De acordo com a Fiocruz, que participa deste estudo, apesar de o sistema de alerta indicar maior risco de ocorrência da doença (definido como de 300 casos ou mais para cada 100 mil habitantes) para Recife, Fortaleza e Natal, a probabilidade de uma epidemia é considerada pequena, com 19%, 46% e 48% de chance para estas cidades, respectivamente. Segundo a Fiocruz, a possibilidade de previsões com até três meses de antecedência, baseada em informações climáticas, como a apresentada neste trabalho, permite programar medidas locais de controle da população de mosquitos nas cidades indicadas com maior risco.
O sistema de alerta foi desenvolvido por uma equipe internacional e multidisciplinar, envolvendo, além da Fiocruz e do CPTEC/Inpe, o Ministério da Saúde, a Universidade de Brasília, o Instituto Catalão de Ciências Climáticas (IC3), da Espanha, o UK Met Office e a Universidade de Exeter, da Inglaterra. O sistema utiliza dados climáticos, já que chuvas e altas temperaturas produzem um efeito importante na transmissão da dengue em áreas propensas a epidemia, favorecendo a proliferação do mosquito transmissor Aedes aegypti e a disseminação do vírus da doença. As previsões e alertas são produzidas a partir da combinação de dados climáticos associados a variáveis sociais e ambientais, processados em modelos matemáticos.
Para as previsões geradas para as 12 cidades onde serão realizados os jogos da Copa, foram utilizadas informações sobre a situação da dengue observada no Brasil no mês de março deste ano e também previsões climáticas sazonais de precipitação e temperatura para o período de março a maio do projeto Eurobrisa, liderado pelo CPTEC/Inpe. Além das cidades já mencionadas com maior risco de ocorrência da doença, o sistema também aponta um risco médio (de 100 a 300 casos para 100 mil habitantes) para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Manaus, e risco baixo (menor do que 100 casos para 100 mil habitantes) para Brasília, Cuiabá, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
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