sábado, 25 de maio de 2013

'Brasil precisa de um novo modelo de educação', diz Pochmann


Para presidente da Fundação Perseu Abramo, sistema brasileiro se baseia em visão de sociedade urbano-industrial em declínio


Pochmann São Paulo – O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, disse hoje (24) que o Brasil precisa repensar seu modelo de educação. Segundo ele, com o declínio da participação da indústria no mercado de trabalho e o avanço do setor de serviços, impulsionado pelo desenvolvimento incessante de novas tecnologias, a educação tal como existe tornou-se obsoleta. A declaração foi feita na palestra “As profissões e as perspectivas do trabalho”, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo.  “Há hoje uma outra organização social. A indústria tende a ocupar cada vez menos mão de obra. Antes as pessoas exerciam a carreira na sociedade urbano-industrial por 30, 35 anos. Isso não é mais verdade”, afirmou. Para Pochmann, “os jovens hoje se identificam com várias experiências até se definir por uma carreira, sem necessariamente precisar de carteira assinada”.  O mercado de trabalho do jovem do início do século 21 "é de serviços, imaterial, que não gera algo palpável". Segundo Pochmann, a interação com esse mercado exige cada vez mais conhecimento, pois é associado a tecnologias de informação.  Nessa conjuntura, o modelo de sociedade obrigará a se pensar um modelo de universidade que permita aos cidadãos continuar estudando ao longo da vida. “Nosso modelo de ensino superior é organizado de acordo com o passado, numa época em que a sociedade era baseada em uma organização urbano-industrial”. Outro problema do modelo atual é que o jovem se depara, fora da escola ou faculdade, com um universo de conhecimento, principalmente tecnológico, que a sala de aula não oferece. "Como fazer da educação algo atrativo e estimulante? É preciso repensar especialmente uma visão de educação que não seja só para o trabalho", apontou.  A maneira pela qual as profissões são encaradas no modelo social atual, que privilegia a especialização, também se torna rapidamente ultrapassada. “Estamos no reino das especializações. O especialista sabe cada vez mais de menos, ou de coisa nenhuma. Não sou contra especialização. Mas é preciso ter uma visão mais holística, do todo”, disse Pochmann. “Não podemos chegar a uma situação em que um médico só entenda do olho direito”, brincou.


São Paulo – O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, disse hoje (24) que o Brasil precisa repensar seu modelo de educação. Segundo ele, com o declínio da participação da indústria no mercado de trabalho e o avanço do setor de serviços, impulsionado pelo desenvolvimento incessante de novas tecnologias, a educação tal como existe tornou-se obsoleta. A declaração foi feita na palestra “As profissões e as perspectivas do trabalho”, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo.
“Há hoje uma outra organização social. A indústria tende a ocupar cada vez menos mão de obra. Antes as pessoas exerciam a carreira na sociedade urbano-industrial por 30, 35 anos. Isso não é mais verdade”, afirmou. Para Pochmann, “os jovens hoje se identificam com várias experiências até se definir por uma carreira, sem necessariamente precisar de carteira assinada”.
O mercado de trabalho do jovem do início do século 21 "é de serviços, imaterial, que não gera algo palpável". Segundo Pochmann, a interação com esse mercado exige cada vez mais conhecimento, pois é associado a tecnologias de informação.
Nessa conjuntura, o modelo de sociedade obrigará a se pensar um modelo de universidade que permita aos cidadãos continuar estudando ao longo da vida. “Nosso modelo de ensino superior é organizado de acordo com o passado, numa época em que a sociedade era baseada em uma organização urbano-industrial”. Outro problema do modelo atual é que o jovem se depara, fora da escola ou faculdade, com um universo de conhecimento, principalmente tecnológico, que a sala de aula não oferece. "Como fazer da educação algo atrativo e estimulante? É preciso repensar especialmente uma visão de educação que não seja só para o trabalho", apontou.
A maneira pela qual as profissões são encaradas no modelo social atual, que privilegia a especialização, também se torna rapidamente ultrapassada. “Estamos no reino das especializações. O especialista sabe cada vez mais de menos, ou de coisa nenhuma. Não sou contra especialização. Mas é preciso ter uma visão mais holística, do todo”, disse Pochmann. “Não podemos chegar a uma situação em que um médico só entenda do olho direito”, brincou.

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