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Terremotos geralmente não produzem tsunamis desta escala, a não ser que eles possam causar um grande deslocamento de terra debaixo d’ água, tipicamente tais tsunamis têm uma altura de dez metros ou menos (seria o caso do Tsunami do Japão em Março de 2011). Deslocamentos de terras que são grandes comparadas à profundidade atingem a água tão rapidamente que a água que foi deslocada não pode se estabelecer antes que as rochas atinjam o fundo. Isto significa que as rochas deslocam a água em velocidade total em todo seu caminho ao fundo. Se o nível da água é profundo, o volume de água deslocado é muito grande e as partes baixas estão sob alta pressão. Isto resulta numa onda que contém grande quantidade de energia. Algumas pessoas assumem que mega tsunamis pré-históricos varreram antigas civilizações, como um castigo do(s) deus(es), comum em muitas culturas ao redor do mundo. Porém, isto é improvável, considerando que mega tsunamis usualmente acontecem sem qualquer aviso, atigindo apenas áreas costeiras e não necessariamente ocorrendo após uma chuva qualquer.
A hipótese de mega tsunamis foi criada por geólogos buscando por petróleo no Alasca. Eles observaram evidência de ondas altas demais em uma baía próxima. Cinco anos depois, uma série de deslocamentos de terra foi revelada como a causa destas altas ondas no Alasca. O histórico geológico mostra que mega tsunamis são muito raros, mas que devastam qualquer coisa próxima à costa atingida. Alguns podem devastar costas de continentes inteiros. O último evento conhecido desta magnitude aconteceu há 4 mil anos na Ilha de Reunião, leste de Madagascar. No dia 9 de julho de 1958, um grande terremoto de 8.5 graus na escala richter sacudiu a região da baia de Lituya. Uma grande massa de rocha com volume estimado de 30 milhões de metros cúbicos se desprendeu de uma altura de 900 metros de uma montanha, mergulhando na profunda baia de Lituya. O gigantesco e súbito deslocamento de água produziu uma descomunal onda. Segundos depois, parte da onda atingiu a margem oposta ao deslizamento 1350 metros adiante e quebrou, subindo uma outra montanha e derrubando arvores a inacreditáveis 524 metros de altura. O restante da onda seguiu adiante e arrasou com a baia de Lituya derrubando arvores a até 200 metros de altura.
Os acontecimentos de 1958 no Alasca mostraram que Tsunamis também podem ser criados por deslocamento de grandes massas de rochas de ilhas vulcânicas e deslocamento de grandes massas de água sobre a plataforma continental, o que se um dia ocorrer, será numa escala muito maior e poderá devastar faixas litorâneas inteiras de muitos países.
Ameaças de Mega tsunamis
Ameaças de Mega tsunamis
Ilhas vulcânicas como as de Reunião e as Ilhas do Havaí podem causar mega tsunamis porque elas não são mais do que grandes e instáveis blocos de material mal agrupado por sucessivas erupções. Evidência de grandes deslocamentos de terra foram encontradas na forma de grande quantidade de restos subaquáticos, material terrestre que caiu oceano adentro. Em anos recentes, cinco de tais restos foram encontrados somente nas ilhas havaianas. Alguns geólogos acreditam que o maior candidato para a causa do próximo mega tsunamis é a erupção do VULCÃO CUMBRE VIEJA na ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias, na costa oeste da África. Em 1949, uma erupção causou a queda do cume de Cumbre Vieja e fez cair vários metros adentro do Oceano Atlântico. Acredita-se que a causa disto foi causada pela pressão do magma em aquecimento e água vaporizando-se presa dentro da estrutura da ilha, causando um deslocamento da estrutura da ilha.
Durante uma próxima erupção, que estima-se acontecerá em algum tempo nos próximos anos, séculos ou milênios, irá causar um novo deslocamento da ilha, fazendo a metade ocidental, pesando talvez 500 milhões de toneladas, deslocar-se catastroficamente em direção ao fundo do oceano e com isso gerando uma imensa onda em direção ao oeste, ao norte/nordeste do Brasil e à costa leste dos EUA. ”Isto irá automaticamente gerar um mega tsunami com ondas locais com alturas de centenas de metros”.
Depois que o tsunami cruzar o Atlântico, provavelmente irá gerar uma onda com 10 a 25 metros de altura ao chegar no Caribe e na costa leste da América do Norte várias horas depois (entre oito a dez horas), gerando grandes problemas econômicos e sociais para as populações litorâneas sobreviventes dos países envolvidos e para a economia global como um todo. Enquanto que potencialmente não tão destruidor como um super-vulcão, um mega tsunami seria um desastre sem precedentes em quaisquer regiões em que este evento ocorra.
Investigação intensiva na seqüência da catástrofe do tsunami na Indonésia de 26 de dezembro de 2004 mostrou que muitas outras zonas costeiras também estão em perigo de sofrerem impacto de tsunamis. Assim, as costas leste e oeste do Atlântico e na costa do Mediterrâneo, não estão a salvo de maremotos e, portanto, devem ser mais bem protegidas.
TSUNAMIS NO ATLÂNTICO
Poucas catástrofes como tsunamis ocorrem no Atlântico, em comparação com o Pacífico. Os maremotos em Lisboa (em 1º de NOVEMBRO DE 1755, posterior ao grande terremoto acontecido no mesmo dia com epicentro no nordeste do Oceano Atlântico e que destruiu Lisboa) e em Porto Rico foram até agora a maior catástrofe de tsunamis, quando milhares de pessoas perderam suas vidas.
Vulcão pode provocar tsunami nos EUA e no norte do Brasil, dizem cientistas.
Madri, Espanha (Reuters) - Uma onda de 50 metros de altura atingindo o litoral atlântico dos Estados Unidos e destruindo tudo no seu caminho –não se trata de um filme de Hollywood, mas de uma sombria previsão de cientistas britânicos e norte-americanos, que também incluem o BRASIL na lista de possíveis lugares atingidos. Enquanto a comunidade internacional tentava ajudar as vítimas do devastador maremoto de dezembro no sul da Ásia, os especialistas alertam que a erupção de um vulcão nas ilhas Canárias (que pertencem à Espanha e ficam no litoral norte da África) pode provocar a maior tsunami já registrado na história humana.
Á esquerda, cálculo do tamanho e da evolução das ondas do Tsunami com o colapso do Vulcão Cumbre Vieja nas Ilhas Canárias.
Segundo um polêmico estudo desses cientistas, uma explosão no vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, pode lançar uma montanhas de rochas do tamanho de uma ilha dentro do Atlântico, a uma velocidade de até 350 quilômetros por hora. Mas muitos cientistas dizem que o risco de uma megatsunami provocado por tal erupção está sendo exagerado. Nesse estudo, a energia liberada pela erupção seria equivalente ao consumo de eletricidade nos Estados Unidos durante seis meses. As ondas sísmicas se deslocariam pelo Atlântico na velocidade de um avião a jato (900 km/hora).
A devastação nos Estados Unidos provocaria prejuízos de trilhões de dólares e ameaçaria dezenas de milhões de pessoas. Países como a Espanha, Portugal, Grã-Bretanha, França, BRASIL, Região do Caribe, Guianas, Venezuela e todos os países da África Ocidental também poderiam ser atingidos pelas ondas gigantes. “Isso pode ocorrer na próxima erupção, que pode acontecer no próximo ano, ou pode levar dez mil anos para acontecer”, disse Bill McGuire, do Centro de Pesquisas Benfield Hazard, da Grã-Bretanha.
O Cumbre Vieja, que teve sua última explosão em 1971, normalmente tem erupções em intervalos de 20 a 200 anos.“Simplesmente não sabemos quando vai acontecer, mas há alguém preparado para assumir o risco depois dos incidentes do Oceano Índico?”, disse McGuire, propondo a criação de um programa para monitorar a atividade sísmica na encosta do vulcão. “Precisamos fazer com que as pessoas saiam antes do colapso em si. Uma vez que o colapso tenha acontecido, o Caribe teria nove horas, e os EUA de 6 a 12 horas, para retirar dezenas de milhões de pessoas.” Mas outros especialistas vêem exageros na previsão sobre o Cumbre Vieja ou sobre o vulcão havaiano de Kilauea. A Sociedade Tsunami, que reúne especialistas de vários países, diz que essas teorias só servem para assustar as pessoas. O grupo argumenta que o Cumbre Vieja não explodiria em uma única rocha e que a onda criada seria muito menor (apesar de haver registros históricos de mega explosões como a do Vulcão submerso THERA em Santorini, no arquipélago das ilhas gregas conhecidas como As Cíclades, no Mar Egeu, que em torno de 1.680 a.C. explodiu violentamente, literalmente jogando pelos ares a maior parte da ilha Santorini e o topo da montanha.
O impacto daquela erupção fez-se sentir em toda a Terra, mas com particular intensidade na bacia do Mar Mediterrâneo. A erupção do vulcão THERA em Santorini parece estar ligada ao colapso da Civilização Minóica na ilha de Creta, distante de Santorini 110 km ao sul. Acredita-se que tal cataclismo tenha inspirado as posteriores lendas acerca de Atlântida. “Estamos falando de milhares de anos no futuro. Qualquer coisa pode acontecer. Nesse meio tempo um asteróide também poderia cair na Terra”, disse George Pararas-Carayannis, fundador da Sociedade Tsunami. Muitos especialistas acham que as tsunamis provocadas por deslizamentos abruptos duram menos do que aquelas gerados por terremotos fortes, como o de 26 de dezembro de 2004, na Indonésia que matou cerca de trezentas mil pessoas.
Charles Mader, editor de uma revista do Hazards sobre tsunamis, prevê que mesmo um enorme deslizamento em La Palma provocaria ondas de apenas um metro de altura nos EUA. De qualquer forma, especialistas avaliam que a ameaça das tsunamis estava subestimada antes da tragédia asiática, que matou mais de 150 mil pessoas. “Não seria surpresa para mim se amanhã víssemos outra tsunami como essa,” disse Pararas-Carayannis, apontando para as falhas geológicas de Portugal, de Porto Rico e do Peru como riscos possíveis.
Para McGuire, um sistema de alerta no Oceano Índico teria evitado completamente as mortes em Sri Lanka e na Índia, já que na maioria dos casos a população precisava se deslocar apenas um quilômetro para ficar a salvo. Na opinião dele, o risco dos tsunamis para a Terra só é inferior ao do aquecimento global. “Com as costas fortemente ocupadas agora, particularmente nos países em desenvolvimento, as tsunamis são um grande problema porque, ao contrário dos terremotos, transmitem a morte e a destruição através de oceanos inteiros.”
Ilhas Canárias: Risco de erupção vulcânica em El Hierro ao sul de LA PALMA
Nos últimos dias do ano de 2011, se registrou uma série de movimentos sísmicos na ILHA DE EL HIERRO, e especialistas estão agora a avaliar se o magma está subindo. Barcos transportando equipes da Unidade Militar de Emergências do governo espanhol local partiram, no final da manhã, para El Hierro, para uma eventual operação de evacuação. Cinquenta e três pessoas foram já realojadas e o principal túnel da ilha, entre as localidades de Frontera e Valverde, foi fechado.
As autoridades espanholas estão a mobilizar-se para uma eventual evacuação da ilha de El Hierro, no arquipélago espanhol das Canárias, devido ao risco de uma erupção vulcânica. Desde o dia 19 de Julho até às 11h16 de hoje, foram registados 8.356 eventos sísmicos (TERREMOTOS) na ilha de EL HIERRO, segundo dados do Instituto Geográfico Nacional (IGN) dA Espanha. Apenas 15 teriam sido sentidos de fato pela população, segundo a edição online do diário espanhol El Pais. Mas o número de sismos aumentou e alguns mais recentes parecem estar ocorrendo a uma profundidade menor do que a maioria, o que pode significar um aumento do nível do magma sob a ilha.
De qualquer forma, com o aumento na frequência dos eventos sísmicos o governo das Ilhas Canárias acionou o nível “amarelo” de alerta – o segundo menos grave numa escla de quatro cores, e que implica em maior informação à população e planificação de recursos. As autoridades estão se preparando para, caso necessário, retirar 4.000 pessoas da Ilha de El Hierro em quatro horas.
Segundo Maria del Carmen Romero, professora de Geografia da Universidade de Laguna, citada pelo jornal La Vanguardia, um dos principais riscos é o de desmoronamentos de terras, já que a ilha tem encostas muito acentuadas. No entanto, pode não chegar a haver uma erupção vulcânica, lembrando de uma crise sísmica semelhante, descrita em crônicas de 1793, sem erupção vulcânica.
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