O asteroide de 250 km de diâmetro, chamado Chariklo Centauro, está localizado entre os planetas Saturno e Urano, e tem dois anéis separados por 9 quilômetros. Os anéis possuem 7 e 3 km de largura, e foram nomeados de Oiapoque e Chuí, respectivamente. Os nomes ainda devem ser aprovados pela União Astronômica Internacional.
“Não estávamos à procura de anéis, nem pensávamos que pequenos corpos como o Chariklo os poderiam ter, por isso esta descoberta – e a quantidade extraordinária de detalhes que obtivemos do sistema – foi para nós uma grande surpresa,” disse Braga-Ribas.
A descoberta destrói a noção de que somente planetas gigantes, como Saturno, Júpiter, Urano e Netuno, possuem anéis. É ainda um grande mistério a formação dos anéis em torno de um corpo pequeno, uma vez que a gravidade de Chariklo é muito fraca para ter conseguido capturar e manter um sistema de anéis. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que uma colisão com outro corpo teria formado um disco de detritos que foi atraído pelo asteróide, mas novos estudos são necessários para corroborar com essa ideia. A descoberta de um pequeno satélite em volta do asteróide seria uma clara evidência de que realmente isso aconteceu.
“Quase a metade dos anéis é feita de gelo, então eles são visíveis do espaço, como os anéis de Saturno”, diz Braga-Ribas. ”Tento imaginar como seria estar sobre a superfície deste corpo gelado – tão pequeno que um carro esportivo veloz poderia atingir a velocidade de escape e lançar-se no espaço – e olhar para cima para um sistema de anéis com 20 quilômetros de largura e situado 1.000 vezes mais próximo do que a Lua está da Terra”.
A descoberta foi feita através do Observatório de La Silla, do Observatório Europeu do Sul, no Chile.
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