias outras, com preciosos dados, mas modernamente, e cada vez mais, ela procura suprir uma necessidade prática e básica da sociedade: conhecer a localização de recursos, de rotas que a eles conduzem, e delinear possessões territoriais entre os países vizinhos, entre Estados, Municípios e propriedades imóveis. Necessidades cuja origem se perdem no tempo. A resposta para elas residem nos levantamentos e mapas, há milênios; os quais apoiam-se em referenciais geodésicos.
A importância da Geodésia e da mudança de datum para "todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados"  Tradicionalmente costumamos ouvir a definição de que a geodésia é a ciência que estuda a forma e a dimensão da Terra. Definição essa que logo remete o nosso pensamento a um patamar científico e distante do nosso dia-a-dia. Vinculado a este ideário está também a noção dos referencias geodésicos; tema que a grande maioria de profissionais, ao se confrontarem, ficam apreensivos, e muitos chegam a pensar que o rigor com que se trata esse tema em todos os seus aspectos, é uma necessidade somente para cientistas. Esse rigor tem uma razão de ser; por um lado existe a necessidade de manter-se a confiabilidade dos dados para embasamento de estudos diversos, controlando-se a propagação de erros; por outro há uma certa evolução decorrente do próprio refinamento dos sistemas geodésicos – a disponibilidade de dados precisos conduz a melhores soluções, que rompem antigas barreiras, e as novas questões demandarão outros dados com maior qualidade. Tome-se, por exemplo, a aplicação do GPS na navegação: no princípio ficamos maravilhados com a facilidade de obtermos a posição com uma centena de metros, atualmente isso passou a ser normal e corriqueiro e vislumbramos soluções que demandam sistemas diferenciais, mais precisos, e que literalmente levam barcos a atracarem em pontos específicos, adicionando mais segurança à operação e imprimindo maior eficiência no embarque de veículos, por exemplo. Como poderíamos fazê-lo sem contar com um referencial geodésico único e preciso. A geodésia moderna não consiste unicamente em uma ciência, de interesse do cientista que estuda a forma e dimensão da Terra. Ela é uma ciência que continua a fomentar várias outras, com preciosos dados, mas modernamente, e cada vez mais, ela procura suprir uma necessidade prática e básica da sociedade: conhecer a localização de recursos, de rotas que a eles conduzem, e delinear possessões territoriais entre os países vizinhos, entre Estados, Municípios e propriedades imóveis. Necessidades cuja origem se perdem no tempo. A resposta para elas residem nos levantamentos e mapas, há milênios; os quais apoiam-se em referenciais geodésicos.  Este apoio é proporcionado com os marcos, os quais possuem valores de posição (latitude, longitude e altitude) determinados com adequada precisão, protegidos por leis específicas como qualquer patrimônio público e que materializam o referencial geodésico para todos. A construção e gestão do sistema são próprias da União e definidas na Constituição. Temos marcos que materializam valores mais acurados, destinados a estudos científicos, à manutenção do sistema, etc, e menos acurados empregados para levantamentos locais (numa projeção topográfica ou não). Aqui podemos fazer uma ressalva e lembrar que o termo topográfico, não é sinônimo de baixa precisão, e sim do tipo de projeção e da área de abrangência do sistema de coordenadas; basta lembrar que os levantamentos topográficos empregados em locações industriais que têm rigor milimétrico. Verifica-se, o uso do termo topográfico para classificar os equipamentos que operam no método DGPS porque atingem precisões tipicamente na casa do metro. Eles não são topográficos, são geodésicos, determinam coordenadas geodésicas. Se prevalecer este raciocínio deveríamos chamar também os equipamentos GPS RTK (Real Time Kinematics) de topográficos, pois esses equipamentos que operam principalmente com observações de fase da portadora e conduzem a precisões centimétricas, possuem funções para gerar um plano topográfico, disponibilizando coordenadas nesta projeção. Retornando à questão dos referenciais, podemos ficar certos que daqui por diante a sociedade estará cada vez mais dependente deles, vide GPS, GLONASS e GALILEO. Acho oportuno citar aqui, mais uma vez, um trecho de Parkinson, In Global Positioning System: Teory and Applications. Progress in astronautics and aeronautics (1996): "… Pode-se imaginar o mundo do século XXI recoberto por uma expansão do sistema GPS interligado por comunicação móvel digital nos quais aviões e outros veículos viajam através de "túneis virtuais", vias imaginárias através do espaço, que são continuamente otimizadas para o clima, o tráfego e outras condições. Veículos robóticos realizam todo tipo de funções de construções, transportes, minerações e movimentos de terra, trabalhando dia e noite sem necessidade de descanso. Navegadores pessoais de baixo custo serão tão comuns como calculadoras de mão e todo telefone celular e comunicador pessoal incluirá um navegador GPS. …"  Esse cenário não está longe, pelo contrário, a tecnologia para as várias situações já esta aí. Podem ser adquiridos com GPS embarcado: carros; relógio de pulso; celulares; tratores de terraplenagem, entre outros. As estações de operação contínua já existem no Brasil e estão evoluindo. Agora perguntamos: face a esse quadro, o que poderá ocorrer se não tivermos os recursos, as rotas, os limites, os projetos e demais informações espaciais, adequadamente vinculadas a um referencial geodésico consistente, rigorosamente administrado por um Órgão gestor e respeitado pelos usuários? Certa vez, quando cursava o primeiro grau, a professora demonstrou uma experiência com a classe: disse uma frase para um aluno num extremo da classe e pediu que ele repetisse ao aluno seguinte e esse para o próximo, chegando finalmente ao outro extremo da classe. O último aluno repetiu aquilo que ouviu em voz alta para toda a classe. Para surpresa de todos as duas frases eram diferentes. Semelhante situação perceberemos em levantamentos e mapeamentos apoiados em pontos geodésicos não oficiais e naqueles que não respeitem as normas. O impacto disso já sentimos nos dias de hoje, em obras de engenharia e nos GIS, somente para citar dois exemplos. O Sistema Geodésico Brasileiro está passando por uma transformação, teremos um novo Datum, alinhado com as necessidades contemporâneas. O IBGE, Órgão gestor, vem conduzindo estudos e realizando debates por todo o País, é uma necessidade e uma evolução. Todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados devemos acompanhar e manter-nos informados, mas sobretudo devemos respeitar suas diretrizes e normalizações.
Este apoio é proporcionado com os marcos, os quais possuem valores de posição (latitude, longitude e altitude) determinados com adequada precisão, protegidos por leis específicas como qualquer patrimônio público e que materializam o referencial geodésico para todos. A construção e gestão do sistema são próprias da União e definidas na Constituição.
Temos marcos que materializam valores mais acurados, destinados a estudos científicos, à manutenção do sistema, etc, e menos acurados empregados para levantamentos locais (numa projeção topográfica ou não).
Aqui podemos fazer uma ressalva e lembrar que o termo topográfico, não é sinônimo de baixa precisão, e sim do tipo de projeção e da área de abrangência do sistema de coordenadas; basta lembrar que os levantamentos topográficos empregados em locações industriais que têm rigor milimétrico.
Verifica-se, o uso do termo topográfico para classificar os equipamentos que operam no método DGPS porque atingem precisões tipicamente na casa do metro. Eles não são topográficos, são geodésicos, determinam coordenadas geodésicas. Se prevalecer este raciocínio deveríamos chamar também os equipamentos GPS RTK (Real Time Kinematics) de topográficos, pois esses equipamentos que operam principalmente com observações de fase da portadora e conduzem a precisões centimétricas, possuem funções para gerar um plano topográfico, disponibilizando coordenadas nesta projeção.
Retornando à questão dos referenciais, podemos ficar certos que daqui por diante a sociedade estará cada vez mais dependente deles, vide GPS, GLONASS e GALILEO. Acho oportuno citar aqui, mais uma vez, um trecho de Parkinson, In Global Positioning System: Teory and Applications. Progress in astronautics and aeronautics (1996): "… Pode-se imaginar o mundo do século XXI recoberto por uma expansão do sistema GPS interligado por comunicação móvel digital nos quais aviões e outros veículos viajam através de "túneis virtuais", vias imaginárias através do espaço, que são continuamente otimizadas para o clima, o tráfego e outras condições. Veículos robóticos realizam todo tipo de funções de construções, transportes, minerações e movimentos de terra, trabalhando dia e noite sem necessidade de descanso. Navegadores pessoais de baixo custo serão tão comuns como calculadoras de mão e todo telefone celular e comunicador pessoal incluirá um navegador GPS. …"
A importância da Geodésia e da mudança de datum para "todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados"  Tradicionalmente costumamos ouvir a definição de que a geodésia é a ciência que estuda a forma e a dimensão da Terra. Definição essa que logo remete o nosso pensamento a um patamar científico e distante do nosso dia-a-dia. Vinculado a este ideário está também a noção dos referencias geodésicos; tema que a grande maioria de profissionais, ao se confrontarem, ficam apreensivos, e muitos chegam a pensar que o rigor com que se trata esse tema em todos os seus aspectos, é uma necessidade somente para cientistas. Esse rigor tem uma razão de ser; por um lado existe a necessidade de manter-se a confiabilidade dos dados para embasamento de estudos diversos, controlando-se a propagação de erros; por outro há uma certa evolução decorrente do próprio refinamento dos sistemas geodésicos – a disponibilidade de dados precisos conduz a melhores soluções, que rompem antigas barreiras, e as novas questões demandarão outros dados com maior qualidade. Tome-se, por exemplo, a aplicação do GPS na navegação: no princípio ficamos maravilhados com a facilidade de obtermos a posição com uma centena de metros, atualmente isso passou a ser normal e corriqueiro e vislumbramos soluções que demandam sistemas diferenciais, mais precisos, e que literalmente levam barcos a atracarem em pontos específicos, adicionando mais segurança à operação e imprimindo maior eficiência no embarque de veículos, por exemplo. Como poderíamos fazê-lo sem contar com um referencial geodésico único e preciso. A geodésia moderna não consiste unicamente em uma ciência, de interesse do cientista que estuda a forma e dimensão da Terra. Ela é uma ciência que continua a fomentar várias outras, com preciosos dados, mas modernamente, e cada vez mais, ela procura suprir uma necessidade prática e básica da sociedade: conhecer a localização de recursos, de rotas que a eles conduzem, e delinear possessões territoriais entre os países vizinhos, entre Estados, Municípios e propriedades imóveis. Necessidades cuja origem se perdem no tempo. A resposta para elas residem nos levantamentos e mapas, há milênios; os quais apoiam-se em referenciais geodésicos.  Este apoio é proporcionado com os marcos, os quais possuem valores de posição (latitude, longitude e altitude) determinados com adequada precisão, protegidos por leis específicas como qualquer patrimônio público e que materializam o referencial geodésico para todos. A construção e gestão do sistema são próprias da União e definidas na Constituição. Temos marcos que materializam valores mais acurados, destinados a estudos científicos, à manutenção do sistema, etc, e menos acurados empregados para levantamentos locais (numa projeção topográfica ou não). Aqui podemos fazer uma ressalva e lembrar que o termo topográfico, não é sinônimo de baixa precisão, e sim do tipo de projeção e da área de abrangência do sistema de coordenadas; basta lembrar que os levantamentos topográficos empregados em locações industriais que têm rigor milimétrico. Verifica-se, o uso do termo topográfico para classificar os equipamentos que operam no método DGPS porque atingem precisões tipicamente na casa do metro. Eles não são topográficos, são geodésicos, determinam coordenadas geodésicas. Se prevalecer este raciocínio deveríamos chamar também os equipamentos GPS RTK (Real Time Kinematics) de topográficos, pois esses equipamentos que operam principalmente com observações de fase da portadora e conduzem a precisões centimétricas, possuem funções para gerar um plano topográfico, disponibilizando coordenadas nesta projeção. Retornando à questão dos referenciais, podemos ficar certos que daqui por diante a sociedade estará cada vez mais dependente deles, vide GPS, GLONASS e GALILEO. Acho oportuno citar aqui, mais uma vez, um trecho de Parkinson, In Global Positioning System: Teory and Applications. Progress in astronautics and aeronautics (1996): "… Pode-se imaginar o mundo do século XXI recoberto por uma expansão do sistema GPS interligado por comunicação móvel digital nos quais aviões e outros veículos viajam através de "túneis virtuais", vias imaginárias através do espaço, que são continuamente otimizadas para o clima, o tráfego e outras condições. Veículos robóticos realizam todo tipo de funções de construções, transportes, minerações e movimentos de terra, trabalhando dia e noite sem necessidade de descanso. Navegadores pessoais de baixo custo serão tão comuns como calculadoras de mão e todo telefone celular e comunicador pessoal incluirá um navegador GPS. …"  Esse cenário não está longe, pelo contrário, a tecnologia para as várias situações já esta aí. Podem ser adquiridos com GPS embarcado: carros; relógio de pulso; celulares; tratores de terraplenagem, entre outros. As estações de operação contínua já existem no Brasil e estão evoluindo. Agora perguntamos: face a esse quadro, o que poderá ocorrer se não tivermos os recursos, as rotas, os limites, os projetos e demais informações espaciais, adequadamente vinculadas a um referencial geodésico consistente, rigorosamente administrado por um Órgão gestor e respeitado pelos usuários? Certa vez, quando cursava o primeiro grau, a professora demonstrou uma experiência com a classe: disse uma frase para um aluno num extremo da classe e pediu que ele repetisse ao aluno seguinte e esse para o próximo, chegando finalmente ao outro extremo da classe. O último aluno repetiu aquilo que ouviu em voz alta para toda a classe. Para surpresa de todos as duas frases eram diferentes. Semelhante situação perceberemos em levantamentos e mapeamentos apoiados em pontos geodésicos não oficiais e naqueles que não respeitem as normas. O impacto disso já sentimos nos dias de hoje, em obras de engenharia e nos GIS, somente para citar dois exemplos. O Sistema Geodésico Brasileiro está passando por uma transformação, teremos um novo Datum, alinhado com as necessidades contemporâneas. O IBGE, Órgão gestor, vem conduzindo estudos e realizando debates por todo o País, é uma necessidade e uma evolução. Todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados devemos acompanhar e manter-nos informados, mas sobretudo devemos respeitar suas diretrizes e normalizações.
Esse cenário não está longe, pelo contrário, a tecnologia para as várias situações já esta aí. Podem ser adquiridos com GPS embarcado: carros; relógio de pulso; celulares; tratores de terraplenagem, entre outros. As estações de operação contínua já existem no Brasil e estão evoluindo.
Agora perguntamos: face a esse quadro, o que poderá ocorrer se não tivermos os recursos, as rotas, os limites, os projetos e demais informações espaciais, adequadamente vinculadas a um referencial geodésico consistente, rigorosamente administrado por um Órgão gestor e respeitado pelos usuários?
Certa vez, quando cursava o primeiro grau, a professora demonstrou uma experiência com a classe: disse uma frase para um aluno num extremo da classe e pediu que ele repetisse ao aluno seguinte e esse para o próximo, chegando finalmente ao outro extremo da classe. O último aluno repetiu aquilo que ouviu em voz alta para toda a classe. Para surpresa de todos as duas frases eram diferentes.
Semelhante situação perceberemos em levantamentos e mapeamentos apoiados em pontos geodésicos não oficiais e naqueles que não respeitem as normas. O impacto disso já sentimos nos dias de hoje, em obras de engenharia e nos GIS, somente para citar dois exemplos.
O Sistema Geodésico Brasileiro está passando por uma transformação, teremos um novo Datum, alinhado com as necessidades contemporâneas. O IBGE, Órgão gestor, vem conduzindo estudos e realizando debates por todo o País, é uma necessidade e uma evolução. Todos nós que produzimos e consumimos dados georreferenciados devemos acompanhar e manter-nos informados, mas sobretudo devemos respeitar suas diretrizes e normalizações.  
Fonte: MUNDO GEO

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Segunda corrida espacial quer conquistar a Lua

 Hoje a Rússia é líder na exploração espacial, mas a China está acelerando rápido.  Exploração Espacial  Há décadas existe a promessa de uma base na Lua. Colocamos um pé lá, e parou por aí - nossa presença no satélite natural da Terra se resume a pegadas.  No entanto, estão surgindo cada vez mais iniciativas públicas e privadas que não só anunciam um retorno à Lua, mas planos ambiciosos de colonização lunar.  A China já revelou que pretende pousar no lado oculto da Lua (que não pode ser visto da Terra) em 2018, enquanto a Rússia prepara o pouso de sua primeira nave tripulada para 2031.  Os Estados Unidos não se manifestaram como governo, mas em julho deste ano deram permissão para a empresa privada Moon Express ir à Lua. E a NASA convocou recentemente companhias do setor privado a enviarem sugestões de experimentos que possam ser feitos por lá.  A que se deve tanto interesse na Lua?  Segunda corrida espacial  Para Leon Vanstone, da Universidade do Texas, o principal motivo é o mesmo da Guerra Fria: poder. "Devemos lembrar que foram os russos (então União Soviética) os primeiros a enviar um homem ao espaço - eles queriam militarizar o espaço - e os Estados Unidos se apressaram então em colocar um homem na Lua", disse ele.  Essa demonstração de poder custou bilhões de dólares e, segundo Vanstone, as potências perceberam que o melhor para todos era realizar iniciativas conjuntas em que os gastos e responsabilidades são compartilhados.  Mas o tabuleiro do xadrez geopolítico mudou.  A China está crescendo como uma potência espacial, e os Estados Unidos já não têm o mesmo status, dependendo dos russos até mesmo para mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional. E, conforme lembra a especialista em Direito Espacial Jill Stuart, da Escola de Economia de Londres, "há muita tensão entre os Estados Unidos e a Rússia. Então, há sempre uma política complicada por trás."  Além disso, diferentemente da maioria das agências espaciais do mundo - como a NASA (EUA), ESA (Europa) ou Roscosmos (Rússia) -, o programa espacial chinês é dirigido por militares. "Os Estados Unidos não querem dizer que o seu programa é estatal. Na sua política capitalista, preferem dizer 'vamos deixar nossas empresas privadas à frente do programa espacial'," afirma Stuart. Ocorre que essas empresas não são de todo privadas, uma vez que são financiadas com dinheiro do estado e devem operar sob a tutela da NASA.   Depois de meio século longe da Lua, agora há pelo menos seis projetos que prometem animar a exploração espacial. [Imagem: NASA] Mineração espacial  Para Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express, as possibilidades de negócios na Lua são ilimitadas. Uma licença de uso e exploração permitiria a ele dar início a atividades de mineração, oferecer pacotes turísticos ou vender pedaços de rochas lunares como pedras preciosas.  "Parafraseando JFK (ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy) 'escolhemos ir à Lua não porque era fácil, mas porque era um bom negócio', e é disso que se trata, de fazer um bom negócio", disse o fundador da Moon Express, que vê a comercialização da Lua como um negócio "grandiosamente genial".  E a tecnologia agora barateou em relação à corrida espacial dos anos 1960. "A primeira vez que o homem foi à Lua precisou de foguetes gigantes que custaram centenas de milhões de dólares," disse Jain. "Estamos usando um foguete menor, impresso em 3D, que custa menos de US$ 5 milhões."  E a sonda não-tripulada que ele planeja enviar à Lua no ano que vem custará outros meros US$ 5 milhões, algo que a NASA costuma gastar apenas nos estudos iniciais - sempre pagos a empresas privadas.  "A Lua é extremamente rica em recursos. Tudo pelo que brigamos na Terra está em abundância no espaço", afirma o empresário. "Cada vez mais pessoas estão interessadas em metais raros, e esse é o interesse de fazer a mineração na Lua."  A questão é que seria muito mais caro trazer esses minerais para a Terra do que continuar a explorar o que temos aqui, ou mesmo encontrar novas minas. Assim, parece haver outros elementos na equação do negócio que não estão totalmente claros.   Minerais extraídos na Lua ficariam muito mais caros do que os explorados na Terra. [Imagem: BBC/Divulgação] Bases lunares  Com o avanço da tecnologia e com a capacidade de chegar cada vez mais longe, a Lua se torna apenas um pequeno passo para a exploração do espaço.  Assim que a meta não for mais o nosso satélite, será Marte. E, se um dia chegarmos lá, então o desafio vai além.  Mas, para que isso aconteça, é preciso resolver um problema antes: combustível para viajar. Afinal, a maior parte do peso das naves lançadas ao espaço é de combustível.  Por isso, a Lua poderia ser uma parada estratégica para abastecimento. E não apenas os Estados Unidos acreditam nisso. A China também está de olho em Marte e anunciou recentemente que, em 2020, pretende visitar o Planeta Vermelho.  Direito espacial  Segundo o tratado sobre a exploração e utilização do espaço, assinado por 103 países em 1967, "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não deve ser objeto de apropriação nacional por reivindicação de soberania, uso, ocupação ou de qualquer outra forma".  Como os governos poderiam então planejar operações na Lua e conceder concessões a empresas privadas se, a princípio, ninguém tem o poder de fazê-lo?  Embora o acordo internacional afirme que o espaço é um território neutro e ninguém pode se apropriar dos corpos celestes, há diversas interpretações, e as empresas estão de olho em brechas na legislação de quase 50 anos para abocanhar uma fatia do negócio no espaço: "Primeiramente, o tratado especifica que nenhuma nação deve se apropriar de qualquer corpo celeste," diz a especialista Jill Stuart. "Mas há dúvidas se as entidades não-estatais poderiam fazer essas reivindicações."  Em segundo lugar, o fato de que você não pode reclamar a propriedade, não significa que não possa ocupar o espaço. "É como a Antártida", diz a especialista. "Você pode ter uma base lá, contanto que diga que o que está sob seus pés não é seu."   As bases na Lua são um sonho antigo. Mas a pergunta que permanece é: Para quê? [Imagem: BBC] Privatização do espaço  Mas os Estados Unidos parecem estar indo além, a começar pela autorização dada à Moon Express, um direito que o país não teria e, portanto, não poderia conceder. E, em novembro de 2015, aquele país aprovou uma lei que permite aos cidadãos norte-americanos explorar comercialmente e reivindicar a posse de recursos obtidos no espaço.  "Isso me perturba um pouco", admite Stuart. "Essa lei tem o potencial de minar o acordo internacional que já está em vigor para o espaço."  Said Mosteshar, do Instituto de Direito e Política Espacial de Londres, concorda que essa lei norte-americana atropela os tratados internacionais. "Parece que os Estados Unidos estão concedendo a seus cidadãos um direito que o próprio país não tem. Você não pode dar um direito nacional que não pode exercer".  Em 1979, antecipando uma futura exploração lunar, a ONU redigiu o Tratado da Lua, estipulando as condições para essa atividade. A questão é que apenas 13 países assinaram o acordo - e nenhum deles tem recursos para participar de uma corrida espacial.  Talvez a exploração da Lua seja inevitável. E a possibilidade de haver bases de diferentes países, como ocorre na Antártida, não está tão distante de acontecer. Mas, para Jill Stuart, a pergunta que devemos fazer é: quem nós queremos que nos represente no espaço?  "Em breve teremos diferentes entidades pousando em corpos celestes, e acho que devemos nos perguntar quem a gente quer que vá para o espaço e nos represente. Eu não quero acordar daqui a 100 anos e descobrir que a Lua é da Coca-Cola," finalizou.  FONTE: BBC
Hoje a Rússia é líder na exploração espacial, mas a China está acelerando rápido. 
Exploração Espacial
Há décadas existe a promessa de uma base na Lua. Colocamos um pé lá, e parou por aí - nossa presença no satélite natural da Terra se resume a pegadas.
No entanto, estão surgindo cada vez mais iniciativas públicas e privadas que não só anunciam um retorno à Lua, mas planos ambiciosos de colonização lunar.
A China já revelou que pretende pousar no lado oculto da Lua (que não pode ser visto da Terra) em 2018, enquanto a Rússia prepara o pouso de sua primeira nave tripulada para 2031.
Os Estados Unidos não se manifestaram como governo, mas em julho deste ano deram permissão para a empresa privada Moon Express ir à Lua. E a NASA convocou recentemente companhias do setor privado a enviarem sugestões de experimentos que possam ser feitos por lá.
A que se deve tanto interesse na Lua?
Segunda corrida espacial
Para Leon Vanstone, da Universidade do Texas, o principal motivo é o mesmo da Guerra Fria: poder. "Devemos lembrar que foram os russos (então União Soviética) os primeiros a enviar um homem ao espaço - eles queriam militarizar o espaço - e os Estados Unidos se apressaram então em colocar um homem na Lua", disse ele.
Essa demonstração de poder custou bilhões de dólares e, segundo Vanstone, as potências perceberam que o melhor para todos era realizar iniciativas conjuntas em que os gastos e responsabilidades são compartilhados.
Mas o tabuleiro do xadrez geopolítico mudou.
A China está crescendo como uma potência espacial, e os Estados Unidos já não têm o mesmo status, dependendo dos russos até mesmo para mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional. E, conforme lembra a especialista em Direito Espacial Jill Stuart, da Escola de Economia de Londres, "há muita tensão entre os Estados Unidos e a Rússia. Então, há sempre uma política complicada por trás."
Além disso, diferentemente da maioria das agências espaciais do mundo - como a NASA (EUA), ESA (Europa) ou Roscosmos (Rússia) -, o programa espacial chinês é dirigido por militares. "Os Estados Unidos não querem dizer que o seu programa é estatal. Na sua política capitalista, preferem dizer 'vamos deixar nossas empresas privadas à frente do programa espacial'," afirma Stuart. Ocorre que essas empresas não são de todo privadas, uma vez que são financiadas com dinheiro do estado e devem operar sob a tutela da NASA.
 Hoje a Rússia é líder na exploração espacial, mas a China está acelerando rápido.  Exploração Espacial  Há décadas existe a promessa de uma base na Lua. Colocamos um pé lá, e parou por aí - nossa presença no satélite natural da Terra se resume a pegadas.  No entanto, estão surgindo cada vez mais iniciativas públicas e privadas que não só anunciam um retorno à Lua, mas planos ambiciosos de colonização lunar.  A China já revelou que pretende pousar no lado oculto da Lua (que não pode ser visto da Terra) em 2018, enquanto a Rússia prepara o pouso de sua primeira nave tripulada para 2031.  Os Estados Unidos não se manifestaram como governo, mas em julho deste ano deram permissão para a empresa privada Moon Express ir à Lua. E a NASA convocou recentemente companhias do setor privado a enviarem sugestões de experimentos que possam ser feitos por lá.  A que se deve tanto interesse na Lua?  Segunda corrida espacial  Para Leon Vanstone, da Universidade do Texas, o principal motivo é o mesmo da Guerra Fria: poder. "Devemos lembrar que foram os russos (então União Soviética) os primeiros a enviar um homem ao espaço - eles queriam militarizar o espaço - e os Estados Unidos se apressaram então em colocar um homem na Lua", disse ele.  Essa demonstração de poder custou bilhões de dólares e, segundo Vanstone, as potências perceberam que o melhor para todos era realizar iniciativas conjuntas em que os gastos e responsabilidades são compartilhados.  Mas o tabuleiro do xadrez geopolítico mudou.  A China está crescendo como uma potência espacial, e os Estados Unidos já não têm o mesmo status, dependendo dos russos até mesmo para mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional. E, conforme lembra a especialista em Direito Espacial Jill Stuart, da Escola de Economia de Londres, "há muita tensão entre os Estados Unidos e a Rússia. Então, há sempre uma política complicada por trás."  Além disso, diferentemente da maioria das agências espaciais do mundo - como a NASA (EUA), ESA (Europa) ou Roscosmos (Rússia) -, o programa espacial chinês é dirigido por militares. "Os Estados Unidos não querem dizer que o seu programa é estatal. Na sua política capitalista, preferem dizer 'vamos deixar nossas empresas privadas à frente do programa espacial'," afirma Stuart. Ocorre que essas empresas não são de todo privadas, uma vez que são financiadas com dinheiro do estado e devem operar sob a tutela da NASA.   Depois de meio século longe da Lua, agora há pelo menos seis projetos que prometem animar a exploração espacial. [Imagem: NASA] Mineração espacial  Para Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express, as possibilidades de negócios na Lua são ilimitadas. Uma licença de uso e exploração permitiria a ele dar início a atividades de mineração, oferecer pacotes turísticos ou vender pedaços de rochas lunares como pedras preciosas.  "Parafraseando JFK (ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy) 'escolhemos ir à Lua não porque era fácil, mas porque era um bom negócio', e é disso que se trata, de fazer um bom negócio", disse o fundador da Moon Express, que vê a comercialização da Lua como um negócio "grandiosamente genial".  E a tecnologia agora barateou em relação à corrida espacial dos anos 1960. "A primeira vez que o homem foi à Lua precisou de foguetes gigantes que custaram centenas de milhões de dólares," disse Jain. "Estamos usando um foguete menor, impresso em 3D, que custa menos de US$ 5 milhões."  E a sonda não-tripulada que ele planeja enviar à Lua no ano que vem custará outros meros US$ 5 milhões, algo que a NASA costuma gastar apenas nos estudos iniciais - sempre pagos a empresas privadas.  "A Lua é extremamente rica em recursos. Tudo pelo que brigamos na Terra está em abundância no espaço", afirma o empresário. "Cada vez mais pessoas estão interessadas em metais raros, e esse é o interesse de fazer a mineração na Lua."  A questão é que seria muito mais caro trazer esses minerais para a Terra do que continuar a explorar o que temos aqui, ou mesmo encontrar novas minas. Assim, parece haver outros elementos na equação do negócio que não estão totalmente claros.   Minerais extraídos na Lua ficariam muito mais caros do que os explorados na Terra. [Imagem: BBC/Divulgação] Bases lunares  Com o avanço da tecnologia e com a capacidade de chegar cada vez mais longe, a Lua se torna apenas um pequeno passo para a exploração do espaço.  Assim que a meta não for mais o nosso satélite, será Marte. E, se um dia chegarmos lá, então o desafio vai além.  Mas, para que isso aconteça, é preciso resolver um problema antes: combustível para viajar. Afinal, a maior parte do peso das naves lançadas ao espaço é de combustível.  Por isso, a Lua poderia ser uma parada estratégica para abastecimento. E não apenas os Estados Unidos acreditam nisso. A China também está de olho em Marte e anunciou recentemente que, em 2020, pretende visitar o Planeta Vermelho.  Direito espacial  Segundo o tratado sobre a exploração e utilização do espaço, assinado por 103 países em 1967, "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não deve ser objeto de apropriação nacional por reivindicação de soberania, uso, ocupação ou de qualquer outra forma".  Como os governos poderiam então planejar operações na Lua e conceder concessões a empresas privadas se, a princípio, ninguém tem o poder de fazê-lo?  Embora o acordo internacional afirme que o espaço é um território neutro e ninguém pode se apropriar dos corpos celestes, há diversas interpretações, e as empresas estão de olho em brechas na legislação de quase 50 anos para abocanhar uma fatia do negócio no espaço: "Primeiramente, o tratado especifica que nenhuma nação deve se apropriar de qualquer corpo celeste," diz a especialista Jill Stuart. "Mas há dúvidas se as entidades não-estatais poderiam fazer essas reivindicações."  Em segundo lugar, o fato de que você não pode reclamar a propriedade, não significa que não possa ocupar o espaço. "É como a Antártida", diz a especialista. "Você pode ter uma base lá, contanto que diga que o que está sob seus pés não é seu."   As bases na Lua são um sonho antigo. Mas a pergunta que permanece é: Para quê? [Imagem: BBC] Privatização do espaço  Mas os Estados Unidos parecem estar indo além, a começar pela autorização dada à Moon Express, um direito que o país não teria e, portanto, não poderia conceder. E, em novembro de 2015, aquele país aprovou uma lei que permite aos cidadãos norte-americanos explorar comercialmente e reivindicar a posse de recursos obtidos no espaço.  "Isso me perturba um pouco", admite Stuart. "Essa lei tem o potencial de minar o acordo internacional que já está em vigor para o espaço."  Said Mosteshar, do Instituto de Direito e Política Espacial de Londres, concorda que essa lei norte-americana atropela os tratados internacionais. "Parece que os Estados Unidos estão concedendo a seus cidadãos um direito que o próprio país não tem. Você não pode dar um direito nacional que não pode exercer".  Em 1979, antecipando uma futura exploração lunar, a ONU redigiu o Tratado da Lua, estipulando as condições para essa atividade. A questão é que apenas 13 países assinaram o acordo - e nenhum deles tem recursos para participar de uma corrida espacial.  Talvez a exploração da Lua seja inevitável. E a possibilidade de haver bases de diferentes países, como ocorre na Antártida, não está tão distante de acontecer. Mas, para Jill Stuart, a pergunta que devemos fazer é: quem nós queremos que nos represente no espaço?  "Em breve teremos diferentes entidades pousando em corpos celestes, e acho que devemos nos perguntar quem a gente quer que vá para o espaço e nos represente. Eu não quero acordar daqui a 100 anos e descobrir que a Lua é da Coca-Cola," finalizou.  FONTE: BBC
Depois de meio século longe da Lua, agora há pelo menos seis projetos que prometem animar a exploração espacial. [Imagem: NASA]
Mineração espacial
Para Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express, as possibilidades de negócios na Lua são ilimitadas. Uma licença de uso e exploração permitiria a ele dar início a atividades de mineração, oferecer pacotes turísticos ou vender pedaços de rochas lunares como pedras preciosas.
"Parafraseando JFK (ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy) 'escolhemos ir à Lua não porque era fácil, mas porque era um bom negócio', e é disso que se trata, de fazer um bom negócio", disse o fundador da Moon Express, que vê a comercialização da Lua como um negócio "grandiosamente genial".
E a tecnologia agora barateou em relação à corrida espacial dos anos 1960. "A primeira vez que o homem foi à Lua precisou de foguetes gigantes que custaram centenas de milhões de dólares," disse Jain. "Estamos usando um foguete menor, impresso em 3D, que custa menos de US$ 5 milhões."
E a sonda não-tripulada que ele planeja enviar à Lua no ano que vem custará outros meros US$ 5 milhões, algo que a NASA costuma gastar apenas nos estudos iniciais - sempre pagos a empresas privadas.
"A Lua é extremamente rica em recursos. Tudo pelo que brigamos na Terra está em abundância no espaço", afirma o empresário. "Cada vez mais pessoas estão interessadas em metais raros, e esse é o interesse de fazer a mineração na Lua."
A questão é que seria muito mais caro trazer esses minerais para a Terra do que continuar a explorar o que temos aqui, ou mesmo encontrar novas minas. Assim, parece haver outros elementos na equação do negócio que não estão totalmente claros.
 Hoje a Rússia é líder na exploração espacial, mas a China está acelerando rápido.  Exploração Espacial  Há décadas existe a promessa de uma base na Lua. Colocamos um pé lá, e parou por aí - nossa presença no satélite natural da Terra se resume a pegadas.  No entanto, estão surgindo cada vez mais iniciativas públicas e privadas que não só anunciam um retorno à Lua, mas planos ambiciosos de colonização lunar.  A China já revelou que pretende pousar no lado oculto da Lua (que não pode ser visto da Terra) em 2018, enquanto a Rússia prepara o pouso de sua primeira nave tripulada para 2031.  Os Estados Unidos não se manifestaram como governo, mas em julho deste ano deram permissão para a empresa privada Moon Express ir à Lua. E a NASA convocou recentemente companhias do setor privado a enviarem sugestões de experimentos que possam ser feitos por lá.  A que se deve tanto interesse na Lua?  Segunda corrida espacial  Para Leon Vanstone, da Universidade do Texas, o principal motivo é o mesmo da Guerra Fria: poder. "Devemos lembrar que foram os russos (então União Soviética) os primeiros a enviar um homem ao espaço - eles queriam militarizar o espaço - e os Estados Unidos se apressaram então em colocar um homem na Lua", disse ele.  Essa demonstração de poder custou bilhões de dólares e, segundo Vanstone, as potências perceberam que o melhor para todos era realizar iniciativas conjuntas em que os gastos e responsabilidades são compartilhados.  Mas o tabuleiro do xadrez geopolítico mudou.  A China está crescendo como uma potência espacial, e os Estados Unidos já não têm o mesmo status, dependendo dos russos até mesmo para mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional. E, conforme lembra a especialista em Direito Espacial Jill Stuart, da Escola de Economia de Londres, "há muita tensão entre os Estados Unidos e a Rússia. Então, há sempre uma política complicada por trás."  Além disso, diferentemente da maioria das agências espaciais do mundo - como a NASA (EUA), ESA (Europa) ou Roscosmos (Rússia) -, o programa espacial chinês é dirigido por militares. "Os Estados Unidos não querem dizer que o seu programa é estatal. Na sua política capitalista, preferem dizer 'vamos deixar nossas empresas privadas à frente do programa espacial'," afirma Stuart. Ocorre que essas empresas não são de todo privadas, uma vez que são financiadas com dinheiro do estado e devem operar sob a tutela da NASA.   Depois de meio século longe da Lua, agora há pelo menos seis projetos que prometem animar a exploração espacial. [Imagem: NASA] Mineração espacial  Para Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express, as possibilidades de negócios na Lua são ilimitadas. Uma licença de uso e exploração permitiria a ele dar início a atividades de mineração, oferecer pacotes turísticos ou vender pedaços de rochas lunares como pedras preciosas.  "Parafraseando JFK (ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy) 'escolhemos ir à Lua não porque era fácil, mas porque era um bom negócio', e é disso que se trata, de fazer um bom negócio", disse o fundador da Moon Express, que vê a comercialização da Lua como um negócio "grandiosamente genial".  E a tecnologia agora barateou em relação à corrida espacial dos anos 1960. "A primeira vez que o homem foi à Lua precisou de foguetes gigantes que custaram centenas de milhões de dólares," disse Jain. "Estamos usando um foguete menor, impresso em 3D, que custa menos de US$ 5 milhões."  E a sonda não-tripulada que ele planeja enviar à Lua no ano que vem custará outros meros US$ 5 milhões, algo que a NASA costuma gastar apenas nos estudos iniciais - sempre pagos a empresas privadas.  "A Lua é extremamente rica em recursos. Tudo pelo que brigamos na Terra está em abundância no espaço", afirma o empresário. "Cada vez mais pessoas estão interessadas em metais raros, e esse é o interesse de fazer a mineração na Lua."  A questão é que seria muito mais caro trazer esses minerais para a Terra do que continuar a explorar o que temos aqui, ou mesmo encontrar novas minas. Assim, parece haver outros elementos na equação do negócio que não estão totalmente claros.   Minerais extraídos na Lua ficariam muito mais caros do que os explorados na Terra. [Imagem: BBC/Divulgação] Bases lunares  Com o avanço da tecnologia e com a capacidade de chegar cada vez mais longe, a Lua se torna apenas um pequeno passo para a exploração do espaço.  Assim que a meta não for mais o nosso satélite, será Marte. E, se um dia chegarmos lá, então o desafio vai além.  Mas, para que isso aconteça, é preciso resolver um problema antes: combustível para viajar. Afinal, a maior parte do peso das naves lançadas ao espaço é de combustível.  Por isso, a Lua poderia ser uma parada estratégica para abastecimento. E não apenas os Estados Unidos acreditam nisso. A China também está de olho em Marte e anunciou recentemente que, em 2020, pretende visitar o Planeta Vermelho.  Direito espacial  Segundo o tratado sobre a exploração e utilização do espaço, assinado por 103 países em 1967, "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não deve ser objeto de apropriação nacional por reivindicação de soberania, uso, ocupação ou de qualquer outra forma".  Como os governos poderiam então planejar operações na Lua e conceder concessões a empresas privadas se, a princípio, ninguém tem o poder de fazê-lo?  Embora o acordo internacional afirme que o espaço é um território neutro e ninguém pode se apropriar dos corpos celestes, há diversas interpretações, e as empresas estão de olho em brechas na legislação de quase 50 anos para abocanhar uma fatia do negócio no espaço: "Primeiramente, o tratado especifica que nenhuma nação deve se apropriar de qualquer corpo celeste," diz a especialista Jill Stuart. "Mas há dúvidas se as entidades não-estatais poderiam fazer essas reivindicações."  Em segundo lugar, o fato de que você não pode reclamar a propriedade, não significa que não possa ocupar o espaço. "É como a Antártida", diz a especialista. "Você pode ter uma base lá, contanto que diga que o que está sob seus pés não é seu."   As bases na Lua são um sonho antigo. Mas a pergunta que permanece é: Para quê? [Imagem: BBC] Privatização do espaço  Mas os Estados Unidos parecem estar indo além, a começar pela autorização dada à Moon Express, um direito que o país não teria e, portanto, não poderia conceder. E, em novembro de 2015, aquele país aprovou uma lei que permite aos cidadãos norte-americanos explorar comercialmente e reivindicar a posse de recursos obtidos no espaço.  "Isso me perturba um pouco", admite Stuart. "Essa lei tem o potencial de minar o acordo internacional que já está em vigor para o espaço."  Said Mosteshar, do Instituto de Direito e Política Espacial de Londres, concorda que essa lei norte-americana atropela os tratados internacionais. "Parece que os Estados Unidos estão concedendo a seus cidadãos um direito que o próprio país não tem. Você não pode dar um direito nacional que não pode exercer".  Em 1979, antecipando uma futura exploração lunar, a ONU redigiu o Tratado da Lua, estipulando as condições para essa atividade. A questão é que apenas 13 países assinaram o acordo - e nenhum deles tem recursos para participar de uma corrida espacial.  Talvez a exploração da Lua seja inevitável. E a possibilidade de haver bases de diferentes países, como ocorre na Antártida, não está tão distante de acontecer. Mas, para Jill Stuart, a pergunta que devemos fazer é: quem nós queremos que nos represente no espaço?  "Em breve teremos diferentes entidades pousando em corpos celestes, e acho que devemos nos perguntar quem a gente quer que vá para o espaço e nos represente. Eu não quero acordar daqui a 100 anos e descobrir que a Lua é da Coca-Cola," finalizou.  FONTE: BBC
Minerais extraídos na Lua ficariam muito mais caros do que os explorados na Terra. [Imagem: BBC/Divulgação]
Bases lunares
Com o avanço da tecnologia e com a capacidade de chegar cada vez mais longe, a Lua se torna apenas um pequeno passo para a exploração do espaço.
Assim que a meta não for mais o nosso satélite, será Marte. E, se um dia chegarmos lá, então o desafio vai além.
Mas, para que isso aconteça, é preciso resolver um problema antes: combustível para viajar. Afinal, a maior parte do peso das naves lançadas ao espaço é de combustível.
Por isso, a Lua poderia ser uma parada estratégica para abastecimento. E não apenas os Estados Unidos acreditam nisso. A China também está de olho em Marte e anunciou recentemente que, em 2020, pretende visitar o Planeta Vermelho.
Direito espacial
Segundo o tratado sobre a exploração e utilização do espaço, assinado por 103 países em 1967, "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não deve ser objeto de apropriação nacional por reivindicação de soberania, uso, ocupação ou de qualquer outra forma".
Como os governos poderiam então planejar operações na Lua e conceder concessões a empresas privadas se, a princípio, ninguém tem o poder de fazê-lo?
Embora o acordo internacional afirme que o espaço é um território neutro e ninguém pode se apropriar dos corpos celestes, há diversas interpretações, e as empresas estão de olho em brechas na legislação de quase 50 anos para abocanhar uma fatia do negócio no espaço: "Primeiramente, o tratado especifica que nenhuma nação deve se apropriar de qualquer corpo celeste," diz a especialista Jill Stuart. "Mas há dúvidas se as entidades não-estatais poderiam fazer essas reivindicações."
Em segundo lugar, o fato de que você não pode reclamar a propriedade, não significa que não possa ocupar o espaço. "É como a Antártida", diz a especialista. "Você pode ter uma base lá, contanto que diga que o que está sob seus pés não é seu."
 Hoje a Rússia é líder na exploração espacial, mas a China está acelerando rápido.  Exploração Espacial  Há décadas existe a promessa de uma base na Lua. Colocamos um pé lá, e parou por aí - nossa presença no satélite natural da Terra se resume a pegadas.  No entanto, estão surgindo cada vez mais iniciativas públicas e privadas que não só anunciam um retorno à Lua, mas planos ambiciosos de colonização lunar.  A China já revelou que pretende pousar no lado oculto da Lua (que não pode ser visto da Terra) em 2018, enquanto a Rússia prepara o pouso de sua primeira nave tripulada para 2031.  Os Estados Unidos não se manifestaram como governo, mas em julho deste ano deram permissão para a empresa privada Moon Express ir à Lua. E a NASA convocou recentemente companhias do setor privado a enviarem sugestões de experimentos que possam ser feitos por lá.  A que se deve tanto interesse na Lua?  Segunda corrida espacial  Para Leon Vanstone, da Universidade do Texas, o principal motivo é o mesmo da Guerra Fria: poder. "Devemos lembrar que foram os russos (então União Soviética) os primeiros a enviar um homem ao espaço - eles queriam militarizar o espaço - e os Estados Unidos se apressaram então em colocar um homem na Lua", disse ele.  Essa demonstração de poder custou bilhões de dólares e, segundo Vanstone, as potências perceberam que o melhor para todos era realizar iniciativas conjuntas em que os gastos e responsabilidades são compartilhados.  Mas o tabuleiro do xadrez geopolítico mudou.  A China está crescendo como uma potência espacial, e os Estados Unidos já não têm o mesmo status, dependendo dos russos até mesmo para mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional. E, conforme lembra a especialista em Direito Espacial Jill Stuart, da Escola de Economia de Londres, "há muita tensão entre os Estados Unidos e a Rússia. Então, há sempre uma política complicada por trás."  Além disso, diferentemente da maioria das agências espaciais do mundo - como a NASA (EUA), ESA (Europa) ou Roscosmos (Rússia) -, o programa espacial chinês é dirigido por militares. "Os Estados Unidos não querem dizer que o seu programa é estatal. Na sua política capitalista, preferem dizer 'vamos deixar nossas empresas privadas à frente do programa espacial'," afirma Stuart. Ocorre que essas empresas não são de todo privadas, uma vez que são financiadas com dinheiro do estado e devem operar sob a tutela da NASA.   Depois de meio século longe da Lua, agora há pelo menos seis projetos que prometem animar a exploração espacial. [Imagem: NASA] Mineração espacial  Para Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express, as possibilidades de negócios na Lua são ilimitadas. Uma licença de uso e exploração permitiria a ele dar início a atividades de mineração, oferecer pacotes turísticos ou vender pedaços de rochas lunares como pedras preciosas.  "Parafraseando JFK (ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy) 'escolhemos ir à Lua não porque era fácil, mas porque era um bom negócio', e é disso que se trata, de fazer um bom negócio", disse o fundador da Moon Express, que vê a comercialização da Lua como um negócio "grandiosamente genial".  E a tecnologia agora barateou em relação à corrida espacial dos anos 1960. "A primeira vez que o homem foi à Lua precisou de foguetes gigantes que custaram centenas de milhões de dólares," disse Jain. "Estamos usando um foguete menor, impresso em 3D, que custa menos de US$ 5 milhões."  E a sonda não-tripulada que ele planeja enviar à Lua no ano que vem custará outros meros US$ 5 milhões, algo que a NASA costuma gastar apenas nos estudos iniciais - sempre pagos a empresas privadas.  "A Lua é extremamente rica em recursos. Tudo pelo que brigamos na Terra está em abundância no espaço", afirma o empresário. "Cada vez mais pessoas estão interessadas em metais raros, e esse é o interesse de fazer a mineração na Lua."  A questão é que seria muito mais caro trazer esses minerais para a Terra do que continuar a explorar o que temos aqui, ou mesmo encontrar novas minas. Assim, parece haver outros elementos na equação do negócio que não estão totalmente claros.   Minerais extraídos na Lua ficariam muito mais caros do que os explorados na Terra. [Imagem: BBC/Divulgação] Bases lunares  Com o avanço da tecnologia e com a capacidade de chegar cada vez mais longe, a Lua se torna apenas um pequeno passo para a exploração do espaço.  Assim que a meta não for mais o nosso satélite, será Marte. E, se um dia chegarmos lá, então o desafio vai além.  Mas, para que isso aconteça, é preciso resolver um problema antes: combustível para viajar. Afinal, a maior parte do peso das naves lançadas ao espaço é de combustível.  Por isso, a Lua poderia ser uma parada estratégica para abastecimento. E não apenas os Estados Unidos acreditam nisso. A China também está de olho em Marte e anunciou recentemente que, em 2020, pretende visitar o Planeta Vermelho.  Direito espacial  Segundo o tratado sobre a exploração e utilização do espaço, assinado por 103 países em 1967, "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não deve ser objeto de apropriação nacional por reivindicação de soberania, uso, ocupação ou de qualquer outra forma".  Como os governos poderiam então planejar operações na Lua e conceder concessões a empresas privadas se, a princípio, ninguém tem o poder de fazê-lo?  Embora o acordo internacional afirme que o espaço é um território neutro e ninguém pode se apropriar dos corpos celestes, há diversas interpretações, e as empresas estão de olho em brechas na legislação de quase 50 anos para abocanhar uma fatia do negócio no espaço: "Primeiramente, o tratado especifica que nenhuma nação deve se apropriar de qualquer corpo celeste," diz a especialista Jill Stuart. "Mas há dúvidas se as entidades não-estatais poderiam fazer essas reivindicações."  Em segundo lugar, o fato de que você não pode reclamar a propriedade, não significa que não possa ocupar o espaço. "É como a Antártida", diz a especialista. "Você pode ter uma base lá, contanto que diga que o que está sob seus pés não é seu."   As bases na Lua são um sonho antigo. Mas a pergunta que permanece é: Para quê? [Imagem: BBC] Privatização do espaço  Mas os Estados Unidos parecem estar indo além, a começar pela autorização dada à Moon Express, um direito que o país não teria e, portanto, não poderia conceder. E, em novembro de 2015, aquele país aprovou uma lei que permite aos cidadãos norte-americanos explorar comercialmente e reivindicar a posse de recursos obtidos no espaço.  "Isso me perturba um pouco", admite Stuart. "Essa lei tem o potencial de minar o acordo internacional que já está em vigor para o espaço."  Said Mosteshar, do Instituto de Direito e Política Espacial de Londres, concorda que essa lei norte-americana atropela os tratados internacionais. "Parece que os Estados Unidos estão concedendo a seus cidadãos um direito que o próprio país não tem. Você não pode dar um direito nacional que não pode exercer".  Em 1979, antecipando uma futura exploração lunar, a ONU redigiu o Tratado da Lua, estipulando as condições para essa atividade. A questão é que apenas 13 países assinaram o acordo - e nenhum deles tem recursos para participar de uma corrida espacial.  Talvez a exploração da Lua seja inevitável. E a possibilidade de haver bases de diferentes países, como ocorre na Antártida, não está tão distante de acontecer. Mas, para Jill Stuart, a pergunta que devemos fazer é: quem nós queremos que nos represente no espaço?  "Em breve teremos diferentes entidades pousando em corpos celestes, e acho que devemos nos perguntar quem a gente quer que vá para o espaço e nos represente. Eu não quero acordar daqui a 100 anos e descobrir que a Lua é da Coca-Cola," finalizou.  FONTE: BBC
As bases na Lua são um sonho antigo. Mas a pergunta que permanece é: Para quê? [Imagem: BBC]
Privatização do espaço
Mas os Estados Unidos parecem estar indo além, a começar pela autorização dada à Moon Express, um direito que o país não teria e, portanto, não poderia conceder. E, em novembro de 2015, aquele país aprovou uma lei que permite aos cidadãos norte-americanos explorar comercialmente e reivindicar a posse de recursos obtidos no espaço.
"Isso me perturba um pouco", admite Stuart. "Essa lei tem o potencial de minar o acordo internacional que já está em vigor para o espaço."
Said Mosteshar, do Instituto de Direito e Política Espacial de Londres, concorda que essa lei norte-americana atropela os tratados internacionais. "Parece que os Estados Unidos estão concedendo a seus cidadãos um direito que o próprio país não tem. Você não pode dar um direito nacional que não pode exercer".
Em 1979, antecipando uma futura exploração lunar, a ONU redigiu o Tratado da Lua, estipulando as condições para essa atividade. A questão é que apenas 13 países assinaram o acordo - e nenhum deles tem recursos para participar de uma corrida espacial.
Talvez a exploração da Lua seja inevitável. E a possibilidade de haver bases de diferentes países, como ocorre na Antártida, não está tão distante de acontecer. Mas, para Jill Stuart, a pergunta que devemos fazer é: quem nós queremos que nos represente no espaço?
"Em breve teremos diferentes entidades pousando em corpos celestes, e acho que devemos nos perguntar quem a gente quer que vá para o espaço e nos represente. Eu não quero acordar daqui a 100 anos e descobrir que a Lua é da Coca-Cola," finalizou.
FONTE: BBC

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