O centro MackGraphe recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e é o primeiro do gênero na América Latina.[Imagem: Mackenzie/Divulgação]
Centro de pesquisas sobre grafeno
Doze anos depois da descoberta do grafeno, diversos países continuam na corrida para conseguir produzir em grande escala e alta qualidade o material obtido do grafite.
Com potencial para inúmeras aplicações, da tecnologia atual a novas tecnologias disruptivas, o material ainda sofre com a dificuldade de fabricação em escala industrial.
O Brasil está se juntando a esse esforço com a inauguração do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias (MackGraphe), no campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em São Paulo.
O Centro recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e é o primeiro do gênero na América Latina.
O grafeno e a molibdenita estão se juntado para criar uma nova indústria da eletrônica ultrafina. [Imagem: ORNL]
Janela de oportunidade do grafeno
Um dos objetivos será aproximar o MackGraphe do setor industrial, com vistas a dominar a cadeia de processamento do grafeno e desenvolver inovações a partir do material no prazo de cinco anos - o período estimado da janela de oportunidade para desenvolver ciência e tecnologia do grafeno.
Segundo os pesquisadores da área, o Brasil tem grandes chances de explorar essa janela de oportunidade, uma vez que possui uma das maiores reservas de grafite (a matéria-prima do grafeno) no mundo, cujo quilo custa US$ 1 e dele pode-se extrair 150 gramas de grafeno, comercializados a US$ 15 mil.
Além disso, a cadeia industrial do grafeno no mundo ainda não está estabelecida. Ao contrário do silício, que já possui uma cadeia industrial estabelecida no mundo e na qual o Brasil não conseguiu se inserir, a do grafeno só está no começo.
"O grafeno representa uma grande oportunidade para o Brasil justamente porque está no início. Se esperar demais e não participarmos dessa corrida, outros países irão desenvolver tecnologias a partir do grafeno, teremos que pagar royalties para usá-las e perderemos a oportunidade de dividir a riqueza que esse material vai gerar", afirmou Antônio Hélio de Castro Neto.
Atualmente na Universidade de Cingapura, Castro Neto, considerado uma das maiores autoridades mundiais na área, trabalhou com Andre Geim, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2010 por sua pesquisa sobre o grafeno, já tendo participado de vários estudos importantes na área do grafeno:
- Grafeno converte eletricidade em magnetismo
- Grafeno e plasmônica permitem controle elétrico da luz
- Grafeno faz painel solar com poucos átomos de espessura
"Há milhares de cientistas no mundo inteiro buscando aplicações das mais diversas para o grafeno, como para transistores, métodos de análise de DNA, baterias e materiais compostos. Há mais de 10 mil patentes relacionadas a aplicações registradas", disse Andre Geim, que esteve no Brasil para participar da inauguração do MackGraphe.
A família inaugurada pelo grafeno agora já inclui molibdenita, fosforeno, estaneno, germaneno, siliceno e até um pentagrafeno. [Imagem: Cortesia Universidade de Basel]
Grafeno industrial
Com uma área superior a 4 mil metros quadrados à disposição, distribuídos em nove pavimentos, a equipe do Centro irá explorar as propriedades do grafeno e de outros materiais bidimensionais ou unidimensionais - formados por camadas planas e simples de átomos ou moléculas -, com vistas a aplicações na indústria.
Para isso, conta com laboratórios e equipamentos de ponta e uma equipe de 15 pesquisadores, de quatro nacionalidades, especialistas em produção e caracterização do grafeno para aplicação industrial.
"O MackGraphe terá o objetivo de fazer pesquisa com uma visão de engenharia aplicada e, para isso, será essencial termos uma forte interação com o setor produtivo," disse Eunézio Antônio Thoroh de Souza, coordenador do Centro.
Inicialmente, a interação do Centro com o setor produtivo se concentrará nas áreas de fotônica, energia e compósitos (combinação de materiais diferentes, como o grafeno com um polímero) -, nas quais já há um número expressivo de empresas atuantes no país.
A ideia, contudo, é expandir a interação com outros setores, como o de agropecuária, em que o Brasil se destaca como um grande exportador, afirmaram representantes da instituição.
"Não queremos ficar presos a essas três áreas [fotônica, energia e compósitos]. Vamos conversar com empresas de outros setores, como do agronegócio, e buscar a autossustentabilidade do MackGraphe," disse Maurício Melo de Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mantenedor da universidade.
![Nanotecnologia O centro MackGraphe recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e é o primeiro do gênero na América Latina.[Imagem: Mackenzie/Divulgação] Centro de pesquisas sobre grafeno Doze anos depois da descoberta do grafeno, diversos países continuam na corrida para conseguir produzir em grande escala e alta qualidade o material obtido do grafite. Com potencial para inúmeras aplicações, da tecnologia atual a novas tecnologias disruptivas, o material ainda sofre com a dificuldade de fabricação em escala industrial. O Brasil está se juntando a esse esforço com a inauguração do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias (MackGraphe), no campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em São Paulo. O Centro recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e é o primeiro do gênero na América Latina. O grafeno e a molibdenita estão se juntado para criar uma nova indústria da eletrônica ultrafina. [Imagem: ORNL] Janela de oportunidade do grafeno Um dos objetivos será aproximar o MackGraphe do setor industrial, com vistas a dominar a cadeia de processamento do grafeno e desenvolver inovações a partir do material no prazo de cinco anos - o período estimado da janela de oportunidade para desenvolver ciência e tecnologia do grafeno. Segundo os pesquisadores da área, o Brasil tem grandes chances de explorar essa janela de oportunidade, uma vez que possui uma das maiores reservas de grafite (a matéria-prima do grafeno) no mundo, cujo quilo custa US$ 1 e dele pode-se extrair 150 gramas de grafeno, comercializados a US$ 15 mil. Além disso, a cadeia industrial do grafeno no mundo ainda não está estabelecida. Ao contrário do silício, que já possui uma cadeia industrial estabelecida no mundo e na qual o Brasil não conseguiu se inserir, a do grafeno só está no começo. "O grafeno representa uma grande oportunidade para o Brasil justamente porque está no início. Se esperar demais e não participarmos dessa corrida, outros países irão desenvolver tecnologias a partir do grafeno, teremos que pagar royalties para usá-las e perderemos a oportunidade de dividir a riqueza que esse material vai gerar", afirmou Antônio Hélio de Castro Neto. Atualmente na Universidade de Cingapura, Castro Neto, considerado uma das maiores autoridades mundiais na área, trabalhou com Andre Geim, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2010 por sua pesquisa sobre o grafeno, já tendo participado de vários estudos importantes na área do grafeno: Grafeno converte eletricidade em magnetismo Grafeno e plasmônica permitem controle elétrico da luz Grafeno faz painel solar com poucos átomos de espessura "Há milhares de cientistas no mundo inteiro buscando aplicações das mais diversas para o grafeno, como para transistores, métodos de análise de DNA, baterias e materiais compostos. Há mais de 10 mil patentes relacionadas a aplicações registradas", disse Andre Geim, que esteve no Brasil para participar da inauguração do MackGraphe. A família inaugurada pelo grafeno agora já inclui molibdenita, fosforeno, estaneno, germaneno, siliceno e até um pentagrafeno. [Imagem: Cortesia Universidade de Basel] Grafeno industrial Com uma área superior a 4 mil metros quadrados à disposição, distribuídos em nove pavimentos, a equipe do Centro irá explorar as propriedades do grafeno e de outros materiais bidimensionais ou unidimensionais - formados por camadas planas e simples de átomos ou moléculas -, com vistas a aplicações na indústria. Para isso, conta com laboratórios e equipamentos de ponta e uma equipe de 15 pesquisadores, de quatro nacionalidades, especialistas em produção e caracterização do grafeno para aplicação industrial. "O MackGraphe terá o objetivo de fazer pesquisa com uma visão de engenharia aplicada e, para isso, será essencial termos uma forte interação com o setor produtivo," disse Eunézio Antônio Thoroh de Souza, coordenador do Centro. Inicialmente, a interação do Centro com o setor produtivo se concentrará nas áreas de fotônica, energia e compósitos (combinação de materiais diferentes, como o grafeno com um polímero) -, nas quais já há um número expressivo de empresas atuantes no país. A ideia, contudo, é expandir a interação com outros setores, como o de agropecuária, em que o Brasil se destaca como um grande exportador, afirmaram representantes da instituição. "Não queremos ficar presos a essas três áreas [fotônica, energia e compósitos]. Vamos conversar com empresas de outros setores, como do agronegócio, e buscar a autossustentabilidade do MackGraphe," disse Maurício Melo de Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mantenedor da universidade.](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG8jt4gVBTfDHdCl_UuVLZy4_qBy6T5yXJkZsnSufkkrDCOZncTQWq2TJnYtqWtXYYoHJSX8-x1n1VYzifW17GqS6kzlkpMNvMCrG2SRaXscRzN_GQa4Cv2s2Jdq-MoXJJNTznl2c9Wkc/s400/2.jpg)
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![Nanotecnologia O centro MackGraphe recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e é o primeiro do gênero na América Latina.[Imagem: Mackenzie/Divulgação] Centro de pesquisas sobre grafeno Doze anos depois da descoberta do grafeno, diversos países continuam na corrida para conseguir produzir em grande escala e alta qualidade o material obtido do grafite. Com potencial para inúmeras aplicações, da tecnologia atual a novas tecnologias disruptivas, o material ainda sofre com a dificuldade de fabricação em escala industrial. O Brasil está se juntando a esse esforço com a inauguração do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias (MackGraphe), no campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em São Paulo. O Centro recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e é o primeiro do gênero na América Latina. O grafeno e a molibdenita estão se juntado para criar uma nova indústria da eletrônica ultrafina. [Imagem: ORNL] Janela de oportunidade do grafeno Um dos objetivos será aproximar o MackGraphe do setor industrial, com vistas a dominar a cadeia de processamento do grafeno e desenvolver inovações a partir do material no prazo de cinco anos - o período estimado da janela de oportunidade para desenvolver ciência e tecnologia do grafeno. Segundo os pesquisadores da área, o Brasil tem grandes chances de explorar essa janela de oportunidade, uma vez que possui uma das maiores reservas de grafite (a matéria-prima do grafeno) no mundo, cujo quilo custa US$ 1 e dele pode-se extrair 150 gramas de grafeno, comercializados a US$ 15 mil. Além disso, a cadeia industrial do grafeno no mundo ainda não está estabelecida. Ao contrário do silício, que já possui uma cadeia industrial estabelecida no mundo e na qual o Brasil não conseguiu se inserir, a do grafeno só está no começo. "O grafeno representa uma grande oportunidade para o Brasil justamente porque está no início. Se esperar demais e não participarmos dessa corrida, outros países irão desenvolver tecnologias a partir do grafeno, teremos que pagar royalties para usá-las e perderemos a oportunidade de dividir a riqueza que esse material vai gerar", afirmou Antônio Hélio de Castro Neto. Atualmente na Universidade de Cingapura, Castro Neto, considerado uma das maiores autoridades mundiais na área, trabalhou com Andre Geim, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2010 por sua pesquisa sobre o grafeno, já tendo participado de vários estudos importantes na área do grafeno: Grafeno converte eletricidade em magnetismo Grafeno e plasmônica permitem controle elétrico da luz Grafeno faz painel solar com poucos átomos de espessura "Há milhares de cientistas no mundo inteiro buscando aplicações das mais diversas para o grafeno, como para transistores, métodos de análise de DNA, baterias e materiais compostos. Há mais de 10 mil patentes relacionadas a aplicações registradas", disse Andre Geim, que esteve no Brasil para participar da inauguração do MackGraphe. A família inaugurada pelo grafeno agora já inclui molibdenita, fosforeno, estaneno, germaneno, siliceno e até um pentagrafeno. [Imagem: Cortesia Universidade de Basel] Grafeno industrial Com uma área superior a 4 mil metros quadrados à disposição, distribuídos em nove pavimentos, a equipe do Centro irá explorar as propriedades do grafeno e de outros materiais bidimensionais ou unidimensionais - formados por camadas planas e simples de átomos ou moléculas -, com vistas a aplicações na indústria. Para isso, conta com laboratórios e equipamentos de ponta e uma equipe de 15 pesquisadores, de quatro nacionalidades, especialistas em produção e caracterização do grafeno para aplicação industrial. "O MackGraphe terá o objetivo de fazer pesquisa com uma visão de engenharia aplicada e, para isso, será essencial termos uma forte interação com o setor produtivo," disse Eunézio Antônio Thoroh de Souza, coordenador do Centro. Inicialmente, a interação do Centro com o setor produtivo se concentrará nas áreas de fotônica, energia e compósitos (combinação de materiais diferentes, como o grafeno com um polímero) -, nas quais já há um número expressivo de empresas atuantes no país. A ideia, contudo, é expandir a interação com outros setores, como o de agropecuária, em que o Brasil se destaca como um grande exportador, afirmaram representantes da instituição. "Não queremos ficar presos a essas três áreas [fotônica, energia e compósitos]. Vamos conversar com empresas de outros setores, como do agronegócio, e buscar a autossustentabilidade do MackGraphe," disse Maurício Melo de Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mantenedor da universidade.](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFIC_6E44EhfU4kwkiRAzLH18XO3kOQEpN2RIqkxUoaLOV0yb4Kvrxr__Y8c47WWNHZ5uSCd2x-1WOk70qT6RqU-ttuq6r0A9SXVuc4ERsKwfoB98pb0Z1zJTAdo22abZWXFHNVeBh3ck/s400/4.jpg)
![Elétrons (azul) e lacunas (vermelho) colidiram dentro de um cristal de disseleneto de tungstênio (estrutura na parte inferior). Após a colisão, a energia adquirida durante a aceleração é emitida em fótons de alta energia (raios coloridos) que guardam informações fundamentais sobre o cristal.[Imagem: Fabian Langer/Universidade de Regensburg] Colisor de estado sólido A viabilidade de construção de um colisor de estado sólido que choca quasipartículas acaba de ser demonstrada por Fabian Langer (Universidade de Regensburg - Alemanha) e uma equipe internacional de pesquisadores. A diferença com os colisores de partículas, como o LHC, é que esses futuros laboratórios deverão ser pequenos e funcionarão em matéria sólida, e não na forma de feixes de partículas que se chocam. Os colisores de partículas estão permitindo desvendar o funcionamento da matéria, como ocorreu recentemente com a descoberta do bóson de Higgs. Contudo, apesar do fato de que toda a tecnologia moderna depende do conhecimento das propriedades estruturais e eletrônicas de materiais sólidos - os semicondutores, por exemplo -, até agora não existe um equivalente de estado sólido para um colisor em nível atômico. Quasipartículas Dentro de um sólido, os análogos mais úteis das partículas, como os prótons, são as chamadas quasipartículas, entidades que ficam a meio caminho entre a matéria e a luz, como os fônons, os sólitons, os excitons e os topolaritons. Para entender do que se trata uma quasipartícula, imagine que, se cada torcedor em um estádio for como um átomo em um sólido, então a quasipartícula é a onda que a torcida faz quando os torcedores se levantam e se sentam em sincronia. Essas ondulações estão na base de tecnologias como a plasmônica e seus chips à velocidade da luz, novas formas de converter luz em eletricidade, e de um tipo muito especial de laser, chamado spaser, apenas para citar alguns exemplos. Experimentos anteriores já permitiram acelerar quasipartículas como os excitons - pares de elétrons e lacunas (vacâncias de elétron) ligados pela força elétrica - usando raios laser, mas até agora ninguém havia conseguido fazer duas quasipartículas se chocarem. Os promissores skyrmions e os isolantes topológicos poderão ter seus segredos desvendados nos aceleradores de estado sólido. [Imagem: Dustin Gilbert / NIST] Pulsos terahertz O feito foi conseguido usando uma fonte de laser única no mundo, localizada no Laboratório Terahertz em Regensburg, na Alemanha. Como as quasipartículas têm um tempo de vida extremamente curto, é crucial trabalhar em escalas de tempo ultracurtas - se um segundo fosse esticado para a idade do universo, uma quasipartícula não duraria mais do que algumas horas. O pulso de laser na frequência dos terahertz acelerou os pares de elétrons e lacunas (excitons) em um prazo mais curto do que uma única oscilação da luz - 1 terahertz equivale a 1 trilhão de oscilações por segundo. O experimento foi feito em uma fina pastilha de disseleneto de tungstênio, um material promissor que já foi usado até para construir um transístor quântico. Quando os excitons se chocam, eles emitem rajadas ultracurtas de luz que codificam as principais propriedades do sólido no qual a colisão ocorre. "Estes experimentos temporizados de colisão em um sólido provam que os conceitos básicos dos colisores, que transformaram a nossa compreensão do mundo subatômico, podem ser transferidos da física de partículas para a pesquisa de estado sólido. Eles também lançam uma nova luz sobre as quasipartículas," disse o professor Mark Sherwin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos EUA. Fonte: Bibliografia: Lightwave-driven quasiparticle collisions on a subcycle timescale F. Langer, M. Hohenleutner, C. P. Schmid, C. Poellmann, P. Nagler, T. Korn, C. Schüller, M. S. Sherwin, U. Huttner, J. T. Steiner, S. W. Koch, M. Kira, R. Huber Nature Vol.: 533, 225-229 DOI: 10.1038/nature17958](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK0GbNFmM15zosBeWhBhEokGKzl0hbngG8ojmesbQeKO1RW7PD17xrmCoM73vjevZUImTlT2ZjUOHIRUGD5Zyu9puNfagmff7RNjxS9b7gcPPR_MJ8Uf0utsuu9ghbSNU61KFg5FOk4AQ/s400/2.jpg)
![Elétrons (azul) e lacunas (vermelho) colidiram dentro de um cristal de disseleneto de tungstênio (estrutura na parte inferior). Após a colisão, a energia adquirida durante a aceleração é emitida em fótons de alta energia (raios coloridos) que guardam informações fundamentais sobre o cristal.[Imagem: Fabian Langer/Universidade de Regensburg] Colisor de estado sólido A viabilidade de construção de um colisor de estado sólido que choca quasipartículas acaba de ser demonstrada por Fabian Langer (Universidade de Regensburg - Alemanha) e uma equipe internacional de pesquisadores. A diferença com os colisores de partículas, como o LHC, é que esses futuros laboratórios deverão ser pequenos e funcionarão em matéria sólida, e não na forma de feixes de partículas que se chocam. Os colisores de partículas estão permitindo desvendar o funcionamento da matéria, como ocorreu recentemente com a descoberta do bóson de Higgs. Contudo, apesar do fato de que toda a tecnologia moderna depende do conhecimento das propriedades estruturais e eletrônicas de materiais sólidos - os semicondutores, por exemplo -, até agora não existe um equivalente de estado sólido para um colisor em nível atômico. Quasipartículas Dentro de um sólido, os análogos mais úteis das partículas, como os prótons, são as chamadas quasipartículas, entidades que ficam a meio caminho entre a matéria e a luz, como os fônons, os sólitons, os excitons e os topolaritons. Para entender do que se trata uma quasipartícula, imagine que, se cada torcedor em um estádio for como um átomo em um sólido, então a quasipartícula é a onda que a torcida faz quando os torcedores se levantam e se sentam em sincronia. Essas ondulações estão na base de tecnologias como a plasmônica e seus chips à velocidade da luz, novas formas de converter luz em eletricidade, e de um tipo muito especial de laser, chamado spaser, apenas para citar alguns exemplos. Experimentos anteriores já permitiram acelerar quasipartículas como os excitons - pares de elétrons e lacunas (vacâncias de elétron) ligados pela força elétrica - usando raios laser, mas até agora ninguém havia conseguido fazer duas quasipartículas se chocarem. Os promissores skyrmions e os isolantes topológicos poderão ter seus segredos desvendados nos aceleradores de estado sólido. [Imagem: Dustin Gilbert / NIST] Pulsos terahertz O feito foi conseguido usando uma fonte de laser única no mundo, localizada no Laboratório Terahertz em Regensburg, na Alemanha. Como as quasipartículas têm um tempo de vida extremamente curto, é crucial trabalhar em escalas de tempo ultracurtas - se um segundo fosse esticado para a idade do universo, uma quasipartícula não duraria mais do que algumas horas. O pulso de laser na frequência dos terahertz acelerou os pares de elétrons e lacunas (excitons) em um prazo mais curto do que uma única oscilação da luz - 1 terahertz equivale a 1 trilhão de oscilações por segundo. O experimento foi feito em uma fina pastilha de disseleneto de tungstênio, um material promissor que já foi usado até para construir um transístor quântico. Quando os excitons se chocam, eles emitem rajadas ultracurtas de luz que codificam as principais propriedades do sólido no qual a colisão ocorre. "Estes experimentos temporizados de colisão em um sólido provam que os conceitos básicos dos colisores, que transformaram a nossa compreensão do mundo subatômico, podem ser transferidos da física de partículas para a pesquisa de estado sólido. Eles também lançam uma nova luz sobre as quasipartículas," disse o professor Mark Sherwin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos EUA. Fonte: Bibliografia: Lightwave-driven quasiparticle collisions on a subcycle timescale F. Langer, M. Hohenleutner, C. P. Schmid, C. Poellmann, P. Nagler, T. Korn, C. Schüller, M. S. Sherwin, U. Huttner, J. T. Steiner, S. W. Koch, M. Kira, R. Huber Nature Vol.: 533, 225-229 DOI: 10.1038/nature17958](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKrzgzjZWvwxU0BfykDwOxyOfS-xsVYJuuGH7CzRjc2PjJaZMeEZm12LCQnXqFGSQgfX8dB8A8mkAmFzATfEwTVZZAhaFaX1kYvhyphenhyphenCzzCU5-4XwJsOXG506uBG7L2plUq5SynyDyGl5FM/s400/3.jpg)
![Faça-se a matéria O pulso de laser se propaga ao longo do eixo X, enquanto a superfície da folha metálica fica na perpendicular.[Imagem: Kostyukov/Nerush/IAP RAS] A interação entre a luz e a matéria está na base de inúmeras tecnologias, das células solares à plasmônica e à spintrônica, sem falar de todas aquelas que levam o termo "quântico" no nome, como a computação quântica. Mas quando a luz atinge intensidades muito elevadas, sobretudo na forma de lasers de alta potência, as coisas começam a ficar deveras interessantes - para dizer o mínimo. Igor Kostyukov e Evgeny Nerush, da Academia Russa de Ciências, acabam de publicar um artigo explicando como produzir elétrons e pósitrons a partir de interações laser-matéria em intensidades ultrafortes. Em outras palavras, eles calcularam como fazer para criar matéria e antimatéria usando lasers. Não parece de todo estranho para quem está acostumado com a criação de matéria a partir do vácuo quântico, mas agora os dois físicos não estão falando apenas de fótons, mas de elétrons e pósitrons, as antipartículas dos elétrons. Produção de matéria e antimatéria do "nada" O conceito fundamental por trás desses experimentos aparentemente bizarros é fornecido por uma área da física conhecida como eletrodinâmica quântica, que explica como um forte campo elétrico pode fazer o vácuo quântico "ferver" - como o vácuo quântico é tudo, menos vazio, as partículas virtuais que existem nele saltam para a "realidade", onde podem ser capturadas. "O campo [elétrico] pode converter esses tipos de partículas de um estado virtual, no qual as partículas não são diretamente observáveis, para um estado real," explicou Kostyukov. A coisa deverá funcionar da seguinte forma: o forte campo elétrico injetado pelo laser causará grandes perdas de radiação pelos elétrons de uma placa metálica que servirá como alvo porque uma quantidade significativa da sua energia será convertida em raios gama - fótons de alta energia, que são as partículas que formam a luz. Os fótons de alta energia produzidos nesse processo vão interagir com o campo do laser e criar pares de elétrons e pósitrons. Como resultado, emerge um novo estado da matéria: partículas fortemente interativas, campos ópticos e radiação gama, uma mistura cuja dinâmica é regida pela interação entre fenômenos da física clássica e processos quânticos. Distribuição dos elétrons (verde) e dos pósitrons (vermelho) produzidos pela cascata eletrodinâmica quântica. [Imagem: Kostyukov/Nerush/IAP RAS] Cascata quântica Embora vários experimentos de laboratório já tenham comprovado que a geração de luz e matéria a partir do vácuo funciona de fato, a nova teoria - que ainda não está completa - depende de um fenômeno diferente, conhecido como "cascata eletrodinâmica quântica", uma espécie de reação autossustentada. Além de não ser totalmente compreendido, esse fenômeno ainda depende do desenvolvimento de equipamentos que possam permitir sua observação em laboratório. Os dois físicos salientam que elucidaram a fase inicial do fenômeno, quando os pares elétron-pósitron produzidos não interferem significativamente com a interação entre o laser e a folha metálica. "Agora, nós estamos explorando o estágio não-linear, quando o plasma autogerado de elétrons-pósitrons modifica a interação. E nós vamos tentar expandir nossos resultados para configurações mais gerais das interações laser-matéria e outros regimes de interação, levando em consideração uma faixa de parâmetros mais ampla," disse Kostyukov. Segundo ele, quando esses experimentos puderem ser realizados, o fenômeno da geração de matéria e antimatéria pelo laser poderá ser importante não apenas em pesquisas fundamentais de física e na bem-vinda produção de antimatéria, mas também em fontes de plasma e feixes de fótons e pósitrons que deverão superar muito a intensidade dos atuais aceleradores. Fonte: PhysOrg Bibliografia: Production and dynamics of positrons in ultrahigh intensity laser-foil interactions Igor Yu. Kostyukov, Evgeny N. Nerush Physics of Plasmas Vol.: 23, 093119 DOI: 10.1063/1.4962567](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiscJOEsnXuNhoig081AsDnoIoYBoz3bDQMZAggn1thHX_hEZJlyZi-T1NZsE2gaHEfA7WJr6ht4otuqb4R8ek822U_Cigu6LjxuoDj7nBBYX5jo6BCDGUomi04hr1yednKypO00qIAiVM/s400/2.jpg)
![Faça-se a matéria O pulso de laser se propaga ao longo do eixo X, enquanto a superfície da folha metálica fica na perpendicular.[Imagem: Kostyukov/Nerush/IAP RAS] A interação entre a luz e a matéria está na base de inúmeras tecnologias, das células solares à plasmônica e à spintrônica, sem falar de todas aquelas que levam o termo "quântico" no nome, como a computação quântica. Mas quando a luz atinge intensidades muito elevadas, sobretudo na forma de lasers de alta potência, as coisas começam a ficar deveras interessantes - para dizer o mínimo. Igor Kostyukov e Evgeny Nerush, da Academia Russa de Ciências, acabam de publicar um artigo explicando como produzir elétrons e pósitrons a partir de interações laser-matéria em intensidades ultrafortes. Em outras palavras, eles calcularam como fazer para criar matéria e antimatéria usando lasers. Não parece de todo estranho para quem está acostumado com a criação de matéria a partir do vácuo quântico, mas agora os dois físicos não estão falando apenas de fótons, mas de elétrons e pósitrons, as antipartículas dos elétrons. Produção de matéria e antimatéria do "nada" O conceito fundamental por trás desses experimentos aparentemente bizarros é fornecido por uma área da física conhecida como eletrodinâmica quântica, que explica como um forte campo elétrico pode fazer o vácuo quântico "ferver" - como o vácuo quântico é tudo, menos vazio, as partículas virtuais que existem nele saltam para a "realidade", onde podem ser capturadas. "O campo [elétrico] pode converter esses tipos de partículas de um estado virtual, no qual as partículas não são diretamente observáveis, para um estado real," explicou Kostyukov. A coisa deverá funcionar da seguinte forma: o forte campo elétrico injetado pelo laser causará grandes perdas de radiação pelos elétrons de uma placa metálica que servirá como alvo porque uma quantidade significativa da sua energia será convertida em raios gama - fótons de alta energia, que são as partículas que formam a luz. Os fótons de alta energia produzidos nesse processo vão interagir com o campo do laser e criar pares de elétrons e pósitrons. Como resultado, emerge um novo estado da matéria: partículas fortemente interativas, campos ópticos e radiação gama, uma mistura cuja dinâmica é regida pela interação entre fenômenos da física clássica e processos quânticos. Distribuição dos elétrons (verde) e dos pósitrons (vermelho) produzidos pela cascata eletrodinâmica quântica. [Imagem: Kostyukov/Nerush/IAP RAS] Cascata quântica Embora vários experimentos de laboratório já tenham comprovado que a geração de luz e matéria a partir do vácuo funciona de fato, a nova teoria - que ainda não está completa - depende de um fenômeno diferente, conhecido como "cascata eletrodinâmica quântica", uma espécie de reação autossustentada. Além de não ser totalmente compreendido, esse fenômeno ainda depende do desenvolvimento de equipamentos que possam permitir sua observação em laboratório. Os dois físicos salientam que elucidaram a fase inicial do fenômeno, quando os pares elétron-pósitron produzidos não interferem significativamente com a interação entre o laser e a folha metálica. "Agora, nós estamos explorando o estágio não-linear, quando o plasma autogerado de elétrons-pósitrons modifica a interação. E nós vamos tentar expandir nossos resultados para configurações mais gerais das interações laser-matéria e outros regimes de interação, levando em consideração uma faixa de parâmetros mais ampla," disse Kostyukov. Segundo ele, quando esses experimentos puderem ser realizados, o fenômeno da geração de matéria e antimatéria pelo laser poderá ser importante não apenas em pesquisas fundamentais de física e na bem-vinda produção de antimatéria, mas também em fontes de plasma e feixes de fótons e pósitrons que deverão superar muito a intensidade dos atuais aceleradores. Fonte: PhysOrg Bibliografia: Production and dynamics of positrons in ultrahigh intensity laser-foil interactions Igor Yu. Kostyukov, Evgeny N. Nerush Physics of Plasmas Vol.: 23, 093119 DOI: 10.1063/1.4962567](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH0O5Zy05hf4D7ph2TCZUiky_0s1AxF9c1KNhcFf81PAS1TedEosKHIggxsugfglO1epIJGuvYIC_KswjNJ40SYfFy-sxxFSHdtLxShrd2cFGfwkX8YfryVrpAvfOrwYadB9lQIsuQt5M/s400/2.jpg)




