sexta-feira, 31 de maio de 2013

Friedrich Ratzel

Friedrich Ratzel, geógrafo e etnólogo alemão, foi um dos principais autores clássicos da Geografia


Friedrich Ratzel, um dos fundadores da Geografia moderna   Friedrich Ratzel, um dos fundadores da Geografia moderna  Friedrich Ratzel (1844-1904) foi um pensador alemão, considerado como um dos principais teóricos clássicos da Geografia e o precursor da Geopolítica e do Determinismo Geográfico. Vale lembrar que a expressão “determinismo” não era empregada pelo próprio Ratzel, tratando-se de uma atribuição conceitual que foi dada a partir das leituras sobre o seu pensamento. Sua principal obra publicada foi a Antropogeografia.  A Ratzel deve-se a ênfase dos estudos geográficos sobre o homem. Entretanto, a teoria ratzeliana via o ser humano a partir do ponto de vista biológico (não social) e que, portanto, não poderia ser visto fora das relações de causa e efeito que determinam as condições de vida no meio ambiente.  A essa concepção deu-se o nome de Determinismo geográfico, em que o homem seria produto do meio, ou seja, as condições naturais é que determinam a vida em sociedade. O homem seria escravo do seu próprio espaço.  Esse pensador foi bastante influenciado pela obra de Charles Darwin, que defendia o postulado de que a evolução se basearia na luta entre as diferentes espécies, de forma que aquelas que possuíssem as características de melhor adaptação ao meio sobreviveriam. Ratzel, de certa forma, aplicou essas ideias à espécie e sua vida em sociedade. Os seres humanos, raças e etnias mais aptos venceriam e dominariam os povos considerados inferiores.  Tais ideais basearam e justificaram teoricamente a dominação dos povos europeus, que se colocaram como uma civilização mais evoluída e desenvolvida, com a missão de dominar os povos inferiores e impor sobre eles a sua cultura e o seu modo de vida. Suas ideias também influenciaram aquilo que mais tarde veio a ser denominado por Nazismo.  Ratzel foi também um profundo estudioso do conceito e comportamento do Estado moderno. Para ele, o Estado seria a sociedade organizada para construir, defender ou expandir o seu território. Também considerava que essa era uma forma de organização que aconteceria de forma natural em qualquer sociedade avançada. O Estado, para Ratzel, era um organismo vivo.  A partir dessa concepção, elaborou o conceito de espaço vital, que seria as condições espaciais e naturais para a manutenção ou consolidação do poder do Estado sobre o seu território. Seriam as condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada sociedade ou povo. Aquelas populações que dispusessem de melhor espaço vital estariam mais aptas a se desenvolver e a conquistar outros territórios.  Tal noção foi fundamental diante do contexto histórico da Alemanha, que havia acabado de passar pelo seu processo de reunificação e necessitava de uma base para justificar e se afirmar enquanto Estado, com capacidade de crescimento, expansão e dominação.  Apesar de se considerar o “pai da Geopolítica”, Ratzel jamais utilizou essa expressão, que foi elaborada por um de seus discípulos, o pensador sueco Rudolf Kjellen. Pode-se dizer, no entanto, que as suas ideias foram constitutivas de uma verdadeira Geografia do Poder.
Friedrich Ratzel, um dos fundadores da Geografia moderna
Friedrich Ratzel (1844-1904) foi um pensador alemão, considerado como um dos principais teóricos clássicos da Geografia e o precursor da Geopolítica e do Determinismo Geográfico. Vale lembrar que a expressão “determinismo” não era empregada pelo próprio Ratzel, tratando-se de uma atribuição conceitual que foi dada a partir das leituras sobre o seu pensamento. Sua principal obra publicada foi a Antropogeografia.
A Ratzel deve-se a ênfase dos estudos geográficos sobre o homem. Entretanto, a teoria ratzeliana via o ser humano a partir do ponto de vista biológico (não social) e que, portanto, não poderia ser visto fora das relações de causa e efeito que determinam as condições de vida no meio ambiente.
A essa concepção deu-se o nome de Determinismo geográfico, em que o homem seria produto do meio, ou seja, as condições naturais é que determinam a vida em sociedade. O homem seria escravo do seu próprio espaço.
Esse pensador foi bastante influenciado pela obra de Charles Darwin, que defendia o postulado de que a evolução se basearia na luta entre as diferentes espécies, de forma que aquelas que possuíssem as características de melhor adaptação ao meio sobreviveriam. Ratzel, de certa forma, aplicou essas ideias à espécie e sua vida em sociedade. Os seres humanos, raças e etnias mais aptos venceriam e dominariam os povos considerados inferiores.
Tais ideais basearam e justificaram teoricamente a dominação dos povos europeus, que se colocaram como uma civilização mais evoluída e desenvolvida, com a missão de dominar os povos inferiores e impor sobre eles a sua cultura e o seu modo de vida. Suas ideias também influenciaram aquilo que mais tarde veio a ser denominado por Nazismo.
Ratzel foi também um profundo estudioso do conceito e comportamento do Estado moderno. Para ele, o Estado seria a sociedade organizada para construir, defender ou expandir o seu território. Também considerava que essa era uma forma de organização que aconteceria de forma natural em qualquer sociedade avançada. O Estado, para Ratzel, era um organismo vivo.
A partir dessa concepção, elaborou o conceito de espaço vital, que seria as condições espaciais e naturais para a manutenção ou consolidação do poder do Estado sobre o seu território. Seriam as condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada sociedade ou povo. Aquelas populações que dispusessem de melhor espaço vital estariam mais aptas a se desenvolver e a conquistar outros territórios.
Tal noção foi fundamental diante do contexto histórico da Alemanha, que havia acabado de passar pelo seu processo de reunificação e necessitava de uma base para justificar e se afirmar enquanto Estado, com capacidade de crescimento, expansão e dominação.
Apesar de se considerar o “pai da Geopolítica”, Ratzel jamais utilizou essa expressão, que foi elaborada por um de seus discípulos, o pensador suecoRudolf Kjellen. Pode-se dizer, no entanto, que as suas ideias foram constitutivas de uma verdadeira Geografia do Poder.

Vidal de La Blache

Vidal de La Blache foi um dos maiores nomes da Geografia, sendo responsável pelo que se denominou por Possibilismo Geográfico.

Vidal de La Blache foi um dos grandes nomes da Geografia Clássica   Vidal de La Blache foi um dos grandes nomes da Geografia Clássica  Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Sua obra é bastante reconhecida por ser fundadora da corrente de pensamento que veio a ser denominada por Possibilismo, em oposição ao Determinismo Geográfico alemão. Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa.  La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito.  Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o meio em que ele vive.  La Blache também defendia a prática de uma Geografia Regional. Para esse pensador, seria impossível, ao menos naquele momento, alcançar visões totalizantes para a realidade, de forma que os conhecimentos e os conceitos só deveriam ser aplicados em realidades específicas. Por isso, incentivou e participou de muitas monografias regionais, isto é, estudos que se preocupavam apenas com uma determinada região e que se caracterizavam por serem extremamente descritivos.  Por isso, o conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teoria lablacheana, esse conceito estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma construção intelectual humana.  Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionaria o desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida.  A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções geopolíticas.
Vidal de La Blache foi um dos grandes nomes da Geografia Clássica
Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Sua obra é bastante reconhecida por ser fundadora da corrente de pensamento que veio a ser denominada por Possibilismo, em oposição ao Determinismo Geográficoalemão. Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa.
La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito.
Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o meio em que ele vive.
La Blache também defendia a prática de uma Geografia Regional. Para esse pensador, seria impossível, ao menos naquele momento, alcançar visões totalizantes para a realidade, de forma que os conhecimentos e os conceitos só deveriam ser aplicados em realidades específicas. Por isso, incentivou e participou de muitas monografias regionais, isto é, estudos que se preocupavam apenas com uma determinada região e que se caracterizavam por serem extremamente descritivos.
Por isso, o conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teorialablacheana, esse conceito estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma construção intelectual humana.
Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionaria o desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida.
A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções geopolíticas.

Milton Santos


Milton Santos foi um dos maiores geógrafos da história do pensamento geográfico


O geógrafo Milton Santos   O geógrafo Milton Santos¹  Milton Santos foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Destacou-se por escrever e abordar sobre inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço urbano, entre outros.  Conquistou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de Geografia, sendo o único brasileiro a conquistar esse prêmio e o único geógrafo fora do mundo Anglo-Saxão a realizar tal feito. Além dessa premiação, destaca-se também o prêmio Jabuti de 1997 para o melhor livro de ciências humanas, com “A Natureza do Espaço”. Foi professor da Universidade de São Paulo, mas lecionou também em inúmeros países, com destaque para a França.  A obra de Milton Santos caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e aos pressupostos teóricos predominantes na ciência geográfica de seu tempo. Em seu livro “Por uma Geografia Nova”, em linhas gerais, o autor criticou a corrente de pensamento Nova Geografia, marcada pela predominância do pensamento neopositivista e da utilização de técnicas estatísticas.  Diante desse pensamento, propôs – fazendo eco a outros pensadores de seu tempo – a concretização de uma “Geografia Nova”, marcada pela crítica ao poder e pela predominância do pensamento marxista. Nessa obra, defendia também o caráter social do espaço, que deveria ser o principal enfoque do geógrafo.  Um dos conceitos mais difundidos e explorados por esse geógrafo foi a noção de “meio técnico-científico informacional”, que seria a transformação do espaço natural realizada pelo homem através do uso das técnicas, que difundiram graças ao processo de globalização e a propagação de novas tecnologias.  Sobre a globalização, Milton Santos era um de seus críticos mais ferrenhos. Em uma de suas mais célebres frases, ele afirmava que “Essa globalização não vai durar. Primeiro, ela não é a única possível. Segundo, não vai durar como está porque como está é monstruosa, perversa. Não vai durar porque não tem finalidade”.  Em uma das suas obras mais difundidas pelo mundo – Por uma outra globalização –, muito lida por “não geógrafos”, Milton Santos dividiu o mundo em “globalização como fábula” (como ela nos é contada), “globalização como perversidade” (como ela realmente acontece) e “globalização como possibilidade”, explorando a ideia de uma outra globalização.  Além disso, o geógrafo proporcionou uma fecunda análise a respeito do território brasileiro, abordando as suas principais características e inserindo a produção do espaço no Brasil sob a lógica da Globalização. Nessa obra, de mais de 500 páginas, propôs, inclusive, uma nova regionalização do Brasil, dividido em quatro grandes regiões.  Milton Santos faleceu em 24 de junho de 2001, vítima de complicações proporcionadas por um câncer, aos 75 anos. Deixou uma vasta obra, com dezenas de livros e uma infinidade de textos, artigos e capítulos. Seu pensamento ainda é considerado atual e muitas das críticas dos movimentos antiglobalização fundamentam-se em suas ideias.
O geógrafo Milton Santos¹
Milton Santos foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Destacou-se por escrever e abordar sobre inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço urbano, entre outros.
Conquistou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de Geografia, sendo o único brasileiro a conquistar esse prêmio e o único geógrafo fora do mundo Anglo-Saxão a realizar tal feito. Além dessa premiação, destaca-se também o prêmio Jabuti de 1997 para o melhor livro de ciências humanas, com “A Natureza do Espaço”. Foi professor da Universidade de São Paulo, mas lecionou também em inúmeros países, com destaque para a França.
A obra de Milton Santos caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e aos pressupostos teóricos predominantes na ciência geográfica de seu tempo. Em seu livro “Por uma Geografia Nova”, em linhas gerais, o autor criticou a corrente de pensamento Nova Geografia, marcada pela predominância do pensamento neopositivista e da utilização de técnicas estatísticas.
Diante desse pensamento, propôs – fazendo eco a outros pensadores de seu tempo – a concretização de uma “Geografia Nova”, marcada pela crítica ao poder e pela predominância do pensamento marxista. Nessa obra, defendia também o caráter social do espaço, que deveria ser o principal enfoque do geógrafo.
Um dos conceitos mais difundidos e explorados por esse geógrafo foi a noção de “meio técnico-científico informacional”, que seria a transformação do espaço natural realizada pelo homem através do uso das técnicas, que difundiram graças ao processo de globalização e a propagação de novas tecnologias.
Sobre a globalização, Milton Santos era um de seus críticos mais ferrenhos. Em uma de suas mais célebres frases, ele afirmava que “Essa globalização não vai durar. Primeiro, ela não é a única possível. Segundo, não vai durar como está porque como está é monstruosa, perversa. Não vai durar porque não tem finalidade”.
Em uma das suas obras mais difundidas pelo mundo – Por uma outra globalização –, muito lida por “não geógrafos”, Milton Santos dividiu o mundo em “globalização como fábula” (como ela nos é contada), “globalização como perversidade” (como ela realmente acontece) e “globalização como possibilidade”, explorando a ideia de uma outra globalização.
Além disso, o geógrafo proporcionou uma fecunda análise a respeito do território brasileiro, abordando as suas principais características e inserindo a produção do espaço no Brasil sob a lógica da Globalização. Nessa obra, de mais de 500 páginas, propôs, inclusive, uma nova regionalização do Brasil, dividido em quatro grandes regiões.
Milton Santos faleceu em 24 de junho de 2001, vítima de complicações proporcionadas por um câncer, aos 75 anos. Deixou uma vasta obra, com dezenas de livros e uma infinidade de textos, artigos e capítulos. Seu pensamento ainda é considerado atual e muitas das críticas dos movimentos antiglobalização fundamentam-se em suas ideias.

Humboldt e Ritter, os pais da Geografia

Apesar de a Geografia já ter sido praticada desde os tempos antigos, foi no século XIX que ela se consolidou enquanto ciência moderna, isto é, com o seu próprio objeto de estudo e o seu método científico bem definido. Alexander Von Humboldt (1779-1859) e Karl Ritter (1779-1859) foram responsáveis pela adoção e uso exclusivo da razão para explicar o espaço e suas características físicas e humanas, rompendo com os pensamentos até então marcados pela presença de mitos, crenças e superstições.
Apesar de ambos os autores integrarem, em seus trabalhos, elementos humanos e elementos naturais, observou-se uma distinção que ora se direcionava mais para aquilo que se convencionou chamar de geografia física (Humboldt), ora para aquilo que se convencionou chamar de geografia humana (Ritter).
Ambos também se diferenciaram no método de pesquisa, enquanto Humboldt trabalhava com viagens e observações descritivas, Ritter priorizava as revisões bibliográficas. Enquanto o primeiro era naturista e estudava geologia e botânica, o segundo atuava nos estudos de Filosofia e História.
Apesar de os dois autores serem de origens distintas e praticarem trabalhos diferentes, ambos se assemelhavam no pioneirismo de seus trabalhos em sistematizar o pensamento geográfico, aplicando e atribuindo os seus próprios métodos sobre o estudo das paisagens e territórios.
Alexander Von Humboldt
Humboldt, nascido na recém-unificada Alemanha e de família prussiana, era um grande desbravador e utilizava as suas riquezas para custear os seus deslocamentos pelo mundo, bem como as suas pesquisas sobre as diferentes paisagens. Esteve na Europa, África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil. Suas anotações renderam volumosos livros e enciclopédias, que contribuíram significativamente para o conhecimento do restante do mundo pelos europeus e o seu conhecimento racional. Seu legado consistiu em conhecimentos em climatologia, geomorfologia, biogeografia e muitos outros campos do conhecimento.
Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico Apesar de a Geografia já ter sido praticada desde os tempos antigos, foi no século XIX que ela se consolidou enquanto ciência moderna, isto é, com o seu próprio objeto de estudo e o seu método científico bem definido. Alexander Von Humboldt (1779-1859) e Karl Ritter (1779-1859) foram responsáveis pela adoção e uso exclusivo da razão para explicar o espaço e suas características físicas e humanas, rompendo com os pensamentos até então marcados pela presença de mitos, crenças e superstições.  Apesar de ambos os autores integrarem, em seus trabalhos, elementos humanos e elementos naturais, observou-se uma distinção que ora se direcionava mais para aquilo que se convencionou chamar de geografia física (Humboldt), ora para aquilo que se convencionou chamar de geografia humana (Ritter).  Ambos também se diferenciaram no método de pesquisa, enquanto Humboldt trabalhava com viagens e observações descritivas, Ritter priorizava as revisões bibliográficas. Enquanto o primeiro era naturista e estudava geologia e botânica, o segundo atuava nos estudos de Filosofia e História.  Apesar de os dois autores serem de origens distintas e praticarem trabalhos diferentes, ambos se assemelhavam no pioneirismo de seus trabalhos em sistematizar o pensamento geográfico, aplicando e atribuindo os seus próprios métodos sobre o estudo das paisagens e territórios.  Alexander Von Humboldt  Humboldt, nascido na recém-unificada Alemanha e de família prussiana, era um grande desbravador e utilizava as suas riquezas para custear os seus deslocamentos pelo mundo, bem como as suas pesquisas sobre as diferentes paisagens. Esteve na Europa, África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil. Suas anotações renderam volumosos livros e enciclopédias, que contribuíram significativamente para o conhecimento do restante do mundo pelos europeus e o seu conhecimento racional. Seu legado consistiu em conhecimentos em climatologia, geomorfologia, biogeografia e muitos outros campos do conhecimento.   Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico  O pensamento de Humboldt foi profundamente influenciado pelo racionalismo francês e pelo idealismo filosófico alemão, sendo um profundo adepto dos ideais positivistas que se encontravam em voga durante a sua época. Tais influências tornaram-no um cientista adepto ao empirismo, pensamento filosófico caracterizado por considerar apenas as experiências e propenso a elaborar teorias universais, cujo objetivo era formular princípios que pudessem se encaixar sobre toda e qualquer realidade.  Em virtude de sua formação e de suas experiências, associava o ser humano e a vida em sociedade às características físicas, biológicas e naturais para explicar a dinamicidade e as relações espaço-temporais. Tal pensamento foi precursor dos ideais de Friedrich Ratzel, um dos formuladores do determinismo geográfico.  Karl Ritter  Karl Ritter, ao contrário de Humboldt, não realizou grandes viagens exploradoras, sendo um grande leitor dos conhecimentos científicos de sua época. Procurou manter uma perspectiva que integrasse as sociedades e os meios naturais, entretanto, preocupou-se em descrever mais detalhadamente o meio social humano. Bastante influenciado pelo idealismo de Shelling, buscou alcançar a totalidade do conhecimento sobre a terra a partir das somas das partes.   Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social  Encontrou, no entanto, muitas dificuldades em aplicar essa concepção sobre as manifestações e comportamentos sociais do homem, uma vez que as atividades humanas não obedecem a um padrão determinado, ao contrário do que ocorre com alguns fenômenos naturais. Por isso, opôs-se a Humboldt e assinalou que a humanidade também exerce sua influência sobre a natureza, através, principalmente, do uso das tecnologias.  Suas ideias de estabelecer leis gerais a partir de induções realizadas com base em estudos locais influenciaram marcadamente a Geografia de origem francesa, da qual Vidal de La Blache foi o seu principal representante.  Apesar das críticas comumente realizadas sobre esses autores, é importante salientar que as obras de Humboldt e Ritter devem ser analisadas levando-se em consideração o contexto em que foram escritas, quando a ciência geográfica não havia se consolidado e que o conhecimento científico passava por outro período.
Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico
O pensamento de Humboldt foi profundamente influenciado pelo racionalismo francês e pelo idealismo filosófico alemão, sendo um profundo adepto dos ideais positivistas que se encontravam em voga durante a sua época. Tais influências tornaram-no um cientista adepto ao empirismo, pensamento filosófico caracterizado por considerar apenas as experiências e propenso a elaborar teorias universais, cujo objetivo era formular princípios que pudessem se encaixar sobre toda e qualquer realidade.
Em virtude de sua formação e de suas experiências, associava o ser humano e a vida em sociedade às características físicas, biológicas e naturais para explicar a dinamicidade e as relações espaço-temporais. Tal pensamento foi precursor dos ideais de Friedrich Ratzel, um dos formuladores do determinismo geográfico.
Karl Ritter
Karl Ritter, ao contrário de Humboldt, não realizou grandes viagens exploradoras, sendo um grande leitor dos conhecimentos científicos de sua época. Procurou manter uma perspectiva que integrasse as sociedades e os meios naturais, entretanto, preocupou-se em descrever mais detalhadamente o meio social humano. Bastante influenciado pelo idealismo de Shelling, buscou alcançar a totalidade do conhecimento sobre a terra a partir das somas das partes.
Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social Apesar de a Geografia já ter sido praticada desde os tempos antigos, foi no século XIX que ela se consolidou enquanto ciência moderna, isto é, com o seu próprio objeto de estudo e o seu método científico bem definido. Alexander Von Humboldt (1779-1859) e Karl Ritter (1779-1859) foram responsáveis pela adoção e uso exclusivo da razão para explicar o espaço e suas características físicas e humanas, rompendo com os pensamentos até então marcados pela presença de mitos, crenças e superstições.  Apesar de ambos os autores integrarem, em seus trabalhos, elementos humanos e elementos naturais, observou-se uma distinção que ora se direcionava mais para aquilo que se convencionou chamar de geografia física (Humboldt), ora para aquilo que se convencionou chamar de geografia humana (Ritter).  Ambos também se diferenciaram no método de pesquisa, enquanto Humboldt trabalhava com viagens e observações descritivas, Ritter priorizava as revisões bibliográficas. Enquanto o primeiro era naturista e estudava geologia e botânica, o segundo atuava nos estudos de Filosofia e História.  Apesar de os dois autores serem de origens distintas e praticarem trabalhos diferentes, ambos se assemelhavam no pioneirismo de seus trabalhos em sistematizar o pensamento geográfico, aplicando e atribuindo os seus próprios métodos sobre o estudo das paisagens e territórios.  Alexander Von Humboldt  Humboldt, nascido na recém-unificada Alemanha e de família prussiana, era um grande desbravador e utilizava as suas riquezas para custear os seus deslocamentos pelo mundo, bem como as suas pesquisas sobre as diferentes paisagens. Esteve na Europa, África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil. Suas anotações renderam volumosos livros e enciclopédias, que contribuíram significativamente para o conhecimento do restante do mundo pelos europeus e o seu conhecimento racional. Seu legado consistiu em conhecimentos em climatologia, geomorfologia, biogeografia e muitos outros campos do conhecimento.   Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico  O pensamento de Humboldt foi profundamente influenciado pelo racionalismo francês e pelo idealismo filosófico alemão, sendo um profundo adepto dos ideais positivistas que se encontravam em voga durante a sua época. Tais influências tornaram-no um cientista adepto ao empirismo, pensamento filosófico caracterizado por considerar apenas as experiências e propenso a elaborar teorias universais, cujo objetivo era formular princípios que pudessem se encaixar sobre toda e qualquer realidade.  Em virtude de sua formação e de suas experiências, associava o ser humano e a vida em sociedade às características físicas, biológicas e naturais para explicar a dinamicidade e as relações espaço-temporais. Tal pensamento foi precursor dos ideais de Friedrich Ratzel, um dos formuladores do determinismo geográfico.  Karl Ritter  Karl Ritter, ao contrário de Humboldt, não realizou grandes viagens exploradoras, sendo um grande leitor dos conhecimentos científicos de sua época. Procurou manter uma perspectiva que integrasse as sociedades e os meios naturais, entretanto, preocupou-se em descrever mais detalhadamente o meio social humano. Bastante influenciado pelo idealismo de Shelling, buscou alcançar a totalidade do conhecimento sobre a terra a partir das somas das partes.   Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social  Encontrou, no entanto, muitas dificuldades em aplicar essa concepção sobre as manifestações e comportamentos sociais do homem, uma vez que as atividades humanas não obedecem a um padrão determinado, ao contrário do que ocorre com alguns fenômenos naturais. Por isso, opôs-se a Humboldt e assinalou que a humanidade também exerce sua influência sobre a natureza, através, principalmente, do uso das tecnologias.  Suas ideias de estabelecer leis gerais a partir de induções realizadas com base em estudos locais influenciaram marcadamente a Geografia de origem francesa, da qual Vidal de La Blache foi o seu principal representante.  Apesar das críticas comumente realizadas sobre esses autores, é importante salientar que as obras de Humboldt e Ritter devem ser analisadas levando-se em consideração o contexto em que foram escritas, quando a ciência geográfica não havia se consolidado e que o conhecimento científico passava por outro período.
Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social
Encontrou, no entanto, muitas dificuldades em aplicar essa concepção sobre as manifestações e comportamentos sociais do homem, uma vez que as atividades humanas não obedecem a um padrão determinado, ao contrário do que ocorre com alguns fenômenos naturais. Por isso, opôs-se a Humboldt e assinalou que a humanidade também exerce sua influência sobre a natureza, através, principalmente, do uso das tecnologias.
Suas ideias de estabelecer leis gerais a partir de induções realizadas com base em estudos locais influenciaram marcadamente a Geografia de origem francesa, da qual Vidal de La Blache foi o seu principal representante.
Apesar das críticas comumente realizadas sobre esses autores, é importante salientar que as obras de Humboldt e Ritter devem ser analisadas levando-se em consideração o contexto em que foram escritas, quando a ciência geográfica não havia se consolidado e que o conhecimento científico passava por outro período.

Formação da Monarquia Nacional Francesa

 Carlos VII e Filipe IV: personagens centrais do processo de formação da monarquia na França.  Ao longo da Idade Média, o território francês sofreu com o processo de desfragmentação política motivado pelo surgimento do feudalismo. Somente no século XII, ainda durante a dinastia capetíngia, o processo de centralização política francês foi iniciado pelo rei Filipe II. Usando dos conflitos contra os ingleses pelo controle do norte da França, este monarca conseguiu formar um grande exército sustentado pelos impostos cobrados ao longo do território nacional.  A formação desse imponente exército e a vitória contra os ingleses permitiu a ampliação do poder político real. A partir de então, o rei francês criou um articulado corpo de funcionários públicos que deveriam impor a autoridade real em oposição aos senhores feudais. Paralelamente, a burguesia passou a ceder grandes quantias para que o rei garantisse a liberdade das cidades através de uma carta de franquia, documento concedido pelo próprio monarca que liberava os centros urbanos das taxações feudais.  Durante o governo do rei Luís IX, o poderio real foi ampliado com a criação de instituições jurídicas subordinadas às leis nacionais e a economia comercial se fortaleceu com a instituição de uma única moeda nacional. Tempos depois, no governo de Filipe IV, o Belo, a autoridade monárquica já era uma realidade presente. No ano de 1302, a assembléia dos Estados Gerais – composta pelo clero, a nobreza e os comerciantes – foi criada com o intuito de reafirmar a ação política do rei.  Através desse órgão, o rei Filipe IV conseguiu impor taxas sobre as propriedades da Igreja. A ação do monarca francês foi imediatamente repreendida pelo papa Bonifácio VIII, que ameaçou o rei de excomunhão. Com a morte do papa, Filipe IV interferiu para que o cardeal francês Clemente V fosse escolhido como papa e, além disso, forçou que a sede do Vaticano fosse transferida para a cidade de Avignon. Nas décadas seguintes, esse episódio marcou uma rixa entre o Estado francês e a Igreja conhecida como o “cativeiro de Avignon” ou “Cisma do Ocidente”.  A essa altura, a supremacia da autoridade monárquica francesa parecia não ter mais nenhum tipo de obstáculo. No entanto, as disputas fiscais e territoriais com a Inglaterra inseriram o Estado francês nos prolongados e penosos conflitos que marcaram a Guerra dos Cem Anos. Ao longo do século XIV, os gastos com a guerra e as conturbações sociais provenientes da Peste Negra e das revoltas camponesas abalaram a supremacia monárquica. Somente no século seguinte, uma série de levantes populares conseguiu interromper as seguidas vitórias dos britânicos na guerra.  Foi nesse contexto que surgiu a mítica figura de Joana D’Arc, uma humilde filha de camponeses que comandou diversas lutas contra a Inglaterra, alegando cumprir ordens divinas. Essas vitórias fortaleceram politicamente Carlos VII, que foi coroado como rei da França e reorganizou a reação militar contra os britânicos. Mesmo sendo queimada em 1430, acusada de heresia, os feitos heróicos de Joana serviram para que os franceses voltassem a se empenhar na luta.  No ano de 1453, o rei Carlos VII concluiu o processo de expulsão dos britânicos do território francês e passou a comandar com amplos poderes. Com o apoio dos grandes burgueses, centralizou o governo nacional, criou novos impostos e financiou a instituição de um exército permanente. A partir de então, a França tornou-se o exemplo máximo do absolutismo real europeu.
Carlos VII e Filipe IV: personagens centrais do processo de formação da monarquia na França.
Ao longo da Idade Média, o território francês sofreu com o processo de desfragmentação política motivado pelo surgimento do feudalismo. Somente no século XII, ainda durante a dinastia capetíngia, o processo de centralização política francês foi iniciado pelo rei Filipe II. Usando dos conflitos contra os ingleses pelo controle do norte da França, este monarca conseguiu formar um grande exército sustentado pelos impostos cobrados ao longo do território nacional.

A formação desse imponente exército e a vitória contra os ingleses permitiu a ampliação do poder político real. A partir de então, o rei francês criou um articulado corpo de funcionários públicos que deveriam impor a autoridade real em oposição aos senhores feudais. Paralelamente, a burguesia passou a ceder grandes quantias para que o rei garantisse a liberdade das cidades através de uma carta de franquia, documento concedido pelo próprio monarca que liberava os centros urbanos das taxações feudais.

Durante o governo do rei Luís IX, o poderio real foi ampliado com a criação de instituições jurídicas subordinadas às leis nacionais e a economia comercial se fortaleceu com a instituição de uma única moeda nacional. Tempos depois, no governo de Filipe IV, o Belo, a autoridade monárquica já era uma realidade presente. No ano de 1302, a assembléia dos Estados Gerais – composta pelo clero, a nobreza e os comerciantes – foi criada com o intuito de reafirmar a ação política do rei.

Através desse órgão, o rei Filipe IV conseguiu impor taxas sobre as propriedades da Igreja. A ação do monarca francês foi imediatamente repreendida pelo papa Bonifácio VIII, que ameaçou o rei de excomunhão. Com a morte do papa, Filipe IV interferiu para que o cardeal francês Clemente V fosse escolhido como papa e, além disso, forçou que a sede do Vaticano fosse transferida para a cidade de Avignon. Nas décadas seguintes, esse episódio marcou uma rixa entre o Estado francês e a Igreja conhecida como o “cativeiro de Avignon” ou “Cisma do Ocidente”.

A essa altura, a supremacia da autoridade monárquica francesa parecia não ter mais nenhum tipo de obstáculo. No entanto, as disputas fiscais e territoriais com a Inglaterra inseriram o Estado francês nos prolongados e penosos conflitos que marcaram a Guerra dos Cem Anos. Ao longo do século XIV, os gastos com a guerra e as conturbações sociais provenientes da Peste Negra e das revoltas camponesas abalaram a supremacia monárquica. Somente no século seguinte, uma série de levantes populares conseguiu interromper as seguidas vitórias dos britânicos na guerra.

Foi nesse contexto que surgiu a mítica figura de Joana D’Arc, uma humilde filha de camponeses que comandou diversas lutas contra a Inglaterra, alegando cumprir ordens divinas. Essas vitórias fortaleceram politicamente Carlos VII, que foi coroado como rei da França e reorganizou a reação militar contra os britânicos. Mesmo sendo queimada em 1430, acusada de heresia, os feitos heróicos de Joana serviram para que os franceses voltassem a se empenhar na luta.

No ano de 1453, o rei Carlos VII concluiu o processo de expulsão dos britânicos do território francês e passou a comandar com amplos poderes. Com o apoio dos grandes burgueses, centralizou o governo nacional, criou novos impostos e financiou a instituição de um exército permanente. A partir de então, a França tornou-se o exemplo máximo do absolutismo real europeu.

Formação da Monarquia Nacional Portuguesa

 D. Afonso Henriques e D. João I: personagens centrais na consolidação do Estado Nacional Português.  A instalação das monarquias espanhola e portuguesa é usualmente compreendida a partir das guerras que tentaram expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Desde o século VIII os árabes haviam dominado boa parte do território ibérico em função da expansão muçulmana ocorrida no final da Alta Idade Média. A partir do século XI, no contexto das Cruzadas, os reinos cristãos que dominavam a região norte formaram exércitos com o objetivo de reconquistar as terras dos chamados “infiéis”.  Os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão juntaram forças para uma longa guerra que chegou ao fim somente no século XV. Nesse processo, os reinos participantes desta guerra buscaram o auxílio do nobre francês Henrique de Borgonha que, em troca, recebeu terras do chamado condado Portucalense e casou-se com Dona Teresa, filha ilegítima do rei de Leão. Após a morte de Henrique de Borgonha, seu filho, Afonso Henriques, lutou pela autonomia política do condado.  A partir desse momento, a primeira dinastia monárquica se consolidou no Condado Portucalense dando continuidade ao processo de expulsão dos muçulmanos. As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei, que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da nobreza. Paralelamente, a classe burguesa se consolidou pela importante posição geográfica na circulação de mercadorias entre o Mar Mediterrâneo e o Mar do Norte.  No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros com a morte do rei Henrique I. Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras lusitanas apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de Portugal formando um exército próprio. Na batalha de Aljubarrota, os burgueses venceram os castelhanos e, assim, conduziram Dom João, mestre de Avis, ao trono português.  Essa luta – conhecida como Revolução de Avis – marcou a ascensão de uma nova dinastia comprometida com os interesses da burguesia lusitana. Com isso, o estado nacional português se fortaleceu com o franco desenvolvimento das atividades mercantis e a cobrança sistemática de impostos. Tal associação promoveu o pioneirismo português na expansão marítima que se deflagrou ao longo do século XV.
D. Afonso Henriques e D. João I: personagens centrais na consolidação do Estado Nacional Português.
A instalação das monarquias espanhola e portuguesa é usualmente compreendida a partir das guerras que tentaram expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Desde o século VIII os árabes haviam dominado boa parte do território ibérico em função da expansão muçulmana ocorrida no final da Alta Idade Média. A partir do século XI, no contexto das Cruzadas, os reinos cristãos que dominavam a região norte formaram exércitos com o objetivo de reconquistar as terras dos chamados “infiéis”.

Os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão juntaram forças para uma longa guerra que chegou ao fim somente no século XV. Nesse processo, os reinos participantes desta guerra buscaram o auxílio do nobre francês Henrique de Borgonha que, em troca, recebeu terras do chamado condado Portucalense e casou-se com Dona Teresa, filha ilegítima do rei de Leão. Após a morte de Henrique de Borgonha, seu filho, Afonso Henriques, lutou pela autonomia política do condado.

A partir desse momento, a primeira dinastia monárquica se consolidou no Condado Portucalense dando continuidade ao processo de expulsão dos muçulmanos. As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei, que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da nobreza. Paralelamente, a classe burguesa se consolidou pela importante posição geográfica na circulação de mercadorias entre o Mar Mediterrâneo e o Mar do Norte.

No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros com a morte do rei Henrique I. Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras lusitanas apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de Portugal formando um exército próprio. Na batalha de Aljubarrota, os burgueses venceram os castelhanos e, assim, conduziram Dom João, mestre de Avis, ao trono português.

Essa luta – conhecida como Revolução de Avis – marcou a ascensão de uma nova dinastia comprometida com os interesses da burguesia lusitana. Com isso, o estado nacional português se fortaleceu com o franco desenvolvimento das atividades mercantis e a cobrança sistemática de impostos. Tal associação promoveu o pioneirismo português na expansão marítima que se deflagrou ao longo do século XV.

Formação da Monarquia Nacional Espanhola

A união de Fernando de Aragão e Isabel de Castela garantiu a formação do Estado Espanhol. A Península Ibérica, durante o século VIII, teve grande parte de seus territórios dominados pelos árabes que, inspirados pela jihad muçulmana, empreenderam a conquista de diversas localidades do Oriente e do Ocidente. Na porção centro-sul, os árabes consolidaram a formação do Califado de Córdoba, enquanto a região norte ficou sob controle dos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e o Condado de Barcelona.  Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.  Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, a hegemonia dos reinos católicos era garantida pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.  Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao Reino Mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos definitivamente com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino passou a fortalecer-se com franco incentivo ao comércio marítimo.
A união de Fernando de Aragão e Isabel de Castela garantiu a formação do Estado Espanhol.
A Península Ibérica, durante o século VIII, teve grande parte de seus territórios dominados pelos árabes que, inspirados pela jihad muçulmana, empreenderam a conquista de diversas localidades do Oriente e do Ocidente. Na porção centro-sul, os árabes consolidaram a formação do Califado de Córdoba, enquanto a região norte ficou sob controle dos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e o Condado de Barcelona.

Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.

Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, a hegemonia dos reinos católicos era garantida pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.

Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao Reino Mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos definitivamente com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino passou a fortalecer-se com franco incentivo ao comércio marítimo.

Revolução Francesa

A queda da Bastilha é um dos maiores símbolos da Revolução Francesa.   A queda da Bastilha é um dos maiores símbolos da Revolução Francesa.  No desenvolver do século XVIII existem dois importantes fatos históricos que marcaram esse período. De um lado temos a ascensão dos ideais iluministas, que pregavam a liberdade econômica e o fim das amarras políticas estabelecidas pelo poder monárquico. Além disso, esse mesmo século assistiu uma nova etapa da economia mundial com a ascensão do capitalismo industrial.  Nesse contexto, a França conviveu com uma interessante contradição. Ao mesmo tempo em que abrigou importantes personagens do pensamento iluminista, contava com um estado monárquico centralizado e ainda marcado por diversos costumes atrelados a diversas tradições feudais. A sociedade francesa estava dividia em classes sociais distintas pela condição econômica e os privilégios usufruídos junto ao Estado.  De um lado, tínhamos a nobreza e o alto clero usufruindo da posse das terras e a isenção dos impostos. Além disso, devemos salientar a família real que desfrutava de privilégios e vivia à custa dos impostos recolhidos pelo governo. No meio urbano, havia uma classe burguesa desprovida de qualquer auxilio governamental e submetida a uma pesada carga tributária que restringia o desenvolvimento de suas atividades comerciais.  A classe proletária francesa também vivia uma situação penosa. No campo, os camponeses eram sujeitos ao poder econômico dos senhores feudais e viviam em condições mínimas. Muitos deles acabavam por ocupar os centros urbanos, que já se entupiam de um amplo grupo de desempregados e miseráveis excluídos por uma economia que não se alinhava às necessidades do nascente capitalismo industrial.  Somados a todos estes fatores, a derrota francesa em alguns conflitos militares e as péssimas colheitas do final do século XVIII, contribuíram para que a crise econômica, e a desordem social se instalassem de vez na França. Desse modo, a década de 1780 veio carregada de contradições, anseios e problemas de uma nação que não dava mais crédito a suas autoridades. Temos assim, os preparativos da chamada Revolução Francesa.
A queda da Bastilha é um dos maiores símbolos da Revolução Francesa.
No desenvolver do século XVIII existem dois importantes fatos históricos que marcaram esse período. De um lado temos a ascensão dos ideais iluministas, que pregavam a liberdade econômica e o fim das amarras políticas estabelecidas pelo poder monárquico. Além disso, esse mesmo século assistiu uma nova etapa da economia mundial com a ascensão do capitalismo industrial.

Nesse contexto, a França conviveu com uma interessante contradição. Ao mesmo tempo em que abrigou importantes personagens do pensamento iluminista, contava com um estado monárquico centralizado e ainda marcado por diversos costumes atrelados a diversas tradições feudais. A sociedade francesa estava dividia em classes sociais distintas pela condição econômica e os privilégios usufruídos junto ao Estado.

De um lado, tínhamos a nobreza e o alto clero usufruindo da posse das terras e a isenção dos impostos. Além disso, devemos salientar a família real que desfrutava de privilégios e vivia à custa dos impostos recolhidos pelo governo. No meio urbano, havia uma classe burguesa desprovida de qualquer auxilio governamental e submetida a uma pesada carga tributária que restringia o desenvolvimento de suas atividades comerciais.

A classe proletária francesa também vivia uma situação penosa. No campo, os camponeses eram sujeitos ao poder econômico dos senhores feudais e viviam em condições mínimas. Muitos deles acabavam por ocupar os centros urbanos, que já se entupiam de um amplo grupo de desempregados e miseráveis excluídos por uma economia que não se alinhava às necessidades do nascente capitalismo industrial.

Somados a todos estes fatores, a derrota francesa em alguns conflitos militares e as péssimas colheitas do final do século XVIII, contribuíram para que a crise econômica, e a desordem social se instalassem de vez na França. Desse modo, a década de 1780 veio carregada de contradições, anseios e problemas de uma nação que não dava mais crédito a suas autoridades. Temos assim, os preparativos da chamada Revolução Francesa.

Formação dos Estados Nacionais Modernos


As monarquias nacionais centralizaram o poder político na figura de um rei.
No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, transformou a importância política dos reis.

A autoridade monárquica se estendeu por todo um território definido por limites, traços culturais e linguísticos que perfilavam a formação de um Estado Nacional. Para tanto, foi preciso superar os obstáculos impostos pelo particularismo e universalismo político que marcaram toda a Idade Média. O universalismo manifestava-se na ampla autoridade da Igreja, constituindo a posse sobre grandes extensões de terra e a imposição de leis e tributos próprios. Já o particularismo desenvolveu-se nos costumes políticos locais enraizados nos feudos e nas cidades comerciais.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Além disso, a crise das relações servis causou um outro tipo de situação favorável à formação de um governo centralizado. Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.

Para convergir maiores poderes em mãos, o Estado monárquico buscou o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos. Com esses três mecanismos de ação, as monarquias foram se estabelecendo por meio de ações conjuntas que tinham o apoio tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.

Com o apoio dos comerciantes, os reis criaram exércitos mercenários que tinham caráter essencialmente temporário. Ao longo dos anos, a ajuda financeira dos comerciantes tratou de formar as milícias urbanas e as primeiras infantarias. Tal medida enfraqueceu a atuação dos cavaleiros que limitavam sua ação militar aos interesses de seu suserano. A formação de exércitos foi um passo importante para que os limites territoriais fossem fixados e para que fosse possível a imposição de uma autoridade de ordem nacional.

A partir de então, o rei acumulava poderes para instituir tributos que sustentariam o Estado e, ao mesmo tempo, regulamentaria os impostos a serem cobrados em seu território. Concomitantemente, as moedas ganhariam um padrão de valor, peso e medida capaz de calcular antecipadamente os ganhos obtidos com o comércio e a cobrança de impostos. A fixação de tais mudanças personalizou a supremacia política dos Estados europeus na figura individual de um rei.

Além de contar com o patrocínio da classe burguesa, a formação das monarquias absolutistas também contou com apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram importantes obras que refletiam sobre o papel a ser desempenhado pelo rei. No campo religioso, a aprovação das autoridades religiosas se mostrava importante para que os antigos servos agora se transformassem em súditos à autoridade de um rei.

Absolutismo

Luís XIV, um dos expoentes do absolutismo francês. Comumente compreendida como uma forma de governo que veio superar os entraves do mundo feudal, a ascensão dos Estados Nacionais Absolutistas envolve um conjunto de fatores bem mais amplos que simples mudança de um sistema socioeconômico. É bem verdade que, desde o século XI, com o reaquecimento das atividades comerciais pela Europa, alguns costumes e práticas da Idade Média perderam espaço para o início de um novo período histórico. Porém, existem outros fatores de ordem cultural, geográfica e filosófica importantes para a compreensão desse processo.  Dessa forma, não foi só pelo interesse da burguesia comercial que os Estados Nacionais conseguiram se firmar em solo Europeu. Os chamados teóricos do absolutismo, que surgiram principalmente no século XVI, também serviram de base para que essa nova forma de regime político pudesse se estabelecer. Mesmo defendendo novas idéias, podemos também compreender que as teorias absolutistas não promoveram uma ruptura completa com alguns pontos da sociedade feudal.  No Estado Absolutista, a autoridade máxima era representada pela figura do rei, que na grande maioria dos casos tinha origem nobre. A partir disso, podemos evidenciar que a nobreza detentora de terras, poderosa durante o mundo feudal, também participou dos mais elevados quadros políticos da Idade Moderna. É importante lembrar que os nobres, dentro do Estado Absolutista, desfrutavam de grandes privilégios como, por exemplo, a isenção de impostos.  Contundo, não podemos deixar de frisar o papel da burguesia, que via na unificação e nas padronizações político-adminstrativas um meio eficaz para ampliar seus ganhos comerciais. A descentralização política, o pagamento de tributos feudais e a falta de uma unidade monetária limitavam imensamente os ganhos comerciais. Com a criação de um território unificado, onde só o Estado cobrava impostos e existia uma mesma moeda, era possível aumentar os lucros da burguesia.  Para a criação dos estados, além do interesse da burguesia e da nobreza, também deveriam ser desenvolvidas um novo conjunto de valores culturais e ações geopolíticas que legitimassem a nova ordem estabelecida. Dessa forma, os Estados Nacionais procuraram definir seus territórios, promoveram a criação de símbolos nacionais, criaram uma única moeda, estabeleceram uma língua oficial e, até mesmo, recontaram as origens do povo pertencente àquela nação. Outro fator importante na construção do Estado Nacional foi a adesão da Igreja ao novo poder, proclamando o caráter divino do rei.  Assim, devemos compreender que a formação dos Estados Nacionais como um processo lento e gradual. As monarquias nacionais foram surgindo na Europa ao custo de diversas batalhas e tratados que vão dar a estabilidade necessária a esse tipo de governo. Entre outras batalhas podemos destacar a Guerra da Reconquista, que expulsou os árabes da península Ibérica; e a Guerra dos Cem Anos, que marcou disputas territoriais entre a Inglaterra e a França como exemplos das disputas que marcaram a formação das Monarquias Nacionais.
Luís XIV, um dos expoentes do absolutismo francês.
Comumente compreendida como uma forma de governo que veio superar os entraves do mundo feudal, a ascensão dos Estados Nacionais Absolutistas envolve um conjunto de fatores bem mais amplos que simples mudança de um sistema socioeconômico. É bem verdade que, desde o século XI, com o reaquecimento das atividades comerciais pela Europa, alguns costumes e práticas da Idade Média perderam espaço para o início de um novo período histórico. Porém, existem outros fatores de ordem cultural, geográfica e filosófica importantes para a compreensão desse processo.

Dessa forma, não foi só pelo interesse da burguesia comercial que os Estados Nacionais conseguiram se firmar em solo Europeu. Os chamados teóricos do absolutismo, que surgiram principalmente no século XVI, também serviram de base para que essa nova forma de regime político pudesse se estabelecer. Mesmo defendendo novas idéias, podemos também compreender que as teorias absolutistas não promoveram uma ruptura completa com alguns pontos da sociedade feudal.

No Estado Absolutista, a autoridade máxima era representada pela figura do rei, que na grande maioria dos casos tinha origem nobre. A partir disso, podemos evidenciar que a nobreza detentora de terras, poderosa durante o mundo feudal, também participou dos mais elevados quadros políticos da Idade Moderna. É importante lembrar que os nobres, dentro do Estado Absolutista, desfrutavam de grandes privilégios como, por exemplo, a isenção de impostos.

Contundo, não podemos deixar de frisar o papel da burguesia, que via na unificação e nas padronizações político-adminstrativas um meio eficaz para ampliar seus ganhos comerciais. A descentralização política, o pagamento de tributos feudais e a falta de uma unidade monetária limitavam imensamente os ganhos comerciais. Com a criação de um território unificado, onde só o Estado cobrava impostos e existia uma mesma moeda, era possível aumentar os lucros da burguesia.

Para a criação dos estados, além do interesse da burguesia e da nobreza, também deveriam ser desenvolvidas um novo conjunto de valores culturais e ações geopolíticas que legitimassem a nova ordem estabelecida. Dessa forma, os Estados Nacionais procuraram definir seus territórios, promoveram a criação de símbolos nacionais, criaram uma única moeda, estabeleceram uma língua oficial e, até mesmo, recontaram as origens do povo pertencente àquela nação. Outro fator importante na construção do Estado Nacional foi a adesão da Igreja ao novo poder, proclamando o caráter divino do rei.

Assim, devemos compreender que a formação dos Estados Nacionais como um processo lento e gradual. As monarquias nacionais foram surgindo na Europa ao custo de diversas batalhas e tratados que vão dar a estabilidade necessária a esse tipo de governo. Entre outras batalhas podemos destacar a Guerra da Reconquista, que expulsou os árabes da península Ibérica; e a Guerra dos Cem Anos, que marcou disputas territoriais entre a Inglaterra e a França como exemplos das disputas que marcaram a formação das Monarquias Nacionais.

Mercantilismo

O mercantilismo integrou diversas regiões do mundo por meio das expansões marítimo-comerciais. O mercantilismo integrou diversas regiões do mundo por meio das expansões marítimo-comerciais. O mercantilismo envolve um conjunto de práticas e teorias econômicas desenvolvidas ao longo da Idade Moderna. Nesse contexto histórico, observamos a relevante associação entre os Estados nacionais, que buscavam meios de fortalecer seu poder político, e a classe burguesa responsável pelo empreendimento das atividades comerciais. Essa experiência de longo prazo teve grande importância para a acumulação primitiva de capitais. Essa fase de acumulação de capitais (dinheiro, máquinas, bens de consumo e construções) seria de suma importância para que o sistema capitalista fosse instituído. A reunião dessas riquezas foi possível por meio de importantes transformações experimentadas no fim da Idade Média. Entre outros fatores podemos salientar a distensão das obrigações feudais, a apropriação dos meios de produção artesanal, a ampliação do trabalho assalariado e a formação de um mercado mundial.  O processo de complexificação da economia foi responsável pela disputa comercial entre as nações que se formavam nesse período. A disputa pelos mercados criou uma situação de grande rivalidade onde cada um dos estados nacionais buscava a incessante ampliação de seus lucros e o fortalecimento da sua economia. Nesse sentido, a teria da balança comercial favorável estipulava que uma economia nacional forte dependeria de um volume de exportações superior ao das importações.  No entanto, a manutenção de um alto nível de exportações exigia um tipo de economia dinâmica que atuasse em diferentes campos da produção manufatureira. Sem atender esse tipo de característica, uma economia nacional estaria à mercê dos produtos de outra nação, criando uma relação de dependência econômica. Uma outra tese defendida pela teoria mercantilista exigia que o país fosse capaz de acumular um grande número de metais preciosos. Dessa forma, os governos mercantilistas procuravam acumular metais preciosos e evitar a perda de moedas de sua economia.  Em contexto econômico tão concorrencial, os Estados mercantilistas impunham pesadas taxas alfandegárias que encareciam a entrada de produtos importados em sua economia. Outra prática comum era a constituição de monopólios comercias que privilegiassem a entrada de seus produtos em uma região colonizada ou em países que tivessem grande demanda de um determinado produto. De forma geral, a economia mercantilista concebeu a criação de um estado intervencionista capaz de atender as demandas de sua própria economia.  A possibilidade de intervenção do Estado na economia era uma questão delicada no interior das monarquias nacionais europeias. Muitas vezes, as ações do governo iam de encontro com costumes outrora estabelecidos ou exigiam a quebra dos privilégios de determinados grupos sociais e econômicos. Sendo uma experiência de longo prazo, o mercantilismo abriu portas para a criação de uma economia capitalista integrada internacionalmente.
O mercantilismo integrou diversas regiões do mundo por meio das expansões marítimo-comerciais.
O mercantilismo envolve um conjunto de práticas e teorias econômicas desenvolvidas ao longo da Idade Moderna. Nesse contexto histórico, observamos a relevante associação entre os Estados nacionais, que buscavam meios de fortalecer seu poder político, e a classe burguesa responsável pelo empreendimento das atividades comerciais. Essa experiência de longo prazo teve grande importância para a acumulação primitiva de capitais.
Essa fase de acumulação de capitais (dinheiro, máquinas, bens de consumo e construções) seria de suma importância para que o sistema capitalista fosse instituído. A reunião dessas riquezas foi possível por meio de importantes transformações experimentadas no fim da Idade Média. Entre outros fatores podemos salientar a distensão das obrigações feudais, a apropriação dos meios de produção artesanal, a ampliação do trabalho assalariado e a formação de um mercado mundial.

O processo de complexificação da economia foi responsável pela disputa comercial entre as nações que se formavam nesse período. A disputa pelos mercados criou uma situação de grande rivalidade onde cada um dos estados nacionais buscava a incessante ampliação de seus lucros e o fortalecimento da sua economia. Nesse sentido, a teria da balança comercial favorável estipulava que uma economia nacional forte dependeria de um volume de exportações superior ao das importações.

No entanto, a manutenção de um alto nível de exportações exigia um tipo de economia dinâmica que atuasse em diferentes campos da produção manufatureira. Sem atender esse tipo de característica, uma economia nacional estaria à mercê dos produtos de outra nação, criando uma relação de dependência econômica. Uma outra tese defendida pela teoria mercantilista exigia que o país fosse capaz de acumular um grande número de metais preciosos. Dessa forma, os governos mercantilistas procuravam acumular metais preciosos e evitar a perda de moedas de sua economia.

Em contexto econômico tão concorrencial, os Estados mercantilistas impunham pesadas taxas alfandegárias que encareciam a entrada de produtos importados em sua economia. Outra prática comum era a constituição de monopólios comercias que privilegiassem a entrada de seus produtos em uma região colonizada ou em países que tivessem grande demanda de um determinado produto. De forma geral, a economia mercantilista concebeu a criação de um estado intervencionista capaz de atender as demandas de sua própria economia.

A possibilidade de intervenção do Estado na economia era uma questão delicada no interior das monarquias nacionais europeias. Muitas vezes, as ações do governo iam de encontro com costumes outrora estabelecidos ou exigiam a quebra dos privilégios de determinados grupos sociais e econômicos. Sendo uma experiência de longo prazo, o mercantilismo abriu portas para a criação de uma economia capitalista integrada internacionalmente.

Os mitos e fatos das mudança climtica

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Os filósofos iluministas

Filósofos Iluministas
Filósofos Iluministas
O iluminismo foi um movimento que contou com a participação de diversos pensadores. Mesmo partilhando de noções e princípios semelhantes, os teóricos do iluminismo trouxeram as mais diferentes contribuições em suas obras. Ocupando-se de assuntos diversos, seus pensadores trataram de questões morais, religiosas e políticas. De forma geral, podemos realizar uma breve amostra de seus principais personagens.

Publicando em 1721 a obra “Cartas Persas”, o barão de Montesquieu realizou uma crítica sistemática ao autoritarismo político e aos costumes de diversas instituições européias. No ano de 1748, discutiu as formas de governo fazendo uma análise da monarquia inglesa no livro “O Espírito das Leis”. Na mesma obra pregava que os poderes deveriam ser divididos entre Executivo, Legislativo e Judiciário. O rei deveria ser um mero executor das ações tomadas pelos poderes a serem intuídos nessa forma de governo. Além disso, acreditava que uma Constituição deveria ser redigida como lei máxima dos governantes e da sociedade.

Jean-Jaques Rousseau foi outro pensador que, para a época, tinha algumas opiniões de caráter mais radical. Contrário a uma vida luxuosa ele afirmou que a propriedade privada originava a desigualdade entre os homens. Em sua obra “Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens”, Rousseau defendeu que o homem era corrompido pela sociedade e que a soberania popular e a simplicidade deveriam ser princípios básicos na ascensão de uma sociedade mais justa e igualitária. No texto “Contrato Social”, defendia o princípio no qual a vontade geral dos homens promoveria instituições mais justas.

Outro importante pensador foi Voltaire. Atacando ferozmente a Igreja e o clero, ele acreditava que Deus não seria conhecido pelos dogmas religiosos. Somente os homens dotados de razão e liberdade seriam capazes de conhecer as vontades e desígnios divinos. Em seu livro “Cartas Inglesas”, criticou as instituições religiosas e a existência de hábitos feudais ainda presentes na sociedade européia. Mesmo sendo um grande crítico, Voltaire não defendia a revolução como instrumento de mudança. A seu ver, as monarquias dotadas de princípios racionalizantes poderiam renovar suas práticas e ações.

Diderot e D’Alembert, além de contribuírem com idéias, também se preocuparam em difundir os valores do iluminismo pela Europa. Através de uma grande compilação chamada “Enciclopédia”, reuniram o saber produzido por diferentes pensadores iluministas. Subdividida em trinta e cinco volumes, essa obra condensava a perspectiva iluminista sobre os mais variados assuntos. Estabelecendo um verdadeiro movimento que ganhou o nome de enciclopedismo, o esforço de ambos conseguiu contar com a colaboração de mais de cento e trinta diferentes autores.

A disseminação do ideário iluminista foi responsável pela orientação ideológica dos movimentos que combateram o pacto colonial e o Antigo Regime. A deflagração de processos como o da Revolução Inglesa e Francesa; e as independências no continente americano são os maiores exemplos da influência do iluminismo na História.

Renascimento


As obras renascentistas foram marcadas pela riqueza de detalhes e a reprodução de traços humanos.
O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.

A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo.

Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga.

A aproximação do Renascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e ideias promoveram a ascensão de uma notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI.

Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e Dante Alighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de Roterdã (Elogio à Loucura).

Na fase final do Renascimento, o Cinquecento, movimento ganhou grandes proporções dominando várias regiões do continente europeu. Em Portugal podemos destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). No campo científico devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. Tal concepção abalou o monopólio dos saberes desde então controlados pela Igreja.

Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.

Bahia, Ceará e Pará terão novas universidades federais.

Equipe Escolas Sem Pátria publicado 31/05/2013 00:35

ENSINO SUPERIOR

Projeto proposto pelo governo foi aprovado em regime de urgência no Senado na terça e segue para sanção presidencial

São Paulo – A Bahia, o Pará e o Ceará ganharão novas de universidades federais para atender a regiões isoladas dos estados. As unidades serão criadas por desmembramento das escola atuais nos estados para atender a novas regiões. A proposta, feita pela Presidência da República, foi aprovada em regime de urgência pelo Senado na terça-feira (28) e segue agora para sanção da presidenta Dilma Rousseff. Ainda não há previsão do início das atividades nas novas instituições de ensino.
A maior das novas instituições de ensino será a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), sediada em Marabá, em um desdobramento da Universidade Federal do Pará. Serão criados ainda campi nos municípios de Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara. Serão contratados 506 novos professores, 595 técnicos administrativos.
A Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), criada por desmembramento da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ficará em Barreiras e contará com os campi de Bom Jesus da Lapa, Barra, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória. Ao todo, 357 professores e 408 técnicos administrativos serão contratados.
Também será criada será a Federal do Cariri (UFCA). Os campi de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte da Universidade Federal do Ceará (UFC) passarão a integrar a nova universidade, sendo que o último será a sede da UFCA. Serão criados ainda os novos campi de Icó e Brejo Santo. A equipe será composta por 197 professores e 530 técnicos administrativos.
“Essa conquista é do Ceará, mas com grande impacto também na Paraíba, em parte de Pernambuco e mesmo do Piauí”, afirmou o senador Inácio Arruda (PCdoB), relator do projeto que cria a Federal do Cariri, ao portal de notícias do Senado. Os senadores Flexa Ribeiro e Walter Pinheiro, relatores dos projetos do Pará e Bahia, respectivamente, ressaltaram o desenvolvimento que a medida trará para os estados.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Enem e Lei de Cotas

Universidades têm até 2016 para o cumprimento integral da Lei de Cotas, que utiliza o Enem como critério de seleção Universidades têm até 2016 para o cumprimento integral da Lei de Cotas, que utiliza o Enem como critério de seleção Com a sanção da Lei nº 12.711 pela presidente Dilma Rousseff, em agosto deste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também passa a ser utilizado como critério único na seleção de cotistas em universidades e instituições federais. De acordo com a legislação, no mínimo 50% das vagas, em cada vestibular, deverão ser destinadas para estudantes que cursaram o ensino médio, com aprovação, em escola pública e para candidatos negros, pardos ou indígenas. Nesse sentido, a metade das vagas deve ser preenchida por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de cada região. Já a outra metade será destinada para estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo (R$ 933) por pessoa. Conforme previsto, as instituições públicas de ensino superior têm até 2016 para o cumprimento integral da Lei de Cotas. Enquanto isso, fica a cargo de cada uma delas a implementação gradual do sistema. Na prática, a Lei começa a valer nos vestibulares de 2013, inclusive no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do ano que vem. A previsão é de que em 10 anos o Poder Executivo faça uma revisão da Lei de Cotas.
Universidades têm até 2016 para o cumprimento integral da Lei de Cotas, que utiliza o Enem como critério de seleção
Com a sanção da Lei nº 12.711 pela presidente Dilma Rousseff, em agosto deste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também passa a ser utilizado como critério único na seleção de cotistas em universidades e instituições federais. De acordo com a legislação, no mínimo 50% das vagas, em cada vestibular, deverão ser destinadas para estudantes que cursaram o ensino médio, com aprovação, em escola pública e para candidatos negros, pardos ou indígenas.
Nesse sentido, a metade das vagas deve ser preenchida por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de cada região. Já a outra metade será destinada para estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo (R$ 933) por pessoa. Conforme previsto, as instituições públicas de ensino superior têm até 2016 para o cumprimento integral da Lei de Cotas. Enquanto isso, fica a cargo de cada uma delas a implementação gradual do sistema. Na prática, a Lei começa a valer nos vestibulares de 2013, inclusive no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do ano que vem. A previsão é de que em 10 anos o Poder Executivo faça uma revisão da Lei de Cotas. 

Justiça recusa denúncia contra alunos da USP e crítica 'sanha punitiva' de promotora.

Ministério Público queria condenar por 'formação de quadrilha' as 72 pessoas que ocuparam o prédio da reitoria em 2011.


Protesto contra PM na USP São Paulo – A falta de provas para individualizar a conduta das 72 pessoas que ocuparam a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) em protesto contra a presença da polícia no campus, em novembro de 2011 – entre elas 50 estudantes – fez com que a Justiça indeferisse ontem (28) as denúncias da promotora Eliana Passarelli contra o grupo. Ela tinha pedido a condenação das pessoas por posse de explosivos, dano ao patrimônio público, desobediência, pichação e formação de quadrilha.  Esta última foi considerada uma “prova maior do exagero e sanha punitiva” pelo juiz Antonio Carlos de Campos Machado Junior, da 19º Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, autor da sentença. Seria, segundo a sentença, “como se os setenta estudantes em questão tivessem-se associado, de maneira estável e permanente, para praticarem crimes, quando à evidência sua reunião foi ocasional, informal e pontual, em um contexto crítico bem definido”.  “Muitos ali certamente estavam para, apenas, manifestarem sua indignação”, completa a sentença. “Rotular a todos, sem distinção, como agentes” é “temerário” e “injusto” e afronta “aos princípios jurídicos que norteiam o direito”, diz o texto. “O direito penal, exceto nos regimes de exceção, não compactua com acusações genéricas, que acabam por inviabilizar, muitas vezes, o pleno exercício do direito de defesa.”  A sentença reforça, no entanto, que o protesto, “longe de representar um legítimo direito de expressão ou contestação, descambou para excessos, constrangimento, atos de vandalismo e quebra de legalidade.”  Para o advogado Gustavo Seferian, membro da comissão que defendeu os estudantes, a sentença foi baseada em na ausência de provas.  “Sem elas não dá para individualizar uma conduta ou dizer que todos compactuaram com ela”, avalia. “A denúncia da promotora foi de caráter persecutório, no qual se buscava uma condenação a todo custo.”  Segundo Sefarian, os alunos estão mobilizados e organizados para rebater possíveis manobras de perseguição. “A mobilização permanece, mas com o conforto que a justiça se deu dentro do que é razoável e em um cenário não persecutório.”  O Ministério Público ainda pode recorrer da sentença. Segundo sua assessoria de imprensa, a decisão do juiz ainda não chegou oficialmente ao órgão, o que deve ocorrer na próxima segunda-feira (3).  A reitoria da USP informou, pela assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre o caso.
Após denúncia, estudantes da USP protestaram nas ruas do centro de São Paulo contra presença da polícia no campus
São Paulo – A falta de provas para individualizar a conduta das 72 pessoas que ocuparam a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) em protesto contra a presença da polícia no campus, em novembro de 2011 – entre elas 50 estudantes – fez com que a Justiça indeferisse ontem (28) as denúncias da promotora Eliana Passarelli contra o grupo. Ela tinha pedido a condenação das pessoas por posse de explosivos, dano ao patrimônio público, desobediência, pichação e formação de quadrilha.
Esta última foi considerada uma “prova maior do exagero e sanha punitiva” pelo juiz Antonio Carlos de Campos Machado Junior, da 19º Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, autor da sentença. Seria, segundo a sentença, “como se os setenta estudantes em questão tivessem-se associado, de maneira estável e permanente, para praticarem crimes, quando à evidência sua reunião foi ocasional, informal e pontual, em um contexto crítico bem definido”.
“Muitos ali certamente estavam para, apenas, manifestarem sua indignação”, completa a sentença. “Rotular a todos, sem distinção, como agentes” é “temerário” e “injusto” e afronta “aos princípios jurídicos que norteiam o direito”, diz o texto. “O direito penal, exceto nos regimes de exceção, não compactua com acusações genéricas, que acabam por inviabilizar, muitas vezes, o pleno exercício do direito de defesa.”
A sentença reforça, no entanto, que o protesto, “longe de representar um legítimo direito de expressão ou contestação, descambou para excessos, constrangimento, atos de vandalismo e quebra de legalidade.”
Para o advogado Gustavo Seferian, membro da comissão que defendeu os estudantes, a sentença foi baseada em na ausência de provas.
“Sem elas não dá para individualizar uma conduta ou dizer que todos compactuaram com ela”, avalia. “A denúncia da promotora foi de caráter persecutório, no qual se buscava uma condenação a todo custo.”
Segundo Sefarian, os alunos estão mobilizados e organizados para rebater possíveis manobras de perseguição. “A mobilização permanece, mas com o conforto que a justiça se deu dentro do que é razoável e em um cenário não persecutório.”
O Ministério Público ainda pode recorrer da sentença. Segundo sua assessoria de imprensa, a decisão do juiz ainda não chegou oficialmente ao órgão, o que deve ocorrer na próxima segunda-feira (3).
A reitoria da USP informou, pela assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre o caso.

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