segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Brasil participará da construção do radiotelescópio BINGO.

 O radiotelescópio será montado na cavidade abandonada de uma mina de ouro.[Imagem: fing.edu.uy] Universo escuro  Cientistas e engenheiros do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil integram um consórcio internacional que iniciará a construção de um novo radiotelescópio na América do Sul.  O instrumento deverá fornecer detalhes da distribuição da matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada "parte escura", ainda pouco compreendida pela ciência.  O esforço consistirá na montagem do radiotelescópio BINGO, cujo nome é uma sigla em inglês para Oscilações Acústicas Bariônicas em Observações de Gases Neutros.  Oscilações Acústicas de Bárions  O instrumento foi concebido para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) em frequências de rádio. BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender as aglomerações de galáxias e medir a expansão do Universo - os bárions mais conhecidos são os prótons e os nêutrons, que compõem a maior parte da massa da matéria visível no Universo.  "A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura," explica Élcio Abdalla, do Instituto de Física da USP e coordenador do BINGO.  O radiotelescópio fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros com cerca de 50 a 60 cornetas de cerca de 5 metros de comprimento.  Além de investigar zonas espaciais inacessíveis aos telescópios ópticos para encontrar correlações de densidade relacionadas com as BAO, o radiotelescópio observará outros aspectos astrofísicos importantes, como as rajadas rápidas de rádio (FRB: fast radio bursts), fenômenos muito rápidos, recentemente descobertos e de origem ainda desconhecida.  Mina abandonada  O telescópio será instalado no norte do Uruguai, em região de baixa frequência de radiointerferência (RFI), em uma mina de ouro abandonada e a céu aberto.  A iniciativa internacional envolve o Jodrell Bank Centre for Astrophysics, a Universidade de Portsmouth e a Universidade College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurique, na Suíça; a Universidade da República, do Uruguai, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além do IF-USP, no Brasil.  O radiotelescópio BINGO, com um custo estimado em US$ 4,9 milhões, deverá começar a ser construído em 2018.
O radiotelescópio será montado na cavidade abandonada de uma mina de ouro.[Imagem: fing.edu.uy]
Universo escuro
Cientistas e engenheiros do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil integram um consórcio internacional que iniciará a construção de um novo radiotelescópio na América do Sul.
O instrumento deverá fornecer detalhes da distribuição da matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada "parte escura", ainda pouco compreendida pela ciência.
O esforço consistirá na montagem do radiotelescópio BINGO, cujo nome é uma sigla em inglês para Oscilações Acústicas Bariônicas em Observações de Gases Neutros.
Oscilações Acústicas de Bárions
O instrumento foi concebido para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) em frequências de rádio. BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender as aglomerações de galáxias e medir a expansão do Universo - os bárions mais conhecidos são os prótons e os nêutrons, que compõem a maior parte da massa da matéria visível no Universo.
"A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura," explica Élcio Abdalla, do Instituto de Física da USP e coordenador do BINGO.
O radiotelescópio fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros com cerca de 50 a 60 cornetas de cerca de 5 metros de comprimento.
Além de investigar zonas espaciais inacessíveis aos telescópios ópticos para encontrar correlações de densidade relacionadas com as BAO, o radiotelescópio observará outros aspectos astrofísicos importantes, como as rajadas rápidas de rádio (FRB: fast radio bursts), fenômenos muito rápidos, recentemente descobertos e de origem ainda desconhecida.
Mina abandonada
O telescópio será instalado no norte do Uruguai, em região de baixa frequência de radiointerferência (RFI), em uma mina de ouro abandonada e a céu aberto.
A iniciativa internacional envolve o Jodrell Bank Centre for Astrophysics, a Universidade de Portsmouth e a Universidade College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurique, na Suíça; a Universidade da República, do Uruguai, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além do IF-USP, no Brasil.
O radiotelescópio BINGO, com um custo estimado em US$ 4,9 milhões, deverá começar a ser construído em 2018.
FONTE: FAPESP

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