Gustavo Haddad Braga, 18 anos
Supercampeão nas olimpíadas, Gustavo (à direita na foto) foi aprovado em cinco universidades americanas e agora quer ajudar outros brasileiros a estudar no exterior
Depois de conquistar mais de 50 medalhas em olimpíadas científicas, Gustavo Haddad Braga deixou o interior de São Paulo para estudar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das universidades mais renomadas do mundo. Ele ainda foi aprovado em outras quatro instituições americanas, além de medicina na Universidade de São Paulo (USP) e engenharia no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Mas o sonho do jovem quase foi interrompido pela falta de condições financeiras de custear os estudos na universidade. Sem bolsa integral, Gustavo precisou recorrer ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que garantiu o recurso para manter o jovem no exterior. "Eu consegui a bolsa uma semana antes do prazo expirar, mas foi uma exceção porque o CNPq não costuma dar bolsas para graduação, somente para pós", afirma o jovem, filho de um casal de engenheiros químicos de São José dos Campos.
Segundo Gustavo, é muito difícil ser aprovado nas universidades americanas e, quem consegue, não pode desperdiçar a oportunidade. "Para estudar no MIT é necessário meio milhão (de dólares) em quatro anos. Eu não teria a menor condição de pagar tudo isso", afirma o jovem. Assim, surgiu a ideia de criar o Eduque-Me, uma iniciativa que vai funcionar como uma ligação entre estudantes e empresários. "A empresa banca o estudante, e durante as férias, ou quando ele concluir o curso, volta para fazer um estágio nessa instituição".
A meta de Gustavo e dos amigos que tocam o projeto é ambiciosa: arrecadar R$ 20 milhões somente em 2013 para custear até 40 bolsas de estudo. "Muitos desistem de tentar estudar nos Estados Unidos por causa das mensalidades altíssimas. É uma experiência incrível estar numa universidade de ponta, convivendo com alguns dos pesquisadores mais importantes do mundo. Não podemos desperdiçar essa oportunidade", afirma.
"Eu sempre gostei bastante de estudar, sempre tive facilidade, mas desde a primeira olimpíada (na 6ª série) eu descobri que o estudo poderia ser algo muito mais prazeroso"
O jovem de São José dos Campos só passou a sonhar com o MIT depois de participar de diversas olimpíadas internacionais. Foram mais de 50 medalhas nacionais e sete fora do País em competições de matemática, química, física. Com o bom desempenho, vieram também as bolsas de estudo para o colégio Objetivo e de inglês. Mas o mais legal de tudo, segundo Gustavo, não são as medalhas, as viagens, e sim, a descoberta do prazer em aprender.
"Eu sempre gostei bastante de estudar, sempre tive facilidade, mas desde a primeira olimpíada (na 6ª série) eu descobri que o estudo poderia ser algo muito mais prazeroso", conta Gustavo, que tem na matemática e na física as suas paixões. E a maratona puxada de estudos para as provas ajudou também na faculdade. Ele conseguiu adiantar um semestre no MIT porque já conhecia o conteúdo, por causa da preparação para as olimpíadas.
Como nos Estados Unidos a opção pelo curso não é feita no começo da graduação, Gustavo conta que ainda está indeciso entre engenharia elétrica ou computação. Mas uma certeza o garoto de apenas 18 anos tem: retornar ao Brasil. "Eu preferi o MIT à USP porque nos Estados Unidos temos um contato maravilhoso com pesquisadores de todo o mundo. Mas é certo que eu vou voltar para o Brasil depois que concluir a faculdade. O Brasil está com uma imagem muito boa, o mercado está aquecido, acho que eu posso fazer muita coisa por aqui".
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