sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Confirmado: Relâmpagos produzem antimatéria

 O relâmpago induz uma reação fotonuclear que produz nêutrons (matéria) e pósitrons (antimatéria).   Raios gama de raios  Pesquisadores japoneses comprovaram pela primeira vez que os raios (a descarga elétrica) e os relâmpagos (a emissão luminosa) podem resultar em um fenômeno de aniquilação matéria-antimatéria. Quando partículas e antipartículas se chocam elas se aniquilam emitindo raios gama de alta energia.  Já se sabia que os raios produzem flashes de raios gama e que as tempestades ejetam antimatéria para o espaço, mas o processo todo ainda é largamente envolto em mistério.  Teruaki Enoto e seus colegas da Universidade de Quioto acreditam ter encontrado a prova definitiva de nêutrons (matéria) e pósitrons (antimatéria) emergindo do relâmpago, que funciona como um autêntico acelerador natural de partículas.  Antimatéria produzida por raios  Quando analisou os dados de uma emissão de raios gama emergindo da queda de um raio na cidade de Kashiwazaki, a equipe descobriu que não se tratava de uma, mas de três emissões distintas de raios gama: a primeira durou menos de um milissegundo; a segunda foi um brilho residual de raios gama, que decaiu ao longo de várias dezenas de milissegundos; finalmente, a terceira emissão durou mais de um minuto.  A primeira é a emissão já esperada, de ocorrência típica nas quedas de raios. A segunda, porém, foi causada pela reação do raio com o nitrogênio atmosférico. Os raios gama emitidos pelo relâmpago têm energia suficiente para arrancar um nêutron do nitrogênio, e é a reabsorção desse nêutron por partículas na atmosfera que produz o pós-brilho de raios gama.  Mas a terceira emissão, mais prolongada, emergiu da quebra dos átomos de nitrogênio instáveis devido à perda de nêutrons. É dessa reação - uma reação fotonuclear alimentada pelo relâmpago - que emerge a antimatéria, com os pósitrons a seguir colidindo com elétrons e liberando raios gama.  "Nós temos essa ideia de que a antimatéria é algo que existe apenas na ficção científica. Quem diria que ela pode estar passando logo acima das nossas cabeças em um dia de tempestade," comentou Enoto.  Esta descoberta só foi possível com a ajuda popular. A equipe ficou sem financiamento no meio da pesquisa e lançou uma campanha de arrecadação de fundos coletivos que permitiu a instalação e manutenção de 10 detectores ao longo da costa do Japão. Os detectores continuam operando, e a equipe afirma esperar novas medições mais precisas e, eventualmente, novas descobertas.  FONTE: Kyoto University  Bibliografia:  Photonuclear reactions triggered by lightning discharge Teruaki Enoto, Yuuki Wada, Yoshihiro Furuta, Kazuhiro Nakazawa, Takayuki Yuasa, Kazufumi Okuda, Kazuo Makishima, Mitsuteru Sato, Yousuke Sato, Toshio Nakano, Daigo Umemoto, Harufumi Tsuchiya Nature Vol.: 551, 481-484 DOI: 10.1038/nature24630
O relâmpago induz uma reação fotonuclear que produz nêutrons (matéria) e pósitrons (antimatéria). 
Raios gama de raios
Pesquisadores japoneses comprovaram pela primeira vez que os raios (a descarga elétrica) e os relâmpagos (a emissão luminosa) podem resultar em um fenômeno de aniquilação matéria-antimatéria. Quando partículas e antipartículas se chocam elas se aniquilam emitindo raios gama de alta energia.
Já se sabia que os raios produzem flashes de raios gama e que as tempestades ejetam antimatéria para o espaço, mas o processo todo ainda é largamente envolto em mistério.
Teruaki Enoto e seus colegas da Universidade de Quioto acreditam ter encontrado a prova definitiva de nêutrons (matéria) e pósitrons (antimatéria) emergindo do relâmpago, que funciona como um autêntico acelerador natural de partículas.
Antimatéria produzida por raios
Quando analisou os dados de uma emissão de raios gama emergindo da queda de um raio na cidade de Kashiwazaki, a equipe descobriu que não se tratava de uma, mas de três emissões distintas de raios gama: a primeira durou menos de um milissegundo; a segunda foi um brilho residual de raios gama, que decaiu ao longo de várias dezenas de milissegundos; finalmente, a terceira emissão durou mais de um minuto.
A primeira é a emissão já esperada, de ocorrência típica nas quedas de raios. A segunda, porém, foi causada pela reação do raio com o nitrogênio atmosférico. Os raios gama emitidos pelo relâmpago têm energia suficiente para arrancar um nêutron do nitrogênio, e é a reabsorção desse nêutron por partículas na atmosfera que produz o pós-brilho de raios gama.
Mas a terceira emissão, mais prolongada, emergiu da quebra dos átomos de nitrogênio instáveis devido à perda de nêutrons. É dessa reação - uma reação fotonuclear alimentada pelo relâmpago - que emerge a antimatéria, com os pósitrons a seguir colidindo com elétrons e liberando raios gama.
"Nós temos essa ideia de que a antimatéria é algo que existe apenas na ficção científica. Quem diria que ela pode estar passando logo acima das nossas cabeças em um dia de tempestade," comentou Enoto.
Esta descoberta só foi possível com a ajuda popular. A equipe ficou sem financiamento no meio da pesquisa e lançou uma campanha de arrecadação de fundos coletivos que permitiu a instalação e manutenção de 10 detectores ao longo da costa do Japão. Os detectores continuam operando, e a equipe afirma esperar novas medições mais precisas e, eventualmente, novas descobertas.
FONTE: Kyoto University
Bibliografia:
Photonuclear reactions triggered by lightning discharge
Teruaki Enoto, Yuuki Wada, Yoshihiro Furuta, Kazuhiro Nakazawa, Takayuki Yuasa, Kazufumi Okuda, Kazuo Makishima, Mitsuteru Sato, Yousuke Sato, Toshio Nakano, Daigo Umemoto, Harufumi Tsuchiya
Nature
Vol.: 551, 481-484
DOI: 10.1038/nature24630

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Expansão da aceleração do Universo sofre novo revés

 O modelo que dá sustentação à expansão do Universo não leva em conta as características básicas do Universo real.[Imagem: Andrew Pontzen/Fabio Governato]  Expansão das críticas  A expansão acelerada do Universo pode não ser real, podendo ser apenas um efeito aparente.  Isto é o que defende uma nova pesquisa feita por um grupo da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e que vem dar corpo a uma tendência crescente na comunidade científica de questionar a aceleração da expansão do Universo.  Embora a aceleração da expansão do Universo tenha si do premiada com o Nobel de Física em 2011, nessa época já surgiam as primeiras dúvidas, que foram reforçadas conforme se descobriu que o elemento crucial usado nas medições, as chamadas supernovas tipo Ia, não eram todas iguais.  Lawrence Dam e seus colegas constataram agora que as supernovas tipo Ia se encaixam perfeitamente em um modelo de Universo que dispensa a energia escura - na verdade, o modelo é ligeiramente melhor quanto à forma como as supernovas se ajustam ao modelo padrão com energia escura.  A propósito, a energia escura, que hoje se assume como respondendo por aproximadamente 70% do conteúdo material do Universo, é essencialmente um nome colocado para segurar o lugar enquanto não se descobre a física desconhecida que explicaria as primeiras observações das supernovas.  Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés Todos os esforços para observação da Energia Escura até agora foram em vão. [Imagem: Reidar Hahn/DES] Universo vazio  Os modelos atuais do Universo exigem este termo "energia escura" para preencher o lugar da causa da aceleração observada na taxa em que o Universo estaria se expandindo. Os cientistas baseiam essa conclusão em medições das distâncias das explosões de supernovas, que parecem estar mais distantes do que deveriam estar se a expansão do Universo não estivesse se acelerando.  No entanto, a significância estatística dessa assinatura de aceleração cósmica tem sido cada vez mais questionada nos últimos anos. O debate tem essencialmente contraposto o modelo cosmológico mais aceito, conhecido como CDM (Lambda Cold Dark Matter), contra o modelo de um Universo vazio cuja expansão não acelera nem desacelera. Os dois modelos assumem uma lei simplificada de expansão cósmica que já dura 100 anos, baseada nas equações da chamada Lei de Friedmann (Alexander Friedmann, 1888-1925).  A equação de Friedmann assume uma expansão idêntica à de uma "sopa" sem qualquer característica e sem qualquer estrutura complicadora. No entanto, o Universo presente contém uma rede cósmica complexa de aglomerados de galáxias em folhas e filamentos envolvendo vastos vazios - a chamada teia cósmica.  "O debate passado perdeu um ponto essencial: Se a energia escura não existe, então uma alternativa provável é que a lei de expansão média não siga a equação de Friedmann," explicou o professor David Wiltshire, membro da equipe.  Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés Há cosmologistas que vão ainda mais longe, defendendo que o Universo não está nem mesmo se expandindo, menos ainda se acelerando. [Imagem: NASA/CXC/CfA/P. Slane et al.] Cosmologia do horizonte temporal  Para levar em conta que o Universo está longe de ser insosso, a equipe comparou o modelo cosmológico padrão (CDM) não com um universo vazio, mas com um modelo chamado de "cosmologia do horizonte temporal".  Esse modelo não tem energia escura. Em vez disso, os relógios carregados por observadores em diferentes galáxias diferem do relógio que melhor descreve a expansão média, uma vez que a "granulosidade" da estrutura do Universo se torna significativa. Se um pesquisador vai inferir ou não a existência de uma aceleração da expansão do Universo vai depender crucialmente de qual relógio ele está usando.  A equipe demonstrou que a cosmologia do horizonte temporal explica ligeiramente melhor o maior catálogo de dados de supernovas do que a cosmologia padrão mais aceita.  Infelizmente, as evidências estatísticas ainda não são suficientemente fortes para descartar definitivamente um modelo ou outro, mas futuras missões de observação, como a sonda espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia, terão capacidade para distinguir entre a cosmologia padrão e outros modelos, e ajudar os cientistas a decidir se a energia escura precisa continuar segurando o lugar para alguma nova física, ou se sequer há lugar para ser segurado.  Além de demonstrações desse tipo, envolvendo as supernovas, outros pesquisadores questionam o modelo da energia escura contrapondo a mecânica quântica com a relatividade geral ou usando os dados da radiação cósmica de fundo
O modelo que dá sustentação à expansão do Universo não leva em conta as características básicas do Universo real.[Imagem: Andrew Pontzen/Fabio Governato]

Expansão das críticas
A expansão acelerada do Universo pode não ser real, podendo ser apenas um efeito aparente.
Isto é o que defende uma nova pesquisa feita por um grupo da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e que vem dar corpo a uma tendência crescente na comunidade científica de questionar a aceleração da expansão do Universo.
Embora a aceleração da expansão do Universo tenha si do premiada com o Nobel de Física em 2011, nessa época já surgiam as primeiras dúvidas, que foram reforçadas conforme se descobriu que o elemento crucial usado nas medições, as chamadas supernovas tipo Ia, não eram todas iguais.
Lawrence Dam e seus colegas constataram agora que as supernovas tipo Ia se encaixam perfeitamente em um modelo de Universo que dispensa a energia escura - na verdade, o modelo é ligeiramente melhor quanto à forma como as supernovas se ajustam ao modelo padrão com energia escura.
A propósito, a energia escura, que hoje se assume como respondendo por aproximadamente 70% do conteúdo material do Universo, é essencialmente um nome colocado para segurar o lugar enquanto não se descobre a física desconhecida que explicaria as primeiras observações das supernovas.
Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés
Todos os esforços para observação da Energia Escura até agora foram em vão. [Imagem: Reidar Hahn/DES]
Universo vazio
Os modelos atuais do Universo exigem este termo "energia escura" para preencher o lugar da causa da aceleração observada na taxa em que o Universo estaria se expandindo. Os cientistas baseiam essa conclusão em medições das distâncias das explosões de supernovas, que parecem estar mais distantes do que deveriam estar se a expansão do Universo não estivesse se acelerando.
No entanto, a significância estatística dessa assinatura de aceleração cósmica tem sido cada vez mais questionada nos últimos anos. O debate tem essencialmente contraposto o modelo cosmológico mais aceito, conhecido como CDM (Lambda Cold Dark Matter), contra o modelo de um Universo vazio cuja expansão não acelera nem desacelera. Os dois modelos assumem uma lei simplificada de expansão cósmica que já dura 100 anos, baseada nas equações da chamada Lei de Friedmann (Alexander Friedmann, 1888-1925).
A equação de Friedmann assume uma expansão idêntica à de uma "sopa" sem qualquer característica e sem qualquer estrutura complicadora. No entanto, o Universo presente contém uma rede cósmica complexa de aglomerados de galáxias em folhas e filamentos envolvendo vastos vazios - a chamada teia cósmica.
"O debate passado perdeu um ponto essencial: Se a energia escura não existe, então uma alternativa provável é que a lei de expansão média não siga a equação de Friedmann," explicou o professor David Wiltshire, membro da equipe.
Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés
Há cosmologistas que vão ainda mais longe, defendendo que o Universo não está nem mesmo se expandindo, menos ainda se acelerando. [Imagem: NASA/CXC/CfA/P. Slane et al.]
Cosmologia do horizonte temporal
Para levar em conta que o Universo está longe de ser insosso, a equipe comparou o modelo cosmológico padrão (CDM) não com um universo vazio, mas com um modelo chamado de "cosmologia do horizonte temporal".
Esse modelo não tem energia escura. Em vez disso, os relógios carregados por observadores em diferentes galáxias diferem do relógio que melhor descreve a expansão média, uma vez que a "granulosidade" da estrutura do Universo se torna significativa. Se um pesquisador vai inferir ou não a existência de uma aceleração da expansão do Universo vai depender crucialmente de qual relógio ele está usando.
A equipe demonstrou que a cosmologia do horizonte temporal explica ligeiramente melhor o maior catálogo de dados de supernovas do que a cosmologia padrão mais aceita.
Infelizmente, as evidências estatísticas ainda não são suficientemente fortes para descartar definitivamente um modelo ou outro, mas futuras missões de observação, como a sonda espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia, terão capacidade para distinguir entre a cosmologia padrão e outros modelos, e ajudar os cientistas a decidir se a energia escura precisa continuar segurando o lugar para alguma nova física, ou se sequer há lugar para ser segurado.
Além de demonstrações desse tipo, envolvendo as supernovas, outros pesquisadores questionam o modelo da energia escura contrapondo a mecânica quântica com a relatividade geral ou usando os dados da radiação cósmica de fundo.
FONTE: NASA

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O espaço pode deixá-lo cego, e os cientistas podem ter encontrado o porquê!

 (Créditos da imagem: Canadian Space Agency).  Uma misteriosa síndrome está prejudicando a visão dos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), causando uma miopia intratável que persiste por meses, mesmo depois de terem retornado à Terra.  O problema é tão grave que dois terços dos astronautas relatam ter a visão deteriorada depois de passar determinado tempo em órbita da Terra. Os cientistas dizem que finalmente encontram algumas respostas.  “Ninguém passou dois anos sem exposição a isso, e a preocupação é que teríamos perda de visão.”, disse Dorit Donoviel, do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas do Espaço (NSBRI, na sigla em inglês), ao The Guardian. “Isso é catastrófico para um astronauta.”, conclui.  No ano passado, a NASA relatou que algo no espaço mexe com a visão dos astronautas, causando prejuízo a longo prazo para a qualidade da visão.  O astronauta Scott Kelly, cuja excepcional visão foi parte da razão pela qual ele foi selecionado para ser o primeiro astronauta da América a passar um ano inteiro no espaço, disse que foi forçado a usar óculos de leitura desde que voltou para casa.  A NASA suspeitou que a péssima condição — chamada deficiência visual entre síndrome da pressão craniana — foi causada pela falta de gravidade no espaço.  A hipótese era que a microgravidade na ISS estava aumentando a pressão na cabeça dos astronautas, fazendo com que cerca de 2 litros de fluidos vasculares se deslocassem em direção a seus cérebros.  Eles dizem que a pressão foi responsável pelo achatamento dos globos oculares e inflamação dos nervos ópticos, observados em astronautas retornados.  “Na Terra, a gravidade puxa fluidos corporais para baixo em direção aos pés. Isso não acontece no espaço, e pensa-se que o fluido extra no crânio aumenta a pressão sobre o cérebro e a parte de trás do olho.”, disse Shayla Love para o Washington Post.  Recentemente, uma equipe da Universidade de Miami realizou o primeiro estudo para realmente testar essa ideia, e descobriu que algo a mais têm causado problemas de visão nos astronautas.  Os pesquisadores recolheram dados de exames cerebrais de sete astronautas que passaram muitos meses na ISS e os compararam a exames de nove astronautas que acabavam de fazer viagens curtas.  A grande diferença entre eles era que os astronautas de longa duração tinham significativamente mais líquido cefalorraquidiano (CSF, na single em inglês) em seus cérebros do que os astronautas de curta viagem, e os pesquisadores dizem que isso — e não o líquido vascular — é a causa da perda de visão.  Os resultados foram apresentados na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, em Chicago (veja o resumo), e ainda têm de ser revisados, então temos que esperar para que os resultados sejam analisados por uma equipe independente para que possamos ter a certeza de que esta é a resposta.  De Bec Crew para o ScienceAlert.  Referências:  LOVE, Shayla. “The mysterious syndrome impairing astronauts’ sight”; Washington Post. Acesso em: 21 mai. 2017. MACDONALD, Fiona. “There’s something in space that’s ruining astronauts’ vision”; ScienceAlert. Acesso em: 21 mai. 2017. TAYLOR, Marisa. “Heart disease, depression and blindness – the hazards of deep space travel”; The Guardian. Acesso em: 21 mai. 2017. GUGLIOTTA, Guy. “Scott Kelly’s year in space”; Air & Space Magazine. Acesso em: 21 mai. 2017. RSNA. “Role of cerebrospinal fluid in spaceflight-induced visual impairment and ocular changes”. Acesso em: 21 mai. 2017.
(Créditos da imagem: Canadian Space Agency).

Uma misteriosa síndrome está prejudicando a visão dos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), causando uma miopia intratável que persiste por meses, mesmo depois de terem retornado à Terra.
O problema é tão grave que dois terços dos astronautas relatam ter a visão deteriorada depois de passar determinado tempo em órbita da Terra. Os cientistas dizem que finalmente encontram algumas respostas.
“Ninguém passou dois anos sem exposição a isso, e a preocupação é que teríamos perda de visão.”, disse Dorit Donoviel, do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas do Espaço (NSBRI, na sigla em inglês), ao The Guardian“Isso é catastrófico para um astronauta.”, conclui.
No ano passado, a NASA relatou que algo no espaço mexe com a visão dos astronautas, causando prejuízo a longo prazo para a qualidade da visão.
O astronauta Scott Kelly, cuja excepcional visão foi parte da razão pela qual ele foi selecionado para ser o primeiro astronauta da América a passar um ano inteiro no espaço, disse que foi forçado a usar óculos de leitura desde que voltou para casa.
A NASA suspeitou que a péssima condição — chamada deficiência visual entre síndrome da pressão craniana — foi causada pela falta de gravidade no espaço.
A hipótese era que a microgravidade na ISS estava aumentando a pressão na cabeça dos astronautas, fazendo com que cerca de 2 litros de fluidos vasculares se deslocassem em direção a seus cérebros.
Eles dizem que a pressão foi responsável pelo achatamento dos globos oculares e inflamação dos nervos ópticos, observados em astronautas retornados.
“Na Terra, a gravidade puxa fluidos corporais para baixo em direção aos pés. Isso não acontece no espaço, e pensa-se que o fluido extra no crânio aumenta a pressão sobre o cérebro e a parte de trás do olho.”disse Shayla Love para o Washington Post.
Recentemente, uma equipe da Universidade de Miami realizou o primeiro estudo para realmente testar essa ideia, e descobriu que algo a mais têm causado problemas de visão nos astronautas.
Os pesquisadores recolheram dados de exames cerebrais de sete astronautas que passaram muitos meses na ISS e os compararam a exames de nove astronautas que acabavam de fazer viagens curtas.
A grande diferença entre eles era que os astronautas de longa duração tinham significativamente mais líquido cefalorraquidiano (CSF, na single em inglês) em seus cérebros do que os astronautas de curta viagem, e os pesquisadores dizem que isso — e não o líquido vascular — é a causa da perda de visão.
Os resultados foram apresentados na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, em Chicago (veja o resumo), e ainda têm de ser revisados, então temos que esperar para que os resultados sejam analisados por uma equipe independente para que possamos ter a certeza de que esta é a resposta.
De Bec Crew para o ScienceAlert.

Referências:

  1. LOVE, Shayla. “The mysterious syndrome impairing astronauts’ sightWashington Post. Acesso em: 21 mai. 2017.
  2. MACDONALD, Fiona. “There’s something in space that’s ruining astronauts’ visionScienceAlert. Acesso em: 21 mai. 2017.
  3. TAYLOR, Marisa. “Heart disease, depression and blindness – the hazards of deep space travelThe Guardian. Acesso em: 21 mai. 2017.
  4. GUGLIOTTA, Guy. “Scott Kelly’s year in spaceAir & Space Magazine. Acesso em: 21 mai. 2017.
  5. RSNA. “Role of cerebrospinal fluid in spaceflight-induced visual impairment and ocular changes. Acesso em: 21 mai. 2017.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

As nebulosas são classificadas em 4 tipos; são elas:

  - Nebulosa de emissão - Nebulosa de reflexão - Nebulosa escura - Nebulosa planetária  Nebulosas de emissão   São nuvens de gás com temperatura alta. Os átomos na nuvem são energizados por luz ultravioleta de uma estrela próxima e emitem radiação quando decaem para estados de energia mais baixos (luzes de néon brilham praticamente da mesma maneira). Nebulosas de emissão são geralmente vermelhas, por causa do hidrogênio, o gás mais comum do Universo e que comumente emite luz vermelha. Um exemplo de nebulosa de emissão é a nebulosa de Orion (imagem ao lado). Esta nebulosa encontra-se a 1.800 anos luz do Sol, e é formada por gases que rodeiam um grupo de estrelas jovens, cujos átomos se excitam com a energia dessas estrelas  Nebulosas de reflexão  São nuvens de poeira que simplesmente refletem a luz de uma estrela ou de estrelas próximas. Nebulosas de reflexão são geralmente azuis porque a luz azul é espalhada mais facilmente. Nebulosas de emissão e de reflexão são geralmente vistas juntas e são também chamadas de nebulosas difusas. Conhecemos cerca de 500 nebulosas de reflexão. Umas das mais famosasnebulosas de reflexão é a que rodeia as estrelas das Plêiades. Uma nebulosa de reflexão azul pode também ser vista na mesma área do céu que a Nebulosa da Trífida. A gigante estrela Antares, que é muito vermelha, é rodeada por uma grande nebulosa de reflexão vermelha. Na imagem ao lado, veja a Nebulosa de Refexão IC2118 (The Witch Head Nebula), na constelação de Eridanus  Nebulosas escuras   São nuvens de gás e poeira que impedem quase completamente a luz de passar por elas, e são identificadas pelo contraste com o céu ao redor delas, que é sempre mais estrelado ou luminoso. Elas podem estar associadas à regiões de formação estelar. As maiores nebulosas escuras são visíveis a olho nu, e elas aparecem como caminhos escuros contra o fundo brilhante da Via Láctea. Exemplos são a Nebulosa Saco de Carvão e a Nebulosa Cabeça de Cavalo  Nebulosas planetárias  Receberam esse nome de William Herschel porque quando foram vistas ao telescópio pela primeira vez,elas se pareciam com um planeta. Posteriormente se descobriu que elas na verdade não são nuvens moleculares e locais de formação de estrelas, e sim, que eram causadas por material ejetado de uma estrela central, que pode ter explodido como uma supernova. Este material é iluminado pela estrela central e brilha, podendo ser observado um espectro de emissão. A estrela central normalmente termina como uma anã branca. Ou seja, as nebulosas planetárias são na verdade, a morte, ou o estágio final de estrelas. Cientistas acreditam que este será o fim do Sol daqui a aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Um belo exemplo de nebulosa planetária é a Nebulosa M57 (Nebulosa do Anel) que encontra-se a 2.300 anos-luz de distância, podendo ser vista na constelação de Lira.

- Nebulosa de emissão
- Nebulosa de reflexão
- Nebulosa escura

- Nebulosa planetária


Nebulosas de emissão 

São nuvens de gás com temperatura alta. Os átomos na nuvem são energizados por luz ultravioleta de uma estrela próxima e emitem radiação quando decaem para estados de energia mais baixos (luzes de néon brilham praticamente da mesma maneira). Nebulosas de emissão são geralmente vermelhas, por causa do hidrogênio, o gás mais comum do Universo e que comumente emite luz vermelha. Um exemplo de nebulosa de emissão é a nebulosa de Orion (imagem ao lado). Esta nebulosa encontra-se a 1.800 anos luz do Sol, e é formada por gases que rodeiam um grupo de estrelas jovens, cujos átomos se excitam com a energia dessas estrelas

Nebulosas de reflexão

São nuvens de poeira que simplesmente refletem a luz de uma estrela ou de estrelas próximas. Nebulosas de reflexão são geralmente azuis porque a luz azul é espalhada mais facilmente. Nebulosas de emissão e de reflexão são geralmente vistas juntas e são também chamadas de nebulosas difusas. Conhecemos cerca de 500 nebulosas de reflexão. Umas das mais famosasnebulosas de reflexão é a que rodeia as estrelas das Plêiades. Uma nebulosa de reflexão azul pode também ser vista na mesma área do céu que a Nebulosa da Trífida. A gigante estrela Antares, que é muito vermelha, é rodeada por uma grande nebulosa de reflexão vermelha. Na imagem ao lado, veja a Nebulosa de Refexão IC2118 (The Witch Head Nebula), na constelação de Eridanus

Nebulosas escuras 

São nuvens de gás e poeira que impedem quase completamente a luz de passar por elas, e são identificadas pelo contraste com o céu ao redor delas, que é sempre mais estrelado ou luminoso. Elas podem estar associadas à regiões de formação estelar. As maiores nebulosas escuras são visíveis a olho nu, e elas aparecem como caminhos escuros contra o fundo brilhante da Via Láctea. Exemplos são a Nebulosa Saco de Carvão e a Nebulosa Cabeça de Cavalo

Nebulosas planetárias

Receberam esse nome de William Herschel porque quando foram vistas ao telescópio pela primeira vez,elas se pareciam com um planeta. Posteriormente se descobriu que elas na verdade não são nuvens moleculares e locais de formação de estrelas, e sim, que eram causadas por material ejetado de uma estrela central, que pode ter explodido como uma supernova. Este material é iluminado pela estrela central e brilha, podendo ser observado um espectro de emissão. A estrela central normalmente termina como uma anã branca. Ou seja, as nebulosas planetárias são na verdade, a morte, ou o estágio final de estrelas. Cientistas acreditam que este será o fim do Sol daqui a aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Um belo exemplo de nebulosa planetária é a Nebulosa M57 (Nebulosa do Anel) que encontra-se a 2.300 anos-luz de distância, podendo ser vista na constelação de Lira.

O que são massas de ar?

Conceitos  Massas de ar são grandes volumes de ar com característica “homogêneas”, em relação à temperatura e vapor de água. A circulação geral dá origem às massas de ar e provoca também seu deslocamento, além disso suas características estão diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem.   Elas são extremamente extensas, tanto na forma horizontal (com centenas de quilômetro quadrados) quanto na forma vertical (com milhares de metros). As características demoram a serem adquiridas, pois o volume das massas é grande e é baixa a condutividade térmica do ar. Sendo assim, suas regiões de origem dependem de condições de tempo uniformes. Deve-se ainda lembrar que as condições de tempo dentro da massa em movimento são função da temperatura da superfície.   A massa de ar encontra-se restrita à primeira camada da atmosfera, onde ocorre a movimentação do ar. Embora denominadas de homogêneas, elas podem apresentar alterações durante seu deslocamento, assim se tornando distintas. Um exemplo disto é a mPa, que, em sua região de origem é seca, se torna úmida ao se deslocar para o Sul da América Latina.   O clima e o tempo brasileiro estão diretamente vinculados ao deslocamento das massas sobre o território, gerando secas, chuvas, quedas na temperatura, etc. Além disso, é preciso lembrar que ao mesmo tempo estão consonância mutua com a vegetação (a composição morfoclimática do país).  AR QUENTE E AR FRIO Quando a massa de ar é mais quente do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar quente – w  MASSA DE AR QUENTE Características  • Superfície vai resfriando o ar por baixo • Ausência de movimentos verticais – estratificação do ar  • Nuvens estratiformes  • Precipitação, se houver, será de chuviscos  • Má visibilidade (partículas no ar) • Nevoeiro frenquente como resultado do resfriamento superficial  Quando a massa de ar é mais fria do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar fria - k  MASSA DE AR FRIO Características   • Presença de convecção e turbulência • Nuvens do tipo cumuliformes  • Precipitação intensa e na forma de pancadas  • Boa visibilidade  AMERICA DO SUL As massas de ar que serão ilustradas atingem a América do Sul e consequentemente do Brasil, são elas: Massa Equatorial Continental (MEC), Massa Equatorial Atlântica - Marítima (MEA), Massa Tropical Continental (MTC), Massa Tropical Atlântica – Marítima (MTA) e Massa Polar Atlântica – Marítima (MPA).   MASSAS DE AR DO BRASIL E AMERICA DO SUL  mEc – Massa Equatorial Continental  • Quente e Úmida  • Forma-se na região amazônica – região de baixa pressão • Movimento convectivo devido à convergência dos alísios  • Verão estende-se para o sul  • Inverno retrai-se  • Provoca chuvas na Amazônia e em boa parte do país durante vários meses do ano. • O principal fator para a grande umidade é a presença da floresta Amazônica. • O recuo da mEc no inverno e ao mesmo tempo o avanço da mPa (Massa Polar Atlântica), proporciona o fenômeno denominado de friagem.   O que é Friagem... É a queda brusca (rápida) da Temperatura, vinculada normalmente ao mesmo tempo a ventos frios, ocorre com maior frenquência entre os meses de maio e agosto,  sobretudo, a região política-administrativa do Norte e Centro-Oeste, e a duração de durar dias (média 3 a 4). Em algumas interpretações vinculam a potencialidade do evento a ação antrópica, com a destruição de florestas, que por sua vez dificultavam a passagem da massa polar, que desloca facilmente sem a vegetação. Tal fenômeno provoca consequências para o homem, como problemas a saúde e a baixa sensação térmica, impacto na fauna e flora, etc.    mEa – Massa Equatorial Atlântica   • Quente e Úmida • Ocorre sobre oceanos Atlântico e Pacífico na convergência dos alísios (ZCIT) • Desloca-se latitudinalmente durante o ano  • No Verão sua localização estende-se até 8° S. (próximo a linha do equador) • Inverno do hemisfério sul – retorna ao hemisfério norte  • Atuação parte do Norte e Nordeste brasileiro • Ao encontro com a mPa, provoca chuvas de frentes ou frontais, com alta intensidade.  mTa – Massa Tropical Atlântica   • Forma-se sobre oceanos Atlântico (e Pacífico) • Associada aos anticiclones do Atlântico Sul (e do Pacífico Sul) • Ar subsidente quente e seco que se superpõe ao ar úmido e menos aquecido (camada de inversão entre 500 e 1500 m)  • Duas camadas Inferior – fria e úmida  Superior – quente e seca  (De forma geral essa massa é caracterizada como quente e úmida. • Nuvens cúmulos de pouca extensão • Pouca chuva associada à orografia e no litoral  • No inverno com o deslocamento do anticiclone do Atlântico Sul para o continente, esta massa passa a ser uma massa subsidente continental (CS), incapaz de provocar se quer formação de nuvens – céu claro, sem nuvens, sem chuvas – estação seca.   • A massa tropical do Pacífico – no verão transborda por cima da Cordilheira dos Andes e se associa a continental tropical, alimentando a depressão do Chaco. • Possui seu centro de formação próximo ao Trópico de Capricórnio  • Atua em extensas faixas do litoral brasileiro • A região Sudeste contribui para a formação de chuvas orográficas (ou chuvas de relevo) durante o verão.   mTc – Massa Tropical Continental   • Quente e Seca  • Associada à Baixa (depressão) do Chaco (parte na Argentina e no Paraguaia)  • Resultado do grande aquecimento no verão  • Massa de ar quente e seca, instável com atividade convectiva intensa até 3000 m • Precipitação fraca, céu pouco nublado o que favoreceu ainda mais o aquecimento diurno e resfriamento noturno • Essa massa pode provocar, sobretudo, no Centro-Oeste, com a alternância das estações, períodos chuvosos e também secos, assim, determinando o ritmo da vida no bioma do Pantanal. Durante a época das chuvas (novembro até abril), as águas cobrem dois terços da região, pois o fato de está cercada de montanhas, aliado às baixas altitudes, dificulta o escoamento das chuvas. A época da vazante começa em maio, deixando uma camada de húmus sobre o solo que, de maneira geral, são pobres e têm excesso de sal. É bem verdade que essa cheias estão diretamente vinculadas, ao mesmo tempo, a avanço da mEc.  mPa – Massa Polar Atlântica   • Fria e Úmida (Sua umidade refere-se ao percurso, zona polar ao continente americano, sobre o oceano atlântico)   • Associada aos anticiclones migratórios  • Inicialmente é estável  • Ao se deslocar, desaparece a inversão e torna-se instável  • Mais intensas no inverno, destacando-se sobre os continentes nesta estação, atingindo as baixas latitudes. • Sua origem ao entrar no Brasil está relacionada nas porções do Oceano Atlântico próximo a Patagônia (sul da Argentina) • Ao penetrar no Brasil sob a forma de frente fria, provoca chuvas e declínio da temperatura. • Seu avanço ao litoral brasileira destaque para o Nordeste, provoca chuvas de frentes ou frontal (Ex.: mPa em encontro com a mTa). • O encontro com a mEc e mTa, proporciona chuvas com alta intensidade. (Ex.: as chuvas da Região Serrana do Rio de Janeiro, ocasionando um grande desastre).

Conceitos

Massas de ar são grandes volumes de ar com característica “homogêneas”, em relação à temperatura e vapor de água. A circulação geral dá origem às massas de ar e provoca também seu deslocamento, além disso suas características estão diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem. 

Elas são extremamente extensas, tanto na forma horizontal (com centenas de quilômetro quadrados) quanto na forma vertical (com milhares de metros). As características demoram a serem adquiridas, pois o volume das massas é grande e é baixa a condutividade térmica do ar. Sendo assim, suas regiões de origem dependem de condições de tempo uniformes. Deve-se ainda lembrar que as condições de tempo dentro da massa em movimento são função da temperatura da superfície. 

A massa de ar encontra-se restrita à primeira camada da atmosfera, onde ocorre a movimentação do ar. Embora denominadas de homogêneas, elas podem apresentar alterações durante seu deslocamento, assim se tornando distintas. Um exemplo disto é a mPa, que, em sua região de origem é seca, se torna úmida ao se deslocar para o Sul da América Latina. 

clima e o tempo brasileiro estão diretamente vinculados ao deslocamento das massas sobre o território, gerando secas, chuvas, quedas na temperatura, etc. Além disso, é preciso lembrar que ao mesmo tempo estão consonância mutua com a vegetação (a composição morfoclimática do país).

AR QUENTE E AR FRIO
Quando a massa de ar é mais quente do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar quente – w
MASSA DE AR QUENTE
Características

• Superfície vai resfriando o ar por baixo
• Ausência de movimentos verticais – estratificação do ar 
• Nuvens estratiformes 
• Precipitação, se houver, será de chuviscos 
• Má visibilidade (partículas no ar)
• Nevoeiro frenquente como resultado do resfriamento superficial

Quando a massa de ar é mais fria do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar fria - k
MASSA DE AR FRIO
Características 

• Presença de convecção e turbulência
• Nuvens do tipo cumuliformes 
• Precipitação intensa e na forma de pancadas 
• Boa visibilidade

AMERICA DO SUL
As massas de ar que serão ilustradas atingem a América do Sul e consequentemente do Brasil, são elas: Massa Equatorial Continental (MEC), Massa Equatorial Atlântica - Marítima (MEA), Massa Tropical Continental (MTC), Massa Tropical Atlântica – Marítima (MTA) e Massa Polar Atlântica – Marítima (MPA).


  Conceitos  Massas de ar são grandes volumes de ar com característica “homogêneas”, em relação à temperatura e vapor de água. A circulação geral dá origem às massas de ar e provoca também seu deslocamento, além disso suas características estão diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem.   Elas são extremamente extensas, tanto na forma horizontal (com centenas de quilômetro quadrados) quanto na forma vertical (com milhares de metros). As características demoram a serem adquiridas, pois o volume das massas é grande e é baixa a condutividade térmica do ar. Sendo assim, suas regiões de origem dependem de condições de tempo uniformes. Deve-se ainda lembrar que as condições de tempo dentro da massa em movimento são função da temperatura da superfície.   A massa de ar encontra-se restrita à primeira camada da atmosfera, onde ocorre a movimentação do ar. Embora denominadas de homogêneas, elas podem apresentar alterações durante seu deslocamento, assim se tornando distintas. Um exemplo disto é a mPa, que, em sua região de origem é seca, se torna úmida ao se deslocar para o Sul da América Latina.   O clima e o tempo brasileiro estão diretamente vinculados ao deslocamento das massas sobre o território, gerando secas, chuvas, quedas na temperatura, etc. Além disso, é preciso lembrar que ao mesmo tempo estão consonância mutua com a vegetação (a composição morfoclimática do país).  AR QUENTE E AR FRIO Quando a massa de ar é mais quente do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar quente – w  MASSA DE AR QUENTE Características  • Superfície vai resfriando o ar por baixo • Ausência de movimentos verticais – estratificação do ar  • Nuvens estratiformes  • Precipitação, se houver, será de chuviscos  • Má visibilidade (partículas no ar) • Nevoeiro frenquente como resultado do resfriamento superficial  Quando a massa de ar é mais fria do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar fria - k  MASSA DE AR FRIO Características   • Presença de convecção e turbulência • Nuvens do tipo cumuliformes  • Precipitação intensa e na forma de pancadas  • Boa visibilidade  AMERICA DO SUL As massas de ar que serão ilustradas atingem a América do Sul e consequentemente do Brasil, são elas: Massa Equatorial Continental (MEC), Massa Equatorial Atlântica - Marítima (MEA), Massa Tropical Continental (MTC), Massa Tropical Atlântica – Marítima (MTA) e Massa Polar Atlântica – Marítima (MPA).   MASSAS DE AR DO BRASIL E AMERICA DO SUL  mEc – Massa Equatorial Continental  • Quente e Úmida  • Forma-se na região amazônica – região de baixa pressão • Movimento convectivo devido à convergência dos alísios  • Verão estende-se para o sul  • Inverno retrai-se  • Provoca chuvas na Amazônia e em boa parte do país durante vários meses do ano. • O principal fator para a grande umidade é a presença da floresta Amazônica. • O recuo da mEc no inverno e ao mesmo tempo o avanço da mPa (Massa Polar Atlântica), proporciona o fenômeno denominado de friagem.   O que é Friagem... É a queda brusca (rápida) da Temperatura, vinculada normalmente ao mesmo tempo a ventos frios, ocorre com maior frenquência entre os meses de maio e agosto,  sobretudo, a região política-administrativa do Norte e Centro-Oeste, e a duração de durar dias (média 3 a 4). Em algumas interpretações vinculam a potencialidade do evento a ação antrópica, com a destruição de florestas, que por sua vez dificultavam a passagem da massa polar, que desloca facilmente sem a vegetação. Tal fenômeno provoca consequências para o homem, como problemas a saúde e a baixa sensação térmica, impacto na fauna e flora, etc.    mEa – Massa Equatorial Atlântica   • Quente e Úmida • Ocorre sobre oceanos Atlântico e Pacífico na convergência dos alísios (ZCIT) • Desloca-se latitudinalmente durante o ano  • No Verão sua localização estende-se até 8° S. (próximo a linha do equador) • Inverno do hemisfério sul – retorna ao hemisfério norte  • Atuação parte do Norte e Nordeste brasileiro • Ao encontro com a mPa, provoca chuvas de frentes ou frontais, com alta intensidade.  mTa – Massa Tropical Atlântica   • Forma-se sobre oceanos Atlântico (e Pacífico) • Associada aos anticiclones do Atlântico Sul (e do Pacífico Sul) • Ar subsidente quente e seco que se superpõe ao ar úmido e menos aquecido (camada de inversão entre 500 e 1500 m)  • Duas camadas Inferior – fria e úmida  Superior – quente e seca  (De forma geral essa massa é caracterizada como quente e úmida. • Nuvens cúmulos de pouca extensão • Pouca chuva associada à orografia e no litoral  • No inverno com o deslocamento do anticiclone do Atlântico Sul para o continente, esta massa passa a ser uma massa subsidente continental (CS), incapaz de provocar se quer formação de nuvens – céu claro, sem nuvens, sem chuvas – estação seca.   • A massa tropical do Pacífico – no verão transborda por cima da Cordilheira dos Andes e se associa a continental tropical, alimentando a depressão do Chaco. • Possui seu centro de formação próximo ao Trópico de Capricórnio  • Atua em extensas faixas do litoral brasileiro • A região Sudeste contribui para a formação de chuvas orográficas (ou chuvas de relevo) durante o verão.   mTc – Massa Tropical Continental   • Quente e Seca  • Associada à Baixa (depressão) do Chaco (parte na Argentina e no Paraguaia)  • Resultado do grande aquecimento no verão  • Massa de ar quente e seca, instável com atividade convectiva intensa até 3000 m • Precipitação fraca, céu pouco nublado o que favoreceu ainda mais o aquecimento diurno e resfriamento noturno • Essa massa pode provocar, sobretudo, no Centro-Oeste, com a alternância das estações, períodos chuvosos e também secos, assim, determinando o ritmo da vida no bioma do Pantanal. Durante a época das chuvas (novembro até abril), as águas cobrem dois terços da região, pois o fato de está cercada de montanhas, aliado às baixas altitudes, dificulta o escoamento das chuvas. A época da vazante começa em maio, deixando uma camada de húmus sobre o solo que, de maneira geral, são pobres e têm excesso de sal. É bem verdade que essa cheias estão diretamente vinculadas, ao mesmo tempo, a avanço da mEc.  mPa – Massa Polar Atlântica   • Fria e Úmida (Sua umidade refere-se ao percurso, zona polar ao continente americano, sobre o oceano atlântico)   • Associada aos anticiclones migratórios  • Inicialmente é estável  • Ao se deslocar, desaparece a inversão e torna-se instável  • Mais intensas no inverno, destacando-se sobre os continentes nesta estação, atingindo as baixas latitudes. • Sua origem ao entrar no Brasil está relacionada nas porções do Oceano Atlântico próximo a Patagônia (sul da Argentina) • Ao penetrar no Brasil sob a forma de frente fria, provoca chuvas e declínio da temperatura. • Seu avanço ao litoral brasileira destaque para o Nordeste, provoca chuvas de frentes ou frontal (Ex.: mPa em encontro com a mTa). • O encontro com a mEc e mTa, proporciona chuvas com alta intensidade. (Ex.: as chuvas da Região Serrana do Rio de Janeiro, ocasionando um grande desastre).
MASSAS DE AR DO BRASIL E AMERICA DO SUL

mEc – Massa Equatorial Continental

• Quente e Úmida 
• Forma-se na região amazônica – região de baixa pressão
• Movimento convectivo devido à convergência dos alísios 
• Verão estende-se para o sul 
• Inverno retrai-se 
• Provoca chuvas na Amazônia e em boa parte do país durante vários meses do ano.
• O principal fator para a grande umidade é a presença da floresta Amazônica.
• O recuo da mEc no inverno e ao mesmo tempo o avanço da mPa (Massa Polar Atlântica), proporciona o fenômeno denominado de friagem. 

O que é Friagem...
É a queda brusca (rápida) da Temperatura, vinculada normalmente ao mesmo tempo a ventos frios, ocorre com maior frenquência entre os meses de maio e agosto,  sobretudo, a região política-administrativa do Norte e Centro-Oeste, e a duração de durar dias (média 3 a 4). Em algumas interpretações vinculam a potencialidade do evento a ação antrópica, com a destruição de florestas, que por sua vez dificultavam a passagem da massa polar, que desloca facilmente sem a vegetação. Tal fenômeno provoca consequências para o homem, como problemas a saúde e a baixa sensação térmica, impacto na fauna e flora, etc.
  
mEa – Massa Equatorial Atlântica 

• Quente e Úmida
• Ocorre sobre oceanos Atlântico e Pacífico na convergência dos alísios (ZCIT)
• Desloca-se latitudinalmente durante o ano 
• No Verão sua localização estende-se até 8° S. (próximo a linha do equador)
• Inverno do hemisfério sul – retorna ao hemisfério norte 
• Atuação parte do Norte e Nordeste brasileiro
• Ao encontro com a mPa, provoca chuvas de frentes ou frontais, com alta intensidade.

mTa – Massa Tropical Atlântica 

• Forma-se sobre oceanos Atlântico (e Pacífico)
• Associada aos anticiclones do Atlântico Sul (e do Pacífico Sul)
• Ar subsidente quente e seco que se superpõe ao ar úmido e menos aquecido (camada de inversão entre 500 e 1500 m) 
• Duas camadas
Inferior – fria e úmida 
Superior – quente e seca 
(De forma geral essa massa é caracterizada como quente e úmida.
• Nuvens cúmulos de pouca extensão
• Pouca chuva associada à orografia e no litoral 
• No inverno com o deslocamento do anticiclone do Atlântico Sul para o continente, esta massa passa a ser uma massa subsidente continental (CS), incapaz de provocar se quer formação de nuvens – céu claro, sem nuvens, sem chuvas – estação seca.  
• A massa tropical do Pacífico – no verão transborda por cima da Cordilheira dos Andes e se associa a continental tropical, alimentando a depressão do Chaco.
• Possui seu centro de formação próximo ao Trópico de Capricórnio 
• Atua em extensas faixas do litoral brasileiro
• A região Sudeste contribui para a formação de chuvas orográficas (ou chuvas de relevo) durante o verão.

mTc – Massa Tropical Continental 

• Quente e Seca 
• Associada à Baixa (depressão) do Chaco (parte na Argentina e no Paraguaia) 
• Resultado do grande aquecimento no verão 
• Massa de ar quente e seca, instável com atividade convectiva intensa até 3000 m
• Precipitação fraca, céu pouco nublado o que favoreceu ainda mais o aquecimento diurno e resfriamento noturno
• Essa massa pode provocar, sobretudo, no Centro-Oeste, com a alternância das estações, períodos chuvosos e também secos, assim, determinando o ritmo da vida no bioma do Pantanal. Durante a época das chuvas (novembro até abril), as águas cobrem dois terços da região, pois o fato de está cercada de montanhas, aliado às baixas altitudes, dificulta o escoamento das chuvas. A época da vazante começa em maio, deixando uma camada de húmus sobre o solo que, de maneira geral, são pobres e têm excesso de sal. É bem verdade que essa cheias estão diretamente vinculadas, ao mesmo tempo, a avanço da mEc.

mPa – Massa Polar Atlântica 

• Fria e Úmida (Sua umidade refere-se ao percurso, zona polar ao continente americano, sobre o oceano atlântico)  
• Associada aos anticiclones migratórios 
• Inicialmente é estável 
• Ao se deslocar, desaparece a inversão e torna-se instável 
• Mais intensas no inverno, destacando-se sobre os continentes nesta estação, atingindo as baixas latitudes.
• Sua origem ao entrar no Brasil está relacionada nas porções do Oceano Atlântico próximo a Patagônia (sul da Argentina)
• Ao penetrar no Brasil sob a forma de frente fria, provoca chuvas e declínio da temperatura.
• Seu avanço ao litoral brasileira destaque para o Nordeste, provoca chuvas de frentes ou frontal (Ex.: mPa em encontro com a mTa).
• O encontro com a mEc e mTa, proporciona chuvas com alta intensidade. (Ex.: as chuvas da Região Serrana do Rio de Janeiro, ocasionando um grande desastre).

Urbanização brasileira.

  O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos. Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo. Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.  Gráfico com taxas de urbanização (IBGE) A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%. DESIGUALDADES  As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.  A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.  Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país. Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE) Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010 Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36 Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53 Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13 Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95 Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93 Centro Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8  A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.  A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.  Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.  MAPA DO GRAU DE URBANIZAÇÃO (IBGE)  PROBLEMAS URBANOS O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:  Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.  Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.
Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.
Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.
  O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos. Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo. Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.  Gráfico com taxas de urbanização (IBGE) A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%. DESIGUALDADES  As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.  A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.  Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país. Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE) Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010 Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36 Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53 Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13 Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95 Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93 Centro Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8  A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.  A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.  Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.  MAPA DO GRAU DE URBANIZAÇÃO (IBGE)  PROBLEMAS URBANOS O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:  Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.  Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.
Gráfico com taxas de urbanização (IBGE)
A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%.

DESIGUALDADES

As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.

A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural. 
Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.
Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)
Região194019501960197019801991200020072010
Brasil31,2436,1644,6755,9267,5975,5981,2383,4884,36
Norte27,7531,4937,3845,1351,6559,0569,8376,4373,53
Nordeste23,4226,433,8941,8150,4660,6569,0471,7673,13
Sudeste39,4247,555772,6882,8188,0290,5292,0392,95
Sul27,7329,537,144,2762,4174,1280,9482,984,93
Centro Oeste21,5224,3834,2248,0467,7981,2886,7386,8188,8

A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.

A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.

Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.
  O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos. Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo. Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.  Gráfico com taxas de urbanização (IBGE) A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%. DESIGUALDADES  As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.  A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.  Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país. Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE) Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010 Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36 Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53 Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13 Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95 Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93 Centro Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8  A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.  A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.  Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.  MAPA DO GRAU DE URBANIZAÇÃO (IBGE)  PROBLEMAS URBANOS O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:  Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.  Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.
MAPA DO GRAU DE URBANIZAÇÃO (IBGE)

PROBLEMAS URBANOS

O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:

Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.

Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.

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