quarta-feira, 20 de maio de 2020

Diferença entre COVID-19, gripe e resfriado

COVID-19, gripe e resfriado são três doenças distintas causadas por vírus e que desencadeiam problemas respiratórios. Alguns sintomas podem nos ajudar a diferenciar cada uma dessas doenças, porém exames são necessários para a confirmação de um diagnóstico.
Conhecer os principais sintomas de cada uma delas pode ser um auxílio na tomada de decisões, como: procurar ajuda médica de maneira urgente. Vale salientar, no entanto, que, apesar dessas informações serem importantes, nada substitui a opinião de um médico.
Medidas simples controlam o vírus da gripe – Secretaria de Saúde ...

O que é a COVID-19?

COVID-19 é uma doença causada por um novo tipo de coronavírus (SARS-Cov-2) que surgiu no final do ano de 2019. A Organização Mundial de Saúde foi comunicada sobre casos de pneumonia sem causa identificada na cidade de Wuhan, na China, em 31 de dezembro de 2019. Rapidamente, a doença espalhou-se pelo mundo e, em 11 de março de 2020, foi classificada pela OMS como uma pandemia.
Os principais sintomas da COVID-19 são: febre, tosse seca e cansaço. Alguns pacientes apresentam ainda: congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta e diarreia. Vale salientar que algumas pessoas permanecem assintomáticas. A doença apresenta-se de forma mais grave em idosos e pessoas com problemas de saúde prévios, como pressão alta, problemas cardíacos e diabetes.

O que é gripe?

Vacina contra a gripe. Posso tomar?
A COVID-19, a gripe e o resfriado podem provocar problemas respiratórios, sendo, muitas vezes, difícil perceber a diferença entre cada doença.

A gripe é uma doença causada por um vírus conhecido como influenza. Atualmente circulam três tipos de vírus influenza no Brasil, os tipos A, B e C. Os tipos A e B são os responsáveis por causar epidemias, enquanto o tipo C é mais brando. O influenza tipo A é o responsável por desencadear pandemias, como a ocorrida em 2009, provocada pelo subtipo A (H1N1).
Os principais sintomas da gripe são: febre (em geral, acima de 38 °C), dores no corpo, tosse seca e dor de cabeça. Outros sinais e sintomas podem ser registrados, tais como: calafrios, mal-estar, dor muscular, dor de garganta, secreção nasal, diarreia, vômito e rouquidão. A febre na gripe dura, geralmente, três dias, e os sintomas respiratórios podem manter-se por três a quatro dias após o fim da febre.
A gripe pode desenvolver complicações, principalmente em idosos, crianças menores de cinco anos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, como pressão alta e diabetes.

O que é o resfriado?

O resfriado é uma doença infecciosa causada por vírus, sendo alguns dos mais comuns: rinovírusadenovírus coronavírus. Como sabemos, existem diferentes tipos de coronavírus, e os responsáveis por desencadear os resfriados são diferentes do responsável pela COVID-19.
Os principais sintomas do resfriado são: espirro, secreção nasal, congestão nasal, irritação na garganta e tosse seca. Os indivíduos podem apresentar febre, mas a maioria não tem esse sintoma ou desenvolve apenas uma febre baixa.

Diferença entre COVID-19, gripe e resfriado

COVID-19, gripe e resfriado são três doenças provocadas por vírus, entretanto, cada uma delas é desencadeada por um agente etiológico diferente. As três doenças podem ser transmitidas de uma pessoa para outra por meio de gotículas eliminadas pelo doente ao falar, tossir ou espirrar. A transmissão também pode ocorrer por meio do contato com secreção dos doentes, sendo as mãos, por exemplo, um importante veículo de transmissão.
No que diz respeito aos sintomas, muitas situações são comuns nas três enfermidades, porém alguns pontos merecem destaque. A febre, por exemplo, é rara em casos de resfriado, mas pode ocorrer comumente em caso de gripe e COVID-19. A falta de ar, às vezes, ocorre em casos de COVID-19, porém mostra-se rara no resfriado e na gripe.
Veja, a seguir, um quadro comparativo feito pelo Ministério da Saúde a respeito dessas três importantes doenças:

Como se prevenir de COVID-19, gripe e resfriado?

A COVID-19, a gripe e o resfriado apresentam formas de transmissão semelhantes, portanto, a forma de prevenção também possui semelhanças. Confira as principais maneiras de prevenir-se dessas doenças:
  • Lavar as mãos utilizando água e sabão ou fazer a higienização com álcool em gel;
  • Não tocar nos olhos, nariz e boca sem a devida higienização das mãos;
  • Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas, como tosse, coriza e febre;
  • Evitar aglomerações quando há o aumento dos casos dessas doenças;
  • Manter o ambiente arejado;
  • Fazer a higienização de objetos usados com frequência, como telefones;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres.
Além disso, é importante destacar a importância de, ao espirrar ou tossir, cobrir a boca e o nariz para evitar a contaminação do ambiente e a transmissão do vírus para outras pessoas.

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Diferença entre COVID-19, gripe e resfriado"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/diferenca-entre-covid-19-gripe-e-resfriado.htm. Acesso em 20 de maio de 2020.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Covid-19: Teste de vacina em humanos traz resultados promissores

Oito pessoas testadas com a vacina da Moderna Therapeutics não relataram efeitos adversos significativos, e ainda apresentaram níveis de anticorpos semelhantes ao de pessoas já infectadas pelo vírus.

 (skaman306/Getty Images)

Nesta segunda-feira (18), a empresa americana de biotecnologia Moderna Therapeutics anunciou que seus testes de vacina em humanos se mostraram seguros e capazes de estimular resposta imune contra o vírus Sars-CoV-2. 
Os testes começaram em março e contaram com 45 voluntários saudáveis, que deveriam receber, cada um, duas doses da vacina. Para os resultados publicados, a Moderna considerou apenas os primeiros oito participantes a receberem a imunização. Eles desenvolveram anticorpos que, estudados em laboratório, foram capazes de barrar a replicação do vírus causador da doença. Além disso, os anticorpos neutralizantes eram semelhantes aos encontrados em pacientes recuperados do novo coronavírus.
Os voluntários foram divididos em três grupos, que receberiam doses baixas (25 µg), médias (100 µg) ou altas (250 µg) da vacina. Os resultados apresentados são referentes aos testes de doses baixas e médias. Desses, apenas um voluntário teve efeitos adversos, que foram vermelhidão e dor no braço vacinado – sintomas comuns após a aplicação de vacinas. Naqueles testados com a dose mais alta, três apresentaram febre, dores musculares e dores de cabeça, mas Tal Zaks, diretor médico da Moderna, afirmou ao The New York Times que os sintomas passaram após um dia. De toda forma, as doses altas não estarão em testes futuros, já que as baixas e médias se mostraram mais seguras e suficientes para gerar a resposta imune no corpo.
As vacinas da Moderna funcionam com tecnologia diferente da maioria das vacinas conhecidas. Ela não precisa do vírus em sua composição para produzir anticorpos. Mas como assim?
Os coronavírus armazenam seus códigos genéticos no RNA mensageiro. os pesquisadores pegaram o pedacinho desse RNA capaz de produzir proteínas causadoras da doença e usaram na vacina. Quando as células humanas codificam essa proteína, o corpo percebe que tem algo estranho por ali e começa a produzir anticorpos. Para entender de melhor como funciona essa e outras vacinas que estão sendo desenvolvidas para combater o novo coronavírus.
Por enquanto, os resultados são baseados apenas na experiência de oito voluntários, e a resposta imune foi testada só em laboratório – ninguém colocou as “cobaias” dentro de um hospital para se infectarem com o coronavírus. O número ainda é baixo para afirmar a efetividade da vacina, mas os resultados não deixam de ser promissores. No início de maio, a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA autorizou que a Moderna passasse para a segunda fase de testes, em que participarão cerca de 600 voluntários. Caso os resultados sejam positivos, eles pretendem testar milhares de pessoas em uma terceira e última fase, que aconteceria em julho. 
A empresa também realizou testes em camundongos, os quais foram vacinados e depois infectados. A vacina impediu a replicação do vírus nos pulmões dos animais. Além disso, eles tinham níveis de anticorpos neutralizantes compatíveis aos dos voluntários que receberam a vacina.
Existe um grande passo entre a testagem da vacina até que ela esteja disponível no posto de saúde do seu bairro. Se tudo correr como o esperado, ela pode chegar no mercado entre o final de 2020 e início de 2021. Tal Zaks não soube afirmar quantas vacinas serão produzidas, mas garantiu que os pesquisadores estão “fazendo o possível para chegar logo ao maior número de doses”. 

domingo, 17 de maio de 2020

Norte magnético da Terra está se movendo rapidamente em direção da Sibéria na Rússia

Pólo norte magnético da Terra   A Terra utiliza seu campo magnético como um casaco que simplesmente não se encaixa e não permanece imóvel no corpo. Por algum motivo, o pólo norte magnético da Terra está destinado a se aproximar cada vez mais da linha costeira da Sibéria durante a próxima década.  Agora um trio de pesquisadores desenvolveu uma teoria para explicar por que o pólo magnético norte da Terra está se dirigindo do Canadá para a Rússia. Em seu artigo publicado na revista Nature Geoscience, Philip Livermore, Christopher Finlay e Matthew Bayliff descrevem sua teoria e o que seus modelos baseados nela mostraram.  Por que o Norte magnético da Terra está se movendo?  O norte magnético da Terra foi descoberto pela primeira vez por um explorador chamado James Clark Ross em 1830. Naquela época, estava centrado sobre o território Nunavut, no Canadá. Desde então, os cientistas mantêm o controle de seu movimento. Logo os pesquisadores perceberam ele passou a se mover mais devagar que o habitual.Entretanto, nos anos 90, começou a ganhar velocidade, passando do Canadá para a Sibéria, na Rússia.   O movimento do polo despertou interesse na mídia, pois ele força mudanças nos sistemas de navegação e smartphones que usam sua localização como ponto focal. Nesse novo esforço, os pesquisadores descobriram o que acreditam ter uma explicação para o movimento do polo e por que ele começou a se mover mais rapidamente.  Segundo a equipe, existem dois grandes lobos de fluxo magnético negativo nos limites do núcleo e do manto. Isso sugere que as mudanças no fluxo de metal derretido no núcleo resultam em mudanças no fluxo magnético nos lobos. A posição do poste é determinada pela força dos dois lobos – quando um ganha força, o outro perde força, resultando no pólo se movendo na direção mais forte. O resultado é um cabo de guerra constante entre os dois lobos. O movimento atual é, portanto, devido a um dos lobos ganhar vantagem.  Norte Magnético da Terra  Rastreamento do movimento do pólo norte magnético em direção à Sibéria (Livermore et al., Nature Geoscience , 2020)  Analisando 20 anos de movimento  Após estudar mais de 20 anos de dados de satélite (do Swarm da Agência Espacial Européia) para medir a forma em evolução do campo magnético da Terra pesquisadores desenvolveram sua teoria.  Após muita análise, a equipe construiu um modelo que correspondia ao movimento histórico do polo e o utilizou para prever seu caminho futuro. O modelo mostrou que o pólo continuava em direção à Rússia em seu ritmo acelerado atual antes de desacelerar – com o pólo eventualmente se estabelecendo sobre uma parte da Sibéria. O modelo não foi capaz de fornecer estimativas para um futuro mais distante. Por isso, vamos precisar de mais modelos como esse para ter uma esperança de prever exatamente onde os pólos do nosso planeta terminarão no futuro.  Esta pesquisa foi publicada na revista Nature Geoscience, clique aqui para acessá-la.  Fonte: Nature Geoscience


A Terra utiliza seu campo magnético como um casaco que simplesmente não se encaixa e não permanece imóvel no corpo. Por algum motivo, o pólo norte magnético da Terra está destinado a se aproximar cada vez mais da linha costeira da Sibéria durante a próxima década.
Agora um trio de pesquisadores desenvolveu uma teoria para explicar por que o pólo magnético norte da Terra está se dirigindo do Canadá para a Rússia. Em seu artigo publicado na revista Nature Geoscience, Philip Livermore, Christopher Finlay e Matthew Bayliff descrevem sua teoria e o que seus modelos baseados nela mostraram.

Por que o Norte magnético da Terra está se movendo?


O norte magnético da Terra foi descoberto pela primeira vez por um explorador chamado James Clark Ross em 1830. Naquela época, estava centrado sobre o território Nunavut, no Canadá. Desde então, os cientistas mantêm o controle de seu movimento. Logo os pesquisadores perceberam ele passou a se mover mais devagar que o habitual.Entretanto, nos anos 90, começou a ganhar velocidade, passando do Canadá para a Sibéria, na Rússia. 

O movimento do polo despertou interesse na mídia, pois ele força mudanças nos sistemas de navegação e smartphones que usam sua localização como ponto focal. Nesse novo esforço, os pesquisadores descobriram o que acreditam ter uma explicação para o movimento do polo e por que ele começou a se mover mais rapidamente.
Segundo a equipe, existem dois grandes lobos de fluxo magnético negativo nos limites do núcleo e do manto. Isso sugere que as mudanças no fluxo de metal derretido no núcleo resultam em mudanças no fluxo magnético nos lobos. A posição do poste é determinada pela força dos dois lobos – quando um ganha força, o outro perde força, resultando no pólo se movendo na direção mais forte. O resultado é um cabo de guerra constante entre os dois lobos. O movimento atual é, portanto, devido a um dos lobos ganhar vantagem.
Pólo norte magnético da Terra   A Terra utiliza seu campo magnético como um casaco que simplesmente não se encaixa e não permanece imóvel no corpo. Por algum motivo, o pólo norte magnético da Terra está destinado a se aproximar cada vez mais da linha costeira da Sibéria durante a próxima década.  Agora um trio de pesquisadores desenvolveu uma teoria para explicar por que o pólo magnético norte da Terra está se dirigindo do Canadá para a Rússia. Em seu artigo publicado na revista Nature Geoscience, Philip Livermore, Christopher Finlay e Matthew Bayliff descrevem sua teoria e o que seus modelos baseados nela mostraram.  Por que o Norte magnético da Terra está se movendo?  O norte magnético da Terra foi descoberto pela primeira vez por um explorador chamado James Clark Ross em 1830. Naquela época, estava centrado sobre o território Nunavut, no Canadá. Desde então, os cientistas mantêm o controle de seu movimento. Logo os pesquisadores perceberam ele passou a se mover mais devagar que o habitual.Entretanto, nos anos 90, começou a ganhar velocidade, passando do Canadá para a Sibéria, na Rússia.   O movimento do polo despertou interesse na mídia, pois ele força mudanças nos sistemas de navegação e smartphones que usam sua localização como ponto focal. Nesse novo esforço, os pesquisadores descobriram o que acreditam ter uma explicação para o movimento do polo e por que ele começou a se mover mais rapidamente.  Segundo a equipe, existem dois grandes lobos de fluxo magnético negativo nos limites do núcleo e do manto. Isso sugere que as mudanças no fluxo de metal derretido no núcleo resultam em mudanças no fluxo magnético nos lobos. A posição do poste é determinada pela força dos dois lobos – quando um ganha força, o outro perde força, resultando no pólo se movendo na direção mais forte. O resultado é um cabo de guerra constante entre os dois lobos. O movimento atual é, portanto, devido a um dos lobos ganhar vantagem.  Norte Magnético da Terra  Rastreamento do movimento do pólo norte magnético em direção à Sibéria (Livermore et al., Nature Geoscience , 2020)  Analisando 20 anos de movimento  Após estudar mais de 20 anos de dados de satélite (do Swarm da Agência Espacial Européia) para medir a forma em evolução do campo magnético da Terra pesquisadores desenvolveram sua teoria.  Após muita análise, a equipe construiu um modelo que correspondia ao movimento histórico do polo e o utilizou para prever seu caminho futuro. O modelo mostrou que o pólo continuava em direção à Rússia em seu ritmo acelerado atual antes de desacelerar – com o pólo eventualmente se estabelecendo sobre uma parte da Sibéria. O modelo não foi capaz de fornecer estimativas para um futuro mais distante. Por isso, vamos precisar de mais modelos como esse para ter uma esperança de prever exatamente onde os pólos do nosso planeta terminarão no futuro.  Esta pesquisa foi publicada na revista Nature Geoscience, clique aqui para acessá-la.  Fonte: Nature Geoscience
Rastreamento do movimento do pólo norte magnético em direção à Sibéria (Livermore et al., Nature Geoscience , 2020)

Analisando 20 anos de movimento


Após estudar mais de 20 anos de dados de satélite (do Swarm da Agência Espacial Européia) para medir a forma em evolução do campo magnético da Terra pesquisadores desenvolveram sua teoria.
Após muita análise, a equipe construiu um modelo que correspondia ao movimento histórico do polo e o utilizou para prever seu caminho futuro. O modelo mostrou que o pólo continuava em direção à Rússia em seu ritmo acelerado atual antes de desacelerar – com o pólo eventualmente se estabelecendo sobre uma parte da Sibéria. O modelo não foi capaz de fornecer estimativas para um futuro mais distante. Por isso, vamos precisar de mais modelos como esse para ter uma esperança de prever exatamente onde os pólos do nosso planeta terminarão no futuro.
Esta pesquisa foi publicada na revista Nature Geoscience, clique aqui para acessá-la.

Missão da Nasa pode desencadear chuva de meteoros artificial em 2022

A Dart, que decola em 2022, será arremessada contra um asteroide de propósito, para verificar se seríamos capazes de desviá-lo caso ele estivesse vindo em nossa direção. Os destroços dessa colisão podem se tornar estrelas cadentes inofensivas.

A Dart, que decola em 2022, será arremessada contra um asteroide de propósito, para verificar se seríamos capazes de desviá-lo caso ele estivesse vindo em nossa direção. Os destroços dessa colisão podem se tornar estrelas cadentes inofensivas.   (NASA / JHU APL/Montagem sobre reprodução)    Em filmes de ficção científica, é comum vermos cientistas (e até super-heróis) salvando a Terra de ameaças do espaço. Mas, na vida real, ainda não estamos totalmente prontos para lidar com esse tipo de emergência. Para melhorar nossas chances caso um asteroide se aproxime, pesquisadores da Nasa desenvolveram a missão Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (Dart, na sigla em inglês). A ideia é arremessar uma nave em um asteroide de propósito.  O que isso tem a ver com a segurança do planeta? Simples: o impacto do veículo com o asteroide pode até não ser capaz de destrui-lo, mas muda sua órbita, desviando o pedregulho errante da Terra. Se os dinossauros tivessem tecnologia suficiente para fazer isso no final do Cretáceo, talvez ainda estivessem por aqui. Mas eles estavam muito preocupados em… mascar folhas.   Neste momento, não há nenhum objeto cósmico ameaçando a Terra. O asteroide que será atingido é inocente, sua rota não cruza a órbita do nosso planeta. Ele servirá apenas de cobaia. A Nasa pretende realizar a missão Dart em setembro de 2022. E os fragmentos expelidos após o choque com a nave podem entrar na atmosfera terrestre e se desfazer de maneira luminosa com o atrito. Ou seja: o teste pode causar uma chuva de meteoros – a primeira gerada pela espécie humana. Só não pense que será um baita show de estrelas cadentes visíveis a olho nu. Da superfície, com alguma sorte, só vamos ver meia dúzia de gatos pingados.  Vamos entender um pouco melhor como vai funcionar a missão Dart. A cada 20 anos, um sistema de asteroides duplo chamado Didymos (que significa “gêmeos”) se aproxima da Terra, ficando há cerca de 6,5 milhões de quilômetros do planeta. Ele é composto por um asteroide maior (800 metros de diâmetro), chamado Didymos A, e um menor (160 metros de diâmetro), chamado Didymos B. O Didymos B também recebe o simpático apelido de Didymoon (do inglês moon, “lua”), pois ele funciona como um satélite natural que orbita o Didymos A.   A cobaia para os testes da Nasa será o Didymoon. Ele leva 11,92 horas para dar uma volta completa ao redor do Didymos A; após o choque da Dart, espera-se que ocorra uma aceleração de quatro minutos nesse tempo. A colisão está marcada para o dia 30 de setembro de 2022, já que em 4 de outubro do mesmo ano, o Didymos deve estar na posição mais próxima da Terra, o que vai facilitar com que o choque seja confirmado pelos telescópios.     Uma pequena sonda em formato cúbico chamada LICIACube, projetada pela Agência Espacial Italiana, deve acompanhar a nave para registrar o impacto. (NASA/Reprodução)   Apesar do impacto ser intenso, não é forte o suficiente para destruir o astro. Só faz um grande buraco. A previsão é que a batida produza entre 10 e 100 mil quilos de detritos minúsculos, com tamanho na casa dos centímetros, que se espalharão pelos arredores. A maior parte dessas pedrinhas provavelmente será expelida a uma velocidade razoavelmente baixa, 3,2 mil km/h. Por causa disso, ficaram seguindo a pedrona mãe, presas à sua influência gravitacional.   Mas, dependendo do ângulo do impacto, alguns desses detritos podem atingir velocidades superiores a 21 km/h e desviar para a Terra, podendo atingir o planeta entre 15 e 30 dias após o episódio. Os cientistas consideram tal fenômeno pouco provável – só alguns gramas de material espacial devem invadir nossa atmosfera. Estima-se que uns dez meteoros sejam visíveis durante essas noites.   De toda forma, ocasionar uma chuva de meteoros capaz de atingir a Terra não parece muito prudente, mesmo com riscos baixos. Aaron Boley, astrônomo planetário da Universidade da Colúmbia Britânica, defende ao The New York Times que a missão deveria ser executada uma semana antes ou depois da aproximação do Didymos, pois isso evitaria a chegada de qualquer destroço na Terra. Mas, Tom Statler, cientista envolvido no programa, afirma que mudar a data não seria possível, já que ela permite a visualização ideal do astro e de suas mudanças pelos observatórios terrestres.   Se a missão correr como o esperado, teremos uma nova arma contra asteroides. Esperamos, porém, nunca precisar usá-la. Afinal, quem teria coragem de machucar uma pedrinha chamada Didymoon, não é mesmo?  FONTE: NASA
(NASA / JHU APL/Montagem sobre reprodução)

Em filmes de ficção científica, é comum vermos cientistas (e até super-heróis) salvando a Terra de ameaças do espaço. Mas, na vida real, ainda não estamos totalmente prontos para lidar com esse tipo de emergência. Para melhorar nossas chances caso um asteroide se aproxime, pesquisadores da Nasa desenvolveram a missão Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (Dart, na sigla em inglês). A ideia é arremessar uma nave em um asteroide de propósito.
O que isso tem a ver com a segurança do planeta? Simples: o impacto do veículo com o asteroide pode até não ser capaz de destrui-lo, mas muda sua órbita, desviando o pedregulho errante da Terra. Se os dinossauros tivessem tecnologia suficiente para fazer isso no final do Cretáceo, talvez ainda estivessem por aqui. Mas eles estavam muito preocupados em… mascar folhas. 
Neste momento, não há nenhum objeto cósmico ameaçando a Terra. O asteroide que será atingido é inocente, sua rota não cruza a órbita do nosso planeta. Ele servirá apenas de cobaia. A Nasa pretende realizar a missão Dart em setembro de 2022. E os fragmentos expelidos após o choque com a nave podem entrar na atmosfera terrestre e se desfazer de maneira luminosa com o atrito. Ou seja: o teste pode causar uma chuva de meteoros – a primeira gerada pela espécie humana. Só não pense que será um baita show de estrelas cadentes visíveis a olho nu. Da superfície, com alguma sorte, só vamos ver meia dúzia de gatos pingados.
Vamos entender um pouco melhor como vai funcionar a missão Dart. A cada 20 anos, um sistema de asteroides duplo chamado Didymos (que significa “gêmeos”) se aproxima da Terra, ficando há cerca de 6,5 milhões de quilômetros do planeta. Ele é composto por um asteroide maior (800 metros de diâmetro), chamado Didymos A, e um menor (160 metros de diâmetro), chamado Didymos B. O Didymos B também recebe o simpático apelido de Didymoon (do inglês moon, “lua”), pois ele funciona como um satélite natural que orbita o Didymos A. 
A cobaia para os testes da Nasa será o Didymoon. Ele leva 11,92 horas para dar uma volta completa ao redor do Didymos A; após o choque da Dart, espera-se que ocorra uma aceleração de quatro minutos nesse tempo. A colisão está marcada para o dia 30 de setembro de 2022, já que em 4 de outubro do mesmo ano, o Didymos deve estar na posição mais próxima da Terra, o que vai facilitar com que o choque seja confirmado pelos telescópios. 
A Dart, que decola em 2022, será arremessada contra um asteroide de propósito, para verificar se seríamos capazes de desviá-lo caso ele estivesse vindo em nossa direção. Os destroços dessa colisão podem se tornar estrelas cadentes inofensivas.   (NASA / JHU APL/Montagem sobre reprodução)    Em filmes de ficção científica, é comum vermos cientistas (e até super-heróis) salvando a Terra de ameaças do espaço. Mas, na vida real, ainda não estamos totalmente prontos para lidar com esse tipo de emergência. Para melhorar nossas chances caso um asteroide se aproxime, pesquisadores da Nasa desenvolveram a missão Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (Dart, na sigla em inglês). A ideia é arremessar uma nave em um asteroide de propósito.  O que isso tem a ver com a segurança do planeta? Simples: o impacto do veículo com o asteroide pode até não ser capaz de destrui-lo, mas muda sua órbita, desviando o pedregulho errante da Terra. Se os dinossauros tivessem tecnologia suficiente para fazer isso no final do Cretáceo, talvez ainda estivessem por aqui. Mas eles estavam muito preocupados em… mascar folhas.   Neste momento, não há nenhum objeto cósmico ameaçando a Terra. O asteroide que será atingido é inocente, sua rota não cruza a órbita do nosso planeta. Ele servirá apenas de cobaia. A Nasa pretende realizar a missão Dart em setembro de 2022. E os fragmentos expelidos após o choque com a nave podem entrar na atmosfera terrestre e se desfazer de maneira luminosa com o atrito. Ou seja: o teste pode causar uma chuva de meteoros – a primeira gerada pela espécie humana. Só não pense que será um baita show de estrelas cadentes visíveis a olho nu. Da superfície, com alguma sorte, só vamos ver meia dúzia de gatos pingados.  Vamos entender um pouco melhor como vai funcionar a missão Dart. A cada 20 anos, um sistema de asteroides duplo chamado Didymos (que significa “gêmeos”) se aproxima da Terra, ficando há cerca de 6,5 milhões de quilômetros do planeta. Ele é composto por um asteroide maior (800 metros de diâmetro), chamado Didymos A, e um menor (160 metros de diâmetro), chamado Didymos B. O Didymos B também recebe o simpático apelido de Didymoon (do inglês moon, “lua”), pois ele funciona como um satélite natural que orbita o Didymos A.   A cobaia para os testes da Nasa será o Didymoon. Ele leva 11,92 horas para dar uma volta completa ao redor do Didymos A; após o choque da Dart, espera-se que ocorra uma aceleração de quatro minutos nesse tempo. A colisão está marcada para o dia 30 de setembro de 2022, já que em 4 de outubro do mesmo ano, o Didymos deve estar na posição mais próxima da Terra, o que vai facilitar com que o choque seja confirmado pelos telescópios.     Uma pequena sonda em formato cúbico chamada LICIACube, projetada pela Agência Espacial Italiana, deve acompanhar a nave para registrar o impacto. (NASA/Reprodução)   Apesar do impacto ser intenso, não é forte o suficiente para destruir o astro. Só faz um grande buraco. A previsão é que a batida produza entre 10 e 100 mil quilos de detritos minúsculos, com tamanho na casa dos centímetros, que se espalharão pelos arredores. A maior parte dessas pedrinhas provavelmente será expelida a uma velocidade razoavelmente baixa, 3,2 mil km/h. Por causa disso, ficaram seguindo a pedrona mãe, presas à sua influência gravitacional.   Mas, dependendo do ângulo do impacto, alguns desses detritos podem atingir velocidades superiores a 21 km/h e desviar para a Terra, podendo atingir o planeta entre 15 e 30 dias após o episódio. Os cientistas consideram tal fenômeno pouco provável – só alguns gramas de material espacial devem invadir nossa atmosfera. Estima-se que uns dez meteoros sejam visíveis durante essas noites.   De toda forma, ocasionar uma chuva de meteoros capaz de atingir a Terra não parece muito prudente, mesmo com riscos baixos. Aaron Boley, astrônomo planetário da Universidade da Colúmbia Britânica, defende ao The New York Times que a missão deveria ser executada uma semana antes ou depois da aproximação do Didymos, pois isso evitaria a chegada de qualquer destroço na Terra. Mas, Tom Statler, cientista envolvido no programa, afirma que mudar a data não seria possível, já que ela permite a visualização ideal do astro e de suas mudanças pelos observatórios terrestres.   Se a missão correr como o esperado, teremos uma nova arma contra asteroides. Esperamos, porém, nunca precisar usá-la. Afinal, quem teria coragem de machucar uma pedrinha chamada Didymoon, não é mesmo?  FONTE: NASA
Uma pequena sonda em formato cúbico chamada LICIACube, projetada pela Agência Espacial Italiana, deve acompanhar a nave para registrar o impacto. (NASA/Reprodução)
Apesar do impacto ser intenso, não é forte o suficiente para destruir o astro. Só faz um grande buraco. A previsão é que a batida produza entre 10 e 100 mil quilos de detritos minúsculos, com tamanho na casa dos centímetros, que se espalharão pelos arredores. A maior parte dessas pedrinhas provavelmente será expelida a uma velocidade razoavelmente baixa, 3,2 mil km/h. Por causa disso, ficaram seguindo a pedrona mãe, presas à sua influência gravitacional. 
Mas, dependendo do ângulo do impacto, alguns desses detritos podem atingir velocidades superiores a 21 km/h e desviar para a Terra, podendo atingir o planeta entre 15 e 30 dias após o episódio. Os cientistas consideram tal fenômeno pouco provável – só alguns gramas de material espacial devem invadir nossa atmosfera. Estima-se que uns dez meteoros sejam visíveis durante essas noites. 
De toda forma, ocasionar uma chuva de meteoros capaz de atingir a Terra não parece muito prudente, mesmo com riscos baixos. Aaron Boley, astrônomo planetário da Universidade da Colúmbia Britânica, defende ao The New York Times que a missão deveria ser executada uma semana antes ou depois da aproximação do Didymos, pois isso evitaria a chegada de qualquer destroço na Terra. Mas, Tom Statler, cientista envolvido no programa, afirma que mudar a data não seria possível, já que ela permite a visualização ideal do astro e de suas mudanças pelos observatórios terrestres.
Se a missão correr como o esperado, teremos uma nova arma contra asteroides. Esperamos, porém, nunca precisar usá-la. Afinal, quem teria coragem de machucar uma pedrinha chamada Didymoon, não é mesmo?
FONTE: NASA

Maior buraco na camada de ozônio já visto sobre o Ártico se fechou

Ele ficou aberto durante um mês e surgiu devido a um vórtice polar. Entenda.

Ele ficou aberto durante um mês e surgiu devido a um vórtice polar. Entenda.   (Copernicus data (2020), processed by DLR/BIRA/ESA/Superinteressante)    Há nove anos que um buraco na camada de ozônio de grandes proporções não surgia sobre o Ártico. Mas, no final de março, ele não só reapareceu como também estava no maior tamanho já visto, com quase um milhão de quilômetros quadrados. Por sorte, de acordo com pesquisadores do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) da União Europeia, esse gigante do tamanho de três Groenlândias acabou de se fechar naturalmente.   A camada de ozônio serve como barreira para os raios ultravioletas, provenientes do Sol. Esses raios são associados a problemas graves de saúde, como o câncer de pele e problemas de visão, por isso a exposição direta a eles é tão perigosa. A destruição dessa camada protetora geralmente está relacionada com a poluição emitida por nós, seres humanos – mas nesse caso, o fenômeno que ocorreu no Ártico foi um pouco diferente.   A abertura foi causada por um grande redemoinho de ventos com temperaturas extremamente baixas chamado vórtice polar. Quando isso ocorre, várias nuvens de alta altitude são formadas na região. Elas acabam se misturando com poluentes artificiais, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), e corroem o gás ozônio que nos protege.   Apesar de os CFCs terem sido proibidos no Protocolo de Montreal em 1987, os países desenvolvidos tinham o limite de bani-los totalmente até 1996, enquanto os países em desenvolvimento estavam com o prazo para 2010. No Brasil, isso só ocorreu em 2007. Além disso, nem todos respeitaram as regras. Em 2018, foi divulgado em relatório feito pela Environmental Investigation Agency que a China ainda usava CFCs em algumas de suas fábricas de forma ilegal. Os CFCs são compostos muito estáveis e que demoram anos para se decompor. Por esse motivo, ainda há resquícios dessa substância proibida na atmosfera.  Mas, como já era previsto pelos pesquisadores, o buraco se fechou sozinho após um mês. Isso porque o vórtice se dividiu, abrindo caminho para o ar rico em ozônio se restabelecer sobre o Polo Norte. No gif publicado pela CAMS em seu twitter, é possível entender melhor o movimento seguido pelo redemoinho.   Vídeo incorporado  A Agência Espacial Europeia (ESA) relatou que esse tipo de evento é raro no Polo Norte, porque a região não tem as condições de temperatura adequadas para isso, em torno de 80 ºC negativos. O Polo Norte é mais quente que o Polo Sul pois se encontra no nível do mar, e o oceano funciona como um reservatório de calor. Enquanto isso, o Polo Sul está 2.800 metros acima do nível do mar, e quanto maior a altitude, menor a temperatura.  O vórtice é um fenômeno anual no Polo Sul e ocorre durante o outono (de março a junho). Lá, o buraco na camada de ozônio pode atingir 25 milhões de quilômetros quadrados e durar os três meses que percorrem a estação. Mas, de acordo com uma avaliação feita pela Organização Meteorológica Mundial, esse buraco pode estar diminuindo. Eles registraram as mudanças ocorridas desde a década de 2000 e constataram uma diminuição de 1% a 3% para cada década passada. Fatores como a proibição dos CFCs podem justificar a hipótese.  FONTE: DLR/BIRA/ESA/Superinteressante
(Copernicus data (2020), processed by DLR/BIRA/ESA/Superinteressante)

Há nove anos que um buraco na camada de ozônio de grandes proporções não surgia sobre o Ártico. Mas, no final de março, ele não só reapareceu como também estava no maior tamanho já visto, com quase um milhão de quilômetros quadrados. Por sorte, de acordo com pesquisadores do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) da União Europeia, esse gigante do tamanho de três Groenlândias acabou de se fechar naturalmente. 
A camada de ozônio serve como barreira para os raios ultravioletas, provenientes do Sol. Esses raios são associados a problemas graves de saúde, como o câncer de pele e problemas de visão, por isso a exposição direta a eles é tão perigosa. A destruição dessa camada protetora geralmente está relacionada com a poluição emitida por nós, seres humanos – mas nesse caso, o fenômeno que ocorreu no Ártico foi um pouco diferente. 
A abertura foi causada por um grande redemoinho de ventos com temperaturas extremamente baixas chamado vórtice polar. Quando isso ocorre, várias nuvens de alta altitude são formadas na região. Elas acabam se misturando com poluentes artificiais, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), e corroem o gás ozônio que nos protege.
Apesar de os CFCs terem sido proibidos no Protocolo de Montreal em 1987, os países desenvolvidos tinham o limite de bani-los totalmente até 1996, enquanto os países em desenvolvimento estavam com o prazo para 2010. No Brasil, isso só ocorreu em 2007. Além disso, nem todos respeitaram as regras. Em 2018, foi divulgado em relatório feito pela Environmental Investigation Agency que a China ainda usava CFCs em algumas de suas fábricas de forma ilegal. Os CFCs são compostos muito estáveis e que demoram anos para se decompor. Por esse motivo, ainda há resquícios dessa substância proibida na atmosfera.
Mas, como já era previsto pelos pesquisadores, o buraco se fechou sozinho após um mês. Isso porque o vórtice se dividiu, abrindo caminho para o ar rico em ozônio se restabelecer sobre o Polo Norte. No gif publicado pela CAMS em seu twitter, é possível entender melhor o movimento seguido pelo redemoinho. 
Ele ficou aberto durante um mês e surgiu devido a um vórtice polar. Entenda.   (Copernicus data (2020), processed by DLR/BIRA/ESA/Superinteressante)    Há nove anos que um buraco na camada de ozônio de grandes proporções não surgia sobre o Ártico. Mas, no final de março, ele não só reapareceu como também estava no maior tamanho já visto, com quase um milhão de quilômetros quadrados. Por sorte, de acordo com pesquisadores do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) da União Europeia, esse gigante do tamanho de três Groenlândias acabou de se fechar naturalmente.   A camada de ozônio serve como barreira para os raios ultravioletas, provenientes do Sol. Esses raios são associados a problemas graves de saúde, como o câncer de pele e problemas de visão, por isso a exposição direta a eles é tão perigosa. A destruição dessa camada protetora geralmente está relacionada com a poluição emitida por nós, seres humanos – mas nesse caso, o fenômeno que ocorreu no Ártico foi um pouco diferente.   A abertura foi causada por um grande redemoinho de ventos com temperaturas extremamente baixas chamado vórtice polar. Quando isso ocorre, várias nuvens de alta altitude são formadas na região. Elas acabam se misturando com poluentes artificiais, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), e corroem o gás ozônio que nos protege.   Apesar de os CFCs terem sido proibidos no Protocolo de Montreal em 1987, os países desenvolvidos tinham o limite de bani-los totalmente até 1996, enquanto os países em desenvolvimento estavam com o prazo para 2010. No Brasil, isso só ocorreu em 2007. Além disso, nem todos respeitaram as regras. Em 2018, foi divulgado em relatório feito pela Environmental Investigation Agency que a China ainda usava CFCs em algumas de suas fábricas de forma ilegal. Os CFCs são compostos muito estáveis e que demoram anos para se decompor. Por esse motivo, ainda há resquícios dessa substância proibida na atmosfera.  Mas, como já era previsto pelos pesquisadores, o buraco se fechou sozinho após um mês. Isso porque o vórtice se dividiu, abrindo caminho para o ar rico em ozônio se restabelecer sobre o Polo Norte. No gif publicado pela CAMS em seu twitter, é possível entender melhor o movimento seguido pelo redemoinho.   Vídeo incorporado  A Agência Espacial Europeia (ESA) relatou que esse tipo de evento é raro no Polo Norte, porque a região não tem as condições de temperatura adequadas para isso, em torno de 80 ºC negativos. O Polo Norte é mais quente que o Polo Sul pois se encontra no nível do mar, e o oceano funciona como um reservatório de calor. Enquanto isso, o Polo Sul está 2.800 metros acima do nível do mar, e quanto maior a altitude, menor a temperatura.  O vórtice é um fenômeno anual no Polo Sul e ocorre durante o outono (de março a junho). Lá, o buraco na camada de ozônio pode atingir 25 milhões de quilômetros quadrados e durar os três meses que percorrem a estação. Mas, de acordo com uma avaliação feita pela Organização Meteorológica Mundial, esse buraco pode estar diminuindo. Eles registraram as mudanças ocorridas desde a década de 2000 e constataram uma diminuição de 1% a 3% para cada década passada. Fatores como a proibição dos CFCs podem justificar a hipótese.  FONTE: DLR/BIRA/ESA/Superinteressante
A Agência Espacial Europeia (ESA) relatou que esse tipo de evento é raro no Polo Norte, porque a região não tem as condições de temperatura adequadas para isso, em torno de 80 ºC negativos. O Polo Norte é mais quente que o Polo Sul pois se encontra no nível do mar, e o oceano funciona como um reservatório de calor. Enquanto isso, o Polo Sul está 2.800 metros acima do nível do mar, e quanto maior a altitude, menor a temperatura.
O vórtice é um fenômeno anual no Polo Sul e ocorre durante o outono (de março a junho). Lá, o buraco na camada de ozônio pode atingir 25 milhões de quilômetros quadrados e durar os três meses que percorrem a estação. Mas, de acordo com uma avaliação feita pela Organização Meteorológica Mundial, esse buraco pode estar diminuindo. Eles registraram as mudanças ocorridas desde a década de 2000 e constataram uma diminuição de 1% a 3% para cada década passada. Fatores como a proibição dos CFCs podem justificar a hipótese.
FONTE: DLR/BIRA/ESA/Superinteressante

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Descoberto buraco negro mais próximo da Terra

Descoberto buraco negro mais próximo da Terra Esta concepção artística mostra as órbitas dos objetos no sistema estelar triplo HR 6819. Este sistema é composto por um binário interior com uma estrela (órbita azul) e um buraco negro recentemente descoberto (órbita vermelha), assim como por uma terceira estrela numa órbita mais afastada (também azul). [Imagem: ESO/L. Calçada]    Buraco negro mais próximo da Terra    Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriu um buraco negro situado a apenas 1.000 anos-luz de distância da Terra.  O corpo celeste encontra-se mais próximo do nosso Sistema Solar do que qualquer outro buraco negro encontrado até agora e faz parte de um sistema triplo que pode ser visto a olho nu. A equipe afirma que este sistema pode ser apenas a ponta do iceberg, já que muitos outros buracos negros semelhantes poderão ser descobertos.  "Ficamos bastante surpresos quando percebemos que este é o primeiro sistema estelar com um buraco negro que podemos observar a olho nu," disse Petr Hadrava, da Academia de Ciências da República Tcheca.  Localizado na constelação do Telescópio, o sistema se encontra tão próximo de nós que suas estrelas podem ser vistas do Hemisfério Sul em uma noite escura e clara sem binóculos ou telescópio.  Como se descobre um buraco negro  A equipe observou originalmente o sistema, chamado HR 6819, como parte de um estudo de sistemas de estrelas duplas.  No entanto as observações revelaram que uma das duas estrelas visíveis orbitava um objeto invisível com um período de 40 dias, enquanto a segunda estrela se encontrava a maior distância desse par interno. Como nenhum outro corpo celeste foi encontrado lá, durante meses de observação, a conclusão é que se trata de um buraco negro.  Se a conclusão estiver correta, o buraco negro escondido no binário HR 6819 seria um dos primeiros buracos negros estelares descoberto que não interage violentamente com o meio que o circunda e, portanto, parece ser verdadeiramente negro, não emitindo outro tipo de radiação, como acontece quando os buracos negros engolem massa ao seu redor.  Apesar disso, a equipe conseguiu detectar a sua presença e calcular a sua massa ao estudar a órbita da estrela do par interno. "Um objeto invisível com uma massa de pelo menos 4 vezes a massa do Sol, só pode ser um buraco negro," concluiu Thomas Rivinius, que liderou as observações.  Descoberto buraco negro mais próximo da Terra  Este mapa mostra a localização do sistema triplo HR 6819 na constelação do Telescópio, onde se encontra o buraco negro mais próximo da Terra descoberto até agora. [Imagem: ESO/IAU/Sky & Telescope]    Buracos negros na Via Láctea  Até agora, os astrônomos descobriram apenas cerca de duas dúzias de buracos negros na nossa galáxia, quase todos em interação violenta com o seu meio envolvente e dando provas da sua presença pela forte emissão de raios X.  No entanto, os cientistas estimam que, durante todo o tempo que a Via Láctea já existiu, muitas estrelas devem ter colapsado sob a forma de buracos negros no final das suas vidas.  A descoberta de um buraco negro "silencioso e invisível" no sistema HR 6819 fornece pistas sobre onde podem estar esses muitos buracos negros ocultos na Via Láctea. "Deve haver centenas de milhões de buracos negros, mas nós apenas conhecemos alguns. Saber o que procurar nos dá agora uma melhor oportunidade de os encontrar," disse Rivinius.  Os astrônomos acreditam também que sua descoberta poderia lançar alguma luz sobre um segundo sistema que eles vêm observando há algum tempo.  "Acreditamos que outro sistema, chamado LB-1, também possa ser um sistema triplo deste tipo, apesar de necessitarmos de mais observações para ter certeza," disse Marianne Heida, membro da equipe. "O LB-1 se encontra um pouco mais afastado da Terra, mas ainda está bastante próximo em termos astronômicos, o que significa que provavelmente existem muitos destes sistemas. Encontrá-los e estudá-los nos dá a oportunidade de aprender bastante sobre a formação e evolução das estrelas raras que começam as suas vidas com mais de cerca de 8 vezes a massa do Sol e terminam as suas vidas numa explosão de supernova, deixando como resto um buraco negro."  FONTE: ESO  Bibliografia:  Artigo: A naked-eye triple system with a nonaccreting black hole in the inner binary Autores: Thomas Rivinius, Dietrich Baade, Petr Hadrava, Marianne Heida, R. Klement Revista: Astronomy & Astrophysics Vol.: 637, L3 DOI: 10.1051/0004-6361/202038020
Esta concepção artística mostra as órbitas dos objetos no sistema estelar triplo HR 6819. Este sistema é composto por um binário interior com uma estrela (órbita azul) e um buraco negro recentemente descoberto (órbita vermelha), assim como por uma terceira estrela numa órbita mais afastada (também azul).
[Imagem: ESO/L. Calçada]



Buraco negro mais próximo da Terra

Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriu um buraco negro situado a apenas 1.000 anos-luz de distância da Terra.
O corpo celeste encontra-se mais próximo do nosso Sistema Solar do que qualquer outro buraco negro encontrado até agora e faz parte de um sistema triplo que pode ser visto a olho nu. A equipe afirma que este sistema pode ser apenas a ponta do iceberg, já que muitos outros buracos negros semelhantes poderão ser descobertos.
"Ficamos bastante surpresos quando percebemos que este é o primeiro sistema estelar com um buraco negro que podemos observar a olho nu," disse Petr Hadrava, da Academia de Ciências da República Tcheca.
Localizado na constelação do Telescópio, o sistema se encontra tão próximo de nós que suas estrelas podem ser vistas do Hemisfério Sul em uma noite escura e clara sem binóculos ou telescópio.
Como se descobre um buraco negro
A equipe observou originalmente o sistema, chamado HR 6819, como parte de um estudo de sistemas de estrelas duplas.
No entanto as observações revelaram que uma das duas estrelas visíveis orbitava um objeto invisível com um período de 40 dias, enquanto a segunda estrela se encontrava a maior distância desse par interno. Como nenhum outro corpo celeste foi encontrado lá, durante meses de observação, a conclusão é que se trata de um buraco negro.
Se a conclusão estiver correta, o buraco negro escondido no binário HR 6819 seria um dos primeiros buracos negros estelares descoberto que não interage violentamente com o meio que o circunda e, portanto, parece ser verdadeiramente negro, não emitindo outro tipo de radiação, como acontece quando os buracos negros engolem massa ao seu redor.
Apesar disso, a equipe conseguiu detectar a sua presença e calcular a sua massa ao estudar a órbita da estrela do par interno. "Um objeto invisível com uma massa de pelo menos 4 vezes a massa do Sol, só pode ser um buraco negro," concluiu Thomas Rivinius, que liderou as observações.
Descoberto buraco negro mais próximo da Terra Esta concepção artística mostra as órbitas dos objetos no sistema estelar triplo HR 6819. Este sistema é composto por um binário interior com uma estrela (órbita azul) e um buraco negro recentemente descoberto (órbita vermelha), assim como por uma terceira estrela numa órbita mais afastada (também azul). [Imagem: ESO/L. Calçada]    Buraco negro mais próximo da Terra    Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriu um buraco negro situado a apenas 1.000 anos-luz de distância da Terra.  O corpo celeste encontra-se mais próximo do nosso Sistema Solar do que qualquer outro buraco negro encontrado até agora e faz parte de um sistema triplo que pode ser visto a olho nu. A equipe afirma que este sistema pode ser apenas a ponta do iceberg, já que muitos outros buracos negros semelhantes poderão ser descobertos.  "Ficamos bastante surpresos quando percebemos que este é o primeiro sistema estelar com um buraco negro que podemos observar a olho nu," disse Petr Hadrava, da Academia de Ciências da República Tcheca.  Localizado na constelação do Telescópio, o sistema se encontra tão próximo de nós que suas estrelas podem ser vistas do Hemisfério Sul em uma noite escura e clara sem binóculos ou telescópio.  Como se descobre um buraco negro  A equipe observou originalmente o sistema, chamado HR 6819, como parte de um estudo de sistemas de estrelas duplas.  No entanto as observações revelaram que uma das duas estrelas visíveis orbitava um objeto invisível com um período de 40 dias, enquanto a segunda estrela se encontrava a maior distância desse par interno. Como nenhum outro corpo celeste foi encontrado lá, durante meses de observação, a conclusão é que se trata de um buraco negro.  Se a conclusão estiver correta, o buraco negro escondido no binário HR 6819 seria um dos primeiros buracos negros estelares descoberto que não interage violentamente com o meio que o circunda e, portanto, parece ser verdadeiramente negro, não emitindo outro tipo de radiação, como acontece quando os buracos negros engolem massa ao seu redor.  Apesar disso, a equipe conseguiu detectar a sua presença e calcular a sua massa ao estudar a órbita da estrela do par interno. "Um objeto invisível com uma massa de pelo menos 4 vezes a massa do Sol, só pode ser um buraco negro," concluiu Thomas Rivinius, que liderou as observações.  Descoberto buraco negro mais próximo da Terra  Este mapa mostra a localização do sistema triplo HR 6819 na constelação do Telescópio, onde se encontra o buraco negro mais próximo da Terra descoberto até agora. [Imagem: ESO/IAU/Sky & Telescope]    Buracos negros na Via Láctea  Até agora, os astrônomos descobriram apenas cerca de duas dúzias de buracos negros na nossa galáxia, quase todos em interação violenta com o seu meio envolvente e dando provas da sua presença pela forte emissão de raios X.  No entanto, os cientistas estimam que, durante todo o tempo que a Via Láctea já existiu, muitas estrelas devem ter colapsado sob a forma de buracos negros no final das suas vidas.  A descoberta de um buraco negro "silencioso e invisível" no sistema HR 6819 fornece pistas sobre onde podem estar esses muitos buracos negros ocultos na Via Láctea. "Deve haver centenas de milhões de buracos negros, mas nós apenas conhecemos alguns. Saber o que procurar nos dá agora uma melhor oportunidade de os encontrar," disse Rivinius.  Os astrônomos acreditam também que sua descoberta poderia lançar alguma luz sobre um segundo sistema que eles vêm observando há algum tempo.  "Acreditamos que outro sistema, chamado LB-1, também possa ser um sistema triplo deste tipo, apesar de necessitarmos de mais observações para ter certeza," disse Marianne Heida, membro da equipe. "O LB-1 se encontra um pouco mais afastado da Terra, mas ainda está bastante próximo em termos astronômicos, o que significa que provavelmente existem muitos destes sistemas. Encontrá-los e estudá-los nos dá a oportunidade de aprender bastante sobre a formação e evolução das estrelas raras que começam as suas vidas com mais de cerca de 8 vezes a massa do Sol e terminam as suas vidas numa explosão de supernova, deixando como resto um buraco negro."  FONTE: ESO  Bibliografia:  Artigo: A naked-eye triple system with a nonaccreting black hole in the inner binary Autores: Thomas Rivinius, Dietrich Baade, Petr Hadrava, Marianne Heida, R. Klement Revista: Astronomy & Astrophysics Vol.: 637, L3 DOI: 10.1051/0004-6361/202038020
Este mapa mostra a localização do sistema triplo HR 6819 na constelação do Telescópio, onde se encontra o buraco negro mais próximo da Terra descoberto até agora.
[Imagem: ESO/IAU/Sky & Telescope]

Buracos negros na Via Láctea
Até agora, os astrônomos descobriram apenas cerca de duas dúzias de buracos negros na nossa galáxia, quase todos em interação violenta com o seu meio envolvente e dando provas da sua presença pela forte emissão de raios X.
No entanto, os cientistas estimam que, durante todo o tempo que a Via Láctea já existiu, muitas estrelas devem ter colapsado sob a forma de buracos negros no final das suas vidas.
A descoberta de um buraco negro "silencioso e invisível" no sistema HR 6819 fornece pistas sobre onde podem estar esses muitos buracos negros ocultos na Via Láctea. "Deve haver centenas de milhões de buracos negros, mas nós apenas conhecemos alguns. Saber o que procurar nos dá agora uma melhor oportunidade de os encontrar," disse Rivinius.
Os astrônomos acreditam também que sua descoberta poderia lançar alguma luz sobre um segundo sistema que eles vêm observando há algum tempo.
"Acreditamos que outro sistema, chamado LB-1, também possa ser um sistema triplo deste tipo, apesar de necessitarmos de mais observações para ter certeza," disse Marianne Heida, membro da equipe. "O LB-1 se encontra um pouco mais afastado da Terra, mas ainda está bastante próximo em termos astronômicos, o que significa que provavelmente existem muitos destes sistemas. Encontrá-los e estudá-los nos dá a oportunidade de aprender bastante sobre a formação e evolução das estrelas raras que começam as suas vidas com mais de cerca de 8 vezes a massa do Sol e terminam as suas vidas numa explosão de supernova, deixando como resto um buraco negro."
FONTE: ESO
Bibliografia:

Artigo: A naked-eye triple system with a nonaccreting black hole in the inner binary
Autores: Thomas Rivinius, Dietrich Baade, Petr Hadrava, Marianne Heida, R. Klement
Revista: Astronomy & Astrophysics
Vol.: 637, L3
DOI: 10.1051/0004-6361/202038020

# Compartilhe .