Plageando Karl Marx, quando através do seu livro, Manifesto
Comunista de 1848, conclamou os trabalhadores do mundo inteiro a se
unirem na luta contra a exploração imposta por uma burguesia capitalista
e opressora; convido a todos os professores através desse blog, a tomarem
consciência de classe, cidadãos e pessoa humana que tem o direito de exerceres
dignamente sua profissão.
Às vezes me questiono: até
quando toleraremos essas leis absurdas criadas por "especialistas"
que na maioria das vezes nunca exerceram o magistério? É muito fácil criar
regras ideais para uma realidade ideal. Nossas realidades, entretanto, estão longe
de serem ideais. Os problemas que enfrentemos em sala de aula (violência,
carência emocional e material, indisciplina, baixa estima, entre outros),
reflexo de uma sociedade totalmente desestruturada, nos obrigam muitas vezes a
ocupar o lugar de pais, psicólogos, médicos e "mágicos" no ambiente
escolar.
Mas o problema ainda
é mais grave. Acumulamos todas essas funções e ainda assim temos que sofrer com
o desrespeito de um sistema que vem gradativamente "sucateando" o
processo educacional nos fazendo de palhaço. Aos alunos todos os direitos e
nenhum dever, afinal ele será aprovado sabendo ou não; enquanto que aos
professores todos os deveres e nenhum direito; nem o de ter um salário digno.
Ninguém está
preocupado se o professor está sofrendo violência em sala de aula. Os Direitos
Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente não se levanta
contra um adolescente que quase matou a professora a facadas, por que essa lhe
pediu para fazer silêncio para que ela pudesse explicar uma matéria; mas com
certeza eles se voltariam contra a "despreparada" professora que se
exaltou com um aluno pegando-o pelo braço e colocando-o para fora da
sala por que este estava ouvindo música no seu celular durante aula.
Até quando
toleraremos essas injustiças? Antes de sermos professores, somos seres humanos
e, portanto, merecemos o respeito dos governos, dos nossos alunos e de
toda a sociedade. Mas para que isso aconteça, acredito que será necessário
que a iniciativa parta de nós mesmos. É preciso que nós professores nos
respeitemos tomando consciência de que somos uma classe que constitui as
bases da nossa sociedade, que temos o poder de mudar nossa realidade através de
ações que visem não apenas a questão salarial, mas que nos projete para um
contexto de valorização da educação como um todo.
Professores,
uni-vos!
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