segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Expansão da aceleração do Universo sofre novo revés

 O modelo que dá sustentação à expansão do Universo não leva em conta as características básicas do Universo real.[Imagem: Andrew Pontzen/Fabio Governato]  Expansão das críticas  A expansão acelerada do Universo pode não ser real, podendo ser apenas um efeito aparente.  Isto é o que defende uma nova pesquisa feita por um grupo da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e que vem dar corpo a uma tendência crescente na comunidade científica de questionar a aceleração da expansão do Universo.  Embora a aceleração da expansão do Universo tenha si do premiada com o Nobel de Física em 2011, nessa época já surgiam as primeiras dúvidas, que foram reforçadas conforme se descobriu que o elemento crucial usado nas medições, as chamadas supernovas tipo Ia, não eram todas iguais.  Lawrence Dam e seus colegas constataram agora que as supernovas tipo Ia se encaixam perfeitamente em um modelo de Universo que dispensa a energia escura - na verdade, o modelo é ligeiramente melhor quanto à forma como as supernovas se ajustam ao modelo padrão com energia escura.  A propósito, a energia escura, que hoje se assume como respondendo por aproximadamente 70% do conteúdo material do Universo, é essencialmente um nome colocado para segurar o lugar enquanto não se descobre a física desconhecida que explicaria as primeiras observações das supernovas.  Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés Todos os esforços para observação da Energia Escura até agora foram em vão. [Imagem: Reidar Hahn/DES] Universo vazio  Os modelos atuais do Universo exigem este termo "energia escura" para preencher o lugar da causa da aceleração observada na taxa em que o Universo estaria se expandindo. Os cientistas baseiam essa conclusão em medições das distâncias das explosões de supernovas, que parecem estar mais distantes do que deveriam estar se a expansão do Universo não estivesse se acelerando.  No entanto, a significância estatística dessa assinatura de aceleração cósmica tem sido cada vez mais questionada nos últimos anos. O debate tem essencialmente contraposto o modelo cosmológico mais aceito, conhecido como CDM (Lambda Cold Dark Matter), contra o modelo de um Universo vazio cuja expansão não acelera nem desacelera. Os dois modelos assumem uma lei simplificada de expansão cósmica que já dura 100 anos, baseada nas equações da chamada Lei de Friedmann (Alexander Friedmann, 1888-1925).  A equação de Friedmann assume uma expansão idêntica à de uma "sopa" sem qualquer característica e sem qualquer estrutura complicadora. No entanto, o Universo presente contém uma rede cósmica complexa de aglomerados de galáxias em folhas e filamentos envolvendo vastos vazios - a chamada teia cósmica.  "O debate passado perdeu um ponto essencial: Se a energia escura não existe, então uma alternativa provável é que a lei de expansão média não siga a equação de Friedmann," explicou o professor David Wiltshire, membro da equipe.  Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés Há cosmologistas que vão ainda mais longe, defendendo que o Universo não está nem mesmo se expandindo, menos ainda se acelerando. [Imagem: NASA/CXC/CfA/P. Slane et al.] Cosmologia do horizonte temporal  Para levar em conta que o Universo está longe de ser insosso, a equipe comparou o modelo cosmológico padrão (CDM) não com um universo vazio, mas com um modelo chamado de "cosmologia do horizonte temporal".  Esse modelo não tem energia escura. Em vez disso, os relógios carregados por observadores em diferentes galáxias diferem do relógio que melhor descreve a expansão média, uma vez que a "granulosidade" da estrutura do Universo se torna significativa. Se um pesquisador vai inferir ou não a existência de uma aceleração da expansão do Universo vai depender crucialmente de qual relógio ele está usando.  A equipe demonstrou que a cosmologia do horizonte temporal explica ligeiramente melhor o maior catálogo de dados de supernovas do que a cosmologia padrão mais aceita.  Infelizmente, as evidências estatísticas ainda não são suficientemente fortes para descartar definitivamente um modelo ou outro, mas futuras missões de observação, como a sonda espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia, terão capacidade para distinguir entre a cosmologia padrão e outros modelos, e ajudar os cientistas a decidir se a energia escura precisa continuar segurando o lugar para alguma nova física, ou se sequer há lugar para ser segurado.  Além de demonstrações desse tipo, envolvendo as supernovas, outros pesquisadores questionam o modelo da energia escura contrapondo a mecânica quântica com a relatividade geral ou usando os dados da radiação cósmica de fundo
O modelo que dá sustentação à expansão do Universo não leva em conta as características básicas do Universo real.[Imagem: Andrew Pontzen/Fabio Governato]

Expansão das críticas
A expansão acelerada do Universo pode não ser real, podendo ser apenas um efeito aparente.
Isto é o que defende uma nova pesquisa feita por um grupo da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e que vem dar corpo a uma tendência crescente na comunidade científica de questionar a aceleração da expansão do Universo.
Embora a aceleração da expansão do Universo tenha si do premiada com o Nobel de Física em 2011, nessa época já surgiam as primeiras dúvidas, que foram reforçadas conforme se descobriu que o elemento crucial usado nas medições, as chamadas supernovas tipo Ia, não eram todas iguais.
Lawrence Dam e seus colegas constataram agora que as supernovas tipo Ia se encaixam perfeitamente em um modelo de Universo que dispensa a energia escura - na verdade, o modelo é ligeiramente melhor quanto à forma como as supernovas se ajustam ao modelo padrão com energia escura.
A propósito, a energia escura, que hoje se assume como respondendo por aproximadamente 70% do conteúdo material do Universo, é essencialmente um nome colocado para segurar o lugar enquanto não se descobre a física desconhecida que explicaria as primeiras observações das supernovas.
Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés
Todos os esforços para observação da Energia Escura até agora foram em vão. [Imagem: Reidar Hahn/DES]
Universo vazio
Os modelos atuais do Universo exigem este termo "energia escura" para preencher o lugar da causa da aceleração observada na taxa em que o Universo estaria se expandindo. Os cientistas baseiam essa conclusão em medições das distâncias das explosões de supernovas, que parecem estar mais distantes do que deveriam estar se a expansão do Universo não estivesse se acelerando.
No entanto, a significância estatística dessa assinatura de aceleração cósmica tem sido cada vez mais questionada nos últimos anos. O debate tem essencialmente contraposto o modelo cosmológico mais aceito, conhecido como CDM (Lambda Cold Dark Matter), contra o modelo de um Universo vazio cuja expansão não acelera nem desacelera. Os dois modelos assumem uma lei simplificada de expansão cósmica que já dura 100 anos, baseada nas equações da chamada Lei de Friedmann (Alexander Friedmann, 1888-1925).
A equação de Friedmann assume uma expansão idêntica à de uma "sopa" sem qualquer característica e sem qualquer estrutura complicadora. No entanto, o Universo presente contém uma rede cósmica complexa de aglomerados de galáxias em folhas e filamentos envolvendo vastos vazios - a chamada teia cósmica.
"O debate passado perdeu um ponto essencial: Se a energia escura não existe, então uma alternativa provável é que a lei de expansão média não siga a equação de Friedmann," explicou o professor David Wiltshire, membro da equipe.
Hipótese da expansão da aceleração do Universo sobre novo revés
Há cosmologistas que vão ainda mais longe, defendendo que o Universo não está nem mesmo se expandindo, menos ainda se acelerando. [Imagem: NASA/CXC/CfA/P. Slane et al.]
Cosmologia do horizonte temporal
Para levar em conta que o Universo está longe de ser insosso, a equipe comparou o modelo cosmológico padrão (CDM) não com um universo vazio, mas com um modelo chamado de "cosmologia do horizonte temporal".
Esse modelo não tem energia escura. Em vez disso, os relógios carregados por observadores em diferentes galáxias diferem do relógio que melhor descreve a expansão média, uma vez que a "granulosidade" da estrutura do Universo se torna significativa. Se um pesquisador vai inferir ou não a existência de uma aceleração da expansão do Universo vai depender crucialmente de qual relógio ele está usando.
A equipe demonstrou que a cosmologia do horizonte temporal explica ligeiramente melhor o maior catálogo de dados de supernovas do que a cosmologia padrão mais aceita.
Infelizmente, as evidências estatísticas ainda não são suficientemente fortes para descartar definitivamente um modelo ou outro, mas futuras missões de observação, como a sonda espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia, terão capacidade para distinguir entre a cosmologia padrão e outros modelos, e ajudar os cientistas a decidir se a energia escura precisa continuar segurando o lugar para alguma nova física, ou se sequer há lugar para ser segurado.
Além de demonstrações desse tipo, envolvendo as supernovas, outros pesquisadores questionam o modelo da energia escura contrapondo a mecânica quântica com a relatividade geral ou usando os dados da radiação cósmica de fundo.
FONTE: NASA

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O espaço pode deixá-lo cego, e os cientistas podem ter encontrado o porquê!

 (Créditos da imagem: Canadian Space Agency).  Uma misteriosa síndrome está prejudicando a visão dos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), causando uma miopia intratável que persiste por meses, mesmo depois de terem retornado à Terra.  O problema é tão grave que dois terços dos astronautas relatam ter a visão deteriorada depois de passar determinado tempo em órbita da Terra. Os cientistas dizem que finalmente encontram algumas respostas.  “Ninguém passou dois anos sem exposição a isso, e a preocupação é que teríamos perda de visão.”, disse Dorit Donoviel, do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas do Espaço (NSBRI, na sigla em inglês), ao The Guardian. “Isso é catastrófico para um astronauta.”, conclui.  No ano passado, a NASA relatou que algo no espaço mexe com a visão dos astronautas, causando prejuízo a longo prazo para a qualidade da visão.  O astronauta Scott Kelly, cuja excepcional visão foi parte da razão pela qual ele foi selecionado para ser o primeiro astronauta da América a passar um ano inteiro no espaço, disse que foi forçado a usar óculos de leitura desde que voltou para casa.  A NASA suspeitou que a péssima condição — chamada deficiência visual entre síndrome da pressão craniana — foi causada pela falta de gravidade no espaço.  A hipótese era que a microgravidade na ISS estava aumentando a pressão na cabeça dos astronautas, fazendo com que cerca de 2 litros de fluidos vasculares se deslocassem em direção a seus cérebros.  Eles dizem que a pressão foi responsável pelo achatamento dos globos oculares e inflamação dos nervos ópticos, observados em astronautas retornados.  “Na Terra, a gravidade puxa fluidos corporais para baixo em direção aos pés. Isso não acontece no espaço, e pensa-se que o fluido extra no crânio aumenta a pressão sobre o cérebro e a parte de trás do olho.”, disse Shayla Love para o Washington Post.  Recentemente, uma equipe da Universidade de Miami realizou o primeiro estudo para realmente testar essa ideia, e descobriu que algo a mais têm causado problemas de visão nos astronautas.  Os pesquisadores recolheram dados de exames cerebrais de sete astronautas que passaram muitos meses na ISS e os compararam a exames de nove astronautas que acabavam de fazer viagens curtas.  A grande diferença entre eles era que os astronautas de longa duração tinham significativamente mais líquido cefalorraquidiano (CSF, na single em inglês) em seus cérebros do que os astronautas de curta viagem, e os pesquisadores dizem que isso — e não o líquido vascular — é a causa da perda de visão.  Os resultados foram apresentados na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, em Chicago (veja o resumo), e ainda têm de ser revisados, então temos que esperar para que os resultados sejam analisados por uma equipe independente para que possamos ter a certeza de que esta é a resposta.  De Bec Crew para o ScienceAlert.  Referências:  LOVE, Shayla. “The mysterious syndrome impairing astronauts’ sight”; Washington Post. Acesso em: 21 mai. 2017. MACDONALD, Fiona. “There’s something in space that’s ruining astronauts’ vision”; ScienceAlert. Acesso em: 21 mai. 2017. TAYLOR, Marisa. “Heart disease, depression and blindness – the hazards of deep space travel”; The Guardian. Acesso em: 21 mai. 2017. GUGLIOTTA, Guy. “Scott Kelly’s year in space”; Air & Space Magazine. Acesso em: 21 mai. 2017. RSNA. “Role of cerebrospinal fluid in spaceflight-induced visual impairment and ocular changes”. Acesso em: 21 mai. 2017.
(Créditos da imagem: Canadian Space Agency).

Uma misteriosa síndrome está prejudicando a visão dos astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), causando uma miopia intratável que persiste por meses, mesmo depois de terem retornado à Terra.
O problema é tão grave que dois terços dos astronautas relatam ter a visão deteriorada depois de passar determinado tempo em órbita da Terra. Os cientistas dizem que finalmente encontram algumas respostas.
“Ninguém passou dois anos sem exposição a isso, e a preocupação é que teríamos perda de visão.”, disse Dorit Donoviel, do Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas do Espaço (NSBRI, na sigla em inglês), ao The Guardian“Isso é catastrófico para um astronauta.”, conclui.
No ano passado, a NASA relatou que algo no espaço mexe com a visão dos astronautas, causando prejuízo a longo prazo para a qualidade da visão.
O astronauta Scott Kelly, cuja excepcional visão foi parte da razão pela qual ele foi selecionado para ser o primeiro astronauta da América a passar um ano inteiro no espaço, disse que foi forçado a usar óculos de leitura desde que voltou para casa.
A NASA suspeitou que a péssima condição — chamada deficiência visual entre síndrome da pressão craniana — foi causada pela falta de gravidade no espaço.
A hipótese era que a microgravidade na ISS estava aumentando a pressão na cabeça dos astronautas, fazendo com que cerca de 2 litros de fluidos vasculares se deslocassem em direção a seus cérebros.
Eles dizem que a pressão foi responsável pelo achatamento dos globos oculares e inflamação dos nervos ópticos, observados em astronautas retornados.
“Na Terra, a gravidade puxa fluidos corporais para baixo em direção aos pés. Isso não acontece no espaço, e pensa-se que o fluido extra no crânio aumenta a pressão sobre o cérebro e a parte de trás do olho.”disse Shayla Love para o Washington Post.
Recentemente, uma equipe da Universidade de Miami realizou o primeiro estudo para realmente testar essa ideia, e descobriu que algo a mais têm causado problemas de visão nos astronautas.
Os pesquisadores recolheram dados de exames cerebrais de sete astronautas que passaram muitos meses na ISS e os compararam a exames de nove astronautas que acabavam de fazer viagens curtas.
A grande diferença entre eles era que os astronautas de longa duração tinham significativamente mais líquido cefalorraquidiano (CSF, na single em inglês) em seus cérebros do que os astronautas de curta viagem, e os pesquisadores dizem que isso — e não o líquido vascular — é a causa da perda de visão.
Os resultados foram apresentados na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, em Chicago (veja o resumo), e ainda têm de ser revisados, então temos que esperar para que os resultados sejam analisados por uma equipe independente para que possamos ter a certeza de que esta é a resposta.
De Bec Crew para o ScienceAlert.

Referências:

  1. LOVE, Shayla. “The mysterious syndrome impairing astronauts’ sightWashington Post. Acesso em: 21 mai. 2017.
  2. MACDONALD, Fiona. “There’s something in space that’s ruining astronauts’ visionScienceAlert. Acesso em: 21 mai. 2017.
  3. TAYLOR, Marisa. “Heart disease, depression and blindness – the hazards of deep space travelThe Guardian. Acesso em: 21 mai. 2017.
  4. GUGLIOTTA, Guy. “Scott Kelly’s year in spaceAir & Space Magazine. Acesso em: 21 mai. 2017.
  5. RSNA. “Role of cerebrospinal fluid in spaceflight-induced visual impairment and ocular changes. Acesso em: 21 mai. 2017.

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